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1 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Transtorno Afetivo Bipolar Transtorno Bipolar Tipo I É necessário preencher os critérios para um episódio maníaco. Este episódio maníaco pode ser precedido, ou não, por episódios hipomaníacos ou depressivos maiores. Episódio maníaco: i. É um período de humor anormalmente elevado, expansivo e/ou irritável + aumento anormal e persistente da energia; tudo isso presente na maior parte do dia por pelo menos uma semana consecutiva. A elevação do humor envolve pelo menos 3 dos seguintes pontos: - Autoestima elevada; - Necessidade do sono reduzida; - Fala mais loquaz (fala muito); - Descarrilamento de ideias; - Perda fácil do foco; - Aumento do foco em trabalho e/ou outra atividade social, acadêmica, etc.; - Envolvimento excessivo em situações de risco financeiro, sexual, etc. ii. A perturbação no humor causa prejuízo no funcionamento social e/ou profissional; iii. Não pode ser possível atribuir as ações ao efeito de alguma substância ou outra condição médica. UM EPISÓDIO MANÍACO COMPLETO durante tratamento antidepressivo, em níveis de sinais e sintomas além do efeito fisiológico do tratamento, é evidência suficiente para um episódio maníaco - transtorno bipolar tipo I. Episódio hipomaníaco: i. É um período de humor anormalmente elevado, expansivo e/ou irritável + aumento anormal e persistente da energia; tudo isso presente na maior parte do dia por pelo menos quatro dias consecutivos. Neste período três ou mais dos seguintes sintomas devem estar presentes: - Autoestima elevada; - Necessidade do sono reduzida; - Fala mais loquaz (fala muito); - Descarrilamento de ideias; - Perda fácil do foco; - Aumento do foco em trabalho e/ou outra atividade social, acadêmica, etc.; - Envolvimento excessivo em situações de risco financeiro, sexual, etc. ii. O episódio tem mudança claramente não característica do indivíduo em comparação à antes do episódio; iii. A perturbação do humor é observável por outras pessoas; iv. O episódio não é grave o suficiente a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social e/ou profissional; v. Não pode ser possível atribuir as ações ao efeito de alguma substância ou outra condição médica. UM EPISÓDIO MANÍACO COMPLETO durante tratamento antidepressivo, em níveis de sinais e sintomas além do efeito fisiológico do tratamento, é evidência suficiente para um episódio hipomaníaco. Episódio depressivo maior: i. Pelo menos 5 dos sintomas abaixo devem estar presentes por pelo menos duas semanas; devem ser diferentes em relação ao comportamento anterior do paciente e PELO MENOS 1 DOS SINTOMAS é humor deprimido ou perda de interesse ou prazer: - Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias; 2 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! - Acentuada diminuição de interesse ou prazer em todas (ou quase todas) as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias; - Perda ou ganho significativo de peso sem realização de dieta para tal (pelo menos redução ou aumento do apetite quase todos os dias); - Insônia ou hipersônia quase diária; - Agitação ou retardo motor quase todos os dias; - Fadiga ou perda de energia quase todos os dias; - Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada; - Capacidade de concentração diminuída e indecisão; - Pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida recorrente sem um plano específico. ii. Os sintomas causam prejuízo social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo de forma clinicamente significativas; iii. Não pode ser possível atribuir as ações ao efeito de alguma substância ou outra condição médica. A ocorrência dos episódios maníacos e depressivos maiores não podem ser explicados por transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, delirante, ou qualquer outro psicótico. A característica essencial de um episódio maníaco é um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento persistente da atividade ou da energia, com duração de pelo menos uma semana e presente na maior parte do dia, quase todos os dias (ou qualquer duração, se a hospitalização se fizer necessária), acompanhado por pelo menos três sintomas adicionais. Se o humor é irritável em vez de elevado ou expansivo, pelo menos quatro sintomas devem estar presentes. O humor, em um episódio maníaco, costuma ser descrito como eufórico, excessivamente alegre, elevado ou “sentindo-se no topo do mundo”. Durante um episódio maníaco, é comum os indivíduos não perceberem que estão doentes ou necessitando de tratamento, resistindo, com veemência, às tentativas de tratamento. Podem mudar a forma de se vestir, a maquiagem ou a aparência pessoal para um estilo com maior apelo sexual ou extravagante. A média de idade do primeiro episódio maníaco, hipomaníaco ou depressivo maior é de cerca de 18 anos para transtorno bipolar tipo I. Histórico familiar eleva o risco de surgimento da doença em até 10x. O risco de suicídio entre a população com TAB é de 15x mais que a população em geral. Transtorno Bipolar Tipo II Para diagnóstico é necessário o preenchimento dos critérios a seguir para um episódio hipomaníaco atual ou anterior + um episódio depressivo maior atual ou anterior: Episódio hipomaníaco: i. É um período de humor anormalmente elevado, expansivo e/ou irritável + aumento anormal e persistente da energia; tudo isso presente na maior parte do dia por pelo menos quatro dias consecutivos. Neste período três ou mais dos seguintes sintomas devem estar presentes: - Autoestima elevada; - Necessidade do sono reduzida; - Fala mais loquaz (fala muito); - Descarrilamento de ideias; - Perda fácil do foco; - Aumento do foco em trabalho e/ou outra atividade social, acadêmica, etc.; - Envolvimento excessivo em situações de risco financeiro, sexual, etc. 3 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! ii. O episódio está associado a uma mudança clara no funcionamento que não é característica do indivíduo; iii. A perturbação no humor e mudanças no funcionamento são observáveis por outras pessoas; iv. O episódio não é grave ao ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional; v. Não pode ser possível atribuir as ações ao efeito de alguma substância ou outra condição médica. Episódio depressivo maior: i. Pelo menos 5 dos sintomas abaixo devem estar presentes por pelo menos duas semanas; devem ser diferentes em relação ao comportamento anterior do paciente e PELO MENOS 1 DOS SINTOMAS é humor deprimido ou perda de interesse ou prazer: - Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias; - Acentuada diminuição de interesse ou prazer em todas (ou quase todas) as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias; - Perda ou ganho significativo de peso sem realização de dieta para tal (pelo menos redução ou aumento do apetite quase todos os dias); - Insônia ou hipersônia quase diária; - Agitação ou retardo motor quase todos os dias; - Fadiga ou perda de energia quase todos os dias; - Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada; - Capacidade de concentração diminuída e indecisão; - Pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida recorrente sem um plano específico. ii. Os sintomas causam prejuízo social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo de forma clinicamente significativas;iii. Não pode ser possível atribuir as ações ao efeito de alguma substância ou outra condição médica. Os episódios depressivos induzidos por uso de substâncias ou pelo TAB tipo I não devem ser contabilizados como critério diagnóstico aqui; Os episódios não podem ser explicados por transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, delirante, ou qualquer outro psicótico. No TAB do tipo II devem ser atendidos os critérios para pelo menos um episódio hipomaníaco sem NUNCA TER HAVIDO UM EPISÓDIO MANÍACO. Esses episódios não podem ser explicados por transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico. Os sintomas da hipomania e depressão causam sofrimento significativo e/ou prejuízo social, profissional ou em outra área da vida do indivíduo. O transtorno bipolar tipo II caracteriza-se por um curso clínico de episódios de humor recorrentes, consistindo em um ou mais episódios depressivos maiores e pelo menos um episódio hipomaníaco. O episódio depressivo maior deve ter duração de pelo menos duas semanas, e o hipomaníaco, de, no mínimo, quatro dias. Durante o(s) episódio(s) de humor, a quantidade necessária de sintomas deve estar presente na maior parte do dia, quase todos os dias, além de os sintomas representarem uma mudança notável do comportamento e do funcionamento habituais. O TAB tipo II costuma ter seu início aos 25 anos. Os fatores de risco incluem genéticos e a ciclagem rápida está associada a pior prognóstico. Cerca de um terço dos indivíduos com o 4 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! transtorno relata história de tentativa de suicídio ao longo da vida. Transtorno Ciclotímico Os critérios diagnósticos são: i. Presença de vários períodos com sintomas hipomaníacos que não satisfazem critérios para episódios hipomaníaco e vários períodos com sintomas depressivos que não satisfazem os critérios para episódio depressivo maior por pelo menos dois anos – 1 ano em crianças e adolescentes; ii. Neste período de 2 anos (1 em crianças e adolescentes) os períodos hipomaníaco e depressivo devem estar presentes pelo menos metade do tempo. O indivíduo também não pode permanecer mais que 2 meses consecutivos sem os sintomas; iii. Os sintomas não podem ser explicáveis por nenhum transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico; iv. Os sintomas não podem ser atribuíveis à efeitos fisiológicos de substância alguma; v. Os sintomas causam sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. O transtorno ciclotímico tem como característica essencial a cronicidade e a oscilação do humor, envolvendo vários períodos de sintomas hipomaníacos e períodos de sintomas depressivos distintos entre si. Os sintomas hipomaníacos têm número, gravidade, abrangência ou duração insuficientes para preencher a todos os critérios de um episódio hipomaníaco; e os sintomas depressivos têm número, gravidade, abrangência ou duração insuficientes para preencher a todos os critérios de um episódio depressivo maior. Durante o período inicial de dois anos (um ano para crianças e adolescentes), os sintomas precisam ser persistentes (presentes na maioria dos dias), e qualquer intervalo sem sintomas não pode durar mais do que dois meses. Especificador de Ciclagem Rápida * trata-se de um ESPECIFICADOR e não de um diagnóstico em si Pode ser aplicado ao TAB tipo I ou II. Há presença de pelo menos 4 episódios de humos nos 12 meses anteriores que atendam aos critérios de episódio maníaco, hipomaníaco ou depressivo maior. Há remissão parcial ou total de pelo menos 2 meses ou há troca para um episódio de polaridade oposta. A característica essencial é a ocorrência de pelo menos quatro episódios de humor durante os 12 meses anteriores. Esses episódios podem ocorrer em qualquer combinação e ordem. Devem atender a critérios de duração e quantidade de sintomas para episódio depressivo maior, maníaco ou hipomaníaco, devendo também ser demarcados por um período de remissão completa ou por uma troca para um episódio da polaridade oposta. Diagnósticos Diferenciais do TAB Os transtornos da personalidade estão reunidos em três grupos, com base em semelhanças descritivas. O Grupo A inclui os transtornos da personalidade paranoide, esquizoide e esquizotípica. Indivíduos com esses transtornos frequentemente parecem esquisitos ou excêntricos. O Grupo B inclui os transtornos da personalidade antissocial, borderline, histriônica e narcisista. Indivíduos com esses transtornos costumam parecem dramáticos, emotivos ou erráticos. O Grupo C inclui os transtornos da personalidade evitativa, dependente e obsessivo- compulsiva. Indivíduos com esses transtornos com frequência parecem ansiosos ou medrosos. 5 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Traços de personalidade são padrões persistentes de percepção, de relacionamento com e de pensamento sobre o ambiente e si mesmo. QUANDO SE TORNAM TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE? Somente quando são inflexíveis e mal-adaptativos e causam prejuízo funcional ou sofrimento subjetivo significativos. O aspecto essencial de um transtorno da personalidade é um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo e que se manifesta em pelo menos DUAS das seguintes áreas: cognição, afetividade, funcionamento interpessoal ou controle de impulsos (Critério A). Esse PADRÃO PERSISTENTE é INFLEXÍVEL e abrange uma ampla faixa de situações pessoais e sociais (Critério B), provocando sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo (Critério C). O padrão é estável e de longa duração, e seu surgimento ocorre pelo menos a partir da adolescência ou do início da fase adulta (Critério D). O padrão não é mais bem explicado como uma manifestação ou consequência de outro transtorno mental (Critério E) e não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento, exposição a uma toxina) ou a outra condição médica (p. ex., traumatismo craniencefálico) (Critério F). Grupo A Transtorno da Personalidade Paranoide A característica essencial do transtorno da personalidade paranoide é um padrão de desconfiança e suspeita difusa dos outros a ponto de suas motivações serem interpretadas como malévolas. Esse padrão começa no início da vida adulta e está presente em contextos variados. Transtorno da Personalidade Esquizoide A característica essencial do transtorno da personalidade esquizoide é um padrão difuso de distanciamento das relações sociais e uma faixa restrita de expressão de emoções em contextos interpessoais. Esse padrão surge no começo da vida adulta e está presente em vários contextos. Indivíduos com transtorno da personalidade esquizoide demonstram não ter desejo de intimidade, parecem indiferentes a oportunidades de desenvolver relações próximas e não parecem encontrar muita satisfação em fazer parte de uma família ou de outro grupo social (Critério A1). Preferem ficar sozinhos em vez de com outras pessoas. Com frequência parecem ser socialmente isolados ou “solitários” e quase sempre optam por atividades ou passatempos solitários que não incluem interação com outros (Critério A2). Preferemtarefas mecânicas ou abstratas, como jogos matemáticos ou de computador. Podem ter muito pouco interesse em ter experiências sexuais com outra pessoa (Critério A3) e têm prazer em poucas atividades, quando não em nenhuma. São iindiferentes à críticas ou aprovação de outros. Transtorno da Personalidade Esquizotípica A característica essencial do transtorno da personalidade esquizotípica é um padrão difuso de déficits sociais e interpessoais marcado por desconforto agudo e capacidade reduzida para relacionamentos íntimos, bem como por distorções cognitivas ou perceptivas e comportamento excêntrico. Esse padrão surge no começo da vida adulta e está presente em vários contextos. Indivíduos com transtorno da personalidade esquizotípica com frequência apresentam ideias de referência (i.e., interpretações incorretas de incidentes casuais e eventos externos como 6 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! tendo um sentido particular e incomum especificamente para a pessoa) (Critério A1). Esses indivíduos podem ser supersticiosos ou preocupados com fenômenos paranormais que fogem das normas de sua subcultura (Critério A2). Podem achar que têm poderes especiais para sentir os eventos antes que ocorram ou para ler os pensamentos alheios. Podem acreditar que exercem controle mágico sobre os outros, o qual pode ser implementado diretamente Indivíduos com transtorno da personalidade esquizotípica vivenciam os relacionamentos interpessoais como problemáticos e sentem desconforto em se relacionar com outras pessoas. Embora possam manifestar infelicidade acerca da falta de relacionamentos, seu comportamento sugere um desejo reduzido de contatos íntimos. Grupo B Transtorno da Personalidade Antissocial A característica essencial do transtorno da personalidade antissocial é um padrão difuso de indiferença e violação dos direitos dos outros, o qual surge na infância ou no início da adolescência e continua na vida adulta. Esse padrão também já foi referido como psicopatia, sociopatia ou transtorno da personalidade dissocial. Visto que falsidade e manipulação são aspectos centrais do transtorno da personalidade antissocial, pode ser especialmente útil integrar informações adquiridas por meio de avaliações clínicas sistemáticas e informações coletadas de outras fontes colaterais. Para que esse diagnóstico seja firmado, o indivíduo deve ter no mínimo 18 anos de idade (Critério B) e deve ter apresentado alguns sintomas de transtorno da conduta antes dos 15 anos (Critério C). O transtorno da conduta envolve um padrão repetitivo e persistente de comportamento no qual os direitos básicos dos outros ou as principais normas ou regras sociais apropriadas à idade são violados. Os comportamentos específicos característicos do transtorno da conduta encaixam-se em uma de quatro categorias: agressão a pessoas e animais, destruição de propriedade, fraude ou roubo ou grave violação a regras. Transtorno da Personalidade Borderline A característica essencial do transtorno da personalidade borderline é um padrão difuso de instabilidade das relações interpessoais, da autoimagem e de afetos e de impulsividade acentuada que surge no começo da vida adulta e está presente em vários contextos. Indivíduos com o transtorno da personalidade borderline tentam de tudo para evitar abandono real ou imaginado (Critério 1). A percepção de uma separação ou rejeição iminente ou a perda de estrutura externa podem levar a mudanças profundas na autoimagem, no afeto, na cognição e no comportamento. Esses indivíduos são muito sensíveis às circunstâncias ambientais. Vivenciam medos intensos de abandono e experimentam raiva inadequada mesmo diante de uma separação de curto prazo realística ou quando ocorrem mudanças inevitáveis de planos. Transtorno da Personalidade Histriônica A característica essencial do transtorno da personalidade histriônica é a emocionalidade excessiva e difusa e o comportamento de busca de atenção. Esse padrão surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos. Indivíduos com o transtorno da personalidade histriônica sentem-se desconfortáveis ou não valorizados quando não estão no centro das atenções (Critério 1). Normalmente cheios de vida e dramáticos, tendem a atrair atenção para si mesmos e podem inicialmente fazer novas amizades por seu entusiasmo, abertura aparente ou sedução. Essas qualidades se extinguem, todavia, à medida que esses indivíduos demandam continuadamente ser o centro das atenções. Eles comandam o papel 7 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! de “vida da festa”. Caso não sejam o centro das atenções, podem fazer algo dramático (p. ex., inventar histórias, criar uma cena) para atrair o foco da atenção para si. Transtorno da Personalidade Narcisista A característica essencial do transtorno da personalidade narcisista é um padrão difuso de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos. Indivíduos com o transtorno têm um sentimento grandioso da própria importância (Critério 1). Superestimam de forma rotineira suas capacidades e exageram suas conquistas, com frequência parecendo pretensiosos e arrogantes. Podem tranquilamente partir do pressuposto de que os outros atribuem o mesmo valor aos seus esforços e podem surpreender-se quando o elogio que esperam e o sentimento que sentem merecer não ocorrem. Comumente implícita nos juízos inflados das próprias conquistas está uma subestimação (desvalorização) das contribuições dos outros. Indivíduos com transtorno da personalidade narcisista estão frequentemente preocupados com fantasias de sucesso ilimitado, poder, brilho, beleza ou amor ideal (Critério 2). Podem pressupor que os outros estão totalmente preocupados com seu bem-estar. Tendem a discutir suas próprias preocupações de forma detalhada e prolongada, ao mesmo tempo que falham em reconhecer que os demais também têm sentimentos e necessidades. Com frequência são desdenhosos e impacientes com outros que falam sobre seus próprios problemas e preocupações. Grupo C Transtorno da Personalidade Evitativa A característica essencial do transtorno da personalidade evitativa é um padrão difuso de inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade a avaliação negativa que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos. Indivíduos com transtorno da personalidade evitativa esquivam-se de atividades no trabalho que envolvam contato interpessoal significativo devido a medo de crítica, desaprovação ou rejeição (Critério 1). Ofertas de promoções na vida profissional podem não ser aceitas pelo fato de novas responsabilidades poderem resultar em críticas de colegas. Esses indivíduos evitam fazer novos amigos, a menos que tenham certeza de que serão recebidos de forma positiva e aceitos sem críticas (Critério 2). Até que passem em testes rígidos que provem o contrário, às outras pessoas é atribuída uma natureza crítica e desaprovadora. Indivíduos com esse transtorno não participam de atividades em grupo, a não ser que tenham ofertas repetidas e generosas de apoio e atenção. Transtorno da Personalidade Dependente A característica essencial do transtorno da personalidade dependente é uma necessidade difusa e excessiva de ser cuidado que leva a comportamento de submissão e apego e a temores de separação. Esse padrão surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos. Os comportamentos de dependência e submissão formam-se com o intuito de conseguir cuidado e derivam de uma autopercepção denão ser capaz de funcionar adequadamente sem a ajuda de outros. Indivíduos com o transtorno da personalidade dependente apresentam grande dificuldade em tomar decisões cotidianas (p. ex., a cor de camisa a vestir ou levar ou não o guarda- chuva) sem uma quantidade excessiva de conselhos e reasseguramentos oferecidos por outros (Critério 1). Esses indivíduos tendem a ser passivos e a permitir que outros (frequentemente apenas uma pessoa) tomem a iniciativa e assumam a responsabilidade pela maior parte das principais áreas de suas vidas (Critério 2). Adultos com o transtorno costumam depender de pai ou 8 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! mãe ou cônjuge para decidir onde morar, o tipo de trabalho a realizar e os vizinhos com quem fazer amizade. Transtorno da Personalidade Obsessivo-compulsiva A característica essencial do transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva é uma preocupação com ordem, perfeccionismo e controle mental e interpessoal à custa de flexibilidade, abertura e eficiência. Esse padrão surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos. Indivíduos com transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva tentam manter uma sensação de controle por meio de atenção cuidadosa a regras, pequenos detalhes, procedimentos, listas, cronogramas ou forma a ponto de o objetivo principal da atividade ser perdido (Critério 1). São excessivamente cuidadosos e propensos à repetição, prestando extraordinária atenção aos detalhes e conferindo repetidas vezes na busca por possíveis erros. Esquecem o fato de que outras pessoas podem se incomodar muito com os atrasos e as inconveniências que resultam desse comportamento. Por exemplo, quando esses indivíduos esquecem onde colocaram uma lista de coisas a fazer, gastam tempo demais procurando a lista em vez de gastar alguns instantes refazendo-a de memória e passando à execução das tarefas. O tempo é mal alocado, e as tarefas mais importantes são deixadas por último. O perfeccionismo e os padrões elevados de desempenho autoimpostos causam disfunção e sofrimento significativo a esses indivíduos. Tratamento do TAB O tratamento do TAB sempre terá como base o lítio! Mas também pode incluir ácido valpróico, carbamazepina e lamotrigina. Os efeitos adversos do lítio podem incluir cefaleia, xerostomia, polidipsia, poliúria, polifagia, distúrbios GI (o lítio deve ser administrado com alimento), tremor fino nas mãos, tonturas, fadiga, reações dérmicas e sedação. Os efeitos adversos devidos a níveis plasmáticos mais elevados indicam toxicidade e incluem ataxia, fala enrolada, tremores grosseiros, confusão e convulsões. A função tiroidiana pode diminuir e deve ser monitorada. O que fazer para manejar o paciente em mania? Com exceção da clozapina, iloperidona, brexpiprazol e lurasidona, todos os agentes antipsicóticos atípicos têm indicações para a mania aguda e as doses são tituladas rapidamente até a dose máxima aprovada pela FDA ou próximo a ela nas primeiras 24 a 72 horas de tratamento. Os pacientes em mania podem precisar utilizar antipsicóticos durante muitos meses após a resolução dos sintomas psicóticos e maníacos – geralmente isso é realizado com combinação de um estabilizador de humor (lítio ou ácido valpróico). Clozapina e olanzapina são antipsicóticos aprovados para uso a longo prazo em manias refratárias – olanzapina pode causar sobrepeso. Quetiapina e lurasidona possuem eficácia como monoterapia para depressão bipolar. Lítio É realizado em pacientes com funções renal e cardíaca normais. É efetivo na mania aguda e pode ser administrado em dose de ataque em pacientes com função renal normal, utilizando três doses individuais de 10 mg/kg de uma preparação de liberação prolongada administrada a intervalos de 2 horas. Em seguida o tratamento pode ser continuado com carbonato de lítio. Não utilizar diuréticos tiazídicos junto com o lítio. O lítio pode causar tremor fino nas mãos, convulsões, falta de coordenação, ataxia, fala arrastada, fadiga mental, comprometimento cognitivo, poliúria, polidipsia, hiponatremia, hipotireoidismo, achatamento da onda T (ECG), dermatite, foliculite, vasculite. Os sintomas mais leves da toxicidade incluem náuseas, vômitos, dor 9 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! abdominal, diarreia, sedação e tremor fino. Os efeitos mais graves: confusão mental, hiperreflexia, tremor grosseiro, disartria, convulsões, déficits dos nervos cranianos. Ok, estou intoxicado(a) com lítio, o que fazer? NÃO HÁ ANTÍDOTO! Realizo medidas de suporte (ABCDE, intubar se necessário, realizar diálise em níveis de lítio >4, etc.). Os níveis normais de lítio devem permanecer entre 0,6 e 1,2 mEq/L. Níveis acima de 1,5 já são tóxicos! Por que o lítio pode causar hiponatremia? Por que o organismo interpreta o lítio junto com o sódio (ou seja, para nosso corpo, o lítio e o sódio são a mesma coisa, literalmente!), logo, quando os níveis de lítio aumentam com o uso da medicação, o corpo entende que aquilo é sódio e começa a eliminar o sódio na urina, nos deixando hiponatrêmicos! É necessário realizar monitoramento dos níveis séricos de lítio, compostos de ácido valpróico e carbamazepina, mas não deixar de tratar o paciente com os fármacos necessários por medo dos possíveis efeitos colaterais. Resumindo. . . 1° opção tratamento TAB? Lítio SEMPRE 2° opção tratamento TAB? Divalproato ou olanzapina Na mania? Divalproato, antipsicóticos atípicos + ISRS Por que ocorre a intoxicação? O paciente tomou muito lítio ou já entrou na desidratação pela excreção excessiva de sódio. OBS.: uso de lítio é a principal causa de diabetes insipidus droga dependente no mundo! Neuro: hiperreflexia + tremor +nistagmo + ataxia de marcha (+ reversíveis) Renal: principal causa de diabetes insipidus droga- induzida Cardio: achatamento de onda T (T é repolarização do ventrículo), prolongamento de QT e onda “U” Tireoide: inibe os hormônios tireoidianos (causa hipotireoidismo) LAVAGEM GÁSTRICA no paciente intoxicado com lítio? Só se for a <1 hora; dosas litemia de 6/6 h nesses caos; considerar hemodiálise Transtornos de personalidade Clusters (grupos): A: retraídos, estranhos e paranoicos (TOC) B: os maléficos, se autossabotam, automutilação (se vitimiza), ideação suicida, relacionamentos intensos seguidos de falta de prazer, comportamento impulsivo e arriscado O antissocial (psicopata): desrespeito às regras, enganação de outras pessoas, comportamento impulsivo, falta de remorso Histriônico: quer chamar a atenção, provoca para chamar a atenção, emoções superficiais, influenciável Narcisista: centro do mundo, fantasias de poder e sucesso, arrogância, aproveita-se dos outros C: ansiosos, medrosos 10 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! 11 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ Referências DSM V. WHALEN, Karen; FINKEL, Richard; PANAVELIL, Thomas A. Farmacologia Ilustrada. 6.ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. BRUNTON, Laurence L.; CHABNER, Bruce A.; KNOLLMANN, Bjorn C. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman & Gilman. 13. ed. São Paulo: AMGH, 2018.
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