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Cultura Surda e Libras 1

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Prof.: Joaquim Cesar Cunha
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CULTURA SURDA E LIBRAS
REDE DE ENSINO DOCTUM
Presidente do Conselho Administrativo
Prof. Cláudio Cezar Azevedo de Almeida Leitão
Vice-Presidente do Conselho Administrativo
Ivana Coutinho Leitão
Presidente Executivo
Pedro Cláudio Coutinho Leitão
Vice-Presidente Executivo
José Lúcio Monteiro de Oliveira
Superintendente Geral
Leonardo Vieira Rocha
Diretoria de Ensino
Janaína Dardengo
Diretoria Administrativa Financeira
Roberto Miranda Pimentel Fully
Diretoria de Comunicação e Marketing
Juliano Nery de Carvalho
Diretoria de Recursos Humanos
Lilliane Maia Rodrigues Xavier
Diretoria de Operações
Virgílio Lima Neves
INSTITUTO ENSINAR BRASIL
Mandato: 
2019 – 2023
 
CONSELHO DIRETOR:
Presidente
1. Cláudio Cezar Azevedo de Almeida Leitão 
Vice Presidente
2. José de Andrade Neto Soares 
 
CONSELHO FISCAL:
Conselheiro Fiscal
3. Helisete Cristiano Alves 
Conselheiro Fiscal
4. Márcio Cecílio Venâncio 
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SUMÁRIO
1 - Introdução à Língua Brasileira de Sinais ............................... 05
2 - Aspectos Gramaticais I ................................................................. 11
3 - Identidade ........................................................................................ 21
4- Números ........................................................................................... 27
5 - Aspectos Gramaticais II ............................................................... 35
6 - Localização Espacial ................................................................... 53
7 - Língua de Sinais e Comunidade Linguística ......................... 61
8 - Aspectos Sócio Históricos e Filosóficos da Educação de 
Surdos .................................................................................................... 67
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Introdução à Língua 
Brasileira de Sinais
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CULTURA SURDA E LIBRAS
1.1 APRESENTAÇÃO DO CURSO E DAS ETAPAS DO APRENDIZADO
 Bem-vindo a Disciplina CULTURA SURDA E LIBRAS. Será um prazer estarmos juntos durante 
este semestre. Serão apresentados os objetivos pedagógicos, quais atividades se espera e breve ex-
plicação como realizar, pontuação referente a atividade e os textos a serem lidos.
 A proposta de ensino tem como foco uma perspectiva de língua como fato social. Serão apre-
sentadas informações referentes aos surdos e sua organização social, cultural e linguística.
 O objetivo é conhecer a gramatica da língua de sinais através das aulas, participação em fó-
runs e atividades. É também ter compreensão e produção de sinais. Como prática, a conversação 
como exercício de compreensão e produção. Haverá atividades para fixar o conhecimento dos aspec-
tos da língua. Nesse curso irá conhecer as teorias básicas de tradução e interpretação e suas noções. 
Compreender o processo de tradução e interpretação para mediação em contextos sociais. 
 Ao fim do curso não só terá condições de entabular uma conversa em língua de sinais, como 
mediar breves diálogos entre surdos e ouvintes não usuários da Libras e ter um panorama a respeito 
das principais correntes teórico-metodológicas na educação dos surdos. 
Apresenta-se os conteúdos a serem estudados:
1. Introdução ao mundo viso espacial;
2. Mitos e verdades sobre a Língua Brasileira de Sinais;
3. Aprendendo a sinalizar, apontação, localização, nome visual, estabelecimento do olhar, pro-
nomes;
4. Sinalizar com expressões não manuais;
5. Dactilologia, alfabeto manual, números cardinais, ordinais, quantidade, valores;
6. Parâmetros linguísticos, fonemas, morfemas;
7. Identidades e comunidades surdas;
8. Gramática de Libras, substantivos, verbos;
9. Linguagem, língua e fala;
10. Estatuto linguístico da Libras, aspectos fonológicos, morfológicos e sintáticos;
11. Classificadores nas línguas de sinais;
12. Tempo verbal na Língua Brasileira de Sinais;
13. Questões culturais e políticas, comunidades e identidades surdas;
14. Usuário, tradutor-intérprete de línguas de sinais;
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15. Educação de surdos, políticas educacionais, história da educação de surdos no mundo, no 
Brasil e no Espírito Santo;
16. Principais correntes teórico-metodológicas na educação de surdos;
17. Bilinguismo e a Língua Brasileira de Sinais.
 Essa primeira unidade INTRODUÇÃO AO MUNDO VISOESPACIAL tem por objetivo:
Compreender a Língua de Sinais e sua modalidade visoespacial;
Entender a diferença entre as línguas orais de modalidade oral auditiva e as Línguas de Sinais.
Desmistificar a língua de sinais.
 seguir vamos compreender o espaço de sinalização, o que caracteriza a Língua Brasileira de 
Sinais, bem como as demais línguas de sinais como línguas de modalidade visoespacial.
 LINGUAS ORAIS E LÍNGUAS DE SINAIS E MODALIDADES
 As línguas orais bem como as línguas de sinais são línguas naturais. Não foram criadas nem 
desenvolvidas por alguém ou um grupo objetivando a comunicação. Como línguas naturais seus 
usuários utilizam a modalidade que é a que naturalmente se adequa. Línguas orais utilizam a mo-
dalidade oral e auditiva para a comunicação. As línguas de sinais utilizam para a comunicação a 
modalidade visual, espacial e motora. Ou seja, para “falar” utilizam o próprio corpo e o espaço à sua 
frente. Para “ouvir” utilizam os olhos. As línguas naturais estão associadas à nossa neurofisiologia 
onde ocorrem os processamentos das mesmas. 
 Observe como GESSER (2014, P.12) aborda o assunto ao dizer que “A língua de sinais dos surdos 
é natural, pois evolui como parte de um grupo cultural do povo surdo”.
1.2 MITO, CONCEPÇÃO E DEFINIÇÕES DE LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
 Muitos consideram as línguas de sinais como sendo pantomima, mímica, gestos que substi-
tuem cada palavra de uma língua oral. Assim pensando, acreditam que seja universal e limitada na 
comunicação.
 Se já pensou ou pensa assim, não está sozinho(a). Objetivando desmistificar a língua de sinais, 
orienta-se a ler o texto MITOS EM RELAÇÃO A LÍNGUA DE SINAIS .
 Sugere-se que leiam também QUADROS & KARNOPP (2004, P.31-37) que trazem as respostas 
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aos mitos na área da linguística.
1.3 LOCALIZAÇÃO ESPACIAL, ESTABELECIMENTO DO OLHAR E EXPRES-
SÕES FACIAIS AFETIVAS
 Essa unidade MEU NOME VISUAL abordará a questão da localização espacial, estabelecimen-
to do olhar e expressões faciais afetivas, e o batismo de um nome visual ou sinal característico. 
1.4 APONTAÇÃO, LOCALIZAÇÃO ESPACIAL. 
Os objetivos dessa unidade são:
Identificar pessoas através dos sinais e da localização espacial.
Entender que o apontar e o usodo olhar é sinalizar em Libras.
Compreender a importância do espaço ao sinalizar.
Compreender o porquê do nome visual em uma língua viso espacial.
A seguir vamos compreender o espaço de sinalização, o que caracteriza a Língua Brasileira de Sinais, 
bem como as demais línguas de sinais como línguas de modalidade visoespacial.
1.5 BATISMO DO SINAL PESSOAL
 A língua de sinais acontece em um espaço de sinalização que inclui o próprio corpo do emissor 
e o espaço que está à frente do seu corpo. Para começar a utilizar esse espaço, é necessário aprender 
os significados da apontação, ou apontar para alguém ou alguma coisa. Nesta unidade irá aprender 
que o simples apontar, na língua de sinais há regras quanto a esse ato, o que leva ao significado do 
sinal. Além desse ponto, haverá mais 03 outros, que serão aprendidos na unidade: o sinal para NOME, 
o que é nome visual e as expressões faciais afetivas. 
 Leia com atenção o texto ESPAÇO DA PRODUÇÃO DE SINAIS para aprender o uso da aponta-
ção, como sinalizar NOME e sobre expressões faciais.
 
 
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CONCLUSÃO
 Nessa unidade você pode tanto pelas videoaulas como também pelos textos sugeridos e ou-
tros na bibliografia básica compreender que a língua brasileira de sinais é uma das línguas de sinais 
naturais cuja modalidade é visoespacial pois utiliza o corpo do emissor e o espaço a sua frente para 
falar a língua e a visão para “ouvir” estabelecendo assim a comunicação.
 Aprendeu que a forma como se aponta, olha, direciona muda o significado do apontar. Agora 
já sabe como dizer MEU NOME. Nas comunidades surdas cada um tem um nome visual e é possível 
que esteja pensando qual característica sua pode ser utilizada como NOME VISUAL. 
 Brevemente foi-lhe explicado que as expressões faciais afetivas são naturais a todos que utili-
zam uma língua oral. Contudo, na língua de sinais há expressões faciais gramaticais. Isso será abor-
dado em outra unidade.
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
GESSER, Audrei; LIBRAS? que língua é essa?. 1 ed. SAO PAULO: Parábola, 2014. Pp. 09-44.
QUADROS, R. M. de & KARNOPP, L. Língua de sinais brasileira: estudos linguisticos. ARTMED, 
SÃO PAULO, 2004. Pp. 31-37
SANTOS, J.C.C. dos; Mitos em relação a língua de sinais. Texto base, 2017.
SANTOS, J.C.C. dos; Espaço de produção de sinais. Texto base, 2017.
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Aspectos Gramaticais I
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EXPRESSÕES FACIAIS GRAMATICAIS
 Já nos encontramos na unidade EXPRESSÕES FACIAIS GRAMATICAIS. Na unidade I intro-
duzimos o assunto a respeito das expressões faciais no uso da língua de sinais. Lembramos que 
expressões afetivas são naturais a qualquer pessoa que utilize uma língua, seja oral ou de sinais. Tais 
expressões são traços paralinguísticos juntamente com a gesticulação. No entanto, nas línguas de 
sinais há expressões faciais gramaticais e os sinais manuais seguem uma estrutura linguística criando 
o léxico. 
Nessa unidade objetiva-se:
Identificar as expressões faciais afetivas e expressões faciais específicas.
 Aprender as expressões faciais específicas: interrogativas, exclamativas, negativas e afirmativas.
A seguir vamos compreender sobre o tema.
EXPRESSÕES FACIAIS
 Leia com atenção o texto-base EXPRESSÕES FACIAIS GRAMATICAIS onde há explicações so-
bre como diferenciar as afetivas das específicas que são as interrogativas, exclamativas, negativas e 
afirmativas.
 Analise com calma o que a autora GESSER (2014, P.21, 23) diz: “A língua de sinais tem todas as 
características linguísticas de qualquer língua humana natural. [...] devemos entender que sinais não 
são gestos”.
 A comunicação humana pode ocorrer de diferentes formas. Nem sempre recorremos à lin-
guagem verbal (seja ela falada ou sinalizada) para nos expressarmos. Esse pode ser o caso quando 
duas pessoas não falam a mesma língua. As expressões faciais também fazem parte da comunicação 
humana. Através delas, podemos revelar emoções, sentimentos, intenções para nosso interlocutor. 
Elas são utilizadas em todas as línguas. No caso das línguas de sinais, as expressões faciais desempe-
nham um papel fundamental e devem ser estudadas detalhadamente.
 Podemos separar as expressões faciais em dois grandes grupos: as expressões afetivas e as 
expressões gramaticais. As primeiras são utilizadas para expressar sentimentos (alegria, tristeza, rai-
va, angústia, entre outros) e podem ou não ocorrer simultaneamente com um ou mais itens lexicais. 
Conforme dito anteriormente, não são exclusivas das línguas de sinais. Nas línguas orais, as pessoas 
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também expressam suas emoções por meio de expressões faciais.
 Já as expressões gramaticais, estão relacionadas a certas estruturas específicas, tanto no nível 
da morfologia quando no nível da sintaxe e são obrigatórias nas línguas de sinais em contextos de-
terminados. Em virtude de serem específicas das línguas de sinais, as expressões faciais gramaticais 
serão analisadas com mais detalhes a seguir.
EXPRESSÕES FACIAIS GRAMATICAIS
 As expressões faciais gramaticais fazem parte do conjunto de marcações não-manuais e 
acompanham determinadas estruturas, tendo um escopo bem definido. No nível morfológico, algu-
mas marcações não-manuais estão relacionadas ao grau e apresentam escopo sobre o sinal que está 
sendo produzido. Por exemplo, os adjetivos podem estar associados ao grau de intensidade.
 No nível da sintaxe, as marcações não-manuais são responsáveis por indicar determinados 
tipos de construções, como sentenças negativas, interrogativas, afirmativas, condicionais, relativas, 
construções com tópico e com foco.
 Dentre as expressões faciais utilizadas gramaticalmente estão os movimentos de cabeça (tan-
to afirmativo quanto negativo), a direção do olhar, a elevação das sobrancelhas, a elevação ou o abai-
xamento da cabeça, o franzir da testa, o piscar dos olhos, além de movimentos com os lábios para 
indicar negação, para diferenciar os tipos de interrogativas e assim por diante.
 Ainda não há estudos exaustivos sobre as marcações não manuais na Libras, mas estamos 
nessa unidade apresentando alguns dados. Cada uma dessas expressões está associada a uma de-
terminada estrutura sintática e apresenta um escopo bem definido. Em uma mesma sentença é pos-
sível ter mais de uma marcação não-manual e a sua ausência pode deixar uma sentença agramatical.
 Releia o texto-base EXPRESSÕES FACIAIS GRAMATICAIS e na frente de um espelho busque 
praticar. Verá que as emoções não serão necessárias, pois tais são expressões gramaticais.
DACTILOLOGIA
 Chegamos a unidade que ensinaremos o alfabeto manual. Como as letras do nosso alfabeto 
da língua portuguesa não fazem parte das línguas de sinais, tampouco controlam a língua brasileira 
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de sinais, somente na quarta unidade é que vamos falar a respeito. Deseja-se que não só produzamos 
soletramentodigital ou dactilologia, mas também se faça leitura dessa forma de codificar.
O alfabeto manual foi e é muito utilizado na alfabetização de surdos em uma língua oral, cuja grafia 
é necessária ser decodificada. Queremos nessa unidade: 
Identificar os nomes de pessoas.
Aprender o alfabeto manual pelas configurações de mão.
Aprender a usar a dactilologia.
Aprender uma apresentação inicial em Libras no uso do nome visual e nome de registro.
 
LEITURA E PRODUÇÃO DO ALFABETO MANUAL
 O alfabeto manual e o soletramento digital tem uma função que é soletrar nomes próprios 
de pessoas ou lugares, siglas, e algum vocábulo que no momento da sinalização torna-se necessário 
destacar como palavra de uma língua oral. Seria o mesmo que trazer uma palavra de outra língua 
que não tem uma tradução para língua alvo. Vemos isso por exemplo no seguinte texto:
“Durante o governo de Gorbachev, em 1985, foi introduzida a Perestroika, uma 
reestruturação política da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) 
que, juntamente com a Glasnost (transparência), tinha o objetivo de reorgani-
zar setores da sociedade soviética”.
 Note que a palavra russa que está em negrito foi escrita em português levando em considera-
ção a fonética russa, ou seja, ao ouvir como se pronuncia a palavra russa, aproximamos a pronuncia 
ao nosso alfabeto. Ao mesmo tempo isso é feito porque não temos uma palavra em português que 
traduza a palavra russa. Podemos até entender o significado por meio de uma explicação que seria 
de uma reconstrução. Mas nossa palavra “reconstrução” não dimensiona apropriadamente o que 
PERESTROIKA significa em russo.
 O mesmo acontece em Libras. Há vocábulos em português cujo significado é específico e 
possivelmente não haja no momento um sinal que traduza tal dimensão. Utiliza-se portanto a datilo-
logia.
 
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DACTILOLOGIA OU DATILOLOGIA
 Faça uma leitura do texto-base DACTILOLOGIA E ALFABETO MANUAL e na frente de um es-
pelho busque praticar. Comece fazendo o seu nome, o nome de familiares, nomes da rua onde mora, 
nome de bairros. Lembre-se sempre de usar o espelho, pois treinará seu canal visual para futura leitu-
ra do soletramento digital produzido por outros.
 Ao ler também GESSER (2014, P.28-33) compreenderá que a autora considera o alfabeto ma-
nual como um código e deixa claro que a língua de sinais não se resume ao alfabeto manual. A Libras 
não é uma língua limitada. Há muitos que conceituam a Libras como limitada por dizer que usa a 
datilologia quando não tem sinal para a palavra.
 Infelizmente devido a tal conceito, de que Libras é limitada e que são gestos para cada palavra 
faz com que muitos inventem gestos, pseudosinais, pois acreditam que estão enriquecendo a Libras.
Quanto a questões de tradução isso será abordado mais adiante na disciplina.
 
DERIVAÇÃO NA LIBRAS
 Em nossa primeira unidade tivemos a oportunidade de compreender que a língua de sinais 
brasileira é uma língua natural, assim como as demais línguas de sinais e línguas orais.
 O que diferencia um código de uma língua é que as línguas tem níveis fonológico, morfológi-
co, sintático, semântico e pragmático.
 Uma breve explicação do que encontramos em tais níveis linguísticos permitirá que entenda-
mos que a Libras é uma língua natural, pois a mesma possui os citados níveis linguísticos.
 Primeiramente, o que é linguística? É o estudo científico das línguas naturais e humanas. As 
línguas naturais são o que podemos definir como algo que nasce com o homem. A faculdade da 
linguagem deve ser entendida como um componente da mente humana.
 As áreas da linguística que pesquisam aspectos da linguagem humana são a fonologia, a mor-
fologia, a sintaxe, a semântica e a pragmatica. Há também áres que são transversais, como a sociolin-
guística, a psicolinguística, a linguística textual e a análise do discurso.
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 Vamos nos concentrar nessa unidade nas áreas da fonologia e morfologia para entendermos 
a estrutura da língua de sinais.
 A fonologia estuda os sons do ponto de vista funcional e a fonética estuda os sons como enti-
dades isoladas. A menor unidade linguística sem significado é o FONEMA. É uma unidade da fono-
logia. Cada língua tem um número determinado de unidades fônicas que determinam a diferença 
de significado de uma palavra em relação a uma outra. Por exemplo, a palavra portuguesa caça 
[‘kasa] é diferente de casa [‘kaza].
 Os fonemas não são os sons fonéticos de fato, mas construções mentais abstratas. Portanto, 
em todas as línguas naturais há FONEMAS, ou unidades mínimas sem significado. Ocorrem em se-
quencias lineares, combinando-se entre si de acordo com regras fonológicas de cada língua. 
 A morfologia é o estudo da estrutura interna das palavras. Por exemplo, temos na língua por-
tuguesa um grupo de fonemas que são as vogais e outro grupo que são as consoantes. Há outros 
grupos, mas vamos nos ater a esses dois para exemplificar, pois nosso objetivo é entender a língua de 
sinais brasileira.
 Os FONEMAS (a, e, i, o, u) combinando-se com os FONEMAS (b, c, d, f, g ...) criam MORFEMAS. 
Os fonemas isolados não tem significado, mas combinados criam unidades que formam as palavras, 
que são os morfemas, com significado.
 A língua de sinais brasileira também possui grupos de fonemas. Quem primeiramente os 
identificou foi William Stokoe, linguísta americano, na decada de 1960. Ele apontou inicialmente tres 
grupos de fonemas da língua de sinais. Posteriormente, estudos apontaram mais outros dois, totali-
zando até o momento cinco grupos de fonemas. Tais grupos são conhecidos como parâmetros que 
constituem os sinais. 
PARÂMETROS DAS LÍNGUAS DE SINAIS
 São cinco os parâmetros da língua de sinais brasileira: Configuração de mãos (CM), ponto de 
articulação (PA) ou locação (LO), orientação da palma da mão (OR), movimento (MO) e expressões 
faciais/corporais ou expressões não manuais (ENM).
 Os fonemas das línguas de sinais combinando-se entre si criam os sinais e por meio dos pro-
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cessos de sufixação, prefixação há derivações, flexões, etc.... como em qualquer língua natural.
 Um sinal é o conjunto de configurações de mão, locações, orientações de palma de mãos, 
movimentos e expressões não manuais. Exemplificando, o sinal cujo significado é “homem”. Tem-se 
uma configuração de mão, que tem uma locação e uma orientação de palma de mão e um movi-
mento que termina em outra configuração de mão e em outra locação com a mesma orientação de 
palma de mão referente a segunda configuração de mão. (CM+LO+OR+MO+CM+LO+OR). Podemos 
dizer didaticamente que o sinal HOMEM em Libras tem 07 fonemas. 
 Na língua portuguesa o plural de HOMEM é HOMENS, muda-se um fonema e acrescenta-se 
outro. Na língua de sinais brasileira, o plural de homem tem acrescido o movimento da cabeça da 
direita para a esquerda ou da esquerda para a direita ao mesmo tempo que sinaliza HOMEM. Esse 
movimento, nesse caso dá o plural de HOMEM. 
Temos, portanto, CM+LO+OR+MO+ENM+MO+CM+LO+OR. 
 Há um processo nas línguas naturais que se chama derivação. Palavras se derivam das ou-
tras. Um processo morfológico muito comum na Libras é a derivação de substantivos em verbos ou 
verbos em substantivos. Enquanto que nas línguas orais utilizam-se sufixosou mudança de acento, 
por exemplo, plantar, plantador, fabrica, fábrica; nas línguas de sinais a derivação pode ocorrer pela 
mudança no tipo de movimento. Nos substantivos, o movimento é repetido e curto. Nos verbos, o 
movimento é único é distante. 
Por exemplo, temos o substantivo sinalizado com duas mãos, um sinal composto assimétrico: 
CADEIRA (CM+LO+OR) + (CM+LO+OR+MO+MO)
 O verbo SENTAR que é derivado do sinal CADEIRA tem mudanças no MO e na LO. 
SENTAR (CM+LO+OR) + (CM+LO+OR+MO+LO)
 Ao sinalizar SENTAR, o sinal CADEIRA perde um movimento e ganha uma locação no lugar desse. 
Outro exemplo, o substantivo PENTE, um sinal simples, pois é realizado com uma mão. 
PENTE (CM+LO+OR+MO+MO)
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PENTEAR (CM+LO+OR+MO+LO)
HOMONIMIA E POLISSEMIA
 Homonímia é a relação entre duas ou mais palavras que possuem a mesma estrutura fono-
lógica, ou seja, nas línguas orais tem o mesmo som, ou nas línguas de sinais são produzidas tendo o 
mesmo visual, mas possuem significados diferentes. 
 No caso das línguas orais, essas podem ser escritas de forma igual, mas com pronúncia dife-
rente, como por exemplo, gosto (substantivo) e gosto (verbo). Ou podem ser escritas de forma dife-
rente, mas com a pronúncia igual, como por exemplo, cela (substantivo) e sela (verbo). Ou podem ser 
escritas e pronunciadas igualmente, por exemplo, verão (substantivo) e verão (verbo).
Nas línguas de sinais ainda há estudos a respeito da homonímia e da polissemia. 
 Polissemia é quando uma mesma palavra na língua oral, ou um sinal na língua de sinais tem a 
mesma propriedade, mas tem significados diferentes. Exemplos na língua portuguesa: posto, graça, 
manga. João tem um alto posto. José abasteceu no posto. A comida era de graça. Os fiéis tiveram a 
graça depois de muitos pedidos. Eu gosto de chupar manga. Eu gosto de usar manga curta.
 
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CONCLUSÃO
 Nessa unidade você pode tanto pelas videoaulas como também pelos textos sugeridos e ou-
tros na bibliografia básica compreender que LIBRAS é uma língua natural que tem uma estrutura 
ou regras fonológicas. Compreendeu quais são os parâmetros da língua de sinais e como ocorrem as 
flexões e derivações. Ao participar no fórum será possível socializar esse conhecimento.
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
GESSER, Audrei; LIBRAS? que língua é essa?. 1 ed. SAO PAULO: Parábola, 2014. P. 19.
SANTOS, J.C.C. dos; Expressões faciais gramaticais. Texto base, 2017.
GESSER, Audrei; LIBRAS? que língua é essa?. 1 ed. SAO PAULO: Parábola, 2014. P. 28-33.
SANTOS, J.C.C. dos; Dactilologia e alfabeto manual. Texto base, 2017.
GESSER, Audrei; LIBRAS? que língua é essa?. 1 ed. SAO PAULO: Parábola, 2014. Pp. 13-19.
QUADROS, R. M. de & KARNOPP, L. Língua de sinais brasileira: estudos linguisticos. ARTMED, 
SÃO PAULO, 2004. Pp. 19, 47-65; 81-126; 95.
SANTOS, J.C.C. dos. Estrutura básica da língua brasileira de sinais. Texto base, 2017.
SANTOS, J.C.C. dos. Homonímia e polissemia. Texto base, 2017.
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Identidade
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IDENTIDADES E COMUNIDADES SURDAS
 Nessa unidade vamos usar como referência Hall (1997) para conceituar identidade. O autor 
não dá um conceito de identidade, mas propõe uma aproximação do conceito de identidade tal qual 
a história ensina a ver sob diferentes interpretações. Ele cita tres conceitos de identidade: o iluminista, 
o sociológico e o da modernidade tardia. Vamos eleger esta última em que identidades são fragmen-
tadas, entendendo o conceito de identidades plurais, múltiplas, que não são fixas, imóveis, estáticas 
ou permanentes, podem até ser contraditórias, que não são algo pronto.
 O sujeito surdo nas suas múltiplas identidades sempre está em situação de necessidade dian-
te da identidade surda. Os surdos são surdos em relação à experiência visual e longe da experiência 
auditiva.
 A noção de surdo por parte da sociedade está diretamente ligada a estereótipos em muitas 
formas. São considerados incapazes para muitas atividades e a surdez é vista como algo a ser apro-
veitado para que o surdo possa trabalhar em lugares com barulho, dando a ideia de que nesse espaço 
não se distraem. Alguns não acreditam que o sujeito surdo possa ascender em escala de coordena-
ção ou gerencia e assim o poder ouvinte determina quais trabalhos esses sujeitos podem se adequar. 
 Os sujeitos não surdos, que denomina-se de “ouvintes” podem ficar ofendidos com a afirma-
ção de que contribuem para ouvintizar o surdo, ou de conceituar o surdo como portador de anoma-
lias, por admitirem ambientes ouvintes com autoridades e regras sociais somente para quem ouve. 
 O olhar sobre os sujeitos surdos são de que são sujeitos dignos de pena, cuidado e ajuda, o que 
faz com que muitos ouvintes queiram aprender Libras para usá-la nos movimentos sociais ou religio-
sos, onde o espírito assistencialista predomina.
 O que é ouvintismo? Deriva de uma proximidade particular que se dá entre ouvintes e surdos, 
na qual o ouvinte sempre está em posição de superioridade. Pode-se entender também como o po-
der ouvinte, em que predomina a hegemonia por meio do discurso e do saber. Essa palavra, ouvintis-
mo designa o estudo do surdo do ponto de vista da deficiência, da clinicalização, do assistencialismo, 
da salvação e da necessidade de normalização. Contudo, não associe ouvintismo a preconceito e a 
oralismo.
 Diante da hegemonia ouvinte há categorias de identidade surdas, que apresentam facetas di-
ferentes que podem ser classificadas. Os sujeitos surdos que fazem uso com experiencia visual, criam 
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um espaço cultural visual dentro de um espaço cultural diverso. Podemos dizer que tais sujeitos tem 
uma identidade surda.
 Entretanto, há sujeitos que nascem ouvintes e depois ficam surdos, geralmente tem presente 
duas línguas, tais são sujeitos com identidade surda híbrida, mas sua identidade vai ao encontro das 
identidades surdas.
 Surdos que nascem de pais ouvintes e que são criados para serem ouvintes, por assim dizer 
são mantidos sob cativeiro da hegemônica experiencia ouvinte, mas no momento que conseguem 
contato com a comunidade surda, eles mudam sua situação e buscam a liberdade da “ouvintização”. 
Tais são identidades surdas de transição.
 Os surdos que vivem sob uma ideologia ouvintista, que reproduzem as identidades ouvintes, 
negam a representação surda, tem uma identidade surda incompleta.
 As identidades surdas flutuantes são os surdos que vivem e manifestam-se a partir da hege-
monia dos ouvintes. Pode-se dizer que tal sujeito é consciente ou não de ser surdo. Alguns desejam 
ser como os ouvintes devido a ideologia ouvintista. Entretanto, não conseguem se comunicar com 
os ouvintes por falta de comunicação e por não saberem a língua de sinais também não se comuni-
cam com a comunidade surda. É um sujeito surdo construindo sua identidadecom fragmentos das 
múltiplas identidades de nosso tempo, fragmentadas.
 A educação tem diante de si, pós-oralismo, pós-comunicação total, o desafio de desaprender 
um grande número de preconceitos, entre eles o de querer com o uso de quaisquer estratégias, fazer 
do surdo um ouvinte. A educação precisa caminhar no sentido da identidade do surdo, ou seja que 
o surdo é um sujeito surdo com suas diferenças, sujeito capaz de assumir qualquer posição na socie-
dade, desde que o poder ouvinte assim o permita e não o trate como uma minoria dependente.
 
COMUNIDADES
 Comunidade pode ser definida como um grupo que tem algo em comum, uma linguagem 
comum. No caso o surdo usuário da língua de sinais tem a língua que o une em uma comunidade. 
Sendo uma minoria linguística, talvez pergunte como são uma comunidade se estão espalhados nas 
cidades, nos estados e no Brasil. 
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 Tais sujeitos encontram formas bem criativas de se encontrarem. Em várias cidades brasilei-
ras, os surdos têm pelo menos um ponto de encontro. Pode ser um local em frente a uma instituição 
de ensino de surdos ou de uma fábrica onde muitos deles trabalham. Em outras cidades, o Mercado 
Público é um local de encontro. Pode também ser um shopping. 
 Se encontram para conversar sobre os mais variados assuntos. Em alguns lugares há associa-
ções de surdos que promovem festas, campeonatos ou encontros para conversarem e atualizarem-se 
com os acontecimentos do mundo local, nacional ou internacional. Discutem sobre problemas polí-
ticos e estratégias de como viver em uma sociedade majoritariamente ouvinte.
 Tais pontos de encontro fazem parte da estratégia que os surdos criaram para manter uma 
grande rede de contatos. Com a tecnologia atual, a comunicação é dinâmica. Os surdos assim con-
seguem manter suas tradições, a sua língua e as suas histórias por meio deste tipo de estratégia. Tais 
encontros são ainda, espaços de lazer e cultura.
 Há ouvintes que fazem parte da comunidade surda. São usuários da língua de sinais e alguma 
característica os fazem ser identificados com tal comunidade. Podem ser filhos de surdos, cônjuges, 
namorados, intérpretes. 
 
 
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CONCLUSÃO
 Nessa unidade você pode tanto pelas videoaulas como também pelos textos sugeridos e ou-
tros na bibliografia básica compreender que diante da hegemonia de sujeitos ouvintes, os sujeitos 
que nasçam surdos ou que venham posteriormente a ficarem surdos são atravessados pelos dis-
cursos ouvintistas e em resultado identidades surdas surgem dessa relação de poder. Entender as 
diferenças e respeitar a diversidade de todos os sujeitos que interagem na sociedade atual promove 
atitudes que tornam possível a convivência entre as diferentes identidades.
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
GESSER, Audrei; LIBRAS? que língua é essa?. 1 ed. SAO PAULO: Parábola, 2014. Pp. 45-61.
HALL, S. Identidades culturais na pós-modernidade. RIO DE JANEIRO: DP&A, 1997.
SKLIAR, C. A surdez: um olhar sobre as diferenças. 6ª ed. PORTO ALEGRE : MEDIAÇÃO, 2013
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NÚMEROS CARDINAIS E DE QUANTIDADE EM LIBRAS
 A unidade IV aborda os sinais usados na língua brasileira de sinais para números cardinais e de 
quantidade. Vamos conhecer as regras de sinalização para os números cardinais e para os de quan-
tidade. 
 Antes vamos falar a respeito das diferenças culturais entre surdos e ouvintes. É comum os po-
vos terem seus costumes que podem parecer a outros atitudes estranhas. Por exemplo, os esquimós 
ao se cumprimentarem tocam-se uns nos outros com a ponta do nariz. O motivo pode ser que é a 
única parte do corpo que não está coberta com roupas. 
 Na India, é usual ao cumprimentar uma pessoa, unir as palmas das mãos diante do peito e 
dizer Namasté. Beijinhos e abraços não são comuns.
 No Brasil é comum o aperto de mãos e com beijos na face (usualmente as mulheres) dizendo 
que é um prazer conhecer a pessoa. A conversa que decorre deste primeiro contato, envolve uma 
conversa generica, como falar do tempo ou da profissão de cada um. Não se pergunta qual a carac-
teristica que o diferencia de outros, nem a idade.
 No caso dos surdos brasileiros, há uma apresentação inicial e a identificação da surdez. Geral-
mente, a pessoa diz: EU SURDO ou EU OUVINTE. Isso é importante, pois relaciona-se com a uma iden-
tificação do outro a partir da referencia SURDO ou OUVINTE. Isso é relevante na perspectiva do surdo. 
 Podem seguir-se tipos de perguntas tais como: VOCÊ FAMILIA SURDA? VOCÊ APRENDER 
SINAIS COMO? VOCÊ APRENDER SINAIS POR QUÊ?
 A conversa pode incluir de onde a pessoa é, questões pessoais, estado civil, idade, endereço, 
telefone, etc. na medida que vão ficando mais a vontade. 
Isso também é comum em algumas comunidades ouvintes. 
 Possívelmente quando for apresentado a pessoas surdas as perguntas que envolvam respos-
tas com números surgirão. Então, vamos agora aprender a sinalizar os cardinais e os de quantidade.
 
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NÚMEROS CARDINAIS
Regras para números cardinais.
a) Ao sinalizar as unidades e as dezenas a mão fica parada;
b) Ao sinalizar os números 1 a 4 a palma da mão fica virada para o corpo;
c) Ao sinalizar os números 2 e 7 a posição do polegar os diferencia;
d) Ao sinalizar o 0 (zero) a palma da mão fica virada para o lado ou para cima;
e) Ao sinalizar utilizando um ou mais zeros à esquerda do número, rotacionar o pulso (ex. 01, 
007);
f) Ao sinalizar as dezenas 11, 22, 33, 44 e 77 a palma da mão deve ficar virada para o lado e fazer 
o movimento breve e curto para direita e esquerda.
NÚMEROS CARDINAIS
Regras para números de quantidade.
a) As quantidades 1 a 4 são sinalizadas com os dedos voltados para cima e com a palma da 
mão voltadas para o corpo.
b) As quantidades 5 a 10 são sinalizadas da mesma forma que sinaliza os números cardinais.
Nota 1: 
Os números para quantidade são utilizados em libras como prefixos nos aspectos morfológicos 
da língua. Quando se sinaliza a duração de horas, semanas, dias, meses, anos, períodos, a con-
figuração para os números de quantidade compõe o sinal.
Nota 2: 
Em algumas regiões do país, como no caso de São Paulo, considerando as variações linguísticas, 
os números de quantidade são também utilizados como cardinais.
NÚMEROS ORDINAIS E DE VALORES EM LIBRAS
 Na anteriormente aprendemos como sinalizar os números cardinais e de quantidade. Agora 
vamos entender como sinalizar os números ordinais e de valores na Língua Brasileira de Sinais.
 Desejaremos aprender pois os surdos estão espalhados em todo o país e encontram formas 
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criativas de se encontrarem. As vezes alguns pontos de encontro dos surdos são locais proximos de 
instituições de ensino, fábricas ou no mercado público. Os shoppings também podem ser pontos de 
encontro. Nesses lugares, que podem ser restaurantes, bares ou outros é possível que a conversa seja 
permeada com assuntos escolares, academicos ou de onde comprar ou vender alguma coisa. Se algo 
se encontra no mesmo andar ou nos andares superiores. 
 O uso do espaço ao sinalizar é o segredo de ser compreendido em libras e compreender. Não 
se sinaliza no mesmo lugar o tempo todo. Sendo uma língua visual, o espaço conforme já abordamos 
é o que está a sua direita, esquerda, em frente, acima, etc... Ao usar tais referentes a sinalização é clara 
quando falamos a respeito. 
Assim, vamos aprender os números ordinais e de valores em Libras.
NÚMEROS ORDINAIS
 Regras para números ordinais. Utilizam-se as mesmas configurações para os números cardi-
nais.
a) Ao sinalizar para 1º a 9º posicionar a mão como sinaliza para os números cardinais, mas os 
realizando com a mão tremendo.
b) Ao sinalizar para as dezenas, do 10º em diante, são feitos da mesma maneira que os números 
cardinais.
NOTA: 
Em algumas regiões do país, como no caso de São Paulo, considerando as variações linguísticas, 
os números de quantidade são também utilizados como ordinais.
 
NÚMEROS PARA VALORES
Regras para números de quantidade. 
Utiliza-se as mesmas configurações para números de quantidade.
Ao sinalizar valores de R$ 1,00 a R$ 10,00 fazer com a mão rotacionando;
Ao sinalizar valores a partir de R$ 11,00 fazer como sinaliza para números cardinais, seguido da 
configuração da letra R balançando levemente.
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 NÚMEROS CARDINAIS E DE QUANTIDADE EM LIBRAS
 A unidade VII aborda os sinais usados na língua brasileira de sinais para números cardinais 
e de quantidade. Vamos conhecer as regras de sinalização para os números cardinais e para os de 
quantidade. 
 Antes vamos falar a respeito das diferenças culturais entre surdos e ouvintes. É comum os po-
vos terem seus costumes que podem parecer a outros atitudes estranhas. Por exemplo, os esquimós 
ao se cumprimentarem tocam-se uns nos outros com a ponta do nariz. O motivo pode ser que é a 
única parte do corpo que não está coberta com roupas. 
 Na India, é usual ao cumprimentar uma pessoa, unir as palmas das mãos diante do peito e 
dizer Namasté. Beijinhos e abraços não são comuns.
 No Brasil é comum o aperto de mãos e com beijos na face (usualmente as mulheres) dizendo 
que é um prazer conhecer a pessoa. A conversa que decorre deste primeiro contato, envolve uma 
conversa generica, como falar do tempo ou da profissão de cada um. Não se pergunta qual a carac-
teristica que o diferencia de outros, nem a idade.
 No caso dos surdos brasileiros, há uma apresentação inicial e a identificação da surdez. Ge-
ralmente, a pessoa diz: EU SURDO ou EU OUVINTE. Isso é importante, pois relaciona-se com a uma 
identificação do outro a partir da referencia SURDO ou OUVINTE. Isso é relevante na perspectiva do 
surdo. 
 Podem seguir-se tipos de perguntas tais como: VOCÊ FAMILIA SURDA? VOCÊ APRENDER 
SINAIS COMO? VOCÊ APRENDER SINAIS POR QUÊ?
 A conversa pode incluir de onde a pessoa é, questões pessoais, estado civil, idade, endereço, 
telefone, etc. na medida que vão ficando mais a vontade. 
Isso também é comum em algumas comunidades ouvintes. 
 Possívelmente quando for apresentado a pessoas surdas as perguntas que envolvam respos-
tas com números surgirão. Então, vamos agora aprender a sinalizar os cardinais e os de quantidade.
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NÚMEROS CARDINAIS
Regras para números cardinais.
a) Ao sinalizar as unidades e as dezenas a mão fica parada;
b) Ao sinalizar os números 1 a 4 a palma da mão fica virada para o corpo;
c) Ao sinalizar os números 2 e 7 a posição do polegar os diferencia;
d) Ao sinalizar o 0 (zero) a palma da mão fica virada para o lado ou para cima;
e) Ao sinalizar utilizando um ou mais zeros à esquerda do número, rotacionar o pulso (ex. 01, 
007);
f) Ao sinalizar as dezenas 11, 22, 33, 44 e 77 a palma da mão deve ficar virada para o lado e fazer 
o movimento breve e curto para direita e esquerda.
NÚMEROS CARDINAIS
Regras para números de quantidade.
a) As quantidades 1 a 4 são sinalizadas com os dedos voltados para cima e com a palma da 
mão voltadas para o corpo.
b) As quantidades 5 a 10 são sinalizadas da mesma forma que sinaliza os números cardinais.
NOTA 1: 
Os números para quantidade são utilizados em libras como prefixos nos aspectos morfológicos 
da língua. Quando se sinaliza a duração de horas, semanas, dias, meses, anos, períodos, a con-
figuração para os números de quantidade compõe o sinal.
NOTA 2: 
Em algumas regiões do país, como no caso de São Paulo, considerando as variações linguísticas, 
os números de quantidade são também utilizados como cardinais.
 
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CONCLUSÃO
 Foi possível nessa unidade entender algumas questões culturais dos sujeitos surdos, a manei-
ra como se cumprimentam e o que pode ser a tônica da conversa. Aprendeu-se a sinalizar os núme-
ros cardinais e de quantidade. Esses últimos que são sinalizados de forma diferente são importantes 
na identificação de sinais que tem tais números incorporados.
 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
GESSER, Audrei; LIBRAS? que língua é essa?. 1 ed. SAO PAULO: Parábola, 2014. P. 52.
SANTOS, J.C.C. dos. Números em libras. Texto base, 2017.
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CULTURA SURDA E LIBRAS
Aspectos Gramaticais II
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CULTURA SURDA E LIBRAS
GRAMÁTICA DE LIBRAS
 Chegamos a unidade que tratará da classe de palavras que pode indicar processos, tais como: 
ação, estado, fenômeno, ocorrência e desejo.
Exemplo de verbos que indicam ação: correr, fazer, mandar.
Exemplo de verbos que indicam estado: ser, ficar, estar.
Exemplo de verbos que indicam fenomeno: chover, anoitecer, escurecer.
Exemplo de verbos que indicam ocorrencia: acontecer, suceder, passar.
Exemplo de verbos que indicam desejo: querer, desejar, ansiar.
 Os processos de derivação fazem parte dos estudos da morfologia. Correr/corrida; Acontecer/
acontecimento; Desejar/desejo.
 Não iremos nos aprofundar nos aspectos linguísticos da língua portuguesa, mas entender 
que há esse processo ajuda-nos a aprender como diferenciar um sinal que é verbo de um sinal que é 
substantivo na língua brasileira de sinais. 
 Lembremos que a Libras é uma língua natural, assim os aspectos línguísticos encontrados nas 
línguas orais são encontrados nas línguas de sinais. A estrutura da Libras é muito interessante. 
 Há um processo nas línguas naturais que se chama derivação. Palavras se derivam das outras. 
Já consideramos isso brevemente e retomamos aqui ao aprendermos sobre VERBOS.Enquanto que nas línguas orais utilizam-se sufixos ou mudança de acento, por exemplo, plan-
tar, plantador, fabrica, fábrica; nas línguas de sinais a derivação pode ocorrer pela mudança no tipo de 
movimento. Nos substantivos, o movimento é repetido e curto. Nos verbos, o movimento é único é 
distante. 
 Alguns verbos são sinalizados com as duas mãos com movimentos alternados ou circulares. 
Podemos citar BRINCAR, TRABALHAR, NAMORAR. Os sinais para brincar e brincadeira, trabalhar e 
trabalho, namorar e namoro são os mesmos, mas o movimento é realizado de forma mais ampla para 
os verbos e mais curto para os substantivos.
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Podemos dizer que os verbos em Libras estão divididos em:
a) Verbos de não concordância,
b) Verbos de concordância,
c) Verbos de negação e
d) Verbos de incorporação.
 
VERBOS SEM CONCORDÂNCIA OU SIMPLES
 Todos os verbos sem concordância estão por assim dizer ancorados ao corpo ou no espaço à 
frente. Para criar uma sentença em Libras é obrigatório o uso de pronomes e/ou nomes de pessoas, 
animais ou coisas. Por exemplo, TRABALHAR, BRINCAR e CONHECER. O verbo TRABALHAR é reali-
zado à frente do corpo não sendo direcionado a outra localização e permanecendo lá, as mãos vão e 
voltam, como se algo estive prendendo no espaço que está sendo sinalizado. O mesmo ocorre com 
BRINCAR e CONHECER. Se falar em Libras EU CONHEÇO VOCÊ, precisa sinalizar os pronomes.
 
VERBOS COM CONCORDÂNCIA
 Como foi dito os verbos sem concordância estão ancorados ao corpo ou no espaço à frente. Os 
verbos com concordância não são ancorados ao corpo. Eles são produzidos a partir de uma locação 
e vão para outra locação e terminando lá. 
 Os verbos com concordância são assim chamados porque concordam com os referentes no 
espaço, não necessitando o uso de pronomes. Os verbos AJUDAR, AVISAR, VER podem ser sinaliza-
dos a partir do referente, pois não estão ancorados ao corpo. 
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 VERBOS DE NEGAÇÃO
 Na língua de sinais há um processo que é a incorporação de negação, ou seja, o verbo na ne-
gativa é sinalizado de forma diferente do verbo na afi rmativa. Veja alguns exemplos:
 
 
Fonte: QUADROS, R. M. de & KARNOPP, L. Língua de sinais brasileira: estudos linguisticos. ARTMED, 
SÃO PAULO, 2004. P. 110.
 
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VERBOS DE INCORPORAÇÃO
Nesse processo na língua de sinais, os verbos precisam incorporar a ideia do objeto. 
 É o caso de o verbo LAVAR. Se deseja falar que LAVA-ROUPA, o sinal será realizado como se 
estivesse esfregando a roupa. Entretanto, se é LAVAR-ROUPA-NO-TANQUE, o sinal será realizado 
como se estivesse esfregando a roupa no tanque. Se é LAVAR-CARRO, o sinal será realizado como se 
estivesse esfregando o vidro e o teto do carro. 
 Outro exemplo é o verbo ABRIR. ABRIR-PORTA, ABRIR-PORTÃO, ABRIR-PORTÃO-AUTOMÁTI-
CO, ABRIR-JANELA, ABRIR-PERSIANA.
 
PERCEPÇÃO SURDA DE MUNDO
 A Unidade XI introduzirá de forma mais profunda o uso do espaço de sinalização na língua 
brasileira de sinais. 
 Até aqui vem percebendo que quando sinalizamos as mãos não ficam sempre no mesmo lu-
gar. Há referentes. Quando estivemos na unidade que falou dos verbos de concordância, sinalizamos 
saindo de um lugar para o outro. 
 Vamos entender e identificar os diversos espaços e aplicar em uma conversação quando des-
crevemos pessoas e lugares. Nas atividades vamos praticar o uso do espaço pelo que chamamos de 
plano parede e plano chão.
 Apropriemo-nos desta unidade, pois estamos sendo introduzidos a sintaxe espacial, ou seja, 
sintaxe é parte da gramática que estuda as palavras enquanto elementos de uma frase, as suas rela-
ções de concordância, de subordinação e de ordem. No caso da língua de sinais, sintaxe espacial.
 
USO DO ESPAÇO E REFERENTES
 Os usuários das línguas de sinais não produzem sua fala em Libras somente em um lugar no 
espaço à frente do tronco. Seria o mesmo que falar em uma língua oral de forma confusa e incom-
preensível.
 Os falantes da língua de sinais utilizam o espaço e seus referentes. Na imagem abaixo poderá 
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visualizar onde os sinais podem ocorrer. Compreender isso o ajudará na disposição dos sinais na frase 
e das frases no discurso, e da relação lógica das frases entre si, transmitindo um signifi cado completo 
e inteligível.
 
Fonte: Ferreira-Brito, 1995, P. 215
 A sinalização ocorre dentro desse espaço, e o mesmo pode ser dividido em outros pequenos 
espaços, no plano horizontal e vertical.
 
 
 
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CULTURA SURDA E LIBRAS
USO CONTRASTIVO DE PONTOS DE REFERENCIA
 O uso do espaço no plano chão e plano parede possibilita o uso contrastivo de pontos de refe-
rência, sejam pessoas, animais ou coisas.
 Diferentes coisas podem ser faladas em Libras ao mesmo tempo quando utilizamos o espaço 
de sinalização com pontos previamente estabelecidos.
 Por exemplo, no espaço de sinalização, à direita poderá sinalizar TELEVISÃO, e a esquerda si-
nalizar NOTEBOOK. A partir desses pontos de referência é possível fazer comparações, talvez dizendo 
que são diferentes ou direcionando verbos para esses pontos estabelecidos. 
 No uso dos verbos, ao direcionar seu olhar para o espaço onde estabeleceu o referente TELE-
VISÃO, usar o verbo VER. Como esse verbo é de concordância, será direcionado ao referente, à direita. 
Se quiser dizer que usa o NOTEBOOK para escrever, o verbo ESCREVER-TECLADO (verbo com incor-
poração de objeto) será realizado no mesmo espaço onde antes estabeleceu o referente, à esquerda. 
 O uso do espaço é importantíssimo na comunicação em Libras. Poderá descrever locais, pes-
soas, animais, coisas. Se estiver falando sobre ter viajado para o Amazonas e depois para Porto Alegre, 
poderá situar o Amazonas no espaço à esquerda à frente da sua cabeça, e Porto Alegre em frente ao 
seu tronco na altura da cintura. Uma vez estabelecido tais pontos de referência, apontar para eles ou 
usar os verbos nesses espaços deixará inteligível a conversa em Libras.
Abaixo disponibiliza-se um link para que possa aprender sinais de lugares e profissões.
A sugestão é utilizar o aplicativo HANDTALK em seu celular. É um minidicionário de Libras. 
Link : https://www.handtalk.me/br/Aplicativo
 Aprenda os sinais que desejar. Nesse momento sugerimos sinais dos espaços de uma casa, 
por exemplo: quarto, cozinha, sala, banheiro, etc.... Também as profissões. 
Nota importante: Observem que a localização à direita de alguém pode estar associada com o sinal 
realizado com a mão direita, enquanto a localização esquerda pode estar associada à mão esquerda.
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CULTURA SURDA E LIBRASLINGUAGEM, LÍNGUA E FALA
 Quando nos referimos a língua brasileira de sinais, dizemos que a mesma, como as demais 
línguas de sinais, são língua naturais, assim como as línguas orais por nós conhecidas. 
 O que são línguas naturais? São as línguas que os seres humanos podem utilizar de acordo 
com a modalidade de percepção e produção desta. 
 É comum ouvirmos ou lermos que na comunicação se a modalidade é oral auditiva, é uma 
língua, mas, se é uma modalidade visoespacila, como no caso de LIBRAS é uma linguagem.
 Como definir o que é língua e linguagem? A palavra linguagem aplica-se não apenas às lín-
guas portugues, ingles, espanhol, mas a uma série de outros sistemas comunicação. Podemos citar 
alguns, notação ou cálculo que são sistemas artificiais. Linguagem é aplicado aos sistemas de co-
municação, sejam naturais ou artificiais, humanos ou não. As abelhas se comunicam pelo seu voo, 
animais se comunicam de diversas formas. Isso é linguagem. A arte humana, a dança e etc... é uma 
linguagem. A palavra linguagem, em português, é mais abrangente que a palavra língua.
 Língua aplica-se às diferentes línguas. A língua é somente uma parte determinada, essencial 
da linguagem. É um sistema de símbolos arbitrários por meio do qual um grupo social opera entre si.
 A Lei 10.436/02 reconheceu Libras como meio de comunicação da comunidade surda, pos-
suindo uma estrutura gramatical própria, como sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos.
 Quando se fala de um sistema linguístico, fala-se de um sistema padronizado de sinais/sons 
arbitrários, caracterizados pela estrutura dependente, criatividade, deslocamento, dualidade e trans-
missão cultural. Isso ocorre em todas as línguas do mundo.
 O que é fala? A língua é fator resultante da organização de palavras, segundo regras específi-
cas e utilizadas por uma coletividade.
 Como código social, a língua não pode ser modificada arbitrariamente, em função destas re-
gras preestabelecidas. Tal organização tende a corroborar para que o enunciado seja manifestado de 
forma clara, objetiva e precisa. Por isso, sendo Libras uma língua com tal estrutura própria, ela não 
pode ser modificada arbitrariamente, ela possui regras.
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CULTURA SURDA E LIBRAS
Cada um expõe seus sentimentos e revela sua maneira de ver o mundo de forma subjetiva, caracte-
rizando, desta forma, a fala. Podemos dizer que a fala é a forma concreta dos pensamentos. É a utili-
zação oral da língua pelo indivíduo. É um ato individual, pois cada indivíduo, para a manifestação da 
fala, pode escolher os elementos da língua que lhe convém, conforme seu gosto e sua necessidade, 
de acordo com a situação, o contexto, sua personalidade, o ambiente sociocultural em que vive, etc.
 Desse modo, dentro da unidade da língua, há uma grande diversificação nos mais variados 
níveis da fala. Cada indivíduo, além de conhecer o que fala, conhece também o que os outros falam; é 
por isso que somos capazes de dialogar com pessoas dos mais variados graus de cultura. 
 Podemos dizer que os usuários da Língua Brasileira de Sinais falam em uma língua de mo-
dalidade visoespacial. O indivíduo que sabe língua portuguesa e de sinais brasileira, pode optar por 
falar em uma dessas línguas, concretizar os seus pensamentos. Se o seu interlocutor também fala 
fluentemente a língua, há comunicação, são capazes de dialogar sobre qualquer assunto.
 Na unidade V, abordamos os aspectos fonológicos e morfológicos, inclusive sobre os grupos 
de fonemas ou parâmetros da língua brasileira de sinais. Nas unidades seguintes a essa fomos intro-
duzindo o aspecto sintático, que é o uso do espaço. 
 Nessa unidade XII iremos trazer o aspecto sintático, ou a parte da gramática que estuda a dis-
posição das palavras na frase e das frases no discurso, bem como a relação lógica das frases entre si. 
Se deseja falar em Libras é necessário organizar seus pensamentos nessa língua.
 
ASPECTO SINTÁTICO
 Para que possa aprender o básico de como dispor as palavras ou os sinais na frase, vamos 
compreender como isso se dá na Língua Brasileira de Sinais. Com o tempo saberá ao falar em sinais 
que há marcações que podem alterar esse básico. Mas vamos nos ater a essa estrutura básica. 
 TEMPO > LOCAL > NÚCLEO
O núcleo da mensagem é composto por três componentes nessa ordem. 
O QUE(M) CAUSA A AÇÃO > O QUE(M) SOFRE A AÇÃO > AÇÃO
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O núcleo sempre terá um verbo ou AÇÃO.
 Vamos exemplificar. Nós temos o seguinte em português. Meu amigo me convidou na sexta-
-feira passada para jantar na casa dele.
 Nessa frase, temos dois verbos, ou duas ações. CONVIDAR e JANTAR. Cada verbo é um núcleo. 
Para que possa entender vamos fazer a estrutura básica de cada um.
TEMPO > LOCAL > O QUE(M) CAUSA A AÇÃO (CONVIDAR) > O QUE(M) SOFRE A AÇÃO (CONVI-
DAR) > CONVIDAR
TEMPO > LOCAL > O QUE(M) CAUSA A AÇÃO (JANTAR) > O QUE(M) SOFRE A AÇÃO (JANTAR) > 
JANTAR
 
 Ao analisar o que se fala em português a respeito do NÚCLEO 1 percebe-se que temos o tempo 
de quando foi feito o convite (SEXTA-FEIRA), mas não temos o local onde esse convite foi feito.
 Ao analisar o que se fala em português a respeito do NÚCLEO 2 percebe-se que não temos o 
tempo quando ocorre a ação (JANTAR), mas temos o local onde isso é feito (CASA). Assim temos o 
seguinte:
SEXTA-FEIRA > LOCAL > O QUE(M) CAUSA A AÇÃO (CONVIDAR) > O QUE(M) SOFRE A AÇÃO 
(CONVIDAR) > CONVIDAR
TEMPO > CASA > O QUE(M) CAUSA A AÇÃO (JANTAR) > O QUE(M) SOFRE A AÇÃO (JANTAR) > 
JANTAR
 
 Muito bem, mas precisamos colocar as demais informações que recebemos na língua portu-
guesa para passarmos na língua de sinais.
 Que(m) causa a ação de convidar é o AMIGO que é meu amigo. Que(m) sofre a ação de ser 
convidado sou EU. 
 Que(m) causa a ação de jantar é novamente o AMIGO, ele causa que haja a janta. E logica-
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mente que(m) sofre essa ação sou EU.
 Para facilitar a nossa frase em Libras, lembremos que os dias de sextas-feiras estão ou no pas-
sado ou no futuro. Sendo assim não é o passado que está dentro da sexta-feira, mas sim o inverso. 
Também a casa é do meu amigo onde ocorre a ação de JANTAR. 
 Ao descrevermos aqui a disposição dos sinais em relação aos demais, não será possível ver a 
localização espacial dos sinais, mas ao prestar atenção a videoaula, entenderá com clareza. Nas uni-
dades anteriores já falamos a respeito de referentes. Por isso ao sinalizar iremos marcar o espaço com 
os sinais. 
Vamos continuar com as frases em Libras.
PASSADO, SEXTA-FEIRA > AMIGO MEU > ME (EU) > CONVIDAR
CASA DELE > AMIGO MEU > EU > JANTAR
 
 Por se tratar de uma língua visual, vamos utilizar da ferramenta que usamos quando estamos 
assistindo a uma imagem que tem imagem duplicada ou os chamados “fantasmas”. Em algum mo-
mento quem utiliza televisão com antena, sabe que ajustar a antena tem por finalidade eliminar os 
“fantasmas” tornando a imagem mais nítida.
 Usando dessa analogia, na língua de sinais vamos eliminar as repetições. Nesse caso estamos 
além de dispor os sinais na frase estamos fazendo com que haja um lógica ao falar em língua de si-
nais. Portanto, teremos o seguinte.
PASSADO, SEXTA-FEIRA > AMIGO MEU > ME (EU) > CONVIDAR
CASA DELE > AMIGO MEU > EU > JANTAR
 
Por fim temos a ordem em Libras da frase: Meu amigo me convidouna sexta-feira passada para jan-
tar na casa dele.
PASSADO, SEXTA-FEIRA > AMIGO MEU > ME (EU) > CONVIDAR > CASA DELE > JANTAR
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 Ao sinalizar podemos por exemplo usar a mão direita para sinalizar PASSADO, SEXTA-FEIRA 
e com o corpo ligeiramente inclinado para a direita sinalizar AMIGO MEU. Como o verbo CONVIDAR 
é um verbo de concordância ele sairá de um referente e irá para o espaço em um lugar que será o 
próximo referente. Nesse caso, CASA DELE. O verbo CONVIDAR sairá do referente ME(EU) e irá para 
o espaço a frente, podendo ser a esquerda. Quando sinalizar DELE direcionará para a direita, pois o 
AMIGO foi sinalizado lá. Ao ver a videoaula verá a clareza ou nitidez da informação em Libras.
 Nos verbos simples a estrutura é semelhante a língua portuguesa. Por exemplo se a frase for 
EU CONHECER VOCÊ.
 Os verbos de não concordância é obrigatório o uso de pronomes. Assim a frase EU CONHE-
CER VOCE fica assim na estrutura básica.
TEMPO > LOCAL > O QUE(M) CAUSA A AÇÃO > O QUE(M) SOFRE A AÇÃO > AÇÃO
Não temos nenhuma marcação de TEMPO ou LOCAL, temos o núcleo. 
EU > VOCE > CONHECER
 Sinalizar dessa maneira pode dar um significado diferente. Se deseja falar que Eu conheço 
você manter a mesma estrutura da língua portuguesa em Libras, nesse caso também é a correta. Se 
sinalizar EU > VOCE > CONHECER o significado pode ser que tanto eu como você conhecemos algo 
ou alguém. Assim a frase estaria incompleta ou agramatical.
ASPECTOS GRAMATICAIS - CLASSIFICADORES
 Os classificadores na Língua de Sinais Brasileira, embora ainda não tenham sido objeto de 
um estudo sistemático, têm sido descritos como morfemas (configurações de mãos) que se ligam a 
verbos para formar construções classificadoras.
 O classificador é um elemento que faz parte de algumas linguas com a função de classificar 
genericamente alguma classe. Nas línguas de sinais são usados com diferentes funções. Vamos ini-
cialmente, trabalhar os classificadores de formas, ou seja, configurações de mão e movimentos que 
são utilizados para descrever objetos com suas respectivas formas. 
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 Por exemplo, na língua de sinais há um sinal para BOLA. Mas o classifi cador é usado para es-
pecifi car diferentes formas de BOLA.
 Em resumo, o classifi cador é um tipo de morfema, utilizado através das confi gurações de 
mãos que pode ser afi xado a um morfema lexical (sinal) para mencionar a classe a que pertence o 
referente desse sinal, para descrevê-lo quanto à forma e tamanho, ou para descrever a maneira como 
esse referente se comporta na ação verbal (semântico).
CONFIGURAÇÕES DE MÃO USADAS PARA FORMAS
 Para acompanhar a análise dos classifi cadores, segue abaixo a tabela das Confi gurações de 
Mãos - CM (quadro de CM da LSB Vídeo). Os classifi cadores utilizam confi gurações de mãos que re-
presentam alguma propriedade física de uma classe.
 A seguir apresentamos alguns exemplos de confi gurações de mãos (CM) para classifi cadores 
de tamanho e forma (baseado em Supalla, 1982):
 
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CULTURA SURDA E LIBRAS
 
CORES
 Quando se descrevem objetos é comum descrever cores. Vamos aprender as cores. Sugeri-
mos baixe o aplicativo https://handtalk.me/ e aprenda as cores.
Assista o vídeo abaixo e aprenda as cores: https://youtu.be/gqoho8k2bwg
DIFERENÇA ENTRE LINGUA DE SINAIS E MIMICA
 A pantomima e a mimica querem fazer com que vejamos o “objeto”. Quando o usuário da 
língua de sinais fala em Libras você vê o símbolo convencionado para esse objeto.
 Uma pessoa usuária de uma língua oral, poderá falar a palavra que é o símbolo convencionado 
para o objeto sem fazer a mimica. Por exemplo, se falar GALINHA CISCANDO. Ao falar não precisa fa-
zer mimica. Se a pessoa quiser pode fazer a mímica sem falar. Pode até decidir fazer a mimica e falar 
ao mesmo tempo.
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 O que queremos dizer com isso. O usuário da língua de sinais ao falar GALINHA CISCANDO irá 
utilizar o classificador que é símbolo. Não fará mímica. Se desejar fazer mímica sem falar em Libras, 
pode fazer, mas a mímica não é Libras. Se ele decidir fazer a mímica e falar em Libras estará fazendo 
o mesmo que um falante de língua oral. 
 
 
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CONCLUSÃO
 Compreendemos a diferença entre Língua Brasileira de Sinais, mímica e pantomima. Apren-
demos os sinais para cores e como usar classificadores para formas.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
QUADROS, R. M. de & KARNOPP, L. Língua de sinais brasileira: estudos linguisticos. ARTMED, 
SÃO PAULO, 2004. Pp. 110-126, 199-212.
SANTOS, J.C.C. dos. Verbos em libras. Texto base, 2017.
SANTOS, J.C.C. dos. Uso do espaço e referentes. Texto base, 2017.
QUADROS, R. M. de & KARNOPP, L. Língua de sinais brasileira: estudos linguisticos. ARTMED, 
SÃO PAULO, 2004. Pp. 24-31.
GESSER, Audrei; LIBRAS? que língua é essa?. 1 ed. SAO PAULO: Parábola, 2014. Pp. 33-41.
QUADROS, R. M. de & KARNOPP, L. Língua de sinais brasileira: estudos linguisticos. ARTMED, 
SÃO PAULO, 2004. Pp. 24-31.
GESSER, Audrei; LIBRAS? que língua é essa?. 1 ed. SAO PAULO: Parábola, 2014. Pp. 19-22.
SANTOS, J.C.C. dos. Classificadores em libras. Texto base, 2017.
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Localização Espacial
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SINALIZAR EM PERSPECTIVA
 Iremos tratar de um aspecto da Língua de Sinais muito interessante. Para os que estão apren-
dendo a língua agora é possível que considerem um pouco complexo. No entanto, após entender e 
praticar terá condições de sinalizar em perspectiva.
 Vamos falar de localização “real”. Na língua de sinais podemos sinalizar usando o espaço para 
produzir sinais, mas também podemos usar a localização “real” de objetos, pessoas e lugares.
 A localização “real” é aquela que representa a localização em si, de algo. Por exemplo, quando 
quer localizar no espaço a farmácia mais próxima, o sinalizante utiliza as referências “reais”, ou seja, as 
ruas, os quarteirões, os prédios e as esquinas que sejam relevantes para que o seu interlocutor localize 
este local.
 “Real” significa que o sinalizante estará usando os sinais para indicar o local representado de 
acordo com a sua localizaçãofísica. Ou seja, ao apontar o fará na direção da própria rua, indicando o 
caminho seguindo o próprio caminho, informa as quadras representando-as na direção “real”.
 Se o interlocutor repetir para ter certeza da localização, usará as mesmas referencias na dire-
ção “real” das ruas. Para fins didáticos, colocamos aqui entre aspas a palavra REAL. O sinalizante não 
irá até o local, não tocará nas ruas, esquinas. Não mostrará fisicamente as quadras. 
 Ele usará o espaço à sua frente, mas os sinais serão feitos na direção “real” das indicações. Isto 
se aplica nas descrições espaciais da disposição de cômodos e dos móveis de uma casa. 
 Quando se sinaliza normalmente, o interlocutor não espelha a localização dos sinais. Por 
exemplo, se eu digo em libras que sairei do meu trabalho para minha casa, sinalizando o local de 
trabalho à esquerda e minha casa à direita, o interlocutor ao se referir a um deles sinaliza também 
usando a esquerda e a direita dele. 
Entretanto, se usar localização “real” ele espelhará a localização. 
 
 
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APRENDA OS SINAIS PARA DIFERENTES AMBIENTES
 Sugerimos que baixe o aplicativo https://handtalk.me/ e aprenda sinais aumento seu sinalário 
(vocabulário).
Acesse no vídeo e aprenda ambientes escolares: https://youtu.be/106NhYMDbq4
 
TEMPO VERBAL EM LIBRAS
 Nas aulas anteriores tivemos a oportunidade de conhecer o espaço de sinalização, o que é 
sintaxe espacial, o uso do espaço “real”. Aprenderemos agora a localização espacial e temporal.
Entre os objetivos dessa unidade estão:
Situar a conversação no tempo,
Explorar o tempo na conversação sinalizando passado, presente, futuro e tempo preciso,
Realizar concordância entre os sinais realizados e as localizações espaciais,
Utilizar tempo atmosférico, tais como dias, anos, meses e semanas e os advérbios de tempo 
(passado, ontem, hoje, agora, amanhã, futuro).
 O tempo na língua brasileira de sinais é marcado pela localização dos sinais no que chamamos 
de LINHA TEMPORAL . Também é possível marcar o tempo por meio de ADVÉRBIOS DE TEMPO.
Os advérbios de tempo são: Passado, ontem, hoje, agora, amanhã e futuro.
 Quando a marcação do tempo se dá na LINHA TEMPORAL, o passado, o presente e o futuro 
podem ser indicados pela posição em que o sinal é produzido, e também pela posição do corpo.
 Por exemplo, se deseja falar em Libras que você trabalhou em uma empresa e hoje está de-
sempregado, você posiciona levemente seu corpo para trás, sinaliza EMPRESA TRABALHAR na mes-
ma posição do advérbio de tempo PASSADO. O corpo retorna para posição neutra original que indica 
o HOJE e sinaliza DESEMPREGADO.
 A referência temporal permanece até que seja mudada explicitamente. O corpo inclina leve-
mente para trás, quando se refere ao passado e inclina levemente para a frente quando indica futuro. 
No presente, o corpo é mantido na posição neutra, e normalmente é associado a uma marca tempo-
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ral explícita (um advérbio de tempo).
 Outra maneira de sinalizar mantendo o corpo na posição neutra é realizar os sinais um pouco 
atrás do espaço a sua frente indicando o passado e um pouco a frente indicando o futuro.
 Os sinais para expressões temporais são usados para indicar certa precisão. Você pode dizer 
que fez alguma coisa “há muito tempo atrás” com o sinal de passado marcado com mais intensidade, 
ou pode usando advérbios de tempo, especificar o exato ano, o dia, o horário do acontecimento em 
um passado mais próximo ou mais distante.
 As pesquisas a respeito da Língua de Sinais Brasileira continuam para verificar se a mesma 
apresenta uma marca flexional no verbo que indica o tempo. 
Compreendamos a produção de sinais, nas seguintes situações:
1 - LOCALIZANDO O TEMPO NOS MOVIMENTOS DO TEMPO. 
Ao usar o espaço podemos situar os acontecimentos na corrente do tempo. Assista a vídeo aula 
para entender como se dá tal processo.
2 – LOCALIZANDO O TEMPO NAS HORAS.
Aprendermos como sinalizar as horas permite localizar o tempo na Língua de Sinais. As regras 
para sinalizar horas são importantes.
Os números 1 a 4 são sinalizados como quantidade.
Os números das horas são quantidade e os dos minutos são de cardinais.
A fração de 30 minutos, a configuração variará de acordo com o dialeto da comunidade surda 
(metade, 30)
Não é usado a configuração de 24 horas, como no caso dizer que são 13h ou 14h. Na língua de 
sinais utiliza-se 1h, 2h com a marcação temporal.
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EXPLORANDO O CALENDÁRIO
 O objetivo é aprender as relações temporais usando meses, dias da semana, advérbios de tempo.
 Sugerimos que acesse o aplicativo https://handtalk.me/ e aprenda os sinais dos meses e dias 
da semana. Aumente seu sinalário (vocabulário).
 
FAMÍLIA
 Nesse tópico desejamos conversar sobre filhos surdos de pais surdos e de pais ouvintes, e fi-
lhos ouvintes de pais surdos.
 No contexto, em que normalmente, tantos filhos surdos como filhos ouvintes crescem em um 
ambiente em que a língua de sinais é a língua da família, tais crianças, sejam surdas ou ouvintes tem 
a língua de sinais como língua materna. 
 Nessas famílias, o normal é ser surdo. Há uma inversão da lógica das relações, ser surdo é nor-
mal, enquanto que ser ouvinte é não compreender o mundo dos surdos. A partir dessa lógica, muitas 
dessas famílias estabelecem as suas relações com o mundo ouvinte.
 Entretanto, esse não é contexto em que a maioria dos surdos vive, e que se apresenta nas co-
munidades surdas. A maioria dos surdos nascem em famílias de pais ouvintes que não conhecem a 
língua de sinais e não sabem como lidar com a situação. A primeira questão levantada é o patológico 
e a reparação da surdez. Não que isso seja errado. Mas outras possibilidades são descartadas quando 
não há acesso a aparelhos auditivos ou ao implante coclear.
 Muitos surdos tem contato com a língua de sinais na escola ou na fase da adolescencia, quan-
do encontram outro surdo. O encontro surdo-surdo é muito importante, pois se estabelece a língua 
culturalmente.
 Quando a criança é exposta a uma ou mais línguas antes dos 4 anos de idade, podemos dizer 
que tal(is) língua(s) é(são) sua(s) língua(s) materna(s). A aquisição de outra(s) língua(s) após essa ida-
de será para ela uma segunda língua, ou L2. Crianças surdas não expostas a nenhuma língua, após 
a idade de 4 anos, ao aprenderem uma ou mais línguas, a(s) terá(ão) como L1, primeira língua.
 
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RELAÇÕES ESPACIAIS
 Aprendemos anteriormente a importância do uso do espaço de sinalização, para estabelecer 
as relações espaciais e temporais, tornando os enunciados na língua de sinais gramaticalizadas.
 O tempo, como já explicado, pode ser marcado por meio de uma linha que tem o corpo como 
ponto do presente.
 As relações espaciais podem ser gramaticalizadas por meio do uso da concordância verbal. 
Deve lembrar-se quando falamos de verbos de concordância e não concordância. Os de concordân-
cia são verbos que podem se mover no espaço incorporando os referentes do discurso.
 Entretanto, entre os verbos

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