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Atuação do Psicólogo nos Caps

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CAPS - História, Política e Atuação do Psicólogo
Compartilhar um pouco sobre os caps os centros de atenção psicossocial, trazendo um pouco do contexto histórico das políticas públicas e também da atuação do profissional de Psicologia nos Caps, embasado através de uma cartilha do CREPOP, sobre as referências técnicas para atuação do psicólogo no Caps.
 vamos falar um pouco sobre o contexto histórico, a situação crítica no enfretamento de saúde da população impôs a necessidade de mudanças e desencadeou a partir do 
· final da década de 70 o processo a qual ficou conhecido como reforma sanitária, que culminou com a construção do Sistema Único de Saúde, garantido assim pela constituição federal de 1988.
No campo da saúde pública a saúde mental é o lócus da Reforma Psiquiátrica, entretanto, há entre, saúde mental e reforma psiquiátrica diferenças significativas
· enquanto a reforma psiquiátrica, refere-se a um processo político de transformação, da assistência pública ofertada aos portadores de Sofrimento mental
· A saúde mental, abrange com relação a diferenças estratégicas que visam 
a produção de algum modo de inclusão e questões subjetivas, na produção de bem-estar e de saúde, alcançando a diferentes sujeitos e situações.
como por exemplo: 
atividades voltadas para o empoderamento de Mulheres, vítimas do processo de exclusão ou violência em relação à saúde mental, 
existiam algumas instituições do tipo abrigos que eram gerenciados pela igreja católica e que abrigavam o chamado os Loucos muito embora em grande parte essas pessoas eram assimiladas e toleradas nas relações sociais cotidianas.
 em 1852 ainda no Brasil Imperial foi criado pelo Estado o primeiro Hospital Psiquiátrico no Rio de Janeiro, o Hospital Dom Pedro II, no século XIX a loucura passou a ser domínio da Medicina e ser reconhecida como conhecimento mental, dessa forma surgiu o Manicômio ou os hospitais psiquiátricos, designado templo da loucura, mas sobretudo, da ciência e graças a ele, a psiquiatria criou o corpo enquanto especialidade, o Manicômio local onde a loucura deve ser desvelar para o conhecimento médico, representa a própria possibilidade da existência da psiquiatria.
 o período da República, ficou marcado durante as suas cinco fases quando se trata sobre reforma psiquiátrica; 
na primeira fase da República de 1889 a 1930 a saúde teve como característica principal, o caráter filantrópico e emergencial a saúde pública é tratada como área específica e seus recursos destinados à assistência médica hospitalar e ações coletivas de controle de epidemias,
 já na segunda fase da República de 1930 a 1945 do ponto de vista da assistência psiquiátrica é promulgada, em 1934 a segunda lei federal de a assistência aos doentes mentais, que dispõe sobre a profilaxia mental a assistência e a proteção à pessoa do Psicopatas e a fiscalização dos serviços psiquiátricos a internação psiquiátrica é reforçada com o principal meio de tratamento assim como o poder do psiquiatra na direção do serviço.
· terceira fase da República destaca-se a Constituição de 1946, a partir dela a união faz 
· a organização da defesa permanente contra as grandes endemias, 
· começa a legislar sobre seguro 
· e Previdência Social, 
· promove a defesa e proteção da saúde
· legisla sobre o exercício das profissões,
· assegura a autonomia dos municípios quanto a organização de alguns serviços públicos locais, sem especificar os serviços de saúde e determina a assistência obrigatória
· a maternidade
· a infância 
· e adolescência.
· na quarta fase republicana o país esteve sobre o regime de ditadura militar e as possibilidades de avanços para o setor de saúde obtidos no período anterior, sofrem um recuo significativo, as políticas refletidas nas legislações sobre a saúde públicas tem caráter discriminatória de natureza vaga e evolução lenta.
· O Brasil ingressa na quinta fase Republicana, com uma enorme efervescência de movimentos sociais, portanto os 
anos de 1970 São anos de denúncias e críticas, a verdadeira força de sustentação exercida pelo Manicômio, não estava introduzir resultados terapêuticos, mas sim, 
· de exclusão social 
· da exclusão física,
· bem como de exclusão em relação ao universo da Cidadania, 
não sendo o louco cidadão, sustentava-se todo tipo de violência contra o mesmo. 
· em Minas Gerais aconteceu também nesse período III Congresso Mineiro de psiquiatria em 1979, que contou com a participação de dois atores importantíssimos que iriam influenciar de maneira decisiva os corações e mentes de centenas de profissionais, que atuavam nesse setor, a presença do psiquiatra italiano Franco Basaglia e do sociólogo francês Robert Castell, ambos estavam atuando na Europa juntamente com outros profissionais no sentido de mudar os rumo da assistência psiquiátrica, produzindo textos estimulando discussões teóricas sobre a psiquiatria, seu papel função e seus fundamentos filosóficos.
· gastou-se quase 10 anos em discussões, implementando programas que visavam a melhoria dessas instituições. 
 sobre alguns Marcos fundamentais;
· temos eles a realização da 8ª conferência nacional de saúde em junho de 1986, um marco político decisivo para os rumo da saúde pública no Brasil, que apontou claramente para a construção do SUS o Sistema Único de Saúde, quando discutiu o conceito de saúde como direito fundamental da pessoa humana, a necessidade da construção de um sistema único de saúde e as bases de financiamento para o setor, ressaltando a importância da Participação Popular, nessa conferência representada pelos seus 5000 delegados. 
· A constituição federal de 1988, conhecida como a constituição cidadã, garantiu o direito à saúde, no capítulo 2 da Seguridade Social dos seus artigos 196 a 200, são expressos os princípios que definem a saúde como direito de todos e dever do Estado.
· o movimento de luta antimanicomial uma das intervenções mais significativas deste movimento foi a criação do 18 de Maio Dia Nacional da luta antimanicomial, assim como a psiquiatria de setor na França e a psicoterapia institucional psiquiátrico seja o centro da atenção à saúde, que tinham como objetivo esse modelo, evitar que
· o Hospital Psiquiátrico seja o centro da atenção à saúde mental, 
devendo o usuário ser prioritariamente tratado nos serviços, Extra hospitalares.
· as comunidades terapêuticas no sistema de saúde da Grã-Bretanha nessas instituições, pressupõe a criação de um ambiente de corresponsabilidade, Entre todos que estejam na comunidade.
· 
A psiquiatria Comunitária ou preventiva nos Estados Unidos, tinha ênfase na prevenção de doenças e a responsabilização do governo pelo doente e sua família, no entanto essa política governamental não teve êxito, pois os centros estavam sem o suporte de um Sistema Nacional de saúde pública e foram implantados em números insuficiente para a demanda existente e por último,
· 
· A psiquiatria democrática italiana, o modelo italiano de assistência também pressupõe o modelo territorializado, com a superação gradativa dos hospitais psiquiátricos e sua substituição por uma rede de serviço de saúde mental, cujo funcionamento é integrado dentro do território, prevendo que, uma mesma equipe de saúde mental deve fazer desde as visitas domiciliares e demais acompanhamento do paciente em todos os seus momentos.
 o projeto essencial, é devolver ao sujeito sua condição de cidadania e participação social.
· o processo de reforma Psiquiátrica no Brasil 
a construção da rede de serviços substitutivos como:
· Centro de Atenção psicossociais CAPS 
· Centro de convivências 
· serviços residências terapêuticos
· os núcleos de trabalhos cooperados 
· leitos em hospitais Gerais 
· consultórios de rua 
 A atenção à saúde mental na atenção básica, tem sido implementada por inúmeros municípios, como novos espaços assistenciais, que objetivampor fim ao silenciamento e a exclusão de milhares de pessoas, que trazem do chamado tratamento dos hospitais psiquiátricos.
· o objetivo maior desses novos serviços e da rede substitutiva é acolher e resgatar a subjetividade de cada um, e ao mesmo tempo possibilitar a construção de redes relacionais e de convivência social.
 A implantação de um modelo psicossocial, implica numa mudança de concepção, Acerca das pessoas com sofrimento mental e na busca de saídas e construção e estratégias em diversos Campos, que fazem 
· Conexão direta ou indiretamente com o campo da Saúde Mental, para fazer caber entre nós aquilo que muitos consideram não ter cabimento, a loucura.
 o crescimento do processo de urbanização e industrialização do país e o agravamento de problemas sociais enfrentados, demandaram respostas que viriam, a se concretizar com a presença da psicologia e de outras disciplinas subsidiando os processos de Administração Científica do trabalho, da saúde e da Educação, no interior dos hospícios e instituições médicas correlatas o desenvolvimento e a expansão dos conhecimentos psicológicos representavam a contribuição da Psicologia como ciência a fim a psiquiatria.
· em 1962 houve a regulamentação da profissão 
· em 1971 a institucionalização da profissão por meio da criação legal dos conselhos de psicologia 
· em 1975 vamos assistir um verdadeiro psicólogos e de escola de psicologia 
· em 1980 as possibilidades de respostas da Psicologia as urgências das lutas sociais
Em 1981 cerca de 20.000 psicólogos estavam escritos 66% atuavam na profissão, 45 trabalhavam como autônomos, 57% concentrava-se na área Clínica, 21% e 12% nas demais áreas de atuação como psicologia organizacional e a psicologia escolar e apenas 4% dos psicólogos desenvolveu suas atividades no serviço público.
 em 1987 o movimento da luta antimanicomial 
em 1988 a pesquisa de quem é o psicólogo brasileiro onde atua:
· 40% atuavam na área Clínica 
· 17 e 7% de atuação o campo organizacional e escolar 
· 5% docência e pesquisa e 
· 2% na área Comunitária 
 em 2009 a mesma pesquisa é atualizada
50% atuam na atividade Clínica 
17% organizacional institucional 
11% na área educacional 
11% em políticas públicas de saúde segurança e educação e 
7% na docência pesquisa psicologia jurídica e outras não especificadas 
em 2011 em um levantamento realizado pelo Conselho Federal de Psicologia indica que tínhamos não é época
· 29.212 psicólogos atuando no SUS,
· 20.463 psicólogos atuando no judiciário.
 A inserção da psicologia na saúde pública e na reforma psiquiátrica
Ao invés de doença, o trabalho com pessoas com grave transtornos mentais, refere-se ao sofrimento de sujeitos Concretos e singulares, tornando-se como referência a determinação psíquica e sociocultural do problema, o paradigma ``doença cura`` e substituído pelo paradigma existência -sofrimento) 
Os psicólogos como outros trabalhadores dessa Clínica, não produzem apenas intervenções técnicas, mas antes disso disponibilizam, acolhimento para dar suporte a travessia, que o outro deve construir em sua experiencia como sujeito humano.
 A ética que queremos afirmar, está pautado nos valores da igualdade de DIREITOS E do RESPEITO AS DIVERSIDADES, e cabe ao profissionais parceiros nesse empreendimento de tecer novas biografias e produzir novas subjetividades.
 O questionamento permanente acerca da direção de transformação que estão construindo na realidade por meio de suas atuações.
 Pare pra pensar:
 a cidadania não é fazer do louco não louco,
não é fazer do louco um sujeito de razão, mas é compreender, um campo da Cidadania constituído como o espaço da pluralidade.
 por último
 a atuação do psicólogo na política do CAPS
 dentro dele está desinstitucionalização da prática, intervenção na cultura, a reforma psiquiátrica que trouxe consigo a nova proposta de cuidado e assistência em Saúde Mental, assim como a criação dos centros de atenção psicossocial os caps.
cabe a esses serviços oferecer, 
· acolhimento 
· cuidado 
· e suporte
desde o momento mais grave a crise até a reconstrução dos atos com a vida. esse novo modelo é baseado no
· direito à liberdade, 
· o consentimento com tratamento, 
· o respeito à cidadania 
· e aos direitos humanos 
a participação do usuário no serviço e articulam-se aos conceitos de território 
· desinstitucionalização 
· porta aberta,
· vínculo,
· trabalho em equipe
· O que a prática nos Caps revela demais potente, é que o vínculo, recurso que melhor trata o sofrimento, esta ferramenta que reveste todos os recursos disponíveis e possíveis, de serem utilizados de sentido terapêutico e os tornam potentes na resposta. 
O projeto terapêutico singular que é um instrumento mutável que busca responder as necessidades naquele momento, para cada usuário, sendo ainda a expressão e o espaço de inscrição de soluções e estratégias, criadas por cada um, na reconstrução da sua história de vida.
A clínica do território e o confronto com as verdades do manicômio, 
assim como o trabalho em rede, uma resposta sempre complexa e necessária a desconstrução do manicômio.

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