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Processo de controle Lidiane Farias Costa Introdução Para manter as demandas das empresas organizadas precisamos utilizar o fator controle. Como sabemos, o desempenho das organizações depende dos membros que a compõem e da forma como cada um se comporta e executa seu papel em prol dos objetivos e metas definidos no plano estratégico. Desta forma, devemos entender o processo de controle como a atividade na qual informações sobre a execução dos processos internos são fornecidos à gestão. Nesta aula vamos estudar a funcionalidade deste processo, muito útil para o conhecimento administrativo. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • reconhecer a função de controle como um processo; • identificar as etapas do processo de controle. 1 O processo de controle Você sabe dizer qual é o objetivo do processo de controle? Preste atenção: a finalidade do processo de controle é acompanhar as demandas da organização e zelar para que sejam executa- das dentro das métricas, visando a obtenção de resultados especificados no planejamento. De acordo com Sobral e Peci (2012), o foco é verificar se as atividades estão sendo controla- das e se atingem os objetivos ou resultados desejados. A partir desta análise, o controle consiste, basicamente, em processos para guiar as demandas exercidas na organização, com mecanismos de interações entre as tarefas, além de uma avaliação sobre os conceitos pré-estabelecidos. O processo de controle apresenta quatro etapas, conforme Sobral e Peci (2012). Observe a seguir: • estabelecimento de objetivos ou padrões de desempenho; • avaliação ou mensuração do desempenho atual; • comparação do desempenho atual com os objetos ou padrões estabelecidos; • tomada de ação corretiva para corrigir possíveis desvios ou anormalidades. Estabelecer objetivos e padrões de desempenho Avaliar o desempenho atual Comparar o desempenho atual com os objetivos ou padrões Adotar a ação corretiva necessária Figura 1 - Etapas do processo de controle. Fonte: elaborada pelo autor, baseado em SOBRAL e PECI, 2012. Para entendermos melhor o processo de controle devemos ter conhecimento prévio dos objetivos ou padrões a serem alcançados ou mantidos dentro da organização. Ficou curioso? Vejamos a seguir. 1.1 Estabelecendo objetivos ou padrões Como vimos no início desta aula, as definições dos objetivos servem como pontos de refe- rência para o desempenho e a busca de resultados esperados pela organização, pelos departa- mentos da organização e até mesmo pelas demandas individuais. Figura 2 - Traçando os objetivos da organização. Fonte: Oxy_gen/Shutterstock.com Já a definição de padrões ocorre em um nível pré-estabelecido da atividade, criando um modelo que vai ser benéfico à avaliação do desempenho organizacional. De acordo com Sobral e Peci (2012), os padrões geram a utilização de níveis, referentes às realizações e desempenho, que pretendem tornar-se referências. FIQUE ATENTO! Padrões funcionam como métricas, pois determinam se a atividade efetuada den- tro da organização é feita de modo adequado e dentro das normas. No ramo da administração podemos identificar vários tipos de padrões, sendo, comumente, utilizados para prover a avaliação, além de controlar os diferentes recursos da organização. Per- ceba que os padrões definem o que devemos medir dentro da organização, seja em termos de quantidade, qualidade, tempo e custos, além de determinar quais são os instrumentos e práticas de medição apropriados a cada um. Confira, a seguir, os tipos de padrões e alguns exemplos. Tipos de padrões Aplicação na organização Quantidade Número de empregados Volume de produção Volume de vendas Porcentagem de rotação de estoque Giro financeiro Padrões de qualidade Padrões de qualidade de produção Qualidade do produto ou serviço Índice de manutenção das máquinas e equipamentos Atendimento ao cliente Tempo Tempo médio de permanência do funcionário na organização Tempo padrão da produção Tempo de processo de pedidos Ciclo financeiro ou operacional Custos Custo de estoque da matérias-primas Custo do processamento de cada pedido Custo de cada requisição de material Custos diretos e indiretos de produção Quadro 1 - Os tipos de padrões e sua aplicabilidade na organização. Fonte: elaborado pela autora, baseado em SOBRAL e PECI, 2012. 1.2 Avaliação do desempenho Após a definição de padrões e objetivos, chegamos na segunda etapa do processo por con- trole. Agora é a vez da atuação em proveito da avaliação de desempenho. Para isso, é imprescindí- vel avaliarmos o desempenho anterior. EXEMPLO Como exemplo de avaliação de desempenho temos: comparações de percentu- ais de vendas entre um período e outro, análise do balanço contábil da empresa, avaliação de tempo entre produção e venda, produtividade da equipe e índice de qualidade dos produtos. Sobral e Peci (2012) destacam que, durante o processo de controle, há dependência de infor- mações sobre o desempenho da organização, pois é por meio deste levantamento que o gestor tem a capacidade de avaliar se a organização está no caminho ideal para obter os resultados esta- belecidos, e se existem correções a serem feitas para que o propósito seja alcançado. As avaliações no âmbito financeiro são comuns e podem ser feitas, por exemplo, a partir de com- parações entre balanços. Note que, desta forma, é possível avaliarmos a saúde financeira da empresa. FIQUE ATENTO! As empresas devem atuar sempre reforçando o bom desempenho, e não, simples- mente, agir para tentar corrigir o mau desempenho. A seguir, vamos estudar mais uma etapa do processo de controle. Vale a pena prosseguir. 1.3 Comparação do desempenho atual com os objetos ou padrões estabelecidos Nesta etapa vamos comparar os desvios ou variações, conforme afirma Chiavenato (2014). Esta é uma fase considerada, por estudiosos e autores de área da administração, altamente vol- tada à interpretação e avaliação da organização. SAIBA MAIS! O livro “A Meta” (2016), de Eliyahu Goldratt e Jeff Cox, considerado um best-seller da administração e do controle organizacional, aborda técnicas para aumentar a produtividade. De acordo com Faria, (2006, p. 100), “mesmo possuindo acesso a dados de qualidade, pode- mos fracassar nos esforços de controle se não soubermos interpretá-los corretamente”. A partir desta análise, devemos considerar a complexidade do ambiente organizacional, que deve levar em conta ainda os indicadores de desempenho semelhantes ao longo do tempo. 1.4 Tomada de ação corretiva para corrigir possíveis desvios ou anormalidades De acordo com Chiavenato (2014, p. 208), “a ação corretiva visa fazer com que aquilo que é feito seja feito exatamente de acordo com o que se pretendia fazer”. Outros autores, como Sobral e Peci (2012) e Faria (2006), apresentam uma visão mais atual sobre esta ação. Eles acreditam que se trata de uma decisão imprescindível a ser escolhida, em casos onde há divergências entre os padrões utilizados pela organização e os resultados obtidos. EXEMPLO A busca por melhorias nos resultados, por meio da revisão dos padrões utilizados na organização ou da criação de novos padrões, são exemplos de tomada de ação corretiva para corrigir possíveis desvios ou anormalidade. Outros exemplos de to- mada de ação corretiva para corrigir possíveis desvios ou anormalidades são as reuniões de feedback, planejamentos em equipe e bonificações aos funcionários. A ideia central desta etapa está na melhoria contínua do processo de controle. Faria (2006, p. 101) afirma que “o objetivo da avaliação institucional é estimular a ação, mas não somente uma ação reativa”. Deste modo, podemos perceber que a utilização dos resultados e as comparações são ótimas recomendações para aumentar os estímulos e esforços das equipes. Figura 3 - Feedback como forma de ação corretiva Fonte: Pressmaster/Shuttesrstock.com Dentro da avaliação das organizações, esta etapa evidencia a necessidade das medidascor- retivas, que, apesar de muito esforço, está sujeita à existência de pontos deficientes e prejudiciais aos resultados do processo de controle e avaliação. SAIBA MAIS! O artigo “A importância do controle interno na avaliação das despesas públicas da Justiça Federal de Roraima” (2015) apresenta um estudo de caso sobre o processo de controle no setor público. Disponível em: <http://revista.ufrr.br/adminrr/article/ view/2647/1867>. Sobre a interpretação do desempenho verificado, quando há indicadores inadequados, Chia- venato (2014, p. 215) destaca: Para a implementação dos processos de avaliação o problema central tem sido de natu- reza teórico-metodológica. O que se questiona é a adequação ou inadequação dos indica- dores e instrumentos de avaliação aos objetivos e funções atribuídas à avaliação. Neste contexto, essa inadequação pode ser atribuída desde a um fraco conhecimento pelos ad- ministradores universitários e comissões de avaliação de como avaliar a efetividade de suas organizações, passando pela ausência de definição clara das intenções do processo, até a aderência a um único enfoque de avaliação, um método em busca de circunstâncias, antes que visando intenções desejáveis. É importante ter ciência de que a existência de problemas não deve se tornar uma barreira entre as demandas e um bom desempenho. FIQUE ATENTO! A implantação de uma rotina de avaliação é uma ferramenta de grande valor estra- tégico, que depende de uma mudança na cultura organizacional. Grave bem: o processo de controle e a avaliação organizacional devem ser utilizados para gerar contribuição efetiva, ou identificar possíveis colaborações existentes, além de propor a corre- ção e a melhoria contínua nos processos da organização. Fechamento Nesta unidade, você aprendeu sobre a função dos processos de controle. Você teve a opor- tunidade de: • estudar o conceito de processos de controle; • aprender sobre as etapas que compõem o processo de controle; • observar exemplos de aplicação deste processo e entender seus objetivos. Referências CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 6 ed. Rio de Janeiro: Manolle, 2014. FARIA, José Carlos. Administração - introdução ao estudo. 3 ed. São Paulo: Pioneira, 2006. GOLDRATT, Eliyahu; COX, Jeff. A Meta. São Paulo: Editora Nobel, 2016. MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolu- ção digital. 6 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2006. NASCIMENTO, Caio Felipe et al. A importância do controle interno na avaliação das despesas públicas da Justiça Federal de Roraima. 2015. Disponível em: < http://revista.ufrr.br/adminrr/ article/view/2647/1867>. Acesso em: 20 set 2016. SOBRAL, Filipe; PECI, Alketa. Fundamentos de administração. São Paulo: Pearson Brasil, 2012.
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