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Teoria e Prática da Ginástica Geral e Artística - Segurança na Ginástica Artística

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08/03/2023, 01:10 Segurança na ginástica artística
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02784/index.html# 1/36
Segurança na
ginástica artística
Profª Andréa João
Descrição
Aspectos gerais referentes à segurança na Ginástica Artística (GA) e sua relação com o ensino e a prática da modalidade.
Propósito
O conhecimento sobre os aspectos que envolvem a segurança na GA é essencial para os profissionais de Educação Física escolherem as
estratégias mais adequadas, tanto para prevenção de acidentes quanto para preservação de integridade física e mental dos praticantes.
Objetivos
Módulo 1
Prevenção de acidentes na ginástica artística
Identificar as estratégias e técnicas para prevenir acidentes na Ginástica Artística.
Módulo 2
Lesões na prática de Ginástica Artística
Reconhecer as lesões mais comuns na Ginástica Artística e as formas de prevenção.
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Módulo 3
Posições corporais básicas da Ginástica Artística
Reconhecer as posições corporais básicas da Ginástica Artística e sua aplicação no processo de ensino e aprendizagem.
Introdução
Ao assistir a uma competição de Ginástica Artística (GA) de alto rendimento, tal como Jogos Olímpicos ou Campeonato Mundial, é muito comum as
pessoas acharem que esta é uma modalidade perigosa, isto é, que existe grande possibilidade de acidentes e que a GA expõe os praticantes e
atletas ao risco de lesões.
Este pensamento pode estar relacionado à natureza daquele esporte, que inclui, entre outros fatores, os impactos produzidos no corpo durante os
impulsos e aterrissagens, as posições pelas quais o corpo passa durante a realização de diversos movimentos, no ar, de cabeça para baixo etc., e a
execução de exercícios complexos nos diferentes aparelhos masculinos ou femininos.
No entanto, se pensarmos em nossas atividades da vida diária, veremos que elas também estão associadas a certo grau de risco de acidentes e
lesões: atravessar uma rua, subir uma escada ou sofrer um pequeno e inesperado acidente, como torcer o pé ao pisar em uma calçada desnivelada.
Desta forma, tanto na ginástica quanto em atividades da vida diária, devemos procurar analisar os riscos que nos rodeiam e tomar precauções e
medidas para minimizar nossa exposição a eles.
Assim, neste conteúdo, vamos apresentar os aspectos gerais relacionados à segurança nas aulas de Ginástica Artística (GA), e quais métodos ou
procedimentos podemos adotar para tentar evitar ou minimizar os riscos de acidentes e lesões, tanto no ensino quanto na prática desta
modalidade.
Por fim, vamos também reconhecer as posições básicas corporais e sua importância para o ensino progressivo e seguro dos fundamentos
acrobáticos e coreográficos da Ginástica Artística.
lto rendimento
O termo alto nível ou alto rendimento refere-se ao alto nível de performance esportiva. Como no Brasil não existe uma classificação, consideramos alto
nível a performance exigida para competições estaduais ou de maior abrangência. Assim o mais alto nível de competições seriam os Jogos Olímpicos
e as que adotam as regras da Federação Internacional de Ginástica – FIG.

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1 - Prevenção de acidentes na ginástica artística
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as estratégias e técnicas para prevenir acidentes na Ginástica Artística.
Prevenção de acidentes e segurança
Neste módulo, vamos estudar as principais estratégias e técnicas utilizadas para prevenir acidentes na Ginástica Artística (GA). Em qualquer nível
de participação na GA, seja educacional, recreativo ou competitivo, a segurança está entre os fatores mais importantes a serem considerados.
A segurança deve ser tratada de forma bastante ampla e interdisciplinar, pois tem conexão direta com outros
aspectos da GA. Todo professor deve estar consciente da importância da segurança no ambiente em que se dá o
processo de ensino e aprendizagem da ginástica, seja na escola, no ginásio esportivo, no clube, na academia etc.
Afinal, o que é segurança na GA?
Resposta
É o gerenciamento do risco de acidentes no ambiente ginástico ou espaço gímnico, ou seja, no ambiente em que se dá a aprendizagem da ginástica
propriamente dito.
Considerando a relevância do tema, a Federação Americana de Ginástica sugere as seguintes estratégias para prevenir acidentes e diminuir o índice
de lesões na GA (USGF, 2016):
Agora, vamos abordar conceitualmente cada uma delas e sua aplicação para as aulas de ginástica artística.
Normas de segurança e conduta
Normas de segurança e
conduta
Inspeção constante do local
das aulas
Planejamento e organização
das aulas
Capacitação do professor
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Comportar-se de forma disciplinada nas aulas de ginástica artística é um fator de grande relevância, que interfere na segurança dos próprios
alunos, e estes devem ter essa consciência desde o primeiro dia de aula. É importante lembrar que a disciplina pode estar presente nas aulas sem
que as aulas percam seu caráter lúdico. Combinados com a ludicidade, aspectos úteis ficam mais agradáveis, tornando mais fácil a aderência à
modalidade.
Veja alguns passos importantes:
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A proteção do aluno deve ser garantida pelo professor, pelo próprio aluno e pelos pais ou responsáveis, uma vez que esses podem incentivar ou
cobrar do aluno que ele acelere seu processo de aprendizagem, desrespeitando o ritmo natural de desenvolvimento da criança. Para ajudar os
responsáveis neste processo, o professor pode promover palestras educativas com os responsáveis e os alunos, para explicar sobre o papel e a
importância de cada um em uma aprendizagem o mais segura possível.
Apresentar
No primeiro dia de aula, o professor deve apresentar aos alunos uma lista com as normas de segurança e conduta que devem ser
seguidas por todos. Nela estão elencados os cuidados com as instalações, o uso dos equipamentos, a vestimenta correta e o
comportamento esperado do aluno. do item.
Relembrar e demonstrar
Constantemente, o professor deverá relembrar os alunos sobre todas as regras, de forma verbal, escrita ou com uso de imagens.
Demonstrações também podem ser usadas quando se tratar de alguma técnica de aterrissagem, por exemplo. do item.
Comunicar
Uma comunicação de forma clara e simples por parte do professor e uma escuta atenta por parte dos alunos ajudarão na
compreensão das instruções. É muito importante também ouvir os alunos quanto a suas dúvidas e incertezas, tornando a
comunicação multidirecional no processo de ensino e aprendizagem. O aluno deverá conhecer a importância de reportar ao professor
qualquer questão que possa interferir no seu rendimento na aula, como doenças, cansaço, inquietações, dores de cabeça etc.
Conhecer
Professores, alunos e responsáveis devem conhecer os diferentes aspectos envolvidos em sua participação nas aulas.
Orientar
As informações transmitidas aos alunos, relacionadas a suas responsabilidades, auxiliam na conscientização para participar das
aulas. Em geral, crianças são muito ansiosas e querem fazer os exercícios mais difíceis, desafiar-se ou, apenas, mostrar suas
capacidades. Aí entra o professor, que deve orientar seus alunos quanto a suas potencialidades e limites evitando que o aluno faça
exercícios além de seu nível de aptidão, a fim de impedir lesões, frustrações e medo.
Desa�ar
Por outro lado, não desafiar o aprendiz pode tornar a atividade monótona e diminuir o interesse na participação. O ideal é que a
atividade proposta esteja ligeiramente acima das possibilidades do aluno, tornando a prática desafiadora, mas, ao mesmo tempo,
segura. Para isso, o professordeve estar constantemente buscando aprofundar-se nos conhecimentos e atualizar-se de maneira
contínua.
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Atenção!
Não deve ser permitida a utilização de equipamentos ou do espaço gímnico sem a presença de um professor.
Muitos casos de acidentes já foram relatados depois de alunos entrarem em sala antes do professor ou ficarem sem ele na sala após terminar a
aula. Ambientes com equipamentos de ginástica devem estar trancados, e a permanência no local deve estar condicionada à presença do professor
responsável.
quipamentos de ginástica
São aparelhos em que se realizam as provas da GA. Existem também equipamentos auxiliares para a aprendizagem.
Vestimenta sugerida para treinos/aulas
Para muitos, pode parecer um capricho, mas a vestimenta adequada do professor e do aluno pode auxiliar na prevenção de acidentes e lesões,
assim como na evolução do aluno.
Para as competições de Ginástica Artística (GA), a vestimenta para ginastas está descrita nos regulamentos específicos. No entanto, para treinos e
aulas, a vestimenta poderá ser adaptada.
inastas
Aqui nos referimos ao praticante da GA independentemente de seu nível, desde a prática escolar ou recreativa até os níveis competitivos.
Vestimenta para o professor
É aconselhável usar roupas esportivas, com camisas preferencialmente justas ao corpo, evitar o uso de boné, bijuterias e relógio, cuidar para que os
óculos estejam bem fixados (se for o caso), e tomar cuidado com unhas grandes e pontiagudas.
Para prevenir lesões nos alunos, é importante que calças não tenham enfeites, tais como zíper ou outros adornos, e a boca seja justa para facilitar a
locomoção durante os auxílios. Os sapatos adequados são os fechados de sola baixa e antiderrapantes, ou tênis. Muitos ginásios, por questões de
higiene, só permitem a entrada de usuários descalços.
Professores que, porventura, tenham cabelos longos, é sugerido prendê-los e tirá-los da frente do rosto.
Vestimenta para os alunos
É adequado camisa que permita movimentos, blusa e/ou top confortável, de preferência ajustados ao corpo, ou collant para as meninas e leotard
para os meninos. Bermuda ou calça de tecido que permitam movimentar-se.
Atenção!
Não é aconselhável fazer aula sem camisa.
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Evitar roupas que tenham capuz, bolsos, zíper, ou que sejam muito largas. As unhas devem estar preferencialmente bem aparadas, os cabelos
totalmente presos. Pede-se evitar o uso de boné, presilhas duras, pontiagudas ou que possam causar ferimento. Para prender os cabelos, o
preferível é utilizar elásticos, silicones ou “xuxinhas”.
Caso o aluno necessite usar óculos de grau durante a aula, estes devem estar bem fixados; Não é permitido usar relógio e bijuterias. É aconselhável
o uso de brincos pequenos, que não sejam pendurados.
Geralmente, o aluno participa da aula de pés descalços. Sapatilha de ballet não serve para a Ginástica Artística, existem sapatilhas próprias para a
modalidade.
É importante o professor usar o bom senso para avaliar se seu aluno está adequadamente trajado para a aula.
Inspeção constante do local das aulas
A segurança deve estar em primeiro lugar, e todos os professores que dividem o espaço de aula são responsáveis por manter o ambiente de
trabalho seguro, unindo esforços e solucionando qualquer problema que possa ser identificado. Assim, a prevenção torna-se importante aliado
nesse processo.
Ao chegar no local da aula, faça uma inspeção completa do espaço, do estado de manutenção em que se encontram os equipamentos, bem como
da sua posição em relação a outros equipamentos ou paredes, ajudando a minimizar os riscos de acidentes.
Planejamento e organização das aulas
Um bom planejamento das atividades refletirá no progresso e na segurança dos alunos. É importante que toda a equipe de professores (quando for
o caso) participe do planejamento, que deve ser pensado de forma anualizada, passando pelos semestres, bimestres, até chegar aos menores níveis
em que se determinam as atividades semanais e de cada aula. É importante ressaltar que o planejamento não deve ser estático e deverá ser
revisado periodicamente de acordo com as necessidades dos alunos.
Capacitação do professor, ginastas e responsáveis
O processo de educação continuada para professores é um importante meio para auxiliar na tarefa de prevenir acidentes e lesões na ginástica. O
professor deve participar de cursos de extensão, pós-graduações, congressos e toda forma de aquisição de conhecimentos para atualizar-se,
aperfeiçoar seus planos de aula e experimentar novas metodologias. Assim ele será capaz de capacitar seus alunos e os responsáveis com
informações atuais e pertinentes sobre a segurança na Ginástica Artística.
Instruções adequadas aos praticantes
Para que o professor possa instruir corretamente seus alunos quanto aos conteúdos da ginástica, respeitando sua individualidade, é necessário um
bom conhecimento dos fundamentos e das suas progressões pedagógicas, da técnica, da execução, das formas de aterrissagem e das ajudas
manuais para realização dos exercícios ginásticos.
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Recomendação
Devemos considerar a preparação correta dos alunos para as aulas, isto é, o estado de prontidão para fazer as atividades específicas da ginástica.
Aqui, podemos citar um bom aquecimento prévio e o estado de condicionamento físico e mental em que o aluno se encontra.
A aptidão física apropriada é um dos pontos mais importantes para se prevenir lesões. O professor deve conhecer as demandas físicas de cada
atividade, para assim adequá-la ao nível de desenvolvimento motor e faixa etária da turma. Até mesmo os fundamentos mais básicos da ginástica
exigem um nível de condicionamento físico como pré-requisito para sua realização. Os alunos que estão mais aptos fisicamente estão menos
sujeitos aos riscos de se lesionar.
Utilização das progressões pedagógicas
Para tornar o processo de ensino e aprendizagem o mais seguro possível, é necessário conhecer as metodologias de ensino. A metodologia de
ensino mais usada na Ginástica Artística (GA) é o método progressivo, que consiste no domínio de alguns pré-requisitos ou elementos prévios antes
de passar para aprendizagem de elementos de maior complexidade.
Existe um grande número de elementos básicos e ações motoras que o aluno deve aprender antes da execução de
exercícios mais difíceis, avançando em uma progressão pedagógica.
Evoluir muito rapidamente de um elemento a outro ou pular etapas da aprendizagem anteriores pode trazer consequências nocivas ao aluno em
curto, médio e longo prazos (TUROFF, 1991), e, muitas vezes, a dificuldade do aluno em aprender elementos difíceis está relacionada à negligência
de algumas etapas prévias.
A velocidade, bem como a necessidade de executar mais ou menos elementos prévios, é individual; e é importante que o professor identifique as
necessidades de cada aluno.
Ajuda ou auxílio
Consiste no auxílio manual dado ao executante pelo professor ou um companheiro, para garantir a integridade física, ou auxiliar na realização de
uma tarefa ainda não dominada. Sem dúvida, a ajuda é uma estratégia muito utilizada quando falamos em segurança na GA. A ajuda tem as
seguintes funções:

Manipular o aluno, auxiliando-o durante um exercício para proporcionar a sensação de realização desse exercício.

Prevenir lesões, no caso de o exercício ainda não estar completamente assimilado.

Fornecer apoio psicológico, quando o ajudante apenas se coloca ao lado do executante para aumentar sua autoconfiança (TUROFF, 1991).
Existem diferentes tipos de ajuda para um mesmo elemento da ginástica. Não existe uma regra, pois o que vai determinar se a ajuda foi ou nãoeficiente é o grau de proteção oferecido ao aluno, ou o quanto e como essa ajuda contribuiu para a realização da tarefa.
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lemento
É um componente da atividade ginástica, dos seus fundamentos, desde uma ação motora simples até um elemento específico da modalidade.
Algumas vezes, utilizam-se os termos movimento ou exercício com o mesmo sentido.
A habilidade de fornecer ajuda ao executante é desenvolvida com a prática. Um elemento deve ser treinado,
repetido, várias vezes pelo professor com diferentes corpos (idade, peso, altura, sexo), e diferentes níveis de
elementos.
Aconselha-se iniciar essa prática com pessoas mais leves e com exercícios básicos e, conforme for adquirindo confiança, ir avançando para
exercícios mais difíceis.
Quando um professor não tem total confiança para proteger o aluno, ele pode iniciar sua prática em dupla com outro professor mais experiente, até
que esteja totalmente preparado para fornecer a ajuda sozinho.
Aprender as formas de ajuda, praticá-las e estar bem condicionado fisicamente é fundamental, não só pelo benefício prestado ao aluno, mas
também para a proteção do próprio professor. Eventualmente, pode acontecer de um professor se acidentar tentando proteger o aluno durante um
exercício.
Cabe ressaltar que a ajuda deve ser fornecida tão somente até o exercício ser aprendido. A partir daí, o aluno deve executá-lo livremente, ou corre-se
o risco de ele criar uma dependência do professor.
A comunicação entre o executante e o professor é fundamental para uma ajuda eficiente. Caso contrário, a manipulação pode acabar por prejudicar
a performance. Sinais, orientações verbais, gestos ou toques no corpo do aluno podem ajudar a sincronizar o ritmo da ajuda entre o executante e o
ajudante. O professor pode falar, por exemplo: um, dois, três e vai! Ou seja, quando ele disser “vai”, o aluno executa o elemento.
Cinto de segurança
Um recurso muito usado na GA que substitui a ajuda do professor diretamente ao aluno é o cinto de segurança, composto por cabos de aço presos
ao teto, cordas, roldanas e o cinto, que é colocado na cintura no executante.
O cinto de segurança serve para manter o aluno por mais tempo no ar antes da aterrissagem, evitando quedas perigosas e
melhorando a noção espacial.
O cinto é mais usado para aprendizagem de destrezas mais complexas, porém também tem utilidade para acelerar a aprendizagem de exercícios
mais simples. Sua confecção é simples, mas sua utilização demanda muito tempo de aula, já que é utilizado com um aluno de cada vez.
Fosso
Nos ginásios mais sofisticados, este é um equipamento quase obrigatório. É como se fosse uma piscina, porém o fosso é preenchido com inúmeros
blocos de espuma em vez de água. Existem também os fossos que são preenchidos com colchões. Seu tamanho, sua profundidade e localização
dependem da organização dos aparelhos no espaço gímnico.
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A finalidade do fosso é prevenir lesões durante a aprendizagem dos exercícios, diminuir o impacto nas aterrissagens, permitindo que o ginasta
possa repetir mais vezes os exercícios sem sobrecarregar tanto o corpo e oferecer segurança psicológica para que ele possa arriscar movimentos
novos, já que o risco de se machucar praticamente inexiste.
Utilização correta dos equipamentos e sua manutenção
Os equipamentos utilizados na GA podem ser “oficiais”, que são homologados pela Federação Internacional de Ginástica (FIG), ou “não oficiais”, nos
quais se incluem os fabricados por empresas que não têm o selo da FIG, os artesanais e os manufaturados. Os equipamentos oficiais vêm com
seus manuais contendo as formas adequadas de utilização e manutenção, além da garantia de fábrica, logo o professor deverá seguir à risca as
orientações da empresa fabricante em suas aulas.
Por outro lado, devido ao alto custo e a dificuldades de aquisição dos equipamentos oficiais, pois devem ser importados, o que mais encontramos
nos espaços gímnicos do Brasil são equipamentos “não oficiais” e “auxiliares” da aprendizagem. Não existe problema na utilização desses
equipamentos, mas a atenção deve ser redobrada, pois na falta de instrumentos normativos que possam garantir a boa e adequada utilização
desses equipamentos, a responsabilidade recai sobre os ombros do professor e da instituição que oferece a prática da ginástica.
Recomendação
Para minimizar os riscos, é aconselhável adquirir equipamentos “não oficiais” de fabricantes confiáveis, além do conhecimento e da experiência do
professor, que são determinantes.
Alguns cuidados que aumentam a segurança são:

Sempre inspecionar os equipamentos antes de utilizá-los.

Posicionar os equipamentos no local adequado para a atividade a ser realizada na respectiva aula.

Evitar o uso de equipamentos que foram construídos para uma determinada finalidade em qualquer outra diferente daquela.

Estar atento às indicações de peso, altura e idade do aluno.
Tanto os equipamentos oficiais quanto os não oficiais podem ser fixos ou móveis. Na categoria de equipamentos fixos, encontramos aqueles que
são presos ao solo ou parede, ou aqueles que se mantêm sempre no mesmo lugar, por questões de peso e dificuldade de montagem.
Todavia, a maioria dos ambientes para prática da GA são utilizados, também, por outras modalidades esportivas ou atividades distintas, logo existe
a necessidade de montar e desmontar equipamentos cotidianamente. Para estes locais, a questão mais importante é que todos os equipamentos
estejam com colchões de proteção.
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Os colchões de proteção podem ser de diferentes tipos, tamanhos, formatos, cores, densidades, tecidos, mas o principal é que cada um cumpra a
função para a qual foi selecionado. Por exemplo, os colchões mais macios são utilizados para absorver impacto nas aterrissagens, aprendizagem
de novos fundamentos, mas podem ser perigosos para aterrissagens com rotação no eixo longitudinal (BESSI, 2016).
Outro equipamento que merece destaque no que tange à segurança é o trampolim acrobático, mais conhecido como cama elástica.
Indubitavelmente, é o equipamento mais atrativo e prazeroso e se impõe em qualquer espaço de prática da ginástica. Quem não fica eufórico ao ver
o popular “pula, pula” e quer subir para experimentá-lo? Então, sem fugir à regra, a utilização desse aparelho só deverá ser permitida sob orientação
do professor. Se for possível desarmar o trampolim após seu uso, é o ideal, mas, na impossibilidade, deve-se cobri-lo com algo que impeça sua
utilização fora da aula ou sem supervisão, já que este é considerado o equipamento que oferece maior risco de acidentes.
Seguro e legislação
Neste módulo, não vamos aprofundar nos aspectos jurídicos e legais envolvidos no tema da segurança na GA, mas salientar que uma instituição
que promove a ginástica não pode, de forma alguma, negligenciá-los.
Dica
A contratação de seguro saúde para os participantes também pode ser uma ótima opção para resguardar a instituição e os profissionais de
possíveis danos financeiros provenientes de acidentes.
O exame médico e liberação do aluno para a prática de atividades físicas são obrigatórios e devem ser solicitados no ato da matrícula, conforme
previsto em lei.
Estratégias para prevenção de acidentes na ginástica artística
Aissta ao vídeo a seguir que apresenta as estratégias e as técnicas para prevenção de acidentes na ginástica artística.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A Ginástica Artística (GA) é uma das modalidades esportivas mais complexas do programaolímpico, pois caracteriza-se pela execução de
movimentos difíceis, no solo ou nos aparelhos e, consequentemente, os praticantes estão expostos ao risco de acidentes. Para gerenciar esses
riscos, a prevenção torna-se imprescindível, seja no alto rendimento ou na iniciação. Avalie as afirmações a seguir, concernentes a estratégias
que o professor pode utilizar no uso das progressões pedagógicas para o gerenciamento de riscos na prevenção de acidentes na GA:
I) Ao identificar uma dificuldade do aluno em executar elementos complexos, o professor deve solucioná-la sempre fornecendo ajuda.
II) Considerando que o aluno já sabe executar um elemento difícil, mas comete erros, o professor deve evitar retornar a etapas anteriores para
não o desmotivar.
III) Ao utilizar pré-requisitos e elementos básicos prévios para o ensino de elementos complexos da GA o professor está adotando a
metodologia de ensino progressivo.
IV) O professor pode acelerar o ensino das progressões pedagógicas de acordo com a individualidade biológica.
É correto apenas o que se afirma em:
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Parabéns! A alternativa D está correta.
A metodologia de ensino progressivo consiste em utilizar progressões pedagógicas, iniciando pelos exercícios mais simples e evoluindo até os
mais complexos. O ritmo dessa evolução é ditado pelas diferenças individuais.
Questão 2
Utilizar corretamente os equipamentos é um requisito básico para manter a integridade física dos praticantes em uma aula de GA. Marque a
alternativa que representa uma utilização correta dos equipamentos e que possa implicar na segurança dos alunos:
Parabéns! A alternativa B está correta.
Nas aterrissagens em colchões muito macios, a depressão causada pelos pés na espuma é maior, o que diminui a absorção dos impactos e
ainda pode ocasionar torções e rompimento dos tecidos dos membros inferiores, caso o aluno esteja em rotação longitudinal.
A I e IV.
B II e III.
C I, III e IV.
D III e IV.
E II, IV.
A Utilizar somente equipamentos importados que são homologados pela FIG, e recusar equipamentos que não têm o selo da FIG.
B Utilizar colchões mais firmes nas aterrissagens, principalmente naquelas com giros no eixo longitudinal.
C
Ao chegar na aula, o professor deve manter os equipamentos posicionados no local onde os encontrou, não alterando a
arrumação do espaço, principalmente dos colchões.
D Evitar montar e desmontar o trampolim acrobático a cada aula, pois isso danifica o equipamento e dificulta a sua manutenção.
E Utilizar sempre o mesmo tipo de colchão para todas as atividades, gerando adaptação biológica e acelerando a aprendizagem.
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2 - Lesões na prática de Ginástica Artística
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as lesões mais comuns na Ginástica Artística e as formas de prevenção.
Epidemiologia das lesões na Ginástica Artística (GA)
Neste módulo, vamos analisar as lesões mais comuns na GA e como preveni-las. A GA é um dos esportes mais antigos e populares do programa
olímpico. Caracteriza-se pela realização de movimentos complexos, com apoio ou no ar, e que são executados em diferentes aparelhos.
Existem várias formas de participar das aulas de GA: em participação competitiva, educacional, recreativa etc. Embora a competitiva, ou seja, a
atuação em competições de alto nível, possa parecer a que mais expõe o praticante ao maior risco de lesões, todas as formas de participação são
consideradas por vários autores como bastante seguras. Todavia não se pode eliminar o risco de lesões em nenhuma das formas de participação.
poio
Refere-se a uma situação na qual o aluno se encontra apoiado sobre alguma parte ou em partes do corpo no chão ou em aparelhos da Ginástica
Artística. Por exemplo: apoio de mãos, apoio de pés, apoio do quadril.
Atenção!
O risco de lesões parece estar muito mais associado à falta de conhecimento dos professores para ensinar a GA do que à natureza da atividade.
Podemos considerar que as lesões fazem parte da essência do esporte e que, muitas vezes, são inevitáveis. Por isso, devemos conhecê-las, para
que possamos minimizar os fatores de risco e, por fim, preveni-las.
Geralmente, as pessoas envolvidas na GA, sejam professores, ginastas, pais, médicos etc. se veem envolvidos com as seguintes questões:

Qual o risco de lesão e como esse risco pode variar de acordo com o tipo físico e nível do ginasta?

Quando e onde as lesões mais comuns ocorrem?

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Qual é a consequência de uma lesão?

Quais são os fatores envolvidos no aumento do índice de lesões?
Buscar as respostas para essas questões é o objetivo principal dos estudos de epidemiologia das lesões na GA.
A epidemiologia é o estudo da distribuição e dos determinantes da variação das taxas de doenças, lesões e outros estados de saúde em
populações humanas para identificar e implementar medidas de prevenção de seu desenvolvimento e de sua propagação. Quando nos referimos a
quem é afetado pelas lesões, quando e onde elas ocorrem e o que causa as lesões, estamos nos referindo à epidemiologia descritiva, que é a área
onde se encontra o maior número de estudos científicos relacionados à lesão na GA (CAINE; RUSSEL & LIM, 2013).
Analisar as lesões na GA tem como objetivo, além da prevenção, adequar as normas e os regulamentos das competições, melhorar os
equipamentos e materiais, avaliar e criar técnicas para execução dos movimentos, aperfeiçoar o planejamento de treino e a preparação dos
praticantes (SANDS; CAINE; BORMS, 2003).
Principais causas de lesão na Ginástica Artística
Impacto como fator de risco para as lesões
Um fator determinante das lesões que ocorrem na ginástica são os impactos aos quais o ginasta é submetido durante o treinamento, a aula ou em
uma competição.
Dentro deste fator, devemos analisar o número de impactos a que o praticante é submetido e qual é a intensidade desses impactos.
Exemplo
Após realizar um duplo mortal para trás, são registradas forças de reação verticais que atingem níveis entre 8,8 e 14,4 vezes o peso corporal do
atleta. Imagine a intensidade deste impacto no corpo do ginasta durante a aterrissagem. Através do monitoramento das cargas, como a quantidade
de saltos e a intensidade destes, é possível adequar a carga de treinamento e evitar lesões.
O feedback do atleta ou do praticante é sempre muito importante, e a execução de movimentos complexos deve ser realizada em estados sem
fadiga excessiva ou após períodos adequados de repouso, para que o risco de lesão seja reduzido.
Evolução da ginástica como fator de risco para lesões
Outro fator a se levar em consideração é a evolução da GA nos seguintes aspectos que têm influenciado negativamente o aparecimento de um
maior número de lesões:

Aumento na frequência, duração e intensidade dos treinamentos.

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Aumento do número de horas de treinamento semanal dos ginastas (30 a 40 horas ou mais, durante cinco a seis dias da semana por 12 meses ao
ano).

Maior grau de dificuldade dos elementos a serem realizados no alto nível, e isso afeta as categorias inferiores.
Considerando os fatores descritos anteriormente, podemos concluir que o monitoramento das cargas de treino é fundamental para a prevenção de
lesões para ginastas de alto nível. Seguindo essa lógica, nos níveis escolares e recreativos, a ginástica se apresenta como atividade bastante
segura, pois não são afetadas pelas causas aqui apresentadas.
Lesões mais comuns na ginástica artística
Aqui, não temos a pretensão de esgotar o assunto, mas levar o conhecimento de algumas das lesões encontradascom maior frequência na GA.
Lesões no tronco
Confira as duas principais lesões no tronco:
Espondilólise
Fratura da parte posterior de uma vértebra da coluna, que pode ser assintomática e evoluir para espondilolistese. Geralmente ocorre nas regiões
cervical e lombar, mas também pode aparecer na torácica.
Espondilolistese
Devido a uma espondilólise, pode ocorrer o escorregamento de uma das vértebras sobre outra, que recebe o nome de espondilolistese.
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Lesões do membro superior
Confira as duas principais lesões do membro superior:
Osteocondrite Dissecante do cotovelo
É uma doença em que os fragmentos do osso ou da cartilagem do cotovelo se soltam e flutuam pela articulação. É muito comum em atletas de
ginástica, devido aos apoios e impactos sobre as mãos.
Lesões no manguito rotador
Os músculos do manguito rotador são muito importantes para a estabilidade do ombro. Tendinites e ruptura do tendão são as causas mais
frequentes de dor nessa região, normalmente, provocadas por sobrecarga repetitiva ou traumática.
Lesões dos membros inferiores
Confira as duas principais lesões dos membros inferiores:
Doença de Sever
É uma inflamação da placa de crescimento do osso calcâneo (calcanhar) e aparece em crianças em fase de crescimento, geralmente
como consequência de muitos saltos com aterrissagem repetitiva.
Doença de Osgood-Schlatter
I fl ã l d i t b i d j lh (t b id d d tíbi ) d t i f d
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Localização das lesões na GA
A identificação das lesões está relacionada à sua localização anatômica, ou à região do corpo que sofreu a lesão, por exemplo: parte superior do
corpo, ou partes específicas dele, exemplo: dedos, tornozelo etc.
As extremidades inferiores são locais onde a maioria das lesões acontece, devido à quantidade de aterrissagens contidas em aulas ou treinos. A
segunda região onde frequentemente acontecem lesões são as extremidades superiores seguidas por coluna e tronco.
Um olhar mais específico para essas regiões destaca os joelhos como a articulação que mais sofre lesões, seguida de tornozelos, e depois, da
coluna lombar (CAINE, RUSSEL & LIM, 2013).
Quando ocorrem as lesões
As lesões podem ocorrer de duas formas: gradual ou repentina.
Lesão gradual
Essa forma de lesão está relacionada ao efeito cumulativo do estresse excessivo e repetitivo das estruturas anatômicas. Pode traumatizar
músculos, tendões, cartilagem, ligamentos, bolsas, fáscia muscular e osso em qualquer combinação. O risco de lesão por excesso de uso – overuse
em tradução livre, depende de combinações complexas entre fatores intrínsecos e extrínsecos, que abordaremos mais adiante.
Inflamação na placa de crescimento abaixo do joelho (tuberosidade da tíbia) que causa dor, e acomete crianças em fase de
crescimento. Normalmente, inicia-se de forma gradual, e alivia no repouso. Nos episódios de dor, deve-se evitar principalmente
corridas e saltos.
Ruptura do tendão calcâneo
Em geral, a ruptura do tendão calcâneo (tendão de Aquiles) ocorre nos impulsos ou nas aterrissagens da GA, e a causa pode ser uma
falha no mecanismo de proteção neuromuscular, fadiga etc.
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O grande problema da lesão gradual é que, na GA, os praticantes começam muito cedo, e os mais talentosos são
direcionados para o treinamento. Nesse caso específico, o treinador deve dosar muito bem as cargas de treino para
não danificar as placas de crescimento presentes nas epífises ósseas.
Já nos níveis educacionais e escolares, é muito mais difícil ocorrer esse tipo de lesão, já que o estudante pratica este tipo de atividade física por
poucas horas, o número de repetições é baixo e os elementos são muito básicos, gerando poucos impactos no corpo.
Lesão repentina
Essa forma de lesão, também chamada de lesão aguda, é o resultado de um trauma único (lesão traumática), como uma queda, uma batida, um
choque contra o aparelho etc. Exemplos comuns são fraturas de punho, as entorses de tornozelo ou o deslocamento de ombro (luxações) (CAINE;
RUSSEL & LIM, 2013).
Consequências de lesões
Tempo de recuperação (fora das aulas ou treinos)
É difícil obter dados relativos à quantidade de horas que um ginasta demora para retornar aos treinos, então podemos mencionar alguns exemplos
de efeitos psicológicos negativos gerados pelo afastamento das atividades físicas:

Aumento da ansiedade

Falta de motivação

Medo

Tristeza
Por esse motivo, o treinador deve manter o ginasta lesionado sempre perto dos companheiros e, se possível, no local de treino o maior tempo
possível, além de adaptar atividades para as necessidades do atleta. Portanto, um professor que tem um aluno lesionado deve criar outras formas
de participação na aula, com objetivos de manter a motivação e o prazer do aluno.
Atenção!
É muito importante respeitar os tempos de recuperação de uma lesão. O retorno prematuro às atividades pode resultar numa recuperação parcial
que causará frequentes recaídas e pode levar a novas lesões da região "mal" recuperada. Lesões reincidentes podem levar a lesões mais graves.
Estudos demonstraram que 41% das lesões que ocorreram na GA necessitam de menos de 8 dias de recuperação (lesões leves); 33% das lesões
requerem entre 8 e 21 dias (lesões graves) e, em 26% dos casos, os atletas precisam de mais de 21 dias para se recuperarem (lesões muito graves)
(CAINE; RUSSEL, 2013).
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Abandono da atividade
Vários estudos demonstraram que a lesão é uma das causas mais significativas para o abandono da ginástica.
As lesões a seguir foram as que mais contribuíram para que os ginastas tivessem que se retirar da ginástica (DIXON; FRICKER, 1993):
Fatores de risco de lesões
Fatores intrínsecos
Os fatores intrínsecos são os que estão relacionados às características físicas, motoras e psicológicas do ginasta.
Veja a seguir as características físicas que aumentam o risco de lesões:

Estatura elevada

Peso corporal elevado

Lesão crônica do manguito rotador (ombro)
Fraturas por estresse do osso navicular (tornozelos)
Ruptura de ligamentos do tornozelo ou ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho
Lesões de menisco
Osteocondrite do cotovelo
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Amadurecimento precoce

Alto percentual de gordura
Observe os períodos de alta velocidade de crescimento, pois é o período no qual os ginastas estão mais suscetíveis ao risco de lesões.
Vejamos as características motoras que aumentam o risco de lesões. Um ginasta que não está apto fisicamente tem mais chances de se lesionar.
As seguintes qualidades físicas são fundamentais para uma boa preparação e prevenção de lesões:

Velocidade

Equilíbrio

Resistência muscular localizada

Flexibilidade

Força muscular
As principais características psicológicas que podem aumentar a risco de lesões dos ginastas são:

Medo

Estresse

Falta de atenção
Portanto, é papel do treinador, junto ao psicólogo (quando for o caso), trabalhar essas características nos atletas e praticantes.
As situações de estresse podem levar a falhas de concentração e, com isso, ao aumento de risco de lesão durante o treino/aula ou até em
competições.
Vimos, em 2021, a ginasta americana Simone Biles, campeã olímpica no Rio de Janeiro em 2016 e favorita nos Jogos Olímpicos de Tóquio no
Japão, ser retirada da competição. A alegação da equipe técnica foi a de que a ginasta estava sob forte pressão emocional e o nível de estresse
poderia trazer um risco de acidente e lesões.
Assim resolveram poupá-la,abrindo mão da chance de medalhas. Como vimos anteriormente, a segurança do ginasta deve vir em primeiro lugar, e
nenhuma decisão, nesse sentido, deve ser contestada.
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Fatores extrínsecos
Fatores extrínsecos são os que independem da individualidade biológica do ginasta. Aqui, demonstramos alguns fatores extrínsecos que
contribuem para o aumento do índice de lesões.
Anos de treinamento
Algumas considerações sobre o tempo de treinamento:
Variáveis do treinamento
As situações de maior risco são aquelas em que o elemento é feito pelas primeiras tentativas sem ajuda. Uma estratégia seria alcançar a
automação adequada do gesto técnico antes de solicitar ao ginasta sua realização sem ajuda; nos elementos coreográficos, normalmente não
ocorrem lesões. Nos elementos com saltos, em geral, ocorrem muitas lesões.
lementos coreográ�cos
São componentes da ginástica que podem ser saltos, giros ou passos de dança.
Atenção!
As maiores lesões acontecem na saída do aparelho.
Momentos da aula ou da temporada
O aumento dos anos de treinamento está relacionado ao aparecimento de lesões devido ao aumento da sobrecarga no corpo do
ginasta.
Quanto mais cedo o ginasta ingressa no treinamento de alto nível, maior é o número de lesões e patologias associadas.
Quanto maior o grau de dificuldade dos exercícios, maior será o risco de lesões. Como os exercícios são progressivos em
complexidade, quanto maior o tempo de prática, maior a probabilidade de lesão.
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Nos primeiros momentos das sessões de treinamento, ocorre o maior número de lesões. Há algumas possíveis explicações para tal fato:
Aquecimento inadequado.
Execução de elementos de alto grau de dificuldade muito no início da sessão.
Períodos pré-competitivos aumentam o risco de lesões devido ao estresse físico e mental.
Equipamentos
A falta de equipamentos apropriados pode ser um fator de risco para o aparecimento de lesões, embora ter um equipamento adequado motiva o
treinador a tentar elementos mais difíceis, que, por sua vez, colocam o ginasta em mais situações de risco de lesão.
Algumas considerações na prevenção de lesões
Selecionar corretamente os conteúdos a serem ensinados
Um bom conhecimento dos fundamentos básicos da ginástica inclui o reconhecimento do fundamento e sua estrutura básica; os pré-requisitos e
possíveis evoluções; algumas variações da execução; as demandas físicas e psicológicas; os aspectos anatômicos; biomecânicos e fisiológicos; os
erros comuns e possíveis correções.
Tendo se apropriado dessas informações, o professor vai selecionar quais fundamentos são adequados para cada faixa etária de acordo com o
nível de prontidão do aluno para executá-los.
Você está preparado para ensinar os fundamentos da GA?
Algumas perguntas que você pode fazer para si mesmo podem determinar se você já está pronto para ensinar:
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Outros pontos importantes:
Conhecer as potencialidades, a experiência e as limitações dos alunos.
Conhecer a faixa etária, o nível de desenvolvimentos físico, mental e social.
Usar as progressões corretas para evoluir dos níveis básicos ao avançado, sem queimar etapas, passando dos mais simples aos mais complexos.
Você está preparado para socorrer seu aluno em caso de lesão?
Apenas o conhecimento das lesões mais comuns da GA e as formas de preveni-las não é o suficiente para garantir um espaço de aula/treino
seguro.
A instituição deve ter normas e procedimentos próprios para que o professor possa agir em caso de acidentes com lesão. A melhor forma é criar
protocolos de “como” e para “quem” será feito o pedido de socorro urgente, ter acesso fácil a telefones, avisar os responsáveis etc.
Outras questões envolvem a capacitação do professor para fornecer o socorro ao aluno, como saber avaliar a gravidade da lesão e quais
procedimentos devem ser tomados em situações específicas conforme previsto em lei.
Atenção!
É imperativo que o professor conheça a legislação vigente e atue em conformidade com ela, a fim de estar apto a oferecer os melhores
procedimentos de socorro ao aluno.
Prevenção de lesões na Ginástica Artística
O meu aluno está pronto para aprender esse elemento?
Ele tem características físicas, a compreensão do elemento e a con�ança para executá-lo com segurança?
Eu estou preparado para ensinar esse elemento?
Compreendo claramente o elemento, sei descrevê-lo e como ensiná-lo de forma progressiva?
Sei como ajudar meu aluno, protegendo-o, caso ele cometa um erro, ou guiando sua execução durante a realização
do fundamento?

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Assista ao vídeo a seguir que apresenta estratégias e técnicas para prevenção de lesões na Ginástica Artística.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
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Apesar de a Ginástica Artística (GA) ser considerada uma modalidade esportiva segura, os estudos epidemiológicos têm se tornado cada vez
mais frequentes e podem ajudar a tornar as aulas de GA mais seguras ainda. Assim, é correto afirmar que os estudos epidemiológicos
descritivos na ginástica:
Parabéns! A alternativa E está correta.
A epidemiologia descritiva tem por objetivo identificar quem é afetado pelas lesões, quando e onde elas ocorrem e o que causa as lesões.
Questão 2
A GA é muito atrativa para crianças e jovens, devido aos movimentos plásticos e desafiantes. Mas, ao contrário do que muitos pensam, ela não
é uma prática que impede o crescimento em estatura das crianças, já que é sabido que esse é um fator determinado geneticamente. No
entanto, o professor deve estar atento às possibilidades de lesão nas placas de crescimento, que, geralmente, ocorrem por esforço repetitivo.
Analise as seguintes afirmativas com relação às lesões mais comuns na fase pré-púbere.
I) Osgood-Schlatter é uma fratura da tíbia por esforço repetitivo nos saltos.
II) A inflamação da tuberosidade da tíbia é chamada de Osgood-Schlatter, e a causa geralmente é o excesso de carga nos exercícios.
III) Osgood-Schlatter é considerada uma doença grave e não tem cura.
IV) A dificuldade de caminhar pode estar associada a uma inflamação no calcanhar chamada Doença de Osgood-Schlatter.
V) Diminuir os impactos nos saltos e corridas pode ser uma forma de recuperação da doença de Osgood-Schlatter.
É correto apenas o que se afirma em:
A Descrevem as formas de tratamento das lesões mais comuns.
B Fornecem conhecimento a respeito dos procedimentos de primeiros socorros para todo tipo de lesão.
C Fornecem conhecimentos específicos para a manutenção dos equipamentos.
D Demonstram a evolução das lesões mais comuns.
E
Identificam as causas das lesões, o tipo de ginasta mais vulnerável, a região do corpo, e os equipamentos onde elas ocorrem
com maior frequência.
A II e IV.
B II e III.
C IV e V.
D III e IV.
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Parabéns! A alternativa E está correta.
A alta intensidade e o número excessivo de impactos sofridos pelo ginasta em treinos pode inflamar a tuberosidade da tíbia e ocasionar a
doença chamada Osgood-Schlatter, que alivia com o repouso e a diminuição da carga nos membros inferiores.
3 - Posições corporais básicas da Ginástica Artística
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as posições corporais básicas da Ginástica Artística e sua aplicação no
processo de ensino e aprendizagem.
Conhecendo as posições corporaisbásicas dos exercícios da ginástica
artística (GA)
Agora, você vai reconhecer as posições corporais básicas da GA e suas aplicações no método progressivo de aprendizagem, objetivando
proporcionar uma aprendizagem segura e livre de lesão.
As posições básicas são padrões básicos de movimento adotados pelo corpo durante os exercícios acrobáticos ou coreográficos em apoio, na
suspensão ou no ar, em qualquer aparelho da Ginástica Artística.
Vamos conhecer as posições corporais básicas e suas variações.
uspensão
Situação que o aluno se encontra suspenso ou pendurado em algum aparelho específico da Ginástica Artística, como nas argolas ou na barra.
Posição esticada ou estendida e suas variações
E II e V.
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Nessa posição, o corpo está totalmente reto, músculos abdominais, glúteos e coxas contraídos, pés em flexão plantar. Os braços podem estar ao
longo do corpo, cruzados, acima da cabeça nas acrobacias ou em posição livre para elementos coreográficos.
Exemplos de elementos da GA na posição esticada:

Salto vertical

Mortal esticado

Reversão para frente na prova de salto

Parada de mãos
As posições arredondada e arqueada são consideradas variações da posição esticada, pois nenhum elemento da GA é classificado nessas
posições. No entanto, a aprendizagem delas é fundamental, porque são ações motoras presentes na maioria dos elementos no solo ou nos demais
aparelhos.
Partindo da posição esticada, o ginasta flexiona anteriormente toda a coluna, adotando uma posição curvada anteriormente.
Importante: Nesta posição, não ocorre a flexão de quadril.
É o oposto da posição arredondada. O ginasta faz uma extensão de toda a coluna, adotando a posição curvada (arqueada).
Posição grupada
Posição com o quadril e os joelhos flexionados em ângulo próximo a 90 graus ou menor. Os braços podem estar segurando as pernas abaixo dos
joelhos ou na parte posterior da coxa, em elementos acrobáticos. Podemos ver, em algumas acrobacias, o ginasta executar a posição grupada sem
segurar as pernas. Nos elementos de dança, a posição dos braços é livre.
Posição arredondada 
Posição arqueada 
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Encontramos a posição grupada nos seguintes elementos:

Salto grupado

Mortal grupado

Rolamentos para frente ou para trás grupados
Posição carpada
Posição com o quadril flexionado e os joelhos estendidos. Nas acrobacias, geralmente, o ginasta segura atrás da coxa, mas também podemos ver a
posição carpada sem o uso das mãos.
Encontramos a posição carpada nos seguintes elementos:

Salto carpado

Mortal carpado

Rolamentos para frente ou para trás carpados
Certamente, você já ouviu falar no “duplo twist carpado”. Esse elemento de altíssimo grau de dificuldade foi criado pelo técnico Oleg Ostapenko e
executado pela primeira vez com êxito em competições internacionais da Federação Internacional de Ginástica (FIG) pela ginasta brasileira Daiane
dos Santos. Por ter sido a primeira ginasta no mundo a apresentar esse elemento, ele foi batizado no código de pontuação com o sobrenome da
ginasta, ou seja, “dos Santos”.
Apenas para elucidar, vamos à descrição do duplo twist carpado: consiste na realização de um salto com meio giro no eixo longitudinal seguido de
duplo mortal para frente na posição carpada e aterrissagem de pé.
Pronto, agora você já entendeu o que é o “dos Santos”.
Outros ginastas brasileiros também realizaram elementos pela primeira vez e que foram batizados com seus sobrenomes, como Diego Hypolito,
Sergio Sasaki, Arthur Zanetti, Lorrane Oliveira etc.
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Como ensinar as posições corporais básicas?
No processo de aprendizagem, devemos progredir partindo do ensino das posições corporais básicas, fortalecendo a criação de hábitos posturais
específicos da modalidade. Inicialmente, elas devem ser executadas de forma estática, valorizando uma boa execução. A partir do momento que o
ginasta for capaz de manter essas posições de forma isométrica, ele poderá executá-las de forma dinâmica, primeiro, lentamente e, depois, de
forma mais rápida.
O professor pode ensinar as posições corporais básicas paralelamente, não havendo ordem de prioridade.
Geralmente, inicia-se o ensino no solo, com o aluno deitado. As posições grupada e carpada podem ser ensinadas também com o aluno sentado. A
partir daí pode-se utilizar os equipamentos para a realização das posições na suspensão ou apoio.
Cabe observar que as posições arqueada e arredondada demandam um certo grau de força, e o professor pode ter que simplificá-las para que o
aluno iniciante adote a postura correta.
Dependendo da situação, a posição do corpo pode determinar o nível de dificuldade do exercício, pois altera biomecanicamente o mesmo. Por
exemplo:
Salto vertical
Realizar esse salto na posição esticada é mais fácil do que fazê-lo na posição grupada.
Mortal
Realizar esse salto na posição esticada tem um grau de dificuldade maior do que na posição grupada.
Em uma competição, os ginastas que realizam exercícios com grau de dificuldade maior recebem mais pontos.
Posições das pernas
Não menos importante do que o ensino das posições corporais básicas na iniciação da GA é o conhecimento e o ensino das posições das pernas,
também muito encontradas em elementos acrobáticos e coreográficos:
Posição afastada ou espacate
Constitui-se pelo afastamento das pernas no sentido lateral ou anteroposterior. Se o afastamento lateral atingir 180 graus, chamamos de espacate
lateral ou espacate anteroposterior (afastamento de uma perna para frente e da outra perna para trás).
Execução do espacate: Trata-se de uma posição que pode ser realizada, tanto no solo como em saltos aéreos.
Apesar de os espacates serem introduzidos nas aulas iniciais, estas são posições que demandam flexibilidade na articulação do quadril. Para
desenvolver um espacate, dependendo da constituição do aluno, pode-se demorar muito tempo, então é aconselhável o afastamento das pernas até
o limite da dor, para evitar possíveis lesões. O afastamento pode ir aumentando progressivamente quando houver uma adaptação biológica do
aluno.
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São utilizados vários métodos de treinamento para melhorar a flexibilidade, através de exercícios de alongamento realizados pelo aluno na GA. O
professor deve ter esse conhecimento, bem como realizar um aquecimento específico para a articulação do quadril.
As sessões de flexibilidade devem acontecer em todas as aulas ou treinos de ginastas, que visam ou não ao alto nível. A preparação dessa
capacidade física é essencial para a execução dos movimentos mais complexos e é importante para prevenir de lesões.
Não é a realização do alongamento antes das atividades que previne lesões, mas o desenvolvimento e a
manutenção de bons níveis de flexibilidade por parte do aluno ou do atleta.
Assim como as posições corporais básicas, vários elementos da ginástica podem ser realizados com espacates. Por exemplo, uma parada de mãos
com espacate ou um salto com espacate. Por essa razão, o professor deve estar atento a erros que são muito comuns neste elemento e corrigi-los.
Erros comuns:
Joelhos flexionados;
Quadril desalinhado;
Não executar a flexão plantar dos pés;
Tronco inclinado para frente;
Postura relaxada de braços e mãos;
Ombros desalinhados.
Posição alongê
A posição alongê não é um elemento. Trata-se de uma posição em pé, que ginastas executam para iniciar ou finalizar um elemento. O início correto
e uma boa aterrissagem no alongê ajudam no controle e na consciência corporal, fundamentais na prevenção de lesões.
Execução do alongê
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O alongê é muito utilizado na aterrissagem de acrobacias, principalmente na trave e no solo.
Dois fundamentos básicos bastante conhecidos que podem iniciar e/ou finalizar o alongê são a “parada de mãos” e a “estrela”.
Posição das mãos
Na Ginástica Artística, muitos elementos são realizados com apoio de uma ou duas mãos no solo ou nos aparelhos. Por se tratar de uma posição
incomum no dia a dia, muita atenção deve ser dada ao posicionamento correto no apoio das mãos, a fim de evitar prejuízos à saúde do aluno.
Para que a aprendizagem atenda ao aspecto progressivo, o aluno deve se apoiar sobre as mãos primeiramente no solo e depois nos aparelhos.
Forma correta de apoio das mãos no solo:
Mãos com as palmas totalmente apoiadas, paralelas, com dedos bem estendidos.
Máximo de separação das mãos na largura dos ombros.
Nos apoios em alta velocidade, as mãos podem ser giradas internamente, mas não mais do que 15°.
Peso uniformemente distribuído.
Posição dos pés
Existem muitas posições dos pés, porém as básicas utilizadas na iniciação são: pés paralelos e juntos ou levemente separados.
O executante iniciará a posição em pé com os calcanhares unidos e os pés rotacionados para fora.
Posteriormente, afastará um pouco as pernas no sentido anteroposterior, mantendo os pés na mesma posição.
O executante irá flexionar ligeiramente o joelho da perna que foi à frente e manter a outra perna estendida, o peso do corpo deverá
estar distribuído nas duas pernas, porém com uma carga um pouco maior na perna da frente.
O quadril deverá estar alinhado para frente, o tronco ereto e os braços podem estar paralelos, à frente do corpo, ao lado ou acima da
cabeça.
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Nessa posição, o peso é distribuído uniformemente para uma boa estabilidade, e quando o equilíbrio é necessário. Nas aterrissagens, o peso se
desloca ligeiramente para a frente dos pés.
Posições corporais básicas da Ginástica Artística
Assista ao vídeo a seguir que apresenta as posições corporais básicas da Ginástica Artística e suas aplicações no processo de ensino e
aprendizagem.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A Ginástica Artística (GA) é conhecida pela variedade de movimentos em diferentes situações, e posições do corpo. Para o ensino de crianças
ou adultos, o professor deve optar por uma ordem dos elementos que vai do mais simples para o mais complexo, denominada progressão
pedagógica. A aplicação desse método está relacionada ao ensino das posições corporais básicas da GA, tornando seu conhecimento
imprescindível para o professor. Assinale qual das alternativas abaixo define o que são essas posições e sua importância para o ensino da GA:
Parabéns! A alternativa C está correta.
As posições corporais básicas são posturas que o corpo adota no apoio, na suspensão ou no ar, e conhecê-las é fundamental para a aplicação
do método progressivo de ensino, pois são o ponto de partida para o ensino dos fundamentos da GA.
Questão 2
O ginasta Diego Hypolito criou um exercício que leva seu sobrenome. Na verdade, é uma evolução do duplo twist carpado que leva o nome da
ginasta Daiane dos Santos. A diferença é que Diego executa um meio giro a mais antes da aterrissagem, mas tanto o “dos Santos” quanto o
“Hypolito” são executados na posição carpada. Todas as posições corporais devem ser ensinadas na iniciação. Qual das alternativas é
considerada correta para ensinar as posições básicas corporais, considerando o método progressivo?
A São exercícios de flexibilidade, e seu conhecimento vai auxiliar na escolha dos melhores métodos de treino.
B
São posições que indicam a localização do corpo no ar, e seu conhecimento ajudará o professor a identificar o grau de
dificuldade do exercício.
C
São posturas corporais que devem ser ensinadas na iniciação, e conhecê-las vai auxiliar o professor na aplicação do método
progressivo de ensino.
D São posturas utilizadas apenas nos exercícios básicos, e seu conhecimento vai nortear a seleção de conteúdos da aula.
E
São posturas que o corpo adota somente no ar e nas acrobacias da GA e, por isso, conhecê-las é fundamental para uma boa
preparação psicológica.
08/03/2023, 01:10 Segurança na ginástica artística
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Parabéns! A alternativa E está correta.
Para atender ao método progressivo, o professor deve iniciar pelas posições estáticas, depois dinâmicas, de forma lenta, no solo e, por fim,
executá-las em suspensão ou com apoio nos aparelhos. Dessa forma, respeitará o princípio do método que é progredir da forma mais simples
para a mais complexa.
Considerações �nais
A segurança é um dos temas mais importantes quando falamos em ensino e aprendizagem da Ginástica Artística (GA) e de qualquer esporte ou
exercício físico.
Os professores ou treinadores que vão atuar em qualquer espaço gímnico devem estar comprometidos com a aplicação de todas as estratégias
possíveis, a fim de minimizar os riscos de acidente.
O conhecimento trazido aqui sobre as possibilidades de prevenir acidentes e evitar lesões na GA não esgota o assunto que, por si só, é dinâmico e
está sujeito a ocorrências imprevisíveis. No entanto, foram abordados os aspectos gerais referentes ao tema, o que pode contribuir para nortear as
ações de quem se propõe a ensinar ou a praticar a GA.
Complementando o aspecto da segurança, foram apresentadas as posições corporais básicas da GA, além de outras posições de pernas, mãos e
pés, enfatizando que o ensino da base não pode ser negligenciado em função das expectativas dos alunos de aprender exercícios mais difíceis.
Podcast
Ouça este podcast sobre os principais aspectos de segurança e das posições básicas da Ginástica Artística.
A Primeiro ensinar a posição esticada, depois a grupada e, por fim, a carpada, sempre nessa ordem.
B Ensinar as posições de forma dinâmica e depois pedir ao aluno que mantenha a posição por quanto tempo aguentar.
C Pedir ao aluno que execute os fundamentos nessas posições, do mais simples para o mais complexo.
D Ensinar as posições paralelamente sem se importar com a qualidade da execução nos níveis de iniciação.
E
Ensinar as posições de forma estática, progredir para a dinâmica e aumentar a velocidade de execução gradativamente,
iniciando pelo solo e, em seguida, levar o aluno para os aparelhos.
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Referências
BESSI, F. El mundo de la gimnasia artística en teoria y práctica. Buenos Aires: Dunken, 2016.
CAINE, D.; RUSSEL, K.; e LIM, L. Handbook of Sports Medicine and Science, Gymnastics. UK, Wiley-Blacwell. 2013.
CAMPBELL, R. Injury epidemiology and risk factors in competitive artistic gymnasts: a systematic review. Journal Sports Medicine, 2019.
DIXON, M.; FRICKER, P. Injuries to Elite Gymnastics Over 10 Years. Medicine Science Sports Exercise, 1993.
PANZER, V. P; WOOD, G. A.; BRATES E Col. Lower extremity loads in landings of elite gymnasts. Biomechanics XI. Amsterdam: Free University Press,
1988.
SANDS, W.; CAINE, D.; BORMS, J: Scientific aspects of women's gymnastics. Medicine and Sport Science. Karger, Basel, 2003.
TUROFF, F. Artistic gymnastics: A Comprehensive Guide to Performing and Teaching Skills for Beginners and Advanced Beginners. United States:
Wm. C. Brown Publishers, 1991.
UNITED STATES GYMNASTICS FEDERATION. Gymnastics risk management. USGF, 2016.
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Para saber mais sobre o assunto:
Visite o site da Federação Internacional de Ginástica (FIG).
Consulte os livros:
BROCHADO, F. A.; BROCHADO; M. M. V. Fundamentosda Ginástica Artística e de Trampolins. São Paulo: Guanabara Koogan, 2019.
ROSA, L. H. T. da.; SANTOS, A. P. M. dos. Modalidades esportivas de ginástica. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
WERNER, P. H.; WILLIAMS, L. H.; HALL, T. J. Ensinando Ginástica para Crianças. Barueri, SP: Manole, 2015.

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