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Revista de Engenharias da Faculdade Salesiana n. 10 (2019) pp. 25-30 http://www.fsma.edu.br/RESA 25 Resumo — A goma xantana é um exopolissacarídeo obtido pelo processo de fermentação de um substrato orgânico por Xanthomonas. Podendo ser empregada nos ramos alimentício, petroquímico, farmacêutico, têxtil, etc. Este biopolímero apresenta características pseudoplásticas quando em solução. O objetivo deste artigo é obter informações físico-químicas a fim de serem utilizadas como parâmetros para a investigação de uma metodologia para a produção da goma empregando a bactéria Xanthomonas com um substrato de obtenção simples e economicamente viável. Para isso, foi realizado preparo de solução 25g/L (goma xantana comercial/água destilada) para teste de molhabilidade, análise de pH, desenho do perfil reológico e teste de biodegradação do biopolímero por microrganismos do ambiente. Para a Espectroscopia IV foi utilizada uma pequena porção da amostra em estado original do produto em pastilha de KBr. A goma comercial analisada apresentou características, físico-químicas e de interação biológica ótimas para aplicação em diversas áreas, de acordo com as análises submetidas, sendo então, um produto adequado para ser parâmetro comparativo de um novo produto produzido em laboratório. Palavras-chave: Goma xantana; Fermentação; Xanthomonas; Pseudoplástica; Biopolímero. Physical, Chemical and Biological Characterization of Commercial Xanthan Gum Abstract — Xanthan gum is an exopolysaccharide obtained by the process of fermentation of an organic substrate by Xanthomonas, which. can be used in food, petrochemical, pharmaceutical, textile, etc. This biopolymer when in solution presents pseudoplastic characteristics. The goal of this work is to obtain physicochemical information in order to be used as parameters for the investigation of a methodology for the production of gum using Xanthomonas bacteria to achieve an easily obtainable and economically viable substrate. For this, a preparation of 25g / L solution (commercial xanthan gum / distilled water) was carried out for wettability test, pH analysis, rheological profile design and biodegradation test of the biopolymer by environmental microorganisms. For Spectroscopy IV a small portion of the original sample of the product, originally in a KBr pellet, was used. The commercial gum analyzed was shown to have physical-chemical and biological interaction characteristics, which are optimal for the application in several areas, according to the submitted analyses, being therefore a suitable product baseline parameter for a new product produced in a laboratory. Keywords: Xanthan gum; Fermentation; Xanthomonas; Pseudoplastic; Biopolymer. I. INTRODUCÃO os últimos anos a preocupação com a preservação do meio ambiente tem levado ao crescente interesse por materiais biodegradáveis e que sejam “ecologicamente corretos”, diminuindo com isso o impacto ambiental que os produtos derivados de petróleo têm causado, especialmente devido ao elevado tempo de degradação e à poluição decorrente de sua extração e refino [1]. Os resíduos agroindustriais são gerados em grande quantidade, muitas vezes em maior quantidade que o produto de interesse e normalmente não apresentam utilidade. Além disto, ainda são considerados um problema ecológico devido à sua alta capacidade poluente e à necessidade de descarte apropriado. Os países industrializados possuem uma legislação que impõe normas rígidas que determinam limites de geração desses resíduos com base nas avaliações do impacto ambiental causado. Estas normas são aperfeiçoadas de acordo com o panorama atual da indústria e de forma indireta também são impostas aos países em desenvolvimento que exportam seus produtos aos países desenvolvidos [2]. Assim sendo, é interessante desenvolver processos de desenvolvimento de produtos alternativos àqueles derivados de petróleo. Para tanto, buscam-se alternativas advindas de bioprocessos. Os bioprocessos são procedimentos tecnológicos que utilizam sistemas biológicos, organismos vivos ou seus componentes e derivados para produzir ou modificar produtos ou processos para um determinado uso [3]. Dentre esses, a fermentação se destaca por ser um processo de transformação de uma ou mais substâncias em outras, conduzido por microrganismos. Bactérias e fungos são utilizados para seu desenvolvimento, sendo denominados fermentos biológicos [4], e para obter um resultado ótimo, requerem a utilização de um fermentador. O fermentador ou ainda biorreator consiste em um recipiente com função de manter um ambiente favorável para o desenvolvimento de determinado processo biológico. Em alguns processos o fermentador pode ser simplesmente um Sara Nállia O. Costa, Allan S. Pinho e Evania Danieli A. Santos CARACTERIZAÇÃO FÍSICA, QUÍMICA E BIOLÓGICA DA GOMA XANTANA COMERCIAL N COSTA, S. N. O.; PINHO. A. S.; SANTOS, E. D. A./ Revista de Engenharias da Faculdade Salesiana n.10 (2019) pp. 25-30 26 recipiente aberto. Entretanto, para processos cujas condições sejam muito sensíveis, será necessário um sistema fechado e muito bem controlado capaz de manter as condições ambientais necessárias [5]. Outro processo biológico de importância é a biodegradação, que pode ser definida como o processo de transformação química promovida pela ação de microrganismos sob condições adequadas de temperatura, umidade, luz, oxigênio e nutrientes [6]. Este processo pode ser aplicado para reduzir os grandes impactos ambientais causados pela extração e pelo refino necessário para a produção dos polímeros provenientes do petróleo que possui muitas vantagens comparadas aos produtos não-biodegradáveis. A não biodegradabilidade, da grande maioria dos polímeros produzidos dessa forma contribui para o acúmulo de lixo plástico que levará de dezenas a centenas de anos para ser novamente assimilado pela natureza [7]. Para evitar estas consequências indesejáveis, existe a alterativa de se usarem os polímeros biodegradáveis naturais, também chamados de biopolímeros, que são todos aqueles produzidos a partir de recursos naturais e renováveis. Compreendem os polissacarídeos produzidos pelas plantas (amido de milho, mandioca, entre outros), poliésteres produzidos por microrganismos (principalmente por diversos tipos de bactérias), borrachas naturais, entre outros [8]. Apesar de todas as vantagens, os biopolímeros possuem algumas limitações técnicas, como: processabilidade, resistência térmica, propriedades mecânicas, propriedades reológicas, permeabilidade a gases e taxa de degradação [7]. Polímeros naturais podem sofrer biodegradação em até 180 dias, período muito curto comparado à polímeros de origem sintética [9]. Entretanto, ainda podem, em vários casos, serem considerados como uma alternativa importante, especialmente se forem levados em conta os efeitos deletérios no meio ambiente de sua contrapartida sintética. Neste contexto a biossíntese através de bactérias, fungos e leveduras tem se destacado frente à obtenção de biopolímeros microbianos, que são macromoléculas formadas por monossacarídeos e derivados ácidos [9]. Existem vários produtos resultantes da biossíntese que podem ter aplicações importantes na indústria, entre os quais podemos incluir os polissacarídeos. Os polissacarídeos são macromoléculas naturais formadas pela condensação de monossacarídeos ou seus derivados unidos por ligações glicosídicas, e por isto apresentam-se como carboidratos de alto peso molecular. Podem ser obtidos a partir de vegetais terrestres, com função estrutural e de reserva (pectina, celulose e amido), nas sementes (goma guar e locusta) ou exudatos (goma arábica); de plantas aquáticas (agar, carragena e alginato); e de microrganismos (xantana, dextrana e gelana), conhecidos como biopolímeros microbianos [11]. A xantana é um heteroexopolissacarídeo, obtido a partirda biossíntese no processo de fermentação de açúcares pelas bactérias Xanthomonas, possuindo alta viscosidade e características pseudoplásticas, justificando assim, sua aplicação nas indústrias alimentícias, farmacêuticas e petroquímicas (Figura 1) [8]. Figura 1: Aplicação da goma xantana nas indústrias: farmacêuticas em produtos para higiene bucalA e cosméticosB; alimentícias em balas de gomasC e produtos panificadosD; e petroquímicas em fluidos de perfuraçãoE e fraturamento hidráulico de poçosF (Fonte: Com base em modificações em A, B, C, D, E e F) A goma xantana é composta por unidades repetidas de pentassacarídeos formados por duas unidades de glicose, duas unidades de manose e uma unidade de ácido glucurônico na proporção molar de 2,0:2,0:1,0, além de grupos piruvato e acetil (Figura 2). A cadeia lateral consiste de uma molécula de ácido glucurônico entre as duas unidades D-manopiranosil. Vale destacar sua alta compatibilidade com produtos de outra natureza: ácidos, bases, sais, solventes, enzimas, surfactantes e conservantes. Estas propriedades físico-químicas superam as de muitos outros polissacarídeos presentes no mercado [9]. Figura 2: Estrutura do monômero polimérico de goma xantana – adaptado [10] Para a produção deste polissacarídeo basicamente precisa-se de uma fonte de carbono do meio fermentativo e um solvente orgânico para purificação do produto. O Brasil, sendo um país ADisponível em: https://www.ecycle.com.br/2088-creme-dental-caseiro-pasta- de-dente-natural. Acesso em 20 ago 2018. BDisponível em: https://cosmeticaemfoco.com.br/artigos/modificadores-de- reologia-gomas-e-espessantes/. Acesso em 20 ago 2018. CDisponível em: https://vegetarianismoveganismo.blogs.sapo.pt/470480.html. Acesso em 20 ago 2018. DDisponível em: https://saborsemgluten.net/aditivos-e-gomas/. Acesso em 20 ago 2018. EDisponível em: http://unipeg1.blogspot.com/2010/03/fluidos-de- perfuracao.html. Acesso em 20 ago 2018. FDisponível em: https://www.quimica.com.br/alimentos-uso-na-extracao-do- gas-de-xisto-provoca-substituicao-da-goma-guar/. Acesso em 20 ago 2018. OH O H OH HH OH CH2 HC O-OOC OH H H OHH OH H O COO- O OH H HH OH H CH2COOCH3 OH O H H OH H CH3OH O O H O O H OH H H HOH2C H OHH n H H3C (A) (C) (D) (E) (B) (F) COSTA, S. N. O.; PINHO. A. S.; SANTOS, E. D. A./ Revista de Engenharias da Faculdade Salesiana n.10 (2019) pp. 25-30 27 agroindustrial apresenta inúmeras fontes de biomassa fermentáveis, como a cana-de açúcar, soro do leite, resíduos de indústrias alimentícias e a glicerina bruta obtida na produção do biodiesel. As etapas para produção da goma xantana são: obtenção e manutenção das cepas; crescimento microbiano; pré-inóculo; inóculo; fermentação no biorreator; pasteurização; remoção das células; precipitação; separação; lavagem e secagem [7] [8] [10]. Todo este processo é relativamente complexo e pode haver problemas em cada uma das etapas. Para poder avaliar seus resultados, precisamos de um padrão bem definido, que estabeleça as margens de comparação para a devida aceitação de uma goma xantana produzida biologicamente. Tendo em vista a necessidade de uma baseline, o presente estudo teve por objetivo analisar a versão sintética e comercial da goma xantana para obter informações físico-químicas e biológicas através do teste de molhabilidade, análise de pH; desenho do perfil reológico através de Viscosímetro FANN 35 A; Espectroscopia na região IV para identificação de grupos funcionais e teste de biodegradação do polímero quando submetido a interação com microrganismos do ambiente. Todos os testes foram realizados a partir de uma goma já comercializada e empregada no mercado na produção de fluidos de perfuração de poços de petróleo, a fim de serem utilizadas como parâmetros e investigação de uma metodologia para a produção da goma empregando a bactéria Xanthomonas com um substrato de fácil obtenção e economicamente viável. Para tanto, este artigo está organizado da seguinte maneira: Na seção II, foram descritos os materiais e métodos utilizados neste trabalho, incluindo a descrição teórica e a metodologia usada no experimento. Na seção III foram discutidos os resultados obtidos e, finalmente, na seção IV elaboradas algumas conclusões baseadas nos resultados obtidos. Ao fim do trabalho, na seção V, apresentada a bibliografia utilizada. II. MATERIAIS E MÉTODOS A goma xantana comercial foi submetida a análises do pH, perfil reológico, espectroscopia na região do infravermelho e respostas quanto à interação com microrganismos naturais. Para caracterização da goma xantana comercial realizou-se as análises descritas nas etapas descritas nas seções a seguir. A. Obtenção da goma xantana comercial A goma xantana em pó utilizada neste estudo foi cedida por empresa anônima que utiliza este produto em modelagens de fluido de perfuração com alto desempenho, viscosidade e perfil pseudoplástico em atividade de perfuração de poços de petróleo. B. Preparo da Solução e Teste de Molhabilidade Para teste de mixabilidade, após prévia limpeza da bancada, com auxílio de uma proveta graduada e calibrada transferiu-se 1 litro de água destilada para um béquer. Em balança analítica digital Edutec (modelo A. Cientifica), fez-se a pesagem de 25 gramas de goma xantana em pó (Figura 3), utilizando espátula e vidro de relógio. Figura 3: Goma xantana em pó (Autoria própria) O béquer foi colocado sob a hélice do equipamento mixer single FANN Hamilton Beach (modelo D-300) (Figura 4-A) e iniciou-se a rotação que foi aumentada gradualmente até 100 rpm. A goma em pó foi adicionada ao centro do vórtex com auxílio de uma espátula, com cuidado para evitar a formação de grumos. A rotação foi aumentada à medida que a solução adquiria viscosidade. Ao findar da adição do produto, deixou- se homogeneizar a 500 rpm por 15 minutos [12] [13]. Figura 4: Preparo da solução 25g/L (A) e solução após período de mixabilidade (B) (Autoria própria) C. Determinação do pH Após preparo da solução, conforme item anterior, foi então transferido o volume de 100 mL para um béquer previamente limpo e então se realizou a leitura do pH. O pHmetro (da marca ALPAX (modelo digital microprocessado)) foi calibrado com as soluções tampão nos pHs 4 e 7. Na sequência o eletrodo foi inserido na solução de goma xantana para leitura do pH e os dados foram registrados (Figura 5). [14]. (A) (B) COSTA, S. N. O.; PINHO. A. S.; SANTOS, E. D. A./ Revista de Engenharias da Faculdade Salesiana n.10 (2019) pp. 25-30 28 Figura 5: Aparato utilizado na medida do pH: (A) Equipamento ALPAX e béquer contendo a solução aquosa de goma xantana comercial (B) (Autoria própria) D. Avaliação do Comportamento Reológico Para desenho do perfil reológico, após o preparo e homogeneização da solução (25g/L), transferiu-se o material para o copo do equipamento Viscosímetro FANN (modelo 35A) (Figura 06) até o traço de referência do copo (aproximadamente 150 mL). Elevou-se então o copo até que o traço de referência do cilindro rotativo coincida com o nível do fluido e fixou-se nessa posição. Foram inseridas as rotações: 600, 300, 200 100, 6 e 3 rpm (rotações por minuto) e realizadas as leituras da deflexão da mola no visor (L600, L300, L200, L100, L6 e L3) [8] [15] [16]. Figura 6: Equipamento FANN 35 A (Autoria própria). E. Caracterização Estrutural por Espectroscopia na Região do Infravermelho Com auxílio de um espectrofotômetro Bomem-Michelson 102, na região de 4000-300 cm-1, com número médio de varreduras de 50 e resolução de 4 cm-1, empregando-se como suporte pastilhas de KBr na proporção 1:100 mg de amostra, foi feita a caracterização estrutural da goma xantana comercial [17] [18]. F. Teste de BiodegradaçãoPara análise da interação biológica por biodegração da solução preparada com o biopolímero (goma xantana) e microrganismos do ambiente [19], volumes iguais da solução 25g/L foram colocados em dois béqueres. Um deles foi mantido coberto e o outro foi deixado exposto por 13 dias à temperatura ambiente (≈25°C – 30°C). III. RESULTADOS E DISCUSSÃO A solução aquosa de goma xantana apresentou pH de 5,3 a 25°C. As propriedades reológicas da solução preparada com o biopolímero devem ser estáveis numa ampla faixa de pH pois com isso mantem-se sua característica tixotrópica e seu desempenho em aplicações biotecnológicas, como em fluidos de perfuração de poços de petróleo [14] [21]. Durante o teste de molhabilidade, foi possível observar um aumento da viscosidade à medida que ocorria a interação entre a goma e as moléculas de água associado à força cisalhante do mixer [1] [4] [9]. Durante o processo realizou-se uma análise técnico-visual do comportamento de escoamento e fluidez da solução, a partir da hidratação da goma e pelas forças de cisalhamento atuantes no qual pode-se observar seu perfil tixotrópico onde a medida de que a força cisalhante era retirada a solução se mostrava com alta viscosidade e quando a força novamente era inserida, com a quebra das ligações intermoleculares, se mostrando num estado fluido com maior escoamento (Figura 4-B). As leituras obtidas durante análise em viscosímetro FANN 35 A, foram: L600: 76cP; L300: 98cP; L200: 102cP; L100: 150 cP; L6: 280 cP e L3: >300. *Consideração: 1 cP = 1 mPa.s O gráfico (Figura 7) evidencia o comportamento tixotrópico da solução preparada, demonstrando suas características de um fluido não-Newtoniano, para o qual a taxa de cisalhamento é inversamente proporcional à viscosidade aparente. COSTA, S. N. O.; PINHO. A. S.; SANTOS, E. D. A./ Revista de Engenharias da Faculdade Salesiana n.10 (2019) pp. 25-30 29 Figura 7: Taxa de cisalhamento versus viscosidade aparente em solução 25g/L de goma xantana (Autoria própria). Confirmando a literatura descrita por BRANDÃO [8] em que à medida que forças de cisalhamento são aplicadas, as ligações de hidrogênio entre as moléculas de xantana se desfazem, tornando a solução mais líquida. E quando essas forças são retiradas, as ligações se refazem, reestabelecendo assim sua pseudoplastia (Figura 8). Figura 8: Esquema do efeito da taxa de cisalhamento na rede do biopolímero goma xantana [20] O espectro de IV (Figura 9) mostra uma banda alargada (3000 a 3700 cm-1) característica da deformação axial de grupos hidroxila, -OH, e devido a interação da ligação de hidrogênio sofrida por álcoois e fenóis. A deformação axial da ligação C-H e -CHO é atribuída à região de 3000 a 2770 cm-1, as carbonilas, C=O, dos ésteres e ácidos são atribuídas em 1732 cm-1, e a banda com máximo em 1416 cm-1 é característica de deformação axial de C=O de enóis (β- dicetonas). Comparando o espectro de IV obtido neste trabalho com aquele realizado por L. Su et al (2006) [20] , os valores e formato dos picos apresentam similaridade. 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 C=O de enois (β-dicetonas Número de onda (cm -1 ) -OH -CH -CHO C=O Ácidos carboxilicos Figura 9: Caracterização estrutural por espectroscopia na região do infravermelho em pastilhas de KBr (Autoria própria) Para análise de biodegradação à temperatura ambiente (≈25°C – 30°C), observou-se que em ambos experimentos, como cobertura por plástico ou sem a cobertura, houve a formação de uma camada esbranquiçada espessa e a presença de duas espécies de fungos filamentosos (Figura 10-A e 10-B), sem diferenças biológicas significativas e alteração em suas propriedades pseudoplásticas. Figura 10: Teste de biodegradação na solução preparada de goma xantana 25 g/mL, submetida ao contato com ambiente por 13 dias à (≈25°C – 30°C), cobertura por plástico (A) ou sem a cobertura (B) apresentando fungos filamentosos (Autoria própria) IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do preparo da solução de 25g/L (goma xantana comercial/água destilada) foi possível realizar o teste de molhabilidade, análise de pH, desenho do perfil reológico e teste de biodegradação do biopolímero por microrganismos do ambiente. Para a Espectroscopia IV foi utilizada uma pequena porção da amostra em estado original do produto em pastilha de KBr. Os resultados das análises realizadas da goma xantana comercial são concordantes e tem boa correlação com os (A) (B) COSTA, S. N. O.; PINHO. A. S.; SANTOS, E. D. A./ Revista de Engenharias da Faculdade Salesiana n.10 (2019) pp. 25-30 30 dados da literatura, podendo então, ser usado como parâmetros comparativos para a goma a ser produzida em laboratório, a partir de um novo substrato. AGRADECIMENTOS À equipe técnica do Laboratório de Química da Faculdade Salesiana Maria Auxiliadora, pelo apoio e suporte; À equipe do Laboratório de Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, pela análise e desenho no comportamento reológico do fluido; À equipe do Laboratório de Química da Universidade Federal do Rio de janeiro, pela análise de Espectroscopia IV; À Coordenação de Pesquisa e Extensão da Faculdade Salesiana Maria Auxiliadora pelo Programa de Iniciação Cientifica em que este projeto foi submetido conforme edital. REFERÊNCIAS [1] BRITO, G. F.; AGRAWAL, P.; ARAÚJO E. M.; MÉLO, T. J. A. Biopolímeros, Polímeros Biodegradáveis e Polímeros Verdes. Revista Eletrônica de Materiais e Processos, v.6.2 (2011) 127-139, 2011. [2] SOCCOL, R. S.; VANDENBERGHE, L. P. S. Overview of applied solid-state fermentation in Brazil. Biochemical Engineering Journal, v. 13 , p. 205-218, 2003. [3] VELINI, E. D. 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