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CUIDADO INTEGRAL AO RECÉM-NASCIDO E A CRIANÇA Professora Elcimara Souza ADAPATAÇÃO DO RN À VIDA EXTRAUTERINA Conceito: “processo biológico complexo que envolve modificações funcionais em todos os órgãos e sistemas do RN, permitindo-lhe viver separado da unidade uteroplacentária” Etapa dinâmica e difícil do ciclo vital humano Imediatamente após o nascimento, o neonato precisa assumir as funções vitais realizadas pela placenta intrauterino. O nascimento da início então a um período crítico de 24 horas, chamado período de transição, que engloba a adaptação do neonato da vida intrauterina para a vida extrauterina. O período de transição impõe alterações fisiológicas em todos os sistemas corporais. A mais profunda alteração fisiológica exigida do RN é a transição da circulação fetal ou placentária para a respiração independente, isto é; os sistemas cardiovascular e pulmonar passam por profundas alterações logo que o cordão umbilical é clampeado e a respiração começa. Adaptações Fisiológicas: Respirar imediatamente e manter a respiração; Substituir o liquido pelo ar nos pulmões; Abrir a circulação pulmonar e fechar os desvios fetais; Proporcionar energia, para manter a temperatura corporal e dar suporte aos processos metabólicos; Eliminar os resíduos produzidos pela absorção de alimentos e processos metabólicos; Desintoxicar as substancias provenientes do ambiente. 1. ADAPTAÇÃO RESPIRATÓRIA Entre a 24 a 30 semanas de gestação, os pneumócitos II (células alveolares) começam a produção de surfactante, um fosfolipídio, que diminui a tensão superficial dos fluidos pulmonares e evita colapso alveolar ao final da expiração. A redução da tensão da superfície facilita as trocas gasosas, diminui as pressões de insuflação necessárias para abertura das vias respiratórias, melhora a complacência pulmonar diminui o trabalho respiratório. O pulmão fetal contém liquido secretado pelos pulmões, pela cavidade amniótica e pela traqueia. O volume líquido, que se correlaciona com a capacidade residual funcional (CRF) do neonato, atinge comumente 25 a 30 ml/Kg de peso corporal. Para que o neonato assuma a tarefa ventilatória e a oxigenação, o ar precisa substituir rapidamente os fluidos pulmonares. No recém-nascido saudável, a substituição ocorre com as primeiras respirações. CUIDADO INTEGRAL AO RECÉM-NASCIDO E A CRIANÇA Professora Elcimara Souza Remoção dos fluidos pulmonares. À medida que o tórax do RN se comprime através do canal vaginal, a compressão força para fora cerca de 1/3 do líquido pulmonar através do nariz e boca. A circulação pulmonar e o sistema linfático absorvem os 2/3 restantes após o começo da respiração. Estímulos que contribuem para início da respiração: Comumente o neonato respira dentro de 20 segundos após o parto, estimulado pelo centro respiratório medular. O estímulo para a primeira respiração é desencadeado pelos seguintes mecanismos: Bioquímico: Asfixia [combinação de Hipoxemia (Sat O2 de 10 a 20%); Hipercapnia (PCO2 de 58mmHg) e Acidose (pH de 7,28)] → quimiorreceptores aórticos e carótidos → impulsos nervosos eferentes (via medula espinhal). Térmico: Perda de calor → receptores térmicos → contração diafragmática. Sensorial: Luzes brilhantes, toque, dor → quimiorreceptores visuais, auditivos e proprioceptivos → estimulação do centro respiratório medular. Mecânico: compressão torácica e retração elástica → receptores de estiramento → respiração glossofaríngea. Função respiratória neonatal A frequência respiratória varia no primeiro dia, estabilizando-se em cerca de 24h após o nascimento. Mantida pelos efeitos da estimulação bioquímica e ambiental, a função respiratória requer: Vias respiratórias patentes; Um centro respiratório funcionante; Comunicação intacta dos nervos do cérebro aos músculos torácicos; Quantidade adequada de calorias para suprir o trabalho respiratório. 2. ADAPTAÇÃO CARDIOVASCULAR As alterações acontecem de forma mais gradual, sendo resultado das alterações de pressão nos pulmões, no coração e vasos principais. A transição da circulação fetal para a circulação pós-natal envolve o fechamento funcional dos shunts fetais: o forame oval, o canal arterial e o canal venoso. Forame oval: é uma abertura entre os átrios D e E do coração. Funciona como uma válvula de uma só via para o fluxo sanguíneo. Após o pinçamento do cordão umbilical uma grande corrente de sangue da placenta é interrompida. O fechamento funcional ocorre logo após o nascimento (devido ao aumento da pressão no VE). Fechamento anatômico ocorre durante vários meses. Canal arterial: desvia o sangue da artéria pulmonar para aorta, evitando os pulmões. O fechamento funcional ocorre cerca de 15 a 24h após o nascimento (devido ao aumento da concentração de oxigênio no sangue). Fechamento anatômico após 3 a 4 semanas. Canal venoso: é uma estrutura (desvio) que permite que a maior parte do sangue oxigenado desvie do fígado, entrando na veia cava inferior, no útero. O fechamento CUIDADO INTEGRAL AO RECÉM-NASCIDO E A CRIANÇA Professora Elcimara Souza funcional logo após o clampleamento do cordão umbilical. Fechamento anatômico após 1 a 2 semanas após o nascimento. CUIDADO INTEGRAL AO RECÉM-NASCIDO E A CRIANÇA Professora Elcimara Souza Modificações do sistema circulatório: Fechamento do ducto venoso: clampeamento causa fechamento do esfíncter na extremidade umbilical e constrição dos vasos -se maior do que no AD Encerramento do ca e pO2) CUIDADO INTEGRAL AO RECÉM-NASCIDO E A CRIANÇA Professora Elcimara Souza Circulação periférica do RN: lenta e insuficiente nas 1as horas. Conversão de circulação fetal para neonatal Expansibilidade pulmonar → dilatação dos vasos pulmonares (O2 inspirado) → diminuição da resistência vascular pulmonares → aumento do fluxo sanguíneo pulmonar → diminuição da pressão no AD, VD e artérias pulmonar → aumento progressivo na resistência vascular sistêmica → aumento da pressão do lado esquerdo do coração → estabelecimento da circulação neonatal. A frequência respiratória no RN, é de 30 a 60 movimentos respiratórios por minuto, o motivo é a maior necessidade de oxigênio. O RN apresenta uma respiração curta, às vezes irregular, com tendência à apneia ou à interrupção transitória da respiração. Volume sanguíneo. O volume sanguíneo do RN a termo varia de 80 a 90ml/Kg de peso corporal, em contraste com o volume do RN pré-termo, que varia de 90 a 105ml/Kg. O volume depende da quantidade de sangue transferida pela placenta após o parto. O clampeamento tardio do cordão umbilical aumenta o volume em até 100ml, possivelmente aumentando a frequência cardíaca, frequência respiratória e pressão arterial sistólica. As alterações causadas pelo volume sanguíneo aumentado podem persistir por cerca de 48 horas, levando, possivelmente a crepitações e cianose. 3. ADAPTAÇÃO HEMATOPOÉTICO Tal como os outros sistemas, o sistema hematopoiético não está totalmente desenvolvido ao nascimento. As características hematológicas que garantiam a oxigenação tissular adequada intraútero precisam ser substituídas por alguns elementos mais maduros após o nascimento. Hemácias. A eritropoiese (produção de eritrócitos ou hemácias) é estimulada pelo hormônio renal eritropoietina (córtex renal). No feto, a baixa saturação de oxigênio causa aumento da liberação de eritropoietina; para garantir a oxigenação tissular adequada, a produção de hemácias aumentada. CUIDADO INTEGRAL AO RECÉM-NASCIDO E A CRIANÇA Professora Elcimara Souza Ao nascimento, a saturação de oxigênio aumenta em consequência da respiração, inibe a liberação de eritropoietina, reduzindo a produção de hemácias. As hemácias fetais têm uma vida útil de cerca de 90 dias, comparadas com 120 dias em hemácias normais de adultos. À medida que as hemáciasfetais se deterioram, a contagem de hemácias no neonato diminui, resultando, às vezes, em anemia fisiológica antes da estabilização. A duração da vida das hemácias de um RN a termo é de 60 a 70 dias, e de um prematuro é de apenas 35 a 50 dias. Em torno dos 2 a 3 meses de vida, a contagem de hemácias se eleva dentro dos limites neonatais aceitáveis. Hemoglobina. A hemoglobina, componente transportador do oxigênio no sangue, é produzida pelas hemácias em desenvolvimento. Após o nascimento, o valor da hemoglobina diminui simultaneamente com a contagem de hemácias. As hemácias fetais produzem hemoglobina F (fetal), que tem maior afinidade com o oxigênio do que a hemoglobina A (produzida pelas hemácias de adultos). Esse mecanismo compensatório ajuda a garantir um oxigenação adequada intraútero. As hemácias são substituídas; a hemoglobina A substitui a hemoglobina F. Leucócitos. Os leucócitos servem como maior defesa do neonato contra infecções, existindo em cinco tipos: neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos. Os neutrófilos são responsáveis por 40 a 80% do total de leucócitos ao nascer; os linfócitos respondem por cerca de 30%. Em torno de 1 mês, linfócitos excedem os neutrófilos. Os neutrófilos e os monócitos são fagócitos, formando o sistema fagócito mononuclear, que defende o corpo contra infecções e eliminam produtos de degradação celular. Trombóticos. Os trombóticos (plaquetas) são decisivos para a coagulação sanguínea. O RN em geral tem uma contagem e uma função plaquetária adequada. 4. ADAPTAÇÃO HEPÁTICA O sistema hepático do RN- responsável pela liberação da bilirrubina, pela coagulação sanguínea, pelo metabolismo dos carboidratos e pelo armazenamento do ferro – é imaturo. Liberação da bilirrubina. A bilirrubina (pigmento biliar amarelo) é um subproduto do heme após a degradação das hemácias. À medida que envelhecem, as hemácias tornam- se frágeis e eventualmente são eliminadas da circulação pelo sistema fagócito mononuclear (SFMN). As porções de ferro e proteínas são removidas e recicladas para uso posterior. Após deixar o SFMN, a bilirrubina se liga à albumina plasmática. Nesse estado de insolubilidade em água, ela é chamada de bilirrubina indireta (não-conjugada). A bilirrubina indireta precisa ser conjugada – convertida em bilirrubina direta - para ser excretada. CUIDADO INTEGRAL AO RECÉM-NASCIDO E A CRIANÇA Professora Elcimara Souza A conjugação ocorre no fígado quando a bilirrubina se junta ao ácido glicurônico, reação catalisada pela enzima glicuronil transferase; o resultado é uma bilirrubina hidrossolúvel. O urobilinogênio e o estercolinogênio, composto que resultam da degradação, podem ser excretados na urina e nas fezes. Coagulação sanguínea. Nos primeiros dias após o nascimento, o trato gastrintestinal não tem atividade bacteriana para sintetizar a vitamina K suficiente. A vitamina K catalisa a síntese da protrombina pelo fígado, assim ativando quatro fatores de coagulação (II, VII, IX, X). Portanto, o RN está em especial risco de hemorragia. Metabolismo dos carboidratos. A principal fonte de energia durante as primeiras 4 a 6 horas após o nascimento é a glicose, que é armazenada no fígado sob a forma de glicogênio. A demanda metabólica aumentada pelo trabalho de parto, e as primeiras horas de vida causa rápida depleção de glicogênio (cerca de 90 %). Os depósitos de glicogênio dos músculos esqueléticos também diminuem rapidamente. Entra em ação o hormônio glucagon (produzido nas células alfa das Ilhotas de Langherans – pâncreas), promovendo a glicogenólise (quebra do glicogênio em glicose), mantendo um nível sérico de aproximadamente 60mg/dl. Situações de estresse como hipotermia, hipóxia e alimentação retardada levam a hipoglicemia. Armazenamento de ferro. Na gestação a termo, o fígado contém ferro suficiente para produzir hemácias até 5 meses de idade. Removido das hemácias destruídas, o ferro é armazenado no fígado e depois reciclado em novas hemácias. 5. ADAPTAÇÃO RENAL Um sistema renal relativamente imaturo torna o RN suscetível à desidratação, acidose e desequilíbrio eletrolítico quando ocorre diarreia e vômitos. Os túbulos renais estreitos e curtos do RN inibem a concentração e a acidificação da urina aumentam a fração de aminoácidos, fosfatos e bicarbonato excretados. Do mesmo modo, os rins do RN são relativamente ineficazes para secretar íons de hidrogênio nos túbulos para promover o equilíbrio ácido-básico. Taxa de Filtração Glomerular (TFG). Varia de acordo com a idade gestacional; o RN a termo tem uma TFG mais elevada do RN pré-termo. No último trimestre de gravidez, os rins do feto sofrem um extraordinário crescimento e maturação. Na 34a semana de gestação, a TFG melhora acentuadamente. A TFG atinge 30% do valor do adulto nos dois primeiros meses de vida extrauterina, mas só atingirá os valores completos do adulto após os dois anos de idade. Equilíbrio hídrico. No RN a termo, a água responde por 78% da composição corporal, em comparação com aproximadamente 80% na 32a semana de gestação e 58% na idade adulta. CUIDADO INTEGRAL AO RECÉM-NASCIDO E A CRIANÇA Professora Elcimara Souza O RN em geral urina dentro de 24 horas após o nascimento (inodora; DU variada entre 1.005 e 1015; pode apresentar-se vermelha-escura e turva, pela presença de uratos e muco). A perda de fluido por meio da urina, fezes, perdas insensíveis, restrições de ingestão devido a pequena capacidade gástrica e taxa metabólica aumentada contribuem para uma redução de 5 a 15% do peso ao nascer nos primeiros 5 dias de vida. 6. ADAPTAÇÃO GÁSTRINTESTINAL Ao nascer, o RN precisa assumir as funções digestivas previamente realizadas pela placenta – metabolismo da água, carboidratos, gorduras, proteínas, vitaminas e minerais para um crescimento e desenvolvimento adequados. Capacidade gástrica. Varia de 40 a 60ml no primeiro dia após o nascimento; aumentando com alimentações subsequentes. Devido a essa capacidade gástrica limitada, as necessidades de nutrientes devem ser atendidas através de pequenas alimentações mais frequentes. O tempo de esvaziamento gástrico – em geral de 2 a 4 horas – varia com o volume da alimentação e da idade do neonato. A peristalse é rápida. Muitos RNs regurgitam com pequenas quantidades (1-2ml) de matéria ingerida, devido a imaturidade do esfíncter cárdia. Enzimas gastrintestinais. A capacidade do RN de digerir nutrientes depende da atividade enzimática e da acidez gástrica. O revestimento do estômago consiste em células principais (que secretam pepsinogênio e promovem a digestão das proteínas) e células parietais (que secretam ácido clorídrico para manter a acidez gástrica). As glândulas salivares secretam apenas pequenas quantidades de saliva até os 2 a 3 meses, quando a salivação se torna aparente. A digestão do leite começa no estômago e continua no intestino delgado. As secreções do pâncreas, do fígado e do duodeno ajudam à digestão. Síntese se vitamina K. A síntese de vitamina K por meio da atividade bacteriana é outra função gastrintestinal importante. Embora de início seja estéril, o trato gastrintestinal estabelece uma colônia bacteriana normal dentro da primeira semana após o nascimento, permitindo uma síntese adequada de vitamina K. Início da alimentação. Na maioria dos casos, a alimentação deve começar logo após que o RN esteja fisicamente estável e exibe coordenação adequada dos reflexos de sucção e deglutição. Uma longa demora em iniciar a alimentação pode esgotar as reservas limitadas de glicogênio do RN – já bastante exigidas pelo aumento da demanda energética do período de transição. Isso pode resultar em hipoglicemia (refletida por um nível de glicose sérica abaixo de 35mg/dl), que coloca em risco o cérebro altamente dependente de glicose. CUIDADO INTEGRAL AO RECÉM-NASCIDO EA CRIANÇA Professora Elcimara Souza Fezes neonatais. De início, os intestino do recém-nascido contêm mecônio, uma substância fecal espessa, verde-escura e inodora que consiste em líquido amniótico, bile, células epiteliais e cabelo (na queda de lanugem no útero). Geralmente, o RN elimina o primeiro mecônio dentro de 24 horas após o nascimento. As fezes transicionais em geral aparecem em geral no segundo ou no terceiro dia após o início da alimentação. Essas fezes, marrom-esverdeadas, têm um teor de água maior do que mecônio. A ausência de fezes nas 48 horas posteriores ao nascimento é indicativo de obstrução intestinal. Por isso, a ocorrência da primeira evacuação é significativa. 7. ADAPTAÇÃO TÉRMICA energéticas Formas de produção de calor no RN: Estremecimento (atividade muscular) Metabolismo da gordura marrom Aumento do metabolismo geral: lento e após aquecimento, leva de 7 a 10 dias para voltar ao normal Mecanismos de perda de calor: condução (contato), convecção (ar), radiação e evaporação. 8 interescapular, triângulo posterior do pescoço e axilas. Nesta regiões pode-se verificar um aumento de temperatura quando o RN está com perda de calor. O aumento do metabolismo basal ocorre quando há um arrefecimento, através da hiperactividade, pelo estímulo da glândula tiróide. O espaço de tempo que decorre é de algumas horas (12 a 24 horas). Contudo, apesar do metabolismo geral baixar quando o RN é aquecido, o metabolismo basal mantém-se elevado por um período de tempo longo (até 7 a 10 dias). 3.3 - EFEITOS DA PERDA DE CALOR NO RN Quando o RN perde calor surge: · Aumento da utilização de gordura marron. · Aumento do consumo de O2 ( com uma temperatura corporal de 33,4ºC a 35ºC duplicam as necessidades de O2 e com 33,3ºC triplicam as necessidade de O2). · Aumento do consumo de glicose (acompanha as necessidades de O2, mas o RN com baixas reservas pode em 4 a 6 horas utilizar o seu glicogénio e cair em hipoglicémia com consequente lesão cerebral). · Aumento do metabolismo. Nestas circunstâncias o RN tem tendência a desenvolver acidose metabólica e corre o risco de não ser capaz de produzir adequadamente surfactante pulmonar. A insuficiência de O2 não permite o metabolismo completo da glicose, o leva a um acumulo de ácido láctico, e à libertação de ácidos gordos provenientes do metabolismo da gordura. Consequentemente uma queda do Ph (acidose) a qual vai interferir com as funções corporais essenciais à vida. O surfactante necessita de ser continuamente reposto (a sua actividade dura cerca de 12 horas). Quando o RN é arrefecido, pode não o conseguir repor, desenvolvendo uma dispneia severa necessitando de O2, glicose e uma boa actividade circulatória para o conseguir repor. Assim, o RN pequeno corre maiores riscos na medida em que possui menores reservas de glicogénio e menos recursos para aumentar a sua ventilação. 3.4 - PROCESSOS DE CONTROLE DE CALOR NO RECÉM-NASCIDO A seguir apresentamos em quadros os mecanismos da perda, de conservação, e de produção de calor Quadro 1 – Mecanismo da perda de calor e formas de prevenção da perda de calor M ecanismos da perda de calor Prevenção da perda de calor · Evaporação · Secar rapidamente o LA · Convecção · Proteger contra as correntes de ar · Condução · Utilizar toalhas e roupa aquecidas CUIDADO INTEGRAL AO RECÉM-NASCIDO E A CRIANÇA Professora Elcimara Souza As glândulas sudoríparas, que produzem suor em resposta ao estímulo térmico ou emocional, estão funcionantes ao nascimento. Elas produzem suor em resposta a temperaturas mais elevadas do que aquelas necessárias nos adultos. Observar sudorese palmar é valioso na avaliação da dor. Como a quantidade de melanina é baixa ao nascimento, os recém-nascidos apresentam pele com coloração mais claro do que eles possuirão como crianças. Por conseguinte, eles são mais suscetíveis aos efeitos danosos da luz solar. CUIDADO INTEGRAL AO RECÉM-NASCIDO E A CRIANÇA Professora Elcimara Souza ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA 01. Na adaptação a vida extrauterina, o recém-nascido passa por transformações importantíssimas e essenciais para o seu desenvolvimento, dentre elas explique: a. como ocorre a adaptação dos pulmões cheios de liquido para pulmões cheios de ar. b. como ocorre o estabelecimento da circulação pulmonar. 02. A adaptação à vida extrauterina envolve algumas alterações no sistema circulatório do recém-nascido pelo fato de cessar a circulação placentária e a dos pulmões começarem a funcionar. A transição da circulação fetal para pós-natal envolve o fechamento funcional dos shunts fetais: ducto arterial, ducto venoso e forame oval. Explique o processo de Conversão da circulação fetal para neonatal. 03. O fígado não está completamente apto a regular a glicose sanguínea. Em consequência, é comum a hipoglicemia. Explique o processo do metabolismo da glicose. 04. Identificar três mudanças que ocorrem após o nascimento no sistema hematopoiético. Explique cada uma. 05. Explique como a criança perde calor por condução após o nascimento. Sugerir intervenções de enfermagem, para evitar a perda de calor. Normalmente, o forame oval se fecha quando a pressão
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