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INSTITUTO METROPOLITANO DE ENSINO SUPERIOR UNIÃO EDUCACIONAL DO VALE DO AÇO Brenda Anacleto de Miranda Leandra Covre Barbosa Maria Cecília Alcure Dias Scussulim Maria Luiza Dutra Sá COLANGIOCARCINOMA: revisão de literatura e relato de caso IPATINGA 2022 Brenda Anacleto de Miranda Leandra Covre Barbosa Maria Cecília Alcure Dias Scussulim Maria Luíza Dutra Sá COLANGIOCARCINOMA: revisão de literatura e relato de caso Trabalho de conclusão de curso apresentado a UNIVAÇO - União Educacional do Vale do Aço S.A, como requisito parcial à graduação no curso de Medicina. Orientador: Prof. Felippe Hauck Mansur Coorientadora: Profª Analina Furtado Valadão IPATINGA 2022 2 COLANGIOCARCINOMA: revisão de literatura com relato de caso Brenda Anacleto de Miranda1; Leandra Covre Barbosa1; Maria Cecília Alcure Dias Scussulim1; Maria Luiza Dutra Sá1; Analina Furtado Valadão2; Felippe Hauck Mansur3 1. Acadêmicos do curso de Medicina da UNIVAÇO – União Educacional do Vale do Aço, Ipatinga, Minas Gerais, Brasil. 2. Docente do curso de Medicina da UNIVAÇO – União Educacional do Vale do Aço, Ipatinga, Minas Gerais, Brasil. Coorientadora do TCC. 3. Docente do curso de Medicina da UNIVAÇO – União Educacional do Vale do Aço, Ipatinga, Minas Gerais, Brasil. Orientador do TCC. Resumo Introdução: Colangiocarcionoma (CCA) é um tumor heterogêneo originado das células epiteliais que revestem os ductos biliares, sendo classificado de acordo com a sua localização, como intra-hepático (iCCA), perihilar (pCCA) ou extra-hepático/distal (dCCA). Ele representa a segunda neoplasia hepática mais frequente, apesar de rara, instituindo 3% de todos os cânceres gastrointestinais. Objetivo: apresentar uma revisão de literatura com relato de caso de um paciente do interior de Minas Gerais, acometido por colangiocarcinoma. Relato do Caso: o caso clínico trata-se de um paciente do sexo masculino, de 63 anos, que procurou atendimento médico referindo pirose, náusea, emagrecimento e prurido, os quais se iniciaram em maio de 2017 e apresentaram piora com o decorrer do tempo. Foram realizados exames laboratoriais e de imagem, e o paciente foi submetido a tratamentos de suporte até se obter o diagnóstico da doença em dezembro daquele ano, dias antes do indivíduo vir a óbito. Conclusão: concluí-se que é imprescindível e de extrema importância que o diagnóstico de colangiocarcinoma seja feito precocemente, a fim de obter a possibilidade de realizar o tratamento adequado, e proporcionar ao paciente um melhor prognóstico e qualidade de vida. Palavras-chave: Colangiocarcinoma. Câncer de vias biliares. Neoplasia intra-hepática. Ductos biliares. Introdução Descrito pela primeira vez pelo médico francês Durand-Fardel em 1840, o colangiocarcionoma (CCA) é definido como um tumor heterogêneo, originado das células epiteliais que revestem os ductos biliares. Tal neoplasia pode ser classificada, de acordo com sua localização, em intra-hepática (iCCA), perihilar (pCCA) ou extra-hepática/distal (dCCA). Apesar de rara, o colangiocarcionoma representa a segunda neoplasia hepática mais frequente, instituindo 3% de todos os cânceres gastrointestinais (RODRIGUES et al., 2020). Ainda que pouco relatado, o colangiocarcinoma intra-hepático é o segundo tumor 3 maligno primitivo mais frequente no fígado, representando entre 5% a 20% dos casos, enquanto o perihilar representa de 50 a 70% de todos os colangiocarcinomas, sendo o mais comum (SOUSA et al., 2012; CONTRERAS et al., 2019). Segundo Gomes et al. (2018), histologicamente a neoplasia em questão é classificada como adenocarcinoma, e manifesta diversos graus de diferenciações e fenótipos. Condições como infecções parasitárias, colangite esclerosante primária, cistos do ducto biliar, hepatolitíase e algumas toxinas, são apontadas como fatores de risco para a patologia dissertada. Sob o mesmo ponto de vista, elementos como obesidade, alcoolismo, tabagismo, diabetes mellitus, mutações genéticas, cirrose hepática, doenças inflamatórias intestinais, infecções virais (hepatite B e C), entre outros; foram categorizados como fatores em potenciais para casos de colangiocarcinoma. De acordo com Moazzami et al. (2020), a apresentação clínica do CCA é frequentemente sutil e pode se manifestar sem quaisquer sinais ou sintomas evidentes. No geral, os pacientes apresentam icterícia, perda de peso, dor abdominal, vômito, perda de apetite e aumento de parâmetros relacionados à colestase em exames laboratoriais. Desse modo, o diagnóstico da doença ocorre através da combinação dos sintomas retratados, informações baseadas em exames de imagem e biópsia. Por geralmente ser diagnosticado tardiamente, o colangiocarcinoma evidencia um mau prognóstico, interferindo diretamente na eficácia dos tratamentos propostos. São condições de análise para a definição do prognóstico o estadiamento, o tamanho e o grau de diferenciação tumoral; as margens de ressecção; e as invasões perineural e angiolinfática. Reunidos, esses fatores determinam o estágio da doença, influenciando pontualmente na chance de cura pelo tratamento cirúrgico, compreendido como o mais eficaz para tumores localizados e ressecáveis, ainda que com frequentes recidivas da lesão posteriormente (GOMES et al., 2018). Outros tratamentos, abordados como paliativos, estão em estudo a fim de promover ao paciente um melhor prognóstico. Segundo Rizvi et al. (2018), as terapias locorregionais são uma abordagem de tratamento razoável para iCCA em estágio avançado, como a quimioembolização transarterial (TACE) e radioterapia (EBRT) em pacientes com o tumor localizado e irressecável, resultando em uma melhor sobrevida. Em casos de pCCA localizados e irressecáveis, o transplante de fígado após quimiorradiação neoadjuvante oferece os melhores resultados. No entanto, pacientes não passíveis de opções locorregionais e cirúrgicas, independentemente do subtipo de doença anatômica, atualmente se beneficiam da combinação de gencitabina e de cisplatina como quimioterapia 4 de primeira linha. Diante do exposto, o objetivo do trabalho é apresentar uma revisão de literatura com relato de caso de um paciente, do interior de Minas Gerais, acometido por colangiocarcinoma. Desse modo, visa-se compreender a fisiopatologia da doença, descrever a clínica do paciente, os exames diagnósticos solicitados e apontar as possíveis complicações do quadro. Método Pesquisa do tipo relato de caso e revisão da literatura pertinente ao assunto tratado. O Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE – Apêndice A) foi aplicado à esposa do paciente (já falecido), e foi orientada sobre as condições de participação no trabalho. A coleta de dados foi obtida através dos relatos dos familiares acerca dos atendimentos ambulatoriais do paciente, bem como análise de cópias dos exames complementares cedidos pelo participante. A revisão de literatura se baseou em achados bibliográficos encontrados em plataformas digitais com enfoque na área médica, como: SciELO, MEDLINE, PubMed e LILACS. A fundamentação da pesquisa baseou-se em publicações nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola, publicadas entre 2012 e 2021. Como critérios de inclusão, foram selecionados artigos por meio da leitura dos resumos, seguindo pela leitura completa dos textos, além de serem escolhidos somente os trabalhos publicados em periódicos classificados no critério Qualis acima de B4 ou com fator de impacto. Os artigos foram selecionados com o uso dos descritores: colangiocarcinoma, câncer das vias biliares, neoplasia e fígado. Relato do caso Paciente do sexo masculino, 63 anos, pardo, aposentado como motorista de ônibus, casado. Em maio de 2017 procurou atendimento médico na Unidadede Saúde de seu convênio em Ipatinga-MG, queixando-se de náusea e pirose. Os sintomas iniciaram de maneira súbita, apresentando piora após se alimentar e melhora ao fazer uso de água com bicarbonato e limão. Na ocasião, não manifestava outros sinais ou sintomas associados ao quadro. 5 Previamente diabético, hipertenso e cardiopata, fazia uso contínuo das seguintes medicações: metformina 850mg (0-1-0), propanolol 40mg (1-0-1), ácido acetilsalicílico 100mg (0-1-0) e sinvastatina 20mg (0-0-1). Referia histórico de IAM prévio aos 50 anos, quando foi realizada uma angioplastia para colocação de stent. Em sua história familiar havia relato de doenças cardiovasculares e em seu histórico social, negou tabagismo e informou ter sido alcoólatra por 10 anos. Porém com abstenção há mais de 20 anos. Relatou sono desregulado, com insônia inicial e de manutenção, sendo que dormia menos de 6h por noite. Sua alimentação não era balanceada e era sedentário. Na primeira consulta, o médico prescreveu ao paciente antieméticos e orientou retorno, caso houvesse piora ou persistência dos sintomas. Em junho de 2017 o paciente procurou a Unidade Básica de Saúde (UBS) de seu bairro queixando-se de náusea e prurido pelo corpo. Desde sua última consulta realizada em maio, o paciente havia apresentado melhora dos sintomas de náuseas e pirose somente nos primeiros dias com o uso do medicamento prescrito. Ademais, alegou início há três dias de prurido nas regiões das mãos, braços e hipocôndrios direito e esquerdo, sem fatores desencadeantes associados e sem fatores de melhora ou piora do quadro. Relatou ainda piora da insônia inicial e de manutenção. Nesta data, o médico prescreveu ao paciente antibiótico, anti-histamínico oral e solicitou polissonografia basal. Após um mês, em julho de 2017, retornou novamente à Unidade de Saúde para uma nova consulta, com um novo médico, queixando-se da persistência dos sintomas, sendo eles: náusea, principalmente após se alimentar, associada à sensação de plenitude pós prandial e pirose. Relatou melhora do prurido corporal, mas informou que notou emagrecimento de 8 kg desde sua última consulta em junho do mesmo ano. O resultado da polissonografia basal concluiu apneia obstrutiva do sono de grau moderado à custa de eventos obstrutivos. O médico então prescreveu ao paciente um antiácido e solicitou uma endoscopia digestiva alta com biópsia e teste de urease (pesquisa de H. Pylori). Desse modo, em agosto de 2017 apresentou os exames requeridos na última consulta, constatando gastrite enantematosa moderada do antro e duodenite erosiva moderada. Além disso, informou melhora discreta dos sintomas já citados com o tratamento proposto anteriormente, apresentando desânimo, avolia e insônia. Foram então prescritos ao paciente antidepressivos e mantido o uso do antiácido, além de ser solicitado retorno para reavaliação após adaptação ao novo tratamento. 6 Assim, o paciente obteve uma melhora considerável em seu quadro até o início do mês de setembro, quando então apresentou sinais de piora como náusea, pirose, plenitude pós-prandial, anorexia, icterícia, avolia e emagrecimento acentuado. Realizou novas consultas, sendo solicitados a ele exames diversos, com os seguintes resultados: EAS normal, EPF normal, glicemia de jejum 91mg/dl, ureia 19mg/dl, bilirrubina direta 4,5mg/dl, bilirrubina indireta 1,6mg/dl, bilirrubina total 6,1mg/dl, acido úrico 4,3mg/dl, TGP 89U/L, TGO 112U/L, creatinina 0,65 mg/dl, fosfatase alcalina 329U/L, GAMA GT 873U/L, HDLc 11mg/dl, LDLc 200 mg/dl, colesterol total 259mg/dl, VLDLc 48mg/dl, lípides total 990mg/dl, triglicerídeos 242mg/dl, hemograma plaquetopenia e presença de macro trombócitos, hemácias normocíticas e normocromicas, leucócitos sem alterações qualificativas, sódio 140mEq/l, ácido fólico 6,6ng/ml e vitamina D-25 67,8ng/ml. Sobre tal questão, é importante acrescentar, que também foram solicitados exames de imagem. A ultrassonografia de abdome superior apresentou sinais de hepatopatia parenquimatosa crônica; Vesícula biliar de aspecto contraída, com espessamento e aumento da ecogenicidade dos planos perivesiculares; Dilatação dos ductos biliares intra- hepáticos, notadamente no lobo esquerdo, inferindo etiologia obstrutiva a esclarecer; Esplenomegalia com milimétricos focos de calcificação residuais; Leve/moderada ascite com líquido nos espaços Peri-hepáticos, hepatorrenal e periesplênico; Hipermeteorismo intestinal reduzindo a sensibilidade do método. A tomografia de abdome total apresentou sinais de hepatopatia parenquimatosa crônica; moderada dilatação da via biliar intra- hepática notadamente do lobo esquerdo, de aspecto indeterminado ao método; Esplenomegalia homogênea; Sinais de hipertensão porta; Pequena/moderada quantidade de líquido livre distribuído pelos recessos abdominopélvicos; Ateromatose aorto-ilíaca; Formações nodulares calcificadas no hipogástrio. Após análise dos resultados dos exames realizados, o paciente foi diagnosticado com cirrose hepática, sendo prescrito a ele o tratamento com Furosemida 40mg, 1 comprimido pela manhã, Espironolactona 100mg, 1 comprimido pela manhã e Lactulona. No entanto, no final do mês de novembro, devido a persistência e piora dos sintomas, o paciente realizou uma consulta com um novo médico, no qual seus últimos exames foram novamente avaliados. Além disso, foi realizada uma HIDRO RM – COLANGIO RM com resultado de moderada ascite, moderada dilatação das vias biliares intra-hepáticas esquerda e direita, com interrupção abrupta ao nível da confluência dos ductos hepáticos principais, notando-se aparente espessamento tecidual do calibre da veia porta esquerda e aparente envolvimento da artéria hepática direita e esquerda. 7 Foi sugerida, então, a possibilidade de lesão infiltrativa de origem biliar (colangiocarcinoma hilar) dentre as hipóteses diagnósticas, correlacionando, imprescindivelmente, com o estado clínico, laboratorial (CA19. 9) e com eventuais exames de imagem prévios do paciente. Acresce que, foram também relatados aos exames de imagem: fígado com contorno irregular, com redução volumétrica de lobo esquerdo, sinais sugestivos de hipertensão portal e esplenomegalia. O enfermo foi então encaminhado ao cirurgião oncológico, o qual expôs não ser possível a realização da cirurgia curativa para tratamento da doença, devido ao estágio avançado que o doente se encontrava. Logo, foi solicitada nova avaliação do quadro quanto à indicação de drenagem da obstrução como tratamento paliativo, por meio de colocação de Stent nas vias biliares. Entretanto, a possibilidade foi descartada, já que o tumor estava em estágio avançado e o paciente bem debilitado. Foram recomendados à família cuidados paliativos sintomáticos domiciliares. Em dezembro de 2017 o paciente foi internado com quadro de hipotensão, bradicardia, bradipnéia, icterícia grave, irresponsivo, em estado geral grave, com extremidades frias e hipotônico, sendo devidamente tratado no hospital por 4 dias, e vindo a falecer devido à uma parada cardiorrespiratória. Revisão da literatura Ao discutir a mortalidade global por câncer, observou-se que 13% estavam relacionados a tumores de fígado e vesícula biliar. O colangiocarcinoma é o segundo tumor primário mais comum do fígado e é a causa de 15% a 20% dos tumores hepatobiliares primários (MOAZZAMI et al., 2020). O CCA é considerado um câncer raro (SAENGBOONMEE et al., 2018). Ao analisar as últimas décadas, é possível perceber o aumento de sua incidência e mortalidade. (RODRIGUES et al., 2021). A maior incidência de colangiocarcinoma é encontrada no sudeste da Ásia, enquanto sua menor incidência é na Austrália (SAENGBOONMEE et al., 2018). Porém, até o presente estudo, a razão para esse aumento dos casos ainda não foi totalmente compreendida (MOAZZAMI et al., 2020). Por ser um câncer com altos índicesde diagnóstico tardio, é geralmente encontrado, nos países ocidentais, em pacientes entre 50 e 65 anos (DOHERTY et al., 2017). Alguns estudos epidemiológicos, anteriores, evidenciaram que o sexo masculino tem uma prevalência de desenvolvimento maior (1,5 vezes) se comparado ao sexo feminino 8 (MOAZZAMI et al., 2020). Na maioria das vezes ele é encontrado em um estágio avançado no qual não é possível realizar a ressecção, fazendo com que o prognóstico seja extremamente ruim (DOHERTY et al., 2017). Os fatores de risco estão cada vez mais estabelecidos, se diferenciando entre os mais fortemente associados e os menos fortemente associados. Os primeiros são: a presença de cistos no colédoco, coledocolitíase, cirrose, doenças biliares crônicas, vírus da hepatite B ou C, parasitas de fígado (Opisthorchis viverrini e Clonorchis sinensis) e algumas toxinas, como: amianto, dioxinas e nitrosaminas. E os segundos, extremamente prevalentes, são: esteatose hepática, diabetes, utilização de tabaco, doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) e esteato-hepatite não alcoólica (EHNA) (RODRIGUES et al., 2021). FISIOPATOLOGIA Rodrigues et al. (2020), relatam que os colangiocarcinomas possuem alta heterogeneidade, podendo ser classificados de acordo com suas categorizações anatômicas, o padrão de crescimento do tumor e por meio da célula que os originam. Anatomicamente, o colangiocarcinoma intra-hepático se desenvolve em qualquer porção da árvore biliar intra-hepática, como nos ductos biliares segmentares até ramos menores. Já o colangiocarcinoma peri-hilar acomete os ductos hepáticos direito, esquerdo ou a junção destes. Por fim, o colangiocarcinoma distal afeta o ducto biliar comum. Tendo em vista o padrão de crescimento do tumor, o colangiocarcinoma intra- hepático pode ser classificado como formador de massa, infiltrativa periductal, de crescimento intraductal ou de padrões de crescimento mistos. Os formadores de massa são considerados os subtipos mais comuns dos colangiocarcinomas, e ocorrem geralmente após casos de hepatites virais, associadas ou não a cirroses, e originam-se de células progenitoras presentes nos canais de Hering ou de pequenos ductos biliares intra-hepáticos (RODRIGUES et al., 2020). Contrário a isso, Rodrigues et al. (2020), denotam que os infiltrantes periductais e os de crescimento intraductais envolvem exclusivamente grandes ductos biliares intra- hepáticos, sendo que os infiltrantes periductais se desenvolvem longitudinalmente ao longo da parede desses grandes ductos, e os de crescimento intraductais formam tumores poliplóides que crescem em direção ao lúmen do ducto. 9 Em relação aos colangiocarcinomas peri-hilares e distais, eles apresentam padrões de crescimento semelhantes a tumores esclerosantes nodulares planos ou mal definidos, ocasionando geralmente infiltração difusa em estruturas adjacentes, e menos comumente como tumores papilares intraductais (RODRIGUES et al., 2020). Histologicamente, os colangiocarcinomas intra-hepáticos são heterogêneos e considerados adenocarcinomas tubulares ou acinares, sendo classificados de acordo com o nível ou tamanho do ducto biliar afetado, por exemplo de células progenitoras, hepatócitos maduros ou ductos biliares intra-hepáticos. Convergente a isso, os peri-hilares e distais, são denominados adenocarcinomas que se originam de células mucinosas ou tumores papilares (SATO et al., 2020). Rodrigues et al. (2020), também descrevem que os subtipos de colangiocarcinomas possuem alta heterogeneidade intra e inter tumoral, obtendo assim, alta probabilidade de se originarem de diversos tipos de células, como: células-tronco, progenitoras hepáticas, linhagens de colangiócitos e hepatócitos em diferentes estágios de diferenciação. Acresce que, experimentos de rastreamento de linhagem genética evidenciaram que células hepáticas diferenciadas podem atuar originando células do colangiocarcinoma intra-hepático, modificando seu destino para uma linhagem biliar maligna. Em uma primeira análise, Rodrigues et al. (2020), relatam que mutações e rearranjos de genes foram identificados em estudos de sequenciamento de DNA total e direcionado dos tumores colangiocarcinogênicos. A perda ou inativação de alguns genes supressores de tumor podem ser a causa raiz da tumorogênese, como ocorre nos colangiocarcinomas intra-hepáticos com mutações genômicas na fusão de TP53, KRAS, IDH1/2 e BAP1, e nos colangiocarcinomas distais com disfunção nas fusões de PRKACA e PRKACB. Em relação à epigenética, elementos hereditários regulam a expressão gênica sem alterarem a sequência de nucleotídeos do DNA, como a metilação, modificação de histonas e RNAs não codificantes (RODRIGUES et al., 2020). No entanto, apesar da existência das alterações epigenéticas presentes na patogênese da doença, os elementos supracitados ainda são poucos estudados. Assim, uma compreensão mais profunda dessas modificações pode ocasionar um futuro promissor para melhor entendimento do colangiocarcinoma (JOOB; WIWANITKIT, 2020). 10 Em uma segunda análise, a inflamação crônica, fator de risco para câncer, também ocorre no colangiocarcinoma. Após uma lesão biliar prolongada, citocinas pró inflamatórias, fatores de crescimento e ácidos biliares tóxicos capacitam-se ao desencadeamento de respostas mutagênicas em colangiócitos normais, favorecendo mutações celulares e posterior proliferação descontrolada. Além disso, vias de sinalização distintas se desregulam, contribuindo para essa reprodução celular desenfreada, para a angiogênese, invasão do tumor e metástases (RODRIGUES et al., 2020). Acresce que, segundo Rodrigues et al. (2020), dentre as citocinas pró inflamatórias, como TNF-α, IL-6, fator transformador de crescimento β (TGF-β) e fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), ocorre a ação dessas de maneira autócrina ou parácrina. O óxido nítrico sintase induzível (iNOS) também é ativado por sinais inflamatórios em colangiócitos na presença de colangiocarcinoma, resultando em danos ao DNA e, especificamente, inibição das enzimas de reparo do ácido desoxirribonucleico, ambos a fim de beneficiar a tumorigênese. Ademais, a ativação de iNOS também possui a capacidade de indução da expressão do mediador inflamatório COX-2, fomentando a proliferação celular e ausência de apoptose. A IL-6, também fundamental em todo esse processo, se liga ao receptor GP130 e induz a ativação de JAK1/2, com consequente fosforilação e estimulação de STAT3, promovendo a transcrição de genes responsáveis pelo crescimento e proliferação das células cancerígenas. Além disso, o aumento de IL-6 no colangiocarcinoma inibe a inativação do ciclo celular, devido a ocorrência da hipermetilação de um inibidor clássico da sinalização dessa citocina pró inflamatória (RODRIGUES et al., 2020). Rodrigues et al. (2020), relatam, ainda, que concomitante às demais alterações inflamatórias presentes na fisiopatologia do colangiocarcinoma, tem-se a presença da ativação de vias de sinalização, como Notch, AKT, Wnt, Hippo / Yap e Ouriço (Hh), que usualmente já são estimuladas durante a embriogênese, porém tornam-se reestimuladas durante a lesão e reparo hepático que acontece no carcinoma estudado. Desse modo, a ativação desses fatores desencadeia uma série de eventos proteolíticos e promoção da transdiferenciação de hepatócitos em células semelhantes àqueles presentes no colangiocarcinoma. Ademais, a ativação do fator de crescimento tirosina quinase e das vias angiogênicas são eventos comuns durante a colangiocarcinogênese. A estimulação do fator de crescimento tirosina quinase associa-se à ocorrência de fenótipo mais maligno, estágio tardio, aumento de metástase e pior prognóstico do tumor relacionado às vias angiogênicas. 11 Nesses casos tem-se a presença de um ambiente vascular rico, favorecendo o desenvolvimento docolangiocarcinoma, além de desencadear a proliferação, sobrevivência e migração celular (GOMES et al., 2018). As células tronco tumorais também estão presentes na patogênese do colangiocarcinoma por meio da formação de uma subpopulação dentro do tumor, exibindo capacidade tumorigênica. Para mais, essas células também são conhecidas por serem responsáveis por parte da heterogeneidade do tumor, originando diversas linhagens celulares dentro dele, e também associadas a metástases e à quimiorresistência. Acresce que, o fato de serem designadas células-tronco não significa necessariamente que elas sejam o tipo de célula da qual se originou o câncer, de modo que podem representar uma célula somática qualquer, que possua características indiferenciadas (RODRIGUES et al., 2020). Em última análise, Rodrigues et al. (2020), consideram importante na fisiopatogênese do colangiocarcinoma o microambiente tumoral, composto por componentes extracelulares, incluindo a matriz celular do tumor, células do sistema imunológico infiltrado, células endoteliais e fibroblastos associados ao câncer (CAFs), os quais suportam e promovem a progressão tumoral. No caso de células do sistema imunológico infiltrado, aquelas pertencentes às imunes inatas incluem, principalmente, macrófagos, neutrófilos e células assassinas naturais (NK), as quais são caracterizadas como anti-inflamatórias e imunossupressoras e, portanto, contribuem para a progressão do tumor. Já as células imunológicas pertencentes ao sistema imunológico adaptativo, incluindo linfócitos B, linfócitos T citotóxicos CD8 +, linfocitos T auxiliares CD4 + secretores de citocinas e caixa Forkhead P3 (FoxP3) + Tregs, estão relacionados a um pior prognóstico, quando encontrados em baixa quantidade. Dessa forma sugere que os tumores desenvolvem gradualmente a capacidade de sobreviverem ao ataque de células imunológicas (RODRIGUES et al., 2020). Por fim, os CAFs caracterizam-se pela habilidade de serem resistentes à quimioterapia, sendo capazes de expressar várias metaloproteases de matriz celular (MMPs), como MMP1, MMP2, MMP3 e MMP9, fomentando a um fenótipo associado a tumores colangiocarcinogenicos mais agressivos, e pela dinâmica de se comunicar com diferentes tipos de células presentes no microambiente tumoral. Acresce que os CAFs também podem estimular o crescimento do colangiocarcinoma por meio de sinais morfogenéticos célula-célula de curto ou direto alcance, além de que as células do câncer 12 podem também induzir o recrutamento e a ativação dos fibroblastos ou de células precursoras de miofibroblastos (RODRIGUES et al., 2020). DIAGNÓSTICO Primeiramente, sabe-se que o colangiocarcinoma é um adenocarcinoma biliar de incidência baixa e na maioria das vezes com um prognóstico ruim. Ele se classifica de acordo subtipos anatômicos ou conforme padrão de crescimento, sendo eles: colangiocarcinoma intra-hepático (iCCA), colangiocarcinoma perihilar (pCCA) e colangiocarcinoma distal (dCCA) (DOERTY et al., 2019). Em relação ao diagnóstico, ele é realizado em estágios avançados por muitas vezes, devido aos sintomas inespecíficos que são apresentados, a exemplo da dor abdominal, da perda de peso e do mal-estar, que estiveram também presentes no quadro do paciente em análise (PALMER et al., 2017). Isso ocorre quando não são quadros assintomáticos e descobertos incidentalmente em exames de rotina, pois somente com um conjunto de técnicas clínicas e bioquímicas além de métodos de imagens radiológicas e histológicas é possível uma confirmação diagnóstica efetiva. Desse modo, os meios de imagem utilizados são a tomografia computadorizada (TC), o ultrassom (US), a ressonância magnética (RM), além dos exames mais específicos, como a colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM), a tomografia por emissão de pósitrons (PET), a colangiografia percutânea transhepática (CPT) e a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) ou ultrassom endoscópico (EUS), sendo que entre eles cada um tem suas peculiaridades e vantagens para melhor análise dos danos causados pelo colangiocarcinoma. Além disso, esses são métodos eficazes com finalidade de demonstrar o tratamento mais eficiente de acordo com o caso de cada paciente (MACIAS et al., 2019). No entanto, uma das dificuldades desse processo diagnóstico é a determinação exata da localização do carcinoma, por exemplo, o US. Nesse sentido, destaca-se que principalmente com uso de contraste, mostra-se muitas vezes inconclusivo na diferenciação do intra-hepático e do hepatocelular, já que em aproximadamente metade dos casos do tipo intra-hepático são observados um anel periférico em fase arterial. Já na TC, geralmente solicitada, a de abdômen e pelve, identifica-se massas hipodensas que apresentam margens irregulares. Na diferenciação, o colangiocarcinoma intra-hepático possui uma borda periférica realçada na fase arterial e seguida de uma hiperatenuação progressiva na 13 fase venosa retardada. (DOERTY et al., 2017). Por outro lado, o hepatocelular possui como característica um rápido realce na fase arterial e um embranquecimento na fase venosa retardada. A tomografia por emissão de pósitrons com fluorodeoxiglicose, apesar do elevado custo, ajuda na diferenciação do colangiocarcinoma e outras neoplasias hepáticas, além de auxiliar na identificação dos subtipos colangiocarcinogênicos, devido a sua alta captação de glicose do epitélio do ducto biliar, reconhecendo também metástases com longa distância, além de alto poder de detecção de lesões causadas por elas (DOERTY et al., 2017). Segundo Zhang et al. (2015), na ressonância magnética os colangiocarcinomas se apresentam de forma hipointensas em T1 e heterogeneamente hiperintensas em imagens que são ponderadas em T2. Entretanto, se for associada com a colangioressonância magnética, possibilita-se uma melhor visualização do sistema ductal, o que facilita a determinação da extensão do tumor e dessa forma uma avaliação da melhor abordagem cirúrgica (DOERTY et al., 2017). As colangiografias, por uma via são consideradas padrão ouro para avaliação de extensão ductal. Contudo, são muito invasivas, operadores dependentes e congruentes a complicações durante o procedimento, como uma perfuração duodenal, um vazamento do líquido biliar, a colangite, a pancreatite e o sangramento. Em imagem, nota-se uma visualização direta do sistema biliar, o que permite uma melhor diferenciação de estenoses biliares pouco claras. A CPRE e a CPT, na maioria dos casos, são utilizadas como vias de diagnóstico e de tratamento, já que a amostra de tecido histológica e/ou citológica de seus resultados pode ser fornecida por uma biópsia intraductal, uma lavagem ou escovação (SHU CMYJ, 2020). Por outra via, temos os testes laboratoriais, que são imprescindíveis, já que como um dos maiores agravantes do colangiocarcinoma tem-se as metástases. Dessa forma, em diagnósticos de doenças hepatobiliares é necessário avaliar os níveis de gama-glutamil a transpeptidase e a 5'-nucleotidase, que poderão estar elevadas. Existem também marcadores tumorais que devem ser ponderados em caso de suspeita, mesmo que não específicos apenas para essa patologia, como o antígeno carcinoembrionário (CEA), o antígeno de carboidrato 19-9 (CA 19-9) e a alfafetoproteína (AFP) (ZHANG et al., 2015). É importante salientar que a regulação positiva desses marcadores está correlacionada a sintomatologia do paciente, e podem indicar o sucesso ou não do tratamento e a recorrência da doença, que pode acontecer até mesmo após ressecção cirúrgica (SAENGBOONMEE et al., 2018). 14 A histologia é mandatória para estabelecimento do diagnóstico, porém não é em todos os casos que se consegue realizar essa análise, já que o risco de disseminação peritoneal é grande (MACIAS et al., 2019). Porém, percebe-se que o colangiocarcinoma intra-hepáticose apresenta com inúmeras semelhanças com os tumores primários metastáticos de origem não hepática, o que faz com que a distinção seja difícil. Assim, a melhor forma histológica de auxílio diagnóstico é combinada entre a citologia clássica e a hibridização fluorescente in situ (FISH), sendo essa por meio de descobertas de anormalidades cromossômicas específicas, a qual se dá por meio de sondas de DNA que estão marcadas com fluorescência (DOERTY et al., 2017). Visto isso, é conclusivo que todas essas modalidades diagnósticas, ajudam no prognóstico e no tratamento da doença. Todavia, somente o diagnóstico do tecido do local acometido e a ressecção cirúrgica com dissecção dos linfonodos trarão com precisão o real estado da doença e o estabelecimento de um prognóstico verídico (DOERTY et al., 2017). TRATAMENTO Devido ao diagnóstico tardio, os pacientes geralmente apresentam estágios avançados da doença, com prognóstico ruim. Dessa maneira, na grande maioria dos casos a cirurgia é o único tratamento curativo. Ainda assim, é comum a recorrência do câncer mesmo após a ressecção tumoral. Classificações como as de Bismuth-Corlette, Memorial Sloan-Kettering Câncer Center, Sistema de Estadiamento de Tumor nodo-metástase e do Grupo Internacional de Colangiocarcinoma auxiliam na escolha das intervenções curativas, considerando o estadiamento do câncer, as vantagens e as desvantagens de cada qualificação; além de serem utilizadas para determinar o prognóstico (BLECHACZ, 2017; FENG et al., 2019). O sistema de classificação mais utilizado é o de Bismuth-Corlette, o qual deve se levar em consideração a localização do tumor e sua extensão de infiltração ductal. Além disso, por meio dele é realizado um estadiamento pré-operatório de pacientes, através de técnicas invasivas ou não invasivas, orientando o planejamento cirúrgico para os doentes com suspeita de doença ressecável (PASSERI et al., 2020; WANG et al., 2020). Assim, os pacientes são classificados em quatro categorias: estágio I, limitado ao ducto hepático comum abaixo da confluência; estágio II, o qual envolve a confluência, mas é limitado proximalmente aos ductos direito e/ou esquerdo de primeira ordem; estágio IIIa, que se estende até ou além dos radicais biliares de segunda ordem à direita; estágio IIIb, o 15 qual se prolonga até ou além dos radicais biliares de segunda ordem à esquerda; e estágio IV que acomete ambos os ductos hepáticos, direito e esquerdo (Figura 1). No entanto, o Sistema de Bismuth-Corlette possui como desvantagem a ausência de parâmetros de metástase de linfonodos, revestimento vascular e atrofia do fígado (PASSERI et al., 2020; WANG et al., 2020). FIGURA 1 - Sistema de estadiamento Bismuth-Corlette para colangiocarcinoma hilar com base na extensão proximal do tumor. Fonte: Medicina, 2020, v. 56, e. 3. O Sistema de Estadiamento Memorial Sloan-Kettering Cancer Center baseia-se na abrangência do ducto biliar, veia porta, atrofia lobar e na localização do tumor, conseguindo assim, prever o prognóstico do caso. Sua desvantagem é não determinar metástases. O Sistema de Estadiamento de tumores-nodo-metástase considera a localização do tumor primário, além de metástases linfonodais e a distância. É utilizado geralmente em pós- operatório para determinar o prognóstico. Já o novo estadiamento do Grupo Internacional de Colangiocarcinoma classifica o prognóstico de acordo com a extensão do tumor, além do envolvimento da artéria hepática, veia porta e linfonodos, metástases à distância e volume hepático após a ressecção (FENG et al., 2019). Dessa maneira, baseando-se em cada subtipo observa-se as seguintes opções terapêuticas: 16 Colangiocarcinoma hilar e intra-hepático ressecável A primeira linha de tratamento para os tipos de colangiocarcinoma proximal e periférico é a ressecção cirúrgica, preservando adequadamente o fígado restante funcionante (SAPISOCHIN et al., 2020). 1. Drenagem biliar e embolização da veia porta antes da ressecção Segundo Feng et al. (2019) e Sapisochin et al. (2020) a obstrução biliar está associada à disfunção hepática, colangite, insuficiência hepática, regeneração pós- operatória prejudicada e aumento do risco de mortalidade pós-operatória. Dessa maneira, a drenagem biliar pré-operatória (DBP) e a embolização da veia porta são indicadas, visto que reduzem a morbimortalidade pós-ressecção cirúrgica. A DBP é indicada para pacientes com desnutrição, hipoalbuminemia, suspeita de colangite, icterícia de longo prazo, terapia antineoplásica pré-operatória planejada, fígado remanescente menor que 30% e casos de hepatectomias importantes, pois este procedimento reduz a icterícia pós-operatória, além de reduzir riscos de complicações (como hemorragias, fístulas biliares, sepse e insuficiência hepática) e melhorar a regeneração do fígado após a cirurgia (FENG et al., 2019; SAPISOCHIN et al., 2020).. Em pacientes nos quais o volume remanescente do fígado será menor que o limite crítico de 25% a 30%, ipsilateral, a oclusão da veia porta é indicada para aumentar a hipertrofia hepática, reduzir o risco de insuficiência hepática pós-ressecção e óbito. A oclusão da veia porta ipsilateral pode ser corrigida por embolização percutânea via radiologia intervencionista ou ligadura cirúrgica (FENG et al., 2019; SAPISOCHIN et al., 2020). 2. Ressecção cirúrgica Segundo Sapisochin et al. (2020) esse tipo de tratamento é indicado para pacientes com tumor exclusivamente em fígado e ducto biliar que pode ser ressecado completamente. A ressecção R0 apresentou sobrevida sem recorrência tumoral em um percentual que varia de 11% e 34% dos casos em colangiocarcinoma hilar e cerca de 10% a 31% nos intra- hepáticos. Pacientes com colangiocarcinoma hilar necessitam de ressecção do ducto com hepatectomia parcial, ressecção do lobo caudado, como também ressecção vascular 17 seletiva em bloco (SAPISOCHIN et al., 2020). Contudo, casos de colangiocarcinoma intra-hepático necessitam de hepatectomia parcial estendida. O procedimento é contraindicado em iCCA com envolvimento bilobar difuso (lesões satélites), carcinomatose peritoneal, metástases distantes, doença hepática subjacente (como fibrose avançada, cirrose), fígado remanescente futuro menor que 20% a 30% com nenhuma ou resposta insatisfatória à oclusão da veia porta e comorbidades graves (SAPISOCHIN et al., 2020). Da mesma maneira, é contraindicado em dCCA se houver extensão bilateral do tumor envolvendo radículas biliares secundárias esquerda e direita, envolvimento unilobar com revestimento da veia porta contralateral ou artéria hepática, envolvimento vascular bilateral, metástases distantes, doença hepática subjacente, fígado remanescente futuro menor que 20% a 30% com nenhuma ou resposta insatisfatória à oclusão da veia porta ou comorbidades graves (SAPISOCHIN et al., 2020). 3. Linfadenectomia com ressecção cirúrgica A incidência de metástases linfonodais aumenta com a profundidade da invasão do tumor primário e representa um preditor de menor sobrevida. Representa de 30% a 50% dos casos, podendo esta estimativa ser maior devido à incapacidade de detectar micrometástases em exames patológicos de rotina. Linfonodos pericolédocais são os locais mais comuns, categorizando 42,7% dos casos. Da mesma forma, a principal via metastática linfática é ao redor da veia paraportal, artéria hepática comum, cabeça do pâncreas, e então para o linfonodo para aórtico. Recomenda-se, então, que a linfadenectomia inclua a ressecção de linfonodos ao redor do ligamento hepatoduodenal, artéria hepática comum e cabeça pancreática posterior (FENG et al., 2019; SAPISOCHIN et al., 2020). 4. Terapia neoadjuvante em combinação com ressecção cirúrgica A cirurgia de ressecçãotumoral associada à quimioterapia neoadjuvante não apresenta benefícios explícitos de sobrevida global, devido à preocupação com o aumento risco de complicações biliares ou vasculares pós-operatórias. Entretanto, a combinação de cisplatina e gencitabina expôs uma taxa de sobrevida de 11,7 meses à adição de toxicidade substancial em pacientes com câncer biliar avançado (SAPISOCHIN et al., 2020). 18 Colangiocarcinoma hilar e intra-hepático irressecáveis Estudos recentes demonstraram alterações significativas acerca de terapias neoadjuvantes no estadiamento de HCCA e ICCA, localmente avançados para melhorar a sobrevida do paciente em 80%, sem recorrência tumoral. Para serem realizadas são necessários critérios para o protocolo de tratamento de CCA irressecável: tumor menor que 3,5 cm se hilar, menor que 8 cm se intra-hepático e ausência de metástase distante (SAPISOCHIN et al., 2020). Colangiocarcinoma hilar O procedimento mais indicado para pacientes com câncer irressecável é a quimioradioterapia neoadjuvante seguida de transplante hepático ortotópico. Para realizá- lo é necessário apresentar aparência maligna, estenose e um ou mais dos seguintes critérios: citologia positiva, teste de hibridização in situ de fluorescência positiva (FISH), elevado Ca19-9>100 na ausência de colangite e/ou massa observada em imagem de corte transversal. Os pacientes com metástases à distância, biópsia transperitoneal positiva ou que tiveram exploração anterior para ressecção com violação do plano do tumor não podem realizar quimioterapia (SAPISOCHIN et al., 2020). Colangiocarcinoma distal Devido à sua localização e natureza agressiva, os pacientes frequentemente apresentam doença localmente avançada ou metastática, e as opções de tratamento eficazes tornam-se limitadas. Para pacientes com doença ressecável, a cirurgia é a única chance de cura, por meio da duodenopancreatectomia, a qual retira da cabeça pancreática, associada à linfadenectomia regional (LUCCHESE et al., 2018). Segundo Lee et al. (2019), após o tratamento cirúrgico que ocorre na doença ressecável, o uso de tratamentos adjuvantes permanece sob investigação. Porém, análises retrospectivas observaram melhores resultados com o uso de quimiorradiação e estudos publicados recentemente foram capazes de evidenciar que a quimioterapia com capecitabina possui benefício de sobrevida global no cenário adjuvante. 19 Terapias não cirúrgicas A terapia binária com gencitabina e cisplatina vem apresentando sobrevida de 6 meses em pacientes com câncer. Além disso, tratamentos loco-regionais como ablação por radiofrequência, quimio transarterial embolização (TACE), bead-TACE com eluição de fármaco, intra-seletivo radioterapia arterial com microesferas 90 Y ou feixe externo terapia de radiação também são vistas como opções, sugerindo um benefício em relação à progressão e sobrevivência do tumor. Ademais, resultados de implante de stent com terapia fotodinâmica (PDT) indicaram benefícios quanto à sobrevivência, drenagem biliar e qualidade de vida. Da mesma forma, a drenagem do parênquima hepático pode melhorar a sobrevida do paciente com CCA irressecável e colestase (BLECHACZ, 2017). Discussão Como retratado inicialmente, o paciente em questão é um homem, de 63 anos, o qual vinha apresentando sintomas inespecíficos, como náusea e pirose. Assim como descrito por Doherty et al. (2017) e Moazzami et al. (2020), esse corresponde ao quadro clínico inicialmente característico dos pacientes diagnosticados com colangiocarcinoma, como também seu sexo e faixa etária (50 a 65 anos) mais prevalentes. Ademais, o enfermo também era diabético, comorbidade essa que é fator de risco para a patologia em questão (RODRIGUES et al., 2017). Tendo isso em vista tais circunstâncias, no primeiro contato médico o doente foi tratado por meio de sintomáticos, já que não houve sinais ou sintomas de gravidade a princípio. Contudo, com a persistência e piora progressiva das manifestações clínicas, foram solicitados a ele os primeiros exames laboratoriais e de imagem para direcionar o tratamento adequado ao quadro, exemplificando o que foi relatado por Palmer et al. (2017). Os exames apresentaram alterações sugestivas de lesão hepática, inicialmente evidenciando uma patologia correlacionada ao histórico social de etilismo crônico do paciente (cirrose hepática). No entanto, por não haver melhora dos sintomas, foi então solicitada uma colangiorresonância, a qual é considerada padrão ouro para realizar o diagnóstico de colangiocarcinoma. Esse exame permite uma boa visualização dos ductos biliares, determinando com maior precisão a existência e também a extensão de uma possível lesão, o que permitiria uma intervenção precoce. Logo, um prognóstico mais favorável poderia ser obtido, assim como foi descrito por Shu Cmyj (2020). 20 Apesar da indicação de ressecção cirúrgica para tumores intra-hepáticos método curativo segundo Blechacz (2017), o tratamento foi contraindicado, devido à doença avançada do paciente, suas patologias de base e alterações laboratoriais (plaquetopenia, presença de macro trombócitos, tempo de protrombina reduzido), não obtendo perspectiva de tratamento curativo. Dessa maneira, assim como foi relatado por Doerty et al. (2017), a solicitação de uma colangioressonância magnética poderia ser eficaz para a determinação da extensão do tumor e auxílio na abordagem cirúrgica. Contudo, assim como evidenciado por Moazzami et al. (2020), 13% das mortes gerais relacionadas ao câncer são em decorrência de cânceres de fígado ou vesícula, estando o colangiocarcinoma incluído nesta porcentagem. Isso se dá, em sua grande maioria, devido ao seu diagnóstico tardio, ao passo que o paciente já se encontrava debilitado, em estágio avançado da doença, sendo contraindicada a ressecção cirúrgica curativa, refletindo em um mau prognóstico para o doente (DOERTY et al., 2017). Acresce que, no caso retratado foi avaliada a possibilidade da realização de outros tipos de tratamento para o paciente, como as terapias não cirúrgicas, descritas por Blechacz (2017), como drenagem da obstrução com colocação de Stent nas vias biliares. Entretanto, o tratamento paliativo também foi descartado, tendo em vista o estágio avançado em que o paciente se encontrava com a doença. Em contrapartida, a utilização da terapia binária com gencitabina e cisplatina, também relatadas por Blechacz (2017), poderia ter sido avaliada especialmente no caso do paciente em questão, a fim de prolongar sua expectativa de vida em alguns meses. No entanto, semanas após o diagnóstico da doença e dias após a realização do tratamento curativo o paciente veio a óbito, o que leva à interrogação se o método não cirúrgico, citado em última análise, teria aumentado a sobrevida do doente e melhorado seu prognóstico. Conclusão Conclui-se que o colangiocarcinoma é uma neoplasia rara que afeta as vias biliares, porém não apresenta sinais e sintomas específicos em fase inicial. Sendo assim, devido ao seu diagnóstico ser feito tardiamente, o número de óbitos em relação a essa patologia se mantém elevado, pois no momento da descoberta o paciente geralmente já se encontra em estágio avançado da doença, sem indicação de tratamento cirúrgico curativo ou muitas vezes até do tratamento cirúrgico paliativo, assim como ocorreu no caso descrito. 21 Destaca-se ainda a importância dos exames laboratoriais e de imagem para o reconhecimento e o estadiamento da neoplasia o quanto antes. Tal medida tem a função de selecionar as melhores possibilidades terapêuticas a serem realizadas e aumentar a chance de sobrevivência do paciente. Diante disso, torna-se evidente que é imprescindível que os sinais e os sintomas precoces do colangiocarcinoma sejam reconhecidos pela comunidade médica como uma questão importante na saúde da população.Essa ação tem a finalidade de detectar a doença em fase inicial e de alterar o desfecho da doença, propiciando uma vida mais longeva e com melhor qualidade de vida ao doente. 22 Agradecimentos Agradecemos a Deus pela vida e pelas oportunidades que nos concedeu. Agradecemos aos nossos pais e familiares por todo o esforço e a dedicação investidos em nossa educação. Somos imensamente gratas pela confiança depositada em nós e em nossa proposta pelo professor Felippe Hauck Mansur, orientador do nosso trabalho. Obrigado por nos manter motivadas, durante todo o processo, e obrigado pela maestria ao conduzir este projeto. Também gostaríamos de agradecer à professora Analina Furtado Valadão pelo apoio e orientações prestadas a este trabalho. Sem dúvida sua experiência o tornou ainda mais completo. Por último, queremos agradecer também ao IMES e a todo o seu corpo docente pelo suporte e pela excelência da capacidade teórica de cada um. 23 CHOLANGIOCARCINOMA: literature review with case report Abstract Introduction: Cholangiocarcinoma (CCA) is a heterogeneous tumor originating from the epithelial cells that line the bile ducts, depending on their location, such as intrahepatic (iCCA), perihilar (pCCA) or extrahepatic/distal (dCCA). It represents the second most frequent hepatic neoplasm, despite being rare, instituting 3% of all gastrointestinal cancers. Objective: to present a literature review with a case report of a patient from the interior of Minas Gerais, affected by Cholangiocarcinoma. Clinical case: the clinical case addresses the report of a male patient, who resorted to medical treatment, 63 years old, who resorted to treatment referring to heartburn, weight loss and worse, which separated in May 2017 and showed with the course of time. Imaging tests were performed, and the patient was obtained until the diagnosis of the disease in December of that year, days before the individual came to a patient. Conclusion: that it is fundamental and extremely important that the diagnosis is made early, the possibility of performing the appropriate treatment, and will provide the patient with a prerequisite and quality of life. Keywords: Cholangiocarcinoma. Bile duct cancer. Intrahepatic neoplasm. Bile ducts. 24 Referências BAHRA, Marcus. Operative Therapie distaler Cholangiokarzinome. Springer Medizin Verlag GmbH, v. 92, p. 788-795, 2021. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s00104-021-01453-2. Acesso em: 21 fev. 2022. BLECHACZ, Boris. 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