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Percepção Linear do Ambiente de Negócios

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Universidade Presbiteriana
Mackenzie
PÓS-GRADUAÇÃO EM
Gestão Estratégica de Pessoas
Competitividade e Desempenho 
Empresarial
Universidade Presbiteriana
Mackenzie
TRILHA DE APRENDIZAGEM 1
O ambiente atual dos 
negócios: impacto nas 
organizações e nos 
colaboradores
Objetivo: Desenvolver a percepção estratégica organizacional.
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Gestão Estratégica de Pessoas | Competitividade e Desempenho Empresarial
Trilha 1 | O ambiente atual dos negócios: impacto nas organizações e nos colaboradores
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1.1 Percepção Ambiente Linear
Há quem afirme que o mundo é conforme podemos percebê-lo ou que a 
beleza está nos olhos de quem vê. Com esse ponto de partida, podemos 
destacar duas percepções clássicas do ambiente dos negócios.
A primeira é conhecida como visão linear. Nela, a percepção do gestor 
funciona tal qual a própria visão cartesiana, em que se busca compreender 
fatos e fenômenos por meio da redução do todo em partes, a fim de facili-
tar as análises e a compreensão de seu funcionamento: a clássica análise de 
causa-efeito.
Amboni e Andrade (2009) destacam a existência dessa fragmentação em 
diversos aspectos da sociedade: entre mundo espiritual e o material; mente 
e corpo; ciência e filosofia; entre o qualitativo e o quantitativo... Eles afir-
mam ainda que a visão linear, também denominada de paradigma tradi-
cional, pode ser dividida em três âmbitos: 
• simplicidade; 
• estabilidade; 
• objetividade.
Entende-se por simplicidade o fato de dividir o todo em diversas partes 
menores. Essa redução da realidade em uma ação simplista ocorre até a 
análise fazer sentido, pois, a partir de partes menores, fica mais fácil enten-
der o todo e a sua complexidade. Essa visão linear prima pelo paradigma 
positivista e funcional, já que aborda a relação causa-efeito. 
É como quando um técnico em eletrônica desmonta um computador com 
defeito e testa peça por peça para verificar o que está com defeito. Ele acre-
dita que, se o computador não acessa a internet, o problema está dentro do 
computador, em uma das partes que o formam.
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Já a estabilidade crê que os fatos e fenômenos observados e analisados 
são imutáveis e irreversíveis, além da crença no determinismo. Nessa visão 
dogmática, os fatos e fenômenos são explicados pelas relações estudadas e 
generalizadas, pois não concebe alteração, conflitos e dinamismo. Uma vez 
encontrado o problema, a solução é sempre a mesma, não aceitando outra 
relação de causa-efeito.
Por fim, vamos falar da objetividade. Uma vez que observamos apenas a 
relação de causa-efeito, sua procura está em conseguir apenas o conheci-
mento que é comprovado. Ela não aceita hipóteses, mas apenas o que pode 
ser repetido e evidenciado.
A visão linear começou a ser questionada por não conseguir entender e 
explicar as contradições e complexidades do mercado, além dos paradoxos 
organizacionais. 
Ela foi utilizada nas primeiras abordagens da administração, também de-
nominadas de abordagens tradicionais, tais como: 
• Administração Científica (Taylor); 
• Teoria Clássica (Fayol); 
• Organização Burocrática (Weber); 
• Teoria das Relações Humanas (Mayo e Lewin).
Lembre-se que a Administração Científica tinha ênfase nas tarefas; a 
Teoria Clássica e a Organização Burocrática tinham ênfase na estru-
tura; e a Teoria das Relações Humanas tinha ênfase nas pessoas.
Essa visão mecanicista percebe a empresa como se ela fosse uma máquina, 
sem observar a ação do homem nela. Ela acreditava que o melhor desem-
penho organizacional era obtido por meio da decomposição analítica da 
tarefa, da redução da liberdade de ação das pessoas em seus padrões lógicos 
e da priorização do controle exercido pelos equipamentos e pela equipe de 
supervisores. 
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1.1.1 Características, vantagens e 
desvantagens
A visão linear possui características, vantagens e desvantagens, que são 
apresentadas a seguir.
Características da visão linear: 
• autoridade linear ou única;
• linhas formais de comunicação; 
• centralização das decisões; 
• aspecto piramidal.
Vantagens da visão linear: 
• estrutura simples e de fácil compreensão;
• clara delimitação das responsabilidades; 
• facilidade de implantação;
• estabilidade;
• indicada para pequenas empresas.
Desvantagens da visão linear: 
• estabilidade e constância das relações formais;
• autoridade linear baseada no comando único e direto;
• exagero da função de chefia;
• chefes generalistas que não se especializam;
• congestionamento das comunicações;
• comunicações indiretas e demoradas.
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1.2 Percepção Ambiente 
Sistêmico e Complexo
Como alternativa – e em resposta às críticas à visão linear e às suas limita-
ções –, surgiu outra maneira de perceber o mundo e o ambiente dos negó-
cios: eles passaram a ser vistos como sistêmicos e complexos.
1.2.1 Ambiente Sistêmico
A partir da Teoria Geral de Sistemas, de Bertalanffy, foi desenvolvida uma 
teoria interdisciplinar, já que a organização passou a ser vista como um sis-
tema aberto, com trocas com o ambiente externo. Assim, o âmbito organi-
zacional passou a ser contextualizado com conceitos próprios da biologia, 
como: 
• homeostase; 
• entropia
• entropia negativa; 
• heterostase. 
O Quadro 1 apresenta cada uma dessas características e seus significados. 
Confira!
Característica Significado
Homeostase Capacidade de o sistema manter o equilíbrio.
Entropia Todo sistema sofre deterioração.
Entropia negativa Para que o sistema continue existindo, tem que desenvolver forças contrárias à entropia.
Heterostase Toda vez que há uma ação imprópria (desgaste) do sistema, ele tende a se equilibrar.
Quadro 1 – Características de sistema.
Fonte: Elaborado pelo autor (2016).
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1.2.2 Ambiente Complexo
A teoria da complexidade advém das teorias de sistemas e apresenta a inter-
dependência de diversos fenômenos. Também chamada de visão ecológica 
profunda, nela, o elemento humanidade é somente um fio quase invisível 
nessa rede universal, que ele denomina de teia da vida, possuindo, como 
característica principal, a não linearidade.
Amboni e Andrade (2009) destacam que o ambiente complexo baseia-se 
em: 
Complexidade: caracteriza-se pela impossibilidade de explicação por meio 
do processo simplificado e reducionista. Tal característica obrigatoriamen-
te contextualiza o fenômeno, ampliando o seu campo de visão e análise, 
verificando como certas circunstâncias acontecem e encontrando os subsis-
temas dentro dos sistemas e suas relações e implicâncias.
Instabilidade: um sistema aberto possui dinâmica própria, com mudan-
ças e processos evolutivos. Ou seja, ele é o oposto do determinismo, da 
previsibilidade e da controlabilidade.
Intersubjetividade: aceita a impossibilidade de um único conhecimento 
objetivo do universo, percebe a existência de uma diversidade de interpre-
tações de uma mesma realidade e de diferentes domínios do conhecimento.
Nessa visão complexa, incerta e subjetiva, as organizações são percebidas 
em um ambiente de construção e reconstrução contínuas, uma vez que elas 
afetam a economia, a sociedade, as normas e as leis, e também são afetadas 
por esses mesmos fatores. Isso acaba por exigir das organizações capacida-
de deadaptação às mudanças dos ambientes interno e externo.
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TOMADA DE DECISÕES: modo de perceber o ambiente
Linear Sistêmico e Complexo
1 - Existe um problema 1 - Existe um problema
2 - Existe uma única causa 2 - O problema está envolvido em diversas circunstâncias
3 - Existe uma única solução 3 - O problema exige solução
4 - A solução é analisada em 
termo dos seus impactos sobre 
o problema
4 - A solução terá impactos e efeitos além 
da solução do problema
5 - A solução será permanente 
e imutável
5 - É preciso antecipar os resultados, além 
do problema
6 - É necessário levantar os resultados 
esperados em diversos aspectos
7 - Se houver mudança nas 
circunstâncias, a solução será alterada
Quadro 2 – Tomada de decisões pelo modo de perceber o ambiente.
Fonte: Elaborado pelo autor (2016).
Kim e Mauborgne (2015), ao perceberem o ambiente sistêmico e com-
plexo, elaboraram as Estratégias do Oceano Azul. A seguir, entenda os 
principais aspectos que definem essas estratégias de acordo com Kim e 
Mauborgne (2015, p. 8). 
• Criar espaços de mercados inexplorados;
• Tornar a concorrência irrelevante;
• Criar e capturar a nova demanda;
• Romper o trade-off do valor-custo;
• Alinhar todo o sistema de atividades da empresa em busca da 
diferenciação e baixo custo. 
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Entre as ações estratégicas de Kim e Mauborgne (2015), encontram-se:
• a contínua reconstrução das fronteiras do mercado; 
• o foco no cenário geral e não nos números; 
• a ideia de ir mais adiante da demanda real; 
• a necessidade de ajustes e de sequência estratégica.
Saiba mais
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-estrategia-do-oceano-azul-parte-ii/>.
REFERÊNCIAS
AMBONI, N.; ANDRADE, R. Estratégia de gestão. Rio de Janeiro, 
Campus, 2009. 
KIM, W.; MAUBORGNE, R. A estratégia do oceano azul. Rio de Ja-
neiro: Campus, 2015.
http://www.ideiademarketing.com.br/2013/08/05/os-6-principios-da-estrategia-do-oceano-azul-parte-ii/
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ead.mackenzie.br
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