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- Comprometimento inflamatório da parede dos vasos sanguíneos - Relacionadas aos complexos imunes: mais comum - Complexos imunes depositam em locais onde o plasma é filtrado, como as vênulas, no pericárdio, na pleura, membrana glomerular - Esse depósito ativa o sistema complemento que leva a uma quimiotaxia importante dos neutrófilos que gera vasculites - Mais comum é apresentação cutânea - Início súbito, pior nos membros inferiores - Os complexos se depositam conforme a gravidade: piora com a perna para baixo - Histologia: vasos com importante infiltrado polimorfonuclear Restos de polimorfonuclear: poeira de polimorfonuclear Diagnóstico patológica: vasculite leucocitoclásica - pequenos vasos + complexos imunes Diagnóstico clínico: vasculite de pequenos vasos (vasculite de hipersensibilidade) - 80% cutânea: algum antígeno entra no corpo → reação → complexo antígeno- anticorpo depositado na pele - Sempre que temos uma vasculite de pequenos vasos da pele, sempre checar se há envolvimento de outros órgãos - As principais vasculites de pequenos vasos sistêmicas são: Púrpura de Henoch-Schonlein Crioglobulinemia Vasculite urticariforme - Crianças: 75% dos casos (maioria abaixo de 8 anos) - Relacionado à IgA - Possível causa: infecção viral prévia - Tétrade: vasculite, artrite, dor abdominal e glomerulonefrite Formação de pequenas vasculites na submucosa do intestino Quanto mais órgãos envolvidos, maior a gravidade da doença - Crioglobulinas: proteínas precipitam no frio - Indução para formação de complexos imunes através de eventos disparadores, o principal é a hepatite C - Podem ocorrer linfomas, doenças autoimunes, doenças monoclonais e infecções crônicas - Púrpura palpável, poliartralgias, glomerulonefrite - Urticária-vasculite - Clinicamente, na pele, parece uma urticária comum (reação alérgica por IgE), que some rapidamente e coça - Porém, neste caso a urticária demora para sumir, pode deixar marcas e, além disso, arde e dói – na suspeita dessa vasculite se faz biópsia - Pode afetar órgãos internos: rins e trato gastrointestinal - Anticorpos anti-c1Q estão presentes - Podem estar sozinhas ou associadas à LES - Também podem gerar acometimento sistêmico - Consomem bastante complemento (vasculites urticárias hipocomplementêmicas) - Parcial de urina e creatinina Indica glomerulonefrite - Hemograma Pode mostrar outras doenças associadas - Complemento: queda dos valores - Sorologia para hepatite C - Raio x de tórax: principalmente nos casos de sintomas pulmonares - Uma vasculite de pequenos vasos - ANCA: anticorpo anti-citoplasma de neutrófilo ANCA - Padrão citoplasmático (c-ANCA) à esquerda e padrão perninucluear (p- ANCA) à direita - Esses anticorpos são patogênicos na doença, pois passam para a corrente sanguínea e induzem lesões em alguns órgãos - Os ANCA são produzidos por células Th1 e células B - Características Inflamação granulomatosa do trato respiratório Vasculite necrosante de pequenos e médios vasos Glomerulonefrite rapidamente necrosante (pauci-imune: sem complexos imunes) - As 3 vasculites ANCA-relacionadas são Granulomatose com poliangeíte (GPA) o Observação: antigamente chamada de poliangeíte de Wegener, termo que deve ser evitado (médico nazista) Poliangeíte microscópica Granulomatose com eosinofilia (EGPA) ou Churg-Straus - GPA, Wegener - Incidência: 3 por 100.000 - Qualquer idade – 40 a 55 anos - Homens = mulheres - Acometimento de 3 compartimentos: Vias aéreas superiores: sinusite necrosante, úlceras, epistaxe (granulomas) Vias aéreas inferiores (pulmões): infiltrados/nódulos/cavitação/ hemoptise (granulomas) Rins: glomerulonefrite necrosante - eosinofilia, formação em forma de lua crescente Vasculite de médios vasos: rash, neuropatia, doença sistêmica, artrite - Esse acometimento tende a ser descendente: VAS → VAI → rins - Nariz em sela: bastante como na GPA (pode ocorrer na leishmaniose também) Destruição dos cornetos - Nos pacientes com GPA, há um grande predomínio do c-ANCA elevado na dosagem sérica - C-ANCA é um anticorpo contra uma proteína bem específica dos grânulos dos neutrófilos, que é a proteinase-3, ou seja, c-ANCA = anti-Pr3 = GPA Sensibilidade de 66% (34-92%) Especificidade 98% (88-100%) - Rara – 3,6 a 10 casos por milhão - Vasculite necrosante de pequenos vasos - Glomerulonefrite necrosante pauci- imune - Capilarite pulmonar: intensa inflamação dos capilares pulmonares - pode causar hemoptise Padrão em vidro fosco Sangramento extenso no interior dos alvéolos - Não há granulomas - Também pode promover glomerulonefrite (síndrome pulmão-rim) - Ocorre predomínio do p-ANCA em 80% dos casos Pode reagir contra várias proteínas do grânulo do neutrófilo, mas habitualmente, são anti-MPO (mieloperoxidase) -EGPA, Churg-Strauss - Rara: 3 por 1.000.000 - Pacientes com asma que evoluem com uma inflamação eosinofílica do trato respiratória e vasculite de médios e pequenos vasos - Inflamação granulomatosa rica em eosinófilos do trato respiratório - Vasculite necrosante de pequenos e médios vasos - mononeurite multiplex Pé caído, mão caída... - Eosinofilia - Infiltrados algodonosos vistos na TC - Biópsia – predomínio de eosinófilos - Relacionada ao p-ANCA em 50% dos casos – o diagnóstico é mais difícil - A clínica ajuda nos pacientes com histórico de asma que desenvolvem vasculite sistêmica - Vasculite induzida por cocaína/levamisole - Vasculite induzida por uma substância chamada levamisole, que é misturada na cocaína para aumentar o rendimento - Altos títulos de ANCA!! - Lesões graves, isquêmicas na pele e também na orelha O ANCA ajuda quando a probabilidade pré-teste da doença relacionada é cerca de 50% (se a probabilidade é muito baixa ele não ajuda, se a probabilidade for muito alta ele é desnecessário) - Glomerulonefrite rapidamente progressiva - Hemorragia pulmonar e síndrome pulmão-rim Acometimento explosivo tanto do pulmão quanto falência renal o Vasculites ANCA relacionadas são o protótipo o Síndrome Goodpasture: anticorpos anti-membrana basal glomerular e anti- membrana do pulmão o LES o Leptospirose Vasculite cutânea com febre, perda de peso, mialgia, artrite (manifestação sistêmica) Nódulo pulmonar Epistaxe e erosões na mucosa nasal Sinusite e otite de longa duração Estenose subglótica ou traqueal (pode aparecer na GPA) Mononeurite multiplex Massa retro-orbitária - Poliarterite nodosa: primeira vasculite a ser estabelecida - Doença de Kawasaki: principal causa de lesão cardíaca adquirida nas crianças - Arterite necrosante de artérias médias ou pequenas ANCA - Rara atualmente, pois principal causa é hepatite B - Arterite necrosante de artérias médias ou pequenas - Caracteriza-se por: Sem glomerulonefrite Sem capilares e vênulas afetadas SEM ANCA - Síndromes que sugerem PAN Síndrome generalizada o Doença multiorgânica o Febre de origem obscura (FOO) o Isquemia múltipla e incomum Síndromes órgão-específicas o Lesões de pele o HAS e lesão GI o Mononeurite multiplex - Basicamente desconhecida Provavelmente injúria endotelial direta Hepatite B o Principalmente no início do século até a década de 80, a principal causa de PAN era a hepatite B por formação de complexos imunes ou reação cruzada o Hoje, menos de 10% dos casos tem relação com a hepatite B Outros vírus? Genética – mutação da adenosinodeaminase 2 (Doença DADA2) Tricoleucemia - A maioria dos casos são considerados como de origem idiopática - Nódulos (vasculites do subcutâneo) - Isquemias mais graves por acometimento de artérias digitais- Úlceras - O grande desafio da PAN talvez seja achar o vaso acometido, pois muitas vezes o paciente tem sintomas pouco específicos - Vasos mesentéricos – formação de “colar de contas”: áreas de estenose com dilatação - formação de aneurismas Fácil visualização Típico da PAN - Ao suspeitar de PAN: investigar vasos intestinais através de angiorresonância ou angioTC - Nervo pode ser biopsiado para avaliar acometimento de vasa nervorum - Tratamento com imunossupressão - Afeta crianças (principalmente < 6 anos) - Doença febril, aguda, autolimitada - Consequência grave: inflamação dos vasos de médio calibre - coronárias → formação de aneurismas - Rash (principalmente na parte superior do tronco), linfonodomegalia, lábios vermelhos e inchados Língua em framboesa – característica da doença de Kawasaki - O reconhecimento e tratamento deve ser precoce com imunoglobulina endovenosa e aspirina para evitar formação de aneurismas das artérias coronárias - Principalmente aorta e seus principais ramos - Arterite de Takayasu - Arterite de células gigantes (PAN) - Ainda não é bem compreendida - Não há participação de complexos imunes, ANCA... Parece existir uma forte associação com imunidade celular, principalmente IL17 e IL12, formando uma inflamação na membrana elástica do vaso - A doença afeta predominantemente a camada elástica da artéria, promovendo uma grande inflamação e obstrução da luz do vaso - Doença “sem pulsos”, síndrome do arco aórtico (afeta muito o arco aórtico e ramos diretos) – palpar os pulsos - Mulheres 8:1 - Início antes dos 50 anos (mediana de 25 anos) - Mais comum na Ásia – Turquia e Índia - Afeta muito as subclávias - ao comparar o pulso, ele estará diminuído de um lado, assim como a PA. A palpação de pulsos e PA nos 4 membros é importantíssima na investigação - Pode atingir várias regiões da aorta, mas o arco e seus ramos são mais acometidos - Diagnóstico fácil (quando se pensa nessa possibilidade) AngioTC, angioressonância e ecodoppler são excelentes métodos diagnósticos não invasivos - Tratamento e seguimento difícil (doença tende a recidivar) Prednisona Drogas poupadoras de CTC Biológicos - Remissão de difícil avaliação Cada ponto da artéria pode apresentar um estágio diferente Exames como PET-CT tem sido promissor para avaliar remissão - Também chamada de arterite temporal - Arterite, geralmente granulomatosa - Afeta aorta e seus principais ramos - Prefere ramos das carótidas e vertebrais - Frequentemente afeta artéria temporal - Aparecimento após 50 anos - Associada com PMR (polimialgia reumática) - QUANDO PENSAR EM ACG? Idade de aparecimento > 50 anos Cefaleia: nova, diferente Sintomas e sinais visuais: amaurose fugaz, cegueira o Por comprometimento do ramo ciliar da artéria oftálmica Dor na artéria temporal Claudicação da mandíbula Polimialgia reumática Aumento do VHS Doença sistêmica Envolvimento extracraniano - Diagnóstico de certeza: biópsia da artéria temporal - A doença pode ter uma apresentação descontínua ao longo do vaso, por isso, a biópsia pode não ser suficiente - Recentemente, o ecodoppler está sendo utilizado para o diagnóstico de arterite temporal Sinal do halo mostra uma inflamação. Não é tão sensível, mas é extremamente específico - Se existe uma suspeita de ACG, o risco de perda visual é tão grande que o tratamento deve ser realizado antes da confirmação diagnóstica Prednisona - 40 a 60mg AAS: aumento da perfusão sanguínea dos vasos oftálmicos Tocilizumabe (anti-receptor de IL-6) – usado como um poupador de corticoide - Síndrome reumatológica que aparece depois dos 50 anos - Sinovite que causa dor e rigidez matinal, mas que acomete principalmente ombro, cintura escapular e quadril (rigidez matinal axial) “É o velhinho que não consegue levantar da cama pela manhã” - VSH elevado - Rápida resposta a prednisona em baixas doses - Pode vir sozinha – 10 a 20% dos pacientes com PMR tem ACG - 50% dos pacientes de ACG tem PMR
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