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ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING Fabiana Tramontin Bonho Canais de distribuição Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os principais canais de distribuição do mercado. Diferenciar os canais de distribuição pelo tipo de uso. Identificar conflitos e tendências desses canais. Introdução No canal de distribuição, ocorre o processo de tornar os produtos ou serviços disponíveis aos clientes. Esse processo envolve pessoas, empre- sas e, na maioria das vezes, os intermediários, que são os agentes que possibilitam que esse processo ocorra de maneira eficaz. Com a internet, as vendas estão ocorrendo cada vez mais pelo ca- nal de venda direto, mas nem por isso deixou-se de lado a utilização dos canais de distribuição, pois esses produtos comprados via internet precisam chegar até o consumidor final. Por isso, é necessário que os gestores estejam preparados com estratégias para oferecer diferentes tipos de canais, e, assim, há uma tendência de que as empresas utilizem mais o sistema de multicanais. Neste capítulo, você vai estudar os principais canais de distribuição do mercado, vai conhecer os diferentes tipos de canais identificados pelo uso e, além disso, vai aprender sobre os conflitos e tendências desses canais. Os principais canais de distribuição do mercado Os canais de distribuição ou canais de marketing podem ser entendidos como o meio utilizado para entregar os produtos ou serviços ao cliente, sendo o elo de ligação entre o negócio e o público-alvo, segundo Ashoka Empreendedores Sociais e Mckinsey & Company, Inc (2001), que cita os dois tipos de canais de distribuição que você confere a seguir. Canais de venda direta: a venda é realizada diretamente ao cliente, como, por exemplo, por meio da visita de vendedores, lojas próprias nas ruas e também nos shoppings, pela internet, dentre outros. No caso da prestação de serviço, o cliente vai até loja e contrata um determinado serviço. Outro exemplo é o serviços pelo número 0800, em que o con- sumidor telefona e contrata o serviço. Canais de venda indireta: as vendas são realizadas primeiramente a um intermediário e, após, ao cliente. Por exemplo, os revendedores autorizados, distribuidores, cadeias de varejos, dentre outros. Nesse canal, quando forem serviços, temos os exemplos das franquias de ser- viços, como os correios, os revendedores autorizados, como corretores de seguros, imóveis, dentre outros. Xavier (2009) conceitua canal de distribuição como um sistema organizado de instituições e órgãos que, juntos, executam todas as funções necessárias para ligar os produtos aos consumidores. Em alguns casos, o canal pode estar composto apenas pelo fabricante que comercializa diretamente com os consumidores e, em outros os canais, pode ser constituído pelo fabricante e um ou mais revendedores. Corroborando, Strehlau e Telles (2006) trazem que a gestão da distribuição (Figura 1) corresponde ao processo, à estrutura e administração dos bens e dos serviços com a finalidade de torná-los disponíveis para as trocas, envolvendo estrutura, atividades dos agentes presentes nos canais, operações de atacado e varejo, distribuição física, e incluindo, também, os aspectos logísticos de planejamento, transporte e armazenagem, entre outras variáveis relacionadas ao fluxo de conexão entre produção e consumo. Figura 1. Distribuição. Fonte: Adaptada de Strehlau e Telles (2006). Canais de distribuição2 Strehlau e Telles (2006) destacam, ainda, que a gestão de canais de marke- ting tem grande relevância na organização devido ao fato de representar uma grande parte dos custos variáveis dos produtos. Por esse motivo, é necessário compreendê-la como aspecto essencial na potencialização das venda, o que ocorre devido a três fatores que ocorrem: por tornar possível a compra; por aumentar o valor percebido pelo consumidor; pelo custo, isto é, pela dificuldade de localização ou espera na entrega. Os autores também relatam que os canais de marketing podem ser citados como sistemas de fluxo e transporte, assim, demandando estrutura física, lógica e transacional. A estrutura física é formada por área de armazenagem, pelos meios de transportes, instalações de acondicionamento, isto é, elementos que garantem ligação entre produção e consumo. A estrutura lógica pode ser entendida como o mapa de deslocamento e de pontos de estocagem, en- volvendo os meios de transportes e intermediários. A estrutura transacional pode ser compreendida como o conjunto de relacionamentos comerciais, fontes de financiamento, parcerias, acordos potenciais entre os agentes da cadeia distributiva. Eles ainda comentam que os canais de distribuição têm uma função muito importante, não apenas por favorecer o escoamento dos produtos e estabelecer conexão entre as esferas de produção e consumo, mas por realizarem outras atividades que viabilizam o processo produtivo e de comercialização, como exercer o papel de financiamento da produção e do consumo, fonte de informações sobre o mercado produtos e cliente. Nessa visão operacional e estratégica, a distribuição tem três funções básicas: funções transacionais: atividades que envolvem a compra e venda, envolvendo risco na operação, por propriedade, transporte, armaze- nagem e administração; funções logísticas: atividades de concentração do produto, armazena- mento, distribuição física; funções de facilitação: atividades de estímulo e favorecimento dos processos de compra e venda, da produção ao consumo. Assim, as funções dos canais de marketing (Figura 2) têm o objetivo principal centrado na eficiência da distribuição dos produtos e serviços ao consumidor. 3Canais de distribuição Figura 2. Funções pontenciais dos canais de distribuição. Fonte: Adaptada de Strehlau e Telles (2006). Farias, Duschitz e Carvalho (2015) descrevem os seguintes níveis de canal (Figura 3). Um canal de nível zero, conhecido também como marketing direto, é identificado assim quando um fabricante vende diretamente ao consu- midor final. São exemplos desse canal as vendas porta em porta, mala direta, pela internet, entre outras. Um canal de nível um conta com um único intermediário, como, por exemplo, um varejista. Um canal de nível dois conta com dois intermediários, que podem ser um varejista e outro atacadista. Um canal de nível três contém três intermediários — além do varejista e do atacadista, pode contar com um varejista/atacadista especializado, como nas indústrias de alimentos processados e de bebidas. Figura 3. Níveis de canal. Fonte: Farias, Duschitz e Carvalho (2015, p. 151). Canais de distribuição4 Outro fato importante dentro dos tipos de canais de distribuição apresentado por Farias, Duschitz e Carvalho (2015) é a sua estrutura. Já que uma estra- tégia bem planejada é essencial para o sucesso do negócio, as decisões que envolvem as estruturas de canais afetam diretamente o resultado de todas as empresas que compõem a cadeia de suprimentos. Assim, pode-se optar pode três estratégias de distribuição. Exclusiva: limita o número de intermediários para obter deles maior dedicação e aperfeiçoamento nos estágios de pré-venda, venda e pós- -venda. Para isso, depende de uma parceria mais estreita entre a empresa e o revendedor. Quem escolhe esta estratégia está preocupado em atender segmentos de mercado bem definidos. Seletiva: utiliza determinados intermediários para comercializar um produto especifico em uma determinada região. É mais utilizada em mercados em que os consumidores buscam realizar comparações entre produtos e marcas antes da decisão de compra e também em mercados que se preocupam com os serviços de pós-vendas. Intensiva: utiliza a disponibilização de um produto ou serviço no maior número de revendedores ou canais de vendas possível. É utilizada princi- palmente em produtos de conveniência, como bens de consumo em geral. O gerenciamento e aestratégia de canal de marketing tem sofrido alterações, passando a ganhar maior relevância com a implantação do comércio eletrônico, o que ocorre devido à disponibilização dos produtos e serviços para os clientes. A internet, assim, tem desafiado os profissionais de marketing a utilizar a tec- nologia de forma inovadora na gestão das estratégias do canal, de modo a gerar valor para os consumidores de forma lucrativa (KERIN; PETERSON, 2009). Canais de distribuição e tipo de uso Segundo Strehlau e Telles (2006), existem algumas diferenças de confi guração e também na forma de organizações, o que causa uma modifi cação nos processos e na estrutura. Veja, a seguir, como essas confi gurações podem ser reconhecidas. Canais de marketing para bens de consumo: os bens de consumo são aqueles destinados ao cliente final. A distribuição desses bens envolve um grau de complexidade maior em relação aos demais por demandar maior abrangência geográfica, maior capilaridade e, assim, uma ne- 5Canais de distribuição cessidade maior de controle dos fluxos no canal. Também conta com maior número de intermediários, o que torna esses canais mais longos. Veja, no Quadro 1, a distribuição de bens de consumo e atividades de marketing segundo Strehlau e Telles (2006). Fonte: Adaptado de Strehlau e Telles (2006). Tipo de bem de consumo Comportamento do consumidor Preço Distribuição Comunicação Bens de conveniência Compra frequente e que exige pouca busca de in- formação e comparação. Baixo envolvimento Geralmente baixo Distribuição intensiva em muitos pontos de venda Muita propa- ganda e divul- gação em mídia de massa Bens de compra comparada Compra menos fre- quente e que exige maior esforço na comparação entre marcas e outros atributos. Geralmente apresenta um envolvi- mento maior Médio Distribuição mais seletiva em menor número de pontos de venda Muita pro- paganda e venda pessoal por parte de fabricantes e revendedores Bens de especialidade Compra de alto envolvi- mento, em geral exibe fortes preferências de marca Geralmente alto Distribuição exclusiva em poucos pon- tos de venda Divulgação cuidadosa e em mídias selecionadas Bens não procurados Pouco conhecimento sobre o produto e em muitos casos há pouco interesse ou mesmo um interesse negativo Variável Variável Propaganda agressiva e forte venda pessoal Quadro 1. Distribuição de bens de consumo e atividades de marketing Canais de marketing para bens empresariais: bens comprados para uso em uma organização, podendo ser para a fabricação de um produto ou para a gestão do negócio. Em média, o número de produtores e compradores desse tipo de bens é pequeno, e as compras são de maior valor se comparadas às dos bens de consumo. Podem apresentar interesse na especificação técnica ou no acompanhamento da produção de seus insumos, o que exige um número limitado de intermediários. As vendas diretas são as que mais ocorrem nesse canal e, dessa forma, são considerados curtos. Veja, na Figura 4, uma representação da distribuição dos bens empresariais. Canais de distribuição6 Figura 4. Distribuição de bens empresariais. Fonte: Adaptada de Strehlau e Telles (2006). Canais de marketing para serviços: os serviços constituem um tipo de produto com atributos com especificidades distintas. Neste canal, na maioria das vezes, o consumo ocorre junto ao ato de produção. Por isso, a venda direta é a mais com dos canais de marketing, porém, a distribuição poderá ser realizada indiretamente, como, por exemplo, nas agências de viagem, que intermedeiam a compra de passagens e hospedagem, atuando como varejistas de serviços, na medida em que estocam e revendem em lotes menores e orientados para as necessidades dos clientes produtos adequados à demanda deles. Na Figura 5, estão exemplificados canais de distribuição para serviços. Figura 5. Canais de distribuição para serviços. Fonte: Adaptada de Strehlau e Telles (2006). 7Canais de distribuição Sistema multicanal e canais reversos: produtores escolhem diferentes canais para atingir mercados diferentes. Neste tipo de canal, destacam-se as organizações que vendem seus produtos diretamente a consumidores finais, mas também disponibilizam a varejistas ou distribuidores, que podem vender a varejistas em outras praças. Como exemplo, temos as montadoras, que vendem ao cliente por meio de varejistas, isto é, das concessionárias. O canal reverso ocorre quando o fluxo é contrário, e o deslocamento do produto ocorre do consumidor final para o produtor, como com produtos que são recolhidos para reciclagem, como latas de alumínio e garrafas. Veja, na Figura 6, o esquema dos canais de marketing e canais reversos. Figura 6. Canais de markering e canais reversos. Fonte: Adaptada de Strehlau e Telles (2006). Dessa forma, os canais de distribuição têm configurações distintas e tam- bém poderão apresentar, devido a algumas funções, diferentes variáveis e condições, como a natureza do produto, a fase no ciclo de venda e também nas estratégias da organização. Por isso, os gestores deverão decidir na hora da escolha do canal aquele que melhor atende à sua necessidade. Conflitos e tendências dos canais Nos canais de distribuição, podem ocorrer alguns confl itos. Segundo Xavier (2009), no processo de distribuição do fabricante ao cliente, os confl itos são obstáculos à efi ciência do sistema, pois provocam ruídos no processo e, se não forem corrigidos, poderão prejudicar as metas e os objetivos que foram defi nidos pelos fabricantes e operadores da distribuição. O autor ainda dife- rencia dois tipos de confl itos que poderão ocorrer, os horizontais e os verticais. Os chamados conflitos horizontais ocorrem integrantes do mesmo nível do canal divergem sobre as estratégias, ações e também sobre os procedimentos da operação (Figura 7). Canais de distribuição8 Figura 7. Conflitos verticais. Fonte: Adaptada de Xavier (2009). Os conflitos verticais (Figura 8) ocorrem quando o fabricante diverge dos intermediários. Quando se trata de canal de venda indireto, que envolve os intermediários, os conflitos são quase inevitáveis, podendo prejudicar todo o negócio; por isso, um alinhamento de parcerias, de compartilhamento de informações estratégicas e de integração de sistemas deve ser dividido para que esse tipo de conflito seja minimizado, devendo haver, assim, uma simetria geral dos componentes que integram o sistema de distribuição. Figura 8. Conflitos verticais. Fonte: Adaptada de Xavier (2009). Nesse caso de conflito vertical, Xavier (2009) destaca a importância da liderança do canal como um fator decisivo. Segundo o autor, o líder é conhecido como capitão do canal e seu poder pode derivar de seis fontes. Poder como recompensa: capacidade do integrante do canal em ofe- recer algo que é desejado ao outro integrante. Poder de coerção: receio que um integrante do canal possa exercer sobre os demais. Poder de legítimo: direitos assegurados aos integrantes do canal. Pode de referência: reputação da empresa ou do integrante do canal. 9Canais de distribuição Poder pela experiência: conhecimento ou habilidade de uma empresa ou integrante do canal. Poder de informação: posse pela informação ou integrante do canal de informações estratégicas para o êxito da operação. Dessa forma, o canal contará com integrantes alinhados e confiantes que farão com que os objetivos e metas traçados sejam alcançados da melhor forma possível e atentos às tendências do mercado. Conforme Farias, Duschitz e Carvalho (2015), existem várias tendências que afetam os canais de marketing, destacadas a seguir. O avanço tecnológico: um dos principais fatores dessa tendência é o crescimento da internet e do comércio eletrônico, o que torna o rela- cionamento mais direto entre as empresas e os clientes, diminuindo a participação dos intermediários. Outro fator é o uso das redes sociais, que passou a ser uma fonte de acessode informações dos clientes por parte dos membros da cadeia, e essas informações têm contribuído para alterações nos produtos, que estão sendo mais ofertados na forma customizada. Alterações no poder do canal: o poder sempre foi centrado nas mãos dos fabricantes de produtos, mas, a partir dos meados de 1990, a con- centração passou para os varejistas e atacadistas. Essa mudança ocorreu em virtude de adoção de sistemas mais eficientes de gerenciamento de estoques, diminuindo, assim, a dependência em relação aos fabricantes. Crescimento da distribuição direta: os clientes procuram por produtos com menor custo e, assim, a venda direta tem crescido, pois cada canal adicionado representa um custo acrescido no produto, o que faz com que a tendência de eliminação dos intermediários aumente. Como exemplos, temos as vendas sendo realizadas pelas revendedoras da Avon, Natura, etc., e também o comércio eletrônico, como a Decolar e a Amazon. Crescimento do ommi-channel: ommi-channel quer dizer que todo cliente é tratado como se fosse único, independentemente do canal. O cliente, hoje, tem-se tornado multicanal, já que compra pela internet e pelas lojas físicas (as vias tradicionais). O mercado é ativo, dinâmico e, com o avanço das tecnologias, vem trazendo constantemente novas mudanças. Por isso, os profissionais do marketing e os gestores devem estar preparados para compreender tais mudanças e criar ações e estratégias de forma a permanecer no mercado. Canais de distribuição10 ASHOKA EMPREENDEDORES SOCIAIS; MCKINSEY & COMPANY, INC. Empreendimentos sociais sustentáveis: como elaborar planos de negócio para organizações sociais. São Paulo: Peirópolis, 2001. FARIAS, C.; DUSCHITZ, C.; CARVALHO, G. M. Marketing aplicado. Porto Alegre: Bookman, 2015. KERIN, R. A.; PETERSON, R. A. Problemas de marketing estratégico: comentários e casos selecionados. 11. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. STREHLAU, V. I.; TELLES, R. Canais de marketing e distribuição: conceitos, estratégias, gestão, modelos de decisão. São Paulo: Saraiva, 2006. XAVIER, J. T. P. Marketing: fundamentos e processos. Curitiba: IESDE, 2009. Leitura recomendada BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre; Bookman, 2006. 11Canais de distribuição GESTÃO DA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA Tatiana Dornelas de Oliveira Sistemas de distribuição Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar diferentes configurações dos sistemas de distribuição. Descrever o fluxo dos sistemas de distribuição. Analisar os fatores que afetam nas decisões sobre sistemas de distribuição. Introdução Neste capítulo, você estudará sobre os sistemas de distribuição existentes na logística. Além disso, conhecerá as principais configurações desses sistemas, bem como verá como funciona o seu fluxo. Por fim, verá quais são os fatores que afetam nas decisões sobre os sistemas de distribuição. 1 As configurações dos sistemas de distribuição Na logística, a distribuição é o processo responsável pela saída do produto da empresa até as mãos do consumidor (COBRA; URDAN, 2017). Cada empresa possui um processo de distribuição, de acordo com os sistemas que utiliza. O fato de a organização possuir um produto admirado pelo mercado não é uma garantia de sucesso no mercado consumidor. Para que a empresa consiga conquistar, de fato, o seu cliente, ela precisa pensar em como esse produto chegará até o final da cadeia para o consumidor certo, com a qualidade certa, na quantidade adequada e no tempo estimado. Mas como o produto chega até as mãos do cliente? A competição entre as empresas está cada vez mais acirrada, de modo que elas precisam se destacar para que consigam conquistar seus consu- midores. Para chegar até o consumidor final, as organizações utilizam os sistemas de distribuição, visando a realizar a melhor entrega possível. As- sim, “O desafio hoje é aliar os aspectos físicos do processo de atendimento ao gerenciamento das informações por meio de plataformas de tecnologias de informação especialmente projetadas para esse fim” (GONÇALVES, 2013, p. 206). A distribuição de bens e serviços envolve entregar ao consumidor o produto requerido da forma mais eficiente e eficaz possível, na hora desejada e onde ele quer, a fim de criar valor para o cliente (CHURCHILL; PETER, 2012). Níveis de canal Para aprimorar o canal da empresa, é essencial que os gestores conheçam os tipos de canal existentes, a fi m de que possam escolher aquele que minimiza os custos da organização. Para tanto, existem os níveis de canal voltados para bens de consumo, sendo cada um deles adequado a um tipo de instituição (Figura 1). Figura 1. Canais de marketing para bens de consumo. Fonte: Kotler e Keller (2018, p. 380). Sistemas de distribuição2 Conforme observado, o produtor e os consumidores são peças constantes em todos os níveis de canal. O canal direto (também chamado de nível 0) consiste em um fabricante que comercializa seus produtos diretamente para o consumidor final. O telemarketing, a mala direta e as vendas de porta em porta são exemplos desse nível. Já os canais indiretos podem contar com um intermediário (nível 1), dois intermediários (nível 2) ou até três intermediários (nível 3). Um canal de nível um possui a figura do varejista. Já o canal de nível dois é o mais comum para a comercialização dos bens de consumo, no qual o produtor passa os produtos para o atacadista, depois para o varejista, para, então, chegar nas mãos do consumidor final. Segundo Kotler e Keller (2018), o canal de nível três é o mais indireto, visto que o produtor negocia com agentes independentes para que seja feita a comercialização com os atacadistas, que vendem para varejistas e, por fim, para o cliente. Esses agentes não possuem propriedade sobre o bem, mas podem negociar compras e vendas. Na literatura, existem, ainda, os níveis de canais voltados para os bens organizacionais. Ao tratar da comercialização entre empresas, os canais podem ser visualizados conforme a Figura 2. Figura 2. Sistemas de distribuição para bens organizacionais. Fonte: Kotler e Keller (2018, p. 381). Observe que os produtores se mantêm, ao passo que os compradores vira- ram organizacionais. Como estamos falando de compras entre organizações, as negociações podem ser extensas, e os valores, bem altos, demandando 3Sistemas de distribuição novas ações. A lógica é a mesma que para os bens de consumo, no entanto, surge a figura dos distribuidores, responsáveis por fluir os produtos até o comprador. Por fim, há os canais típicos para o oferecimento de serviços (Figura 3), que são, por definição, aqueles produzidos e consumidos ao mesmo tempo, tais como o serviço de um contador ou um corte de cabelo. Figura 3. Canais de marketing para serviços. Fonte: Kotler e Keller (2018, p. 382). Nesse caso, existem apenas dois tipos de canal: o direto, em que o serviço é prestado diretamente ao consumidor final; e o indireto, quando há a presença de um agente ou corretor, como é o caso da venda de um seguro de vida, por exemplo. 2 Fluxo dos sistemas de distribuição Como visto, os intermediários são responsáveis por fazer os produtos fl uírem do produtor até o consumidor fi nal ou organizacional. A cadeia de interme- diários é descrita por duas vertentes: tipos de intermediários e número de intermediários. Essas duas características devem ser escolhidas de acordo com o tipo de bens ou serviços que serão prestados pela empresa. A Figura 4, a seguir, apresenta a confi guração dos canais de distribuição. Sistemas de distribuição4 Figura 4. Configuração dos canais de distribuição. Fonte: Gonçalves (2013, p. 209). Os intermediários podem ser os seguintes: Atacadistas: unidade de negócio que compra e revende mercadorias para os varejistas (AMA, 2018). Varejistas: unidade de negócio responsável pela compra de mercadoriasque e as revende direto para o consumidor (AMA, 2018). Distribuidores: são responsáveis por servir os mercados industriais, oferecer serviços diversos e promover o produto (KOTLER; KELLER, 2018, p. 382). Agentes e corretores: são responsáveis por facilitar a venda, represen- tando a empresa no mercado. Segundo Kotler e Keller (2018), ao relacionar os intermediários em relação ao seu número, pode-se classificá-los da seguinte forma: Distribuição exclusiva: o número de intermediários é limitado, estrei- tando os laços entre a empresa e o fornecedor. 5Sistemas de distribuição Distribuição seletiva: utiliza determinados intermediários que queiram comercializar algum produto específico. Distribuição intensiva: o fabricante coloca seus produtos ou serviços na maior quantidade de pontos de venda possível. Sistemas verticais Nos últimos anos, um dos modelos mais adotados pelas organizações é o de sistemas verticais de distribuição. Segundo Kotler e Keller (2018, p. 384), esses sistemas “São canais de distribuição administrados centralmente a fi m de obter maior efi ciência e impacto de marketing”. O sistema vertical (Figura 5) é um conjunto formado pelo fabricante e um ou mais atacadistas e varejistas, todos atuando como um sistema unificado, havendo integração entre os componentes. Figura 5. Sistemas verticais. Fonte: Adaptada de Churchill e Peter (2012). Existem diversos tipos de sistemas verticais de marketing (SVM) (Figura 6), os quais são apresentados a seguir (KOTLER; KELLER, 2018). Sistemas de distribuição6 Figura 6. Tipos de sistemas verticais de marketing. Fonte: Kotler e Keller (2018, p. 385). SVM administrado: o fabricante de uma marca dominante pode contar com a garantia de cooperação comercial e com o apoio dos revendedores. Por exemplo, a Gillete, a Procter & Gamble e a Kraft conseguem alcançar um alto nível de cooperação com seus revende- dores em termos de exposições, espaço nas prateleiras, promoções, entre outros. SVM empresarial: é utilizado por empresas que desejam um elevado controle sobre seus canais. Por exemplo, a Sherwin-Williams produz tinta e opera 2 mil lojas de varejo de sua propriedade. SVM contratual: empresas independentes, atuantes em diferentes níveis de produção e distribuição, que integram seus programas por meio de contratos, para, assim, obter mais economia ou impacto nas vendas do que conseguiriam por si só. Sistemas horizontais Os sistemas horizontais correspondem a duas ou mais instituições não relacio- nadas que unem recursos para explorar uma nova oportunidade de marketing. 7Sistemas de distribuição O sistema horizontal de marketing (SHM) é formado por alianças estratégicas (provisórias ou permanentes) entre diversas empresas que trabalham em um mesmo setor e no mesmo nível (KOTLER; KELLER, 2018). Um exemplo de SHM refere-se a acordos entre cadeias de supermercados e bancos, ou operadoras de telefonia móvel, para oferecer serviços bancários (em caixas eletrônicos) ou de telefonia móvel em suas lojas. 3 Fatores que afetam nas decisões sobre os sistemas de distribuição Um canal de distribuição é o elo entre a empresa e o consumidor fi nal. Sendo assim, o sistema de distribuição deve estar integrado e bem coordenado, para que não existam confl itos. A maior parte dos fabricantes não comercializa os produtos de forma direta para seus consumidores, utilizando os chamados intermediários para que essa transferência seja realizada. Sendo assim, é possível defi nir os canais como “[...] uma rede (sistema) organizada de órgãos e instituições que executam todas as funções necessárias para ligar os produtores aos usuários fi nais, a fi m de realizar a tarefa de marketing” (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 377). De acordo com Cobra e Urdan (2017), os canais possuem quatro fun- ções básicas: o transporte de bens, a estocagem, a comunicação com o mercado e a venda e transferência de posse. Como, na maior parte das vezes, várias empresas fazem parte desse processo, a tarefa fica cada vez mais complexa, de modo que se faz necessária uma excelente gestão por parte dos responsáveis. Os canais possuem relação com diversos outros sistemas, como ambiente político, social, cultural, bem como com a estratégia e até mesmo a hierar- quia adotada na organização. A Figura 7, a seguir, apresenta uma pirâmide demonstrativa das relações entre os canais. Sistemas de distribuição8 Figura 7. Relações entre os canais. Fonte: Cobra e Urdan (2017, p. 196). Diante das relações apresentadas neste capítulo, é possível identificar os fatores que influenciarão nas decisões sobre os sistemas de distribuição. Dentre elas, destaca-se a estratégia da empresa, sua estrutura e os ambientes externos. AMA. Chicago: AMA, [2018].Disponível em: https://www.ama.org. Acesso em: 21 abr. 2020. CHURCHILL JR., G.; PETER, J. P. Marketing: criando valor para os clientes. Sã o Paulo: Saraiva, 2012. COBRA, M.; URDAN, A. T. Marketing básico. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2017. GONÇALVES, P. S. Logística e cadeia de suprimentos: o essencial. Barueri: Manole, 2013. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. São Paulo: Pearson, 2018. 9Sistemas de distribuição Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Sistemas de distribuição10 GESTÃO DA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA Tatiana Dornelas de Oliveira O conceito de distribuição física Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Conceituar distribuição física. Identificar os fatores centrais da distribuição física. Distinguir desafios e oportunidades corporativos na distribuição física. Introdução O aumento da concorrência e da competitividade torna ainda mais acir- rada a busca por ferramentas de distribuição dos produtos produzidos pelas organizações. O ambiente externo atual está repleto de desafios, de modo que os gestores devem estar preparados, conhecendo sua empresa e seus clientes a fundo. O estudo relacionado com a logística e a distribuição física é antigo, porém a preocupação em realizar um trabalho bem-feito é relativamente recente. Nos últimos anos, com o advento da tecnologia da informação, as atividades relacionadas com a distribuição física ganharam ainda mais espaço. Neste capítulo, você estudará sobre a distribuição física, bem como conhecerá os seus fatores centrais. Além disso, verá quais são os desafios e oportunidades corporativos no âmbito da distribuição física. 1 Distribuição física Atualmente, a globalização impõe diversos desafi os para as organizações. Ao pensar na logística e em sua distribuição física, a atenção dos gestores deve ser redobrada, para que busquem sempre a vantagem competitiva. Em um mundo cada vez mais globalizado e competitivo, o sucesso e o insucesso das organizações dependem da qualidade de sua administração. Para que seja possível entender a estrutura dos canais de distribuição, é importante saber como funciona a estrutura organizacional de uma empresa (Figura 1). Figura 1. Estrutura organizacional. Fonte: Adaptada de Sobral e Peci (2013). É possível observar, na Figura 1, que existem três níveis hierárquicos nas organizações: operacional, tático e estratégico. Esses níveis definem “[...] a forma como a organização está estruturada em suas áreas e departamentos, de modo a funcionar e atingir seus objetivos [...]” (SHIGUNOV NETO; GOMES, 2016, p. 11). Essa estrutura é considerada dinâmica, alterando-se com o passar do tempo e sendo influenciada pelo que ocorre no ambiente externo. O setor de logística é estratégico para qualquer organização, sendo res- ponsável pelo transportee a entrega dos produtos comprados para os clientes. A Figura 2, a seguir, retrata a logística sob a ótica do consumidor. O conceito de distribuição física2 Figura 2. A logística do cliente. Fonte: Adaptada de Gonçalves (2013). Como observado na Figura 2, o consumidor possui três entendimentos acerca do processo logístico, de modo que a empresa deve buscar entender o que o cliente deseja comprar, quando ele quer receber sua compra e quanto ele deseja, isto é, a quantidade desejada. O estudo da logística de distribuição é de suma importância para que os gestores consigam conquistar vantagem competitiva no mercado atual. Para saber mais sobre esse tema, assista ao vídeo Supply Chain – o que é Logística de Distribuição, do canal Idel Instituto de Desenvolvimento Logístico, disponível no YouTube. 3O conceito de distribuição física 2 Fatores centrais da distribuição física Em relação aos estudos sobre a logística e a distribuição física, pode-se destacar que o transporte é muito importante para que a estratégia da empresa seja corretamente seguida. A Figura 3, a seguir, apresenta o fl uxo de uma cadeia de distribuição física. Figura 3. Cadeia de distribuição física. Fonte: Gonçalves (2013, p. 203). Para que a distribuição física seja realizada da melhor forma possível, faz-se necessário utilizar diversos atores, que atuarão das mais variadas formas, buscando o sucesso da organização em questão. Conforme Gonçalves (2013, p. 203): Examinando a distribuição física no contexto geral, pode-se considerar que ela tem dois significados básicos: um conjunto de atores que fazem parte da sua estrutura operacional e mercadológica; e um conjunto de operações destinadas a concretamente disponibilizar um produto ou um serviço no local desejado pelo cliente ou consumidor final. O conceito de distribuição física4 Para tanto, é importante entender alguns conceitos importantes que fazem a distribuição ser realizada da melhor forma possível. O primeiro conceito diz respeito ao transporte, que corresponde a “[...] velocidade, redução de custos e respostas rápidas. O transporte é um fator crítico para o sucesso de qualquer projeto da rede logística [...]” (GONÇALVES, 2013, p. 13). O segundo conceito diz respeito ao estoque, que deve ser gerenciado de forma adequada, garantindo o atendimento aos clientes de forma excelente e com baixo nível de investimento em estoque, visto que, quanto maior a quan- tidade estocada, maior os custos da empresa. Outro conceito importante está relacionado com o tratamento de informações, sobretudo as relacionadas a manutenção, controle dos materiais, processamento de pedidos e programa- ção da produção. Por fim, destaca-se, ainda, o processo de armazenagem, representado “[...] pela gestão dos espaços físicos destinados ao controle e à guarda dos produtos [...]” (GONÇALVES, 2013, p. 11). A competição entre as empresas está cada vez mais acirrada, de modo que elas precisam se destacar para que conquistem seus consumidores. Para chegar até o consumidor final, as organizações utilizam os canais de marketing, a fim de realizar a melhor entrega possível. 3 Oportunidades e desafios corporativos Diante do exposto, pode-se destacar novas oportunidades e desafi os que as organizações enfrentam para que a distribuição física seja realizada da melhor forma possível. Mas como o produto chega até as mãos do cliente? Provavelmente, o consumidor adoraria receber no conforto da sua casa algum produto desejado há tempos. Nesse sentido, a principal oportunidade encon- trada pelas empresas atualmente é o comércio eletrônico, ou seja, a compra e venda realizada pela internet. 5O conceito de distribuição física A questão do transporte é muito importante nos dias de hoje e deve ser avaliada pelas organizações. Ao utilizar um meio de transporte que se locomove mais rapidamente, a empresa terá custos elevados. No entanto, esse alto nível de custos é compensado com a redução dos estoques e, consequentemente, a melhoria do nível de serviço que será prestado ao consumidor. Diante da oportunidade de atender milhares de pessoas, muitos empre- endedores têm depositado seus esforços nesse negócio. Com a evolução da internet, o ambiente digital se tornou um local fértil para a criação de novos negócios. No início da década de 1980, as grandes empresas realizavam tran- sações comerciais por meio da via eletrônica, com a utilização de tecnologias específicas (TURCHI, 2019). No entanto, o e-commerce teve seu verdadeiro início em 1995, nos Estados Unidos, com o surgimento da Amazon.com, bem como de outras empresas pioneiras. Após o sucesso da Amazon, as mais diversas empresas se iniciaram no varejo virtual. Entretanto, muitas delas enfrentaram dificuldades (TURCHI, 2019). Por exemplo, imagine que você está na sua casa estudando e quer tomar um café. Então, levanta-se da cadeira, vai à cozinha de sua casa, pega o café em pó e um pouco de água e faz o café na sua cafeteira. De onde veio esse pó? E a embalagem que o abriga? Para que as compras e vendas sejam bem-sucedidas, é essencial que a organização se preocupe com os canais de marketing. Essa distribuição dos bens e serviços envolve entregar aos clientes o produto re- querido, da forma mais eficiente e eficaz possível, na hora desejada e onde ele quer, a fim de criar valor para o cliente (CHURCHILL JR.; PETER, 2012). Sendo assim, pode-se definir os canais como “[...] uma rede (sistema) orga- nizada de órgãos e instituições que executam todas as funções necessárias para ligar os produtores aos usuários finais, a fim de realizar a tarefa de marketing [...]” (CHURCHILL JR.; PETER, 2012, p. 377). De acordo com Cobra e Urdan (2017), os canais possuem quatro funções básicas: o transporte dos bens; a estocagem; a comunicação com o mercado; e a venda e transferência de posse. Desse modo, os canais de marketing são um desafio para as organizações. É importante destacar que, quando falamos em canal de marketing, estamos falando de todas as etapas que compreendem a venda (Figura 4). O conceito de distribuição física6 Figura 4. Processo de venda. Os canais de marketing são a única maneira pela qual os clientes podem chegar até determinada marca. Ou seja, não adianta uma empresa ter um produto muito bom se seus consumidores não conseguem recebê-lo bem. Para conhecer um exemplo de aplicação da distribuição física em uma organização real, leia o artigo “A distribuição física como recurso competitivo numa empresa de laticínios” (LEÃO; PEREIRA; SALAZAR, 2018). COBRA, M.; URDAN, A. T. Marketing básico. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2017. CHURCHILL JR., G.; PETER, J. P. Marketing: criando valor para os clientes. Sã o Paulo: Saraiva, 2012. GONÇALVES, P. S. Logística e cadeia de suprimentos: o essencial. Barueri: Manole, 2013. LEÃO, B. L. F.; PEREIRA, Y. V.; SALAZAR, V. S. A DISTRIBUIÇÃO FÍSICA COMO RECURSO COMPETITIVO NUMA EMPRESA DE LATICÍNIOS. Revista Eletrônica de Estratégia & Negócios, Florianópolis, v. 11, n. 2, p. 56–87, 2018. SOBRAL, F.; PECI, A. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2013. TURCHI, S. R. Estratégias de marketing digital e e-commerce. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2019. SHIGUNOV NETO, A.; GOMES, R. M. Introdução ao estudo da distribuição física. Curitiba: InterSaberes, 2016. 7O conceito de distribuição física TRANSPORTE E DISTRIBUIÇÃO Jorgiane Suelen de Sousa Logística de suprimento Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir logística de suprimento. Descrever o processo de suprimentos. Apresentar a inter-relação da logística de suprimentos com os demais subsistemas logísticos. Introdução Suprir, adquirir e comprar são sinônimos e têm como objetivo não deixar faltar nem sobrar itens diversos necessários a uma organização, já que isso poderia prejudicar o nível de serviço ao cliente. Quando faltam pro- dutos, ocorre a incidência decustos invisíveis, chamados de custos de oportunidade. Quando sobram produtos, o custo com armazenagem fica mais alto, os produtos podem ficar obsoletos e o custo financeiro pode aumentar. Para o bom desenvolvimento do setor de suprimentos, devem ser desenvolvidos processos com o objetivo de realizar compras eficazes. Os principais são o planejamento e a execução. Além disso, o setor de supri- mentos precisa ter uma relação integrada aos outros setores da empresa e aos elos da cadeia de suprimentos, buscando troca de informações e estratégias constantes com grande eficiência e eficácia. Neste capítulo, você vai estudar a logística de suprimentos lendo, primeiramente, sobre sua definição e origem. Em seguida, vai conhecer as diferentes estratégias que podem ser adotadas pela empresa para que o processo de suprimentos funcione com sucesso. Por fim, você vai conferir qual é a importância e como funciona a inter-relação da logística de suprimentos com os outros subsistemas logísticos da organização. 1 Definição O conceito de compras teve suas primeiras aplicações com a necessidade de adquirir produtos distintos do que se produzia. Observe este exemplo: João produz milho, e José produz leite; por necessidade de sustento de sua família, os dois resolvem negociar e trocar seus excedentes de produção, para atender suas demandas específi cas. Dessa forma, iniciou-se o conhecido escambo, ou trocas de mercadorias e serviços sem recompensas financeiras. Com o escambo, portanto, o objetivo era suprir as necessidades, dando início às primeiras transações comerciais do setor de compras. Observe a Figura 1. Figura 1. Escambo. Fonte: Bier (2016, documento on-line). Outro fator importante do início dos processos de compra e venda é a figura dos primeiros vendedores, que tentavam suprir as demandas existentes de produtos. É o caso dos caixeiros-viajantes. Esses profissionais viajavam de vilarejo em vilarejo vendendo itens de necessidade e desejo que só eram encontrados em grandes cidades, o que demandaria dias de viagem para adquiri-los. O caixeiro, então, vendia o que levava junto dele e já pegava novos pedidos para quando retornasse. Observe a Figura 2. Logística de suprimento2 Figura 2. Caixeiro-viajante. Fonte: Marketing da Meia Noite (2013, documento on-line). Nas empresas, o setor de suprimentos surgiu com um caráter mais buro- crático, focado em comprar os itens solicitados de outros setores. A função principal do comprador foi relacionada inicialmente ao conceito de tirador de pedidos, pois a autonomia desse setor era mínima, pautando-se em cumprir ordens de solicitação de compras e acompanhar pedidos e entregas. Na visão burocrática desse setor, o fornecedor era considerado um mal necessário. As negociações se baseavam em “ganha-perde”: a empresa com- pradora deveria sempre ganhar, e a empresa vendedora, perder. Além disso, a área de compras era vista como um centro de custos para a organização, em que o profissional de compras estava sempre focado em atender os pedidos dos clientes internos da empresa, os funcionários. O setor de compras nas empresas iniciou antes da Primeira Guerra Mun- dial, quando possuía um papel tradicional e burocrático. Sua importância foi ampliada a partir da década de 1970, pois, em virtude da crise do petróleo, a oferta de materiais começou a diminuir e, com isso, o preço aumentou muito. Isso fez com que a organização passasse a se preocupar com quanto, como, quando, onde e o que comprar. Desse modo, o setor ganhou mais visibilidade dentro da empresa (MARTINS; ALT, 2009). 3Logística de suprimento Segundo Baily et al. (2000), o setor de compras realiza uma atividade essencial para todas as empresas, já que todas elas precisam adquirir recursos básicos, equipamentos e componentes para seu funcionamento. Por isso, o setor tem importância estratégica considerável e precisa ser avaliado de forma constante. Dias (2011) define a função de compras como um seguimento de grande relevância pertencente ao departamento de materiais ou suprimentos. Tem por finalidade suprir as necessidades de materiais ou serviços, planejá-las quantitativamente e satisfazê-las no momento certo, com as quantidades certas, além de cuidar do recebimento e do armazenamento do que foi comprado. Com o passar dos anos, as organizações perceberam o quanto o setor de compras era importante para o resultado organizacional e começaram a investir, buscando torná-lo cada vez mais estratégico. As empresas perceberam que, se comprassem bem, poderiam alcançar melhores resultados no momento da venda. Dessa forma, o setor passou a ser visto como um componente logístico de agregação de valor, com grande potencial de redução de custos na aquisição de insumos e itens para revenda. O fornecedor passou a ser considerado um parceiro na cadeia de suprimen- tos. Entrou em vigor, então, a relação “ganha-ganha” e, com isso, as empresas procuravam profissionais cada vez mais proativos e focados na busca de novos fornecedores e materiais. De acordo com Pozo (2015), a negociação “ganha- ganha” deve ser vantajosa tanto a organização quanto para o vendedor. Deve também ser realizada a longo prazo, pois assim os fornecedores podem se desenvolver e fortalecer a organização por meio de parcerias. Quando ambas as partes são beneficiadas, podemos dizer que houve satisfação e segurança, gerando uma boa negociação e fortalecendo o relacionamento entre cliente e fornecedor. Isso propicia ganhos para todas as partes, porque, por mais que negociação seja complicada, não haverá conflitos de interesses. O setor de compras realiza tarefas estratégicas com seus fornecedores, fortalecendo a vantagem competitiva e a qualidade total da empresa na aqui- sição de suprimentos (BAILY et al., 2000). Alto, Pinheiro e Alves (2009, p. 28), destacam: O comprador deixa, então, de ocupar uma posição de caráter operacional para participar de uma função mais estratégica. A percepção da totalidade da empresa, das vantagens competitivas, das tendências mercadológicas, das prioridades das áreas de marketing e vendas e o acompanhamento do pla- nejamento estratégico da empresa fazem com que o profissional de compras tenha melhor visibilidade e desempenhe um papel cada vez mais importante dentro das organizações. Logística de suprimento4 Pozo (2015) afirma que o sistema de compras possui muitas funções fun- damentais para garantir a relação ampla com as suas obrigações, escolher as melhores fontes de suprimento, obter dados sobre os melhores preços, propor pedidos (ordens de compras), acompanhar pedidos, analisar notas fiscais, manter os registros e arquivos e preservar uma boa relação com os vendedores. Por isso, o setor tem uma posição importante, já que lida com a aquisição de materiais e suprimentos para o conjunto da organização, incluindo a seleção de melhores fornecedores, negociações, maior competitividade, programação de quando comprar, comparação de preços e serviços, dentre outros (BALLOU, 2006). Em algumas áreas empresariais, o setor de compras tem maior relevância quando comparados seus custos de variáveis; em outras, essa relevância é menor, mas em ambas o setor é significativo no alcance de resultados e di- minuição de custos. A título de ilustração, observe o exemplo dos setores de compras em três tipos de empresa: varejo, prestação de serviços e estádio de futebol. Uma empresa do segmento de varejo depende de uma compra elevada de pro- dutos para realizar suas transações comerciais, pois sua base de funcionamento está pautada na aquisição de todos os produtos a serem revendidos. A área de compras tem, portanto, uma importância ampliada nesse segmento, o que demanda uma maior preocupação por parte de seus funcionários. Já na prestação de serviços, a área de compras não deixa de ser importante, porém os custos com a mão de obra são maiores do que os custos com a compra de itens. Por exemplo, em um hospital, na maioria dos casos, o custocom médicos é maior que o custo com materiais. Isso não justifica a falta de atenção com o setor de suprimentos, pois, de qualquer forma, há impacto no resultado da empresa. No entanto, esse impacto ocorre em proporção menor quando comparado com o setor de varejo. Em um estádio de futebol, os gastos com compras se limitam à compra de materiais de limpeza e manutenção da estrutura. Os gastos mais elevados ocorrem apenas em momento de reforma ou mudança na estrutura do estádio. Além disso, a empresa adquire produtos para serem consumidos durante os jogos pelos torcedores. De qualquer forma, a expressividade do setor nesse segmento é bem menor quando comparado com a área de comercialização de um varejo, mas também é importante. Uma boa gestão do setor de suprimentos exige que a empresa conheça e gerencie bem o seu ciclo de compras, de forma que não ocorram falhas, como 5Logística de suprimento falta de materiais ou sobra excessiva de itens. Isso porque essas situações geram impactos negativos nos resultados organizacionais. Se faltar mercadoria, o cliente pode comprar em outra empresa e encontrar um produto igual ou superior ao fornecedor antigo. Além disso, as condições de compras com o novo fornecedor podem ser mais vantajosas para fidelizar e buscar a permanência na nova fonte de fornecimento. Para Chiavenato (2014), o ciclo de compras é composto de cinco etapas principais: análise das ordens de compras (OCs) recebidas; pesquisa e seleção de fornecedores; negociação com o fornecedor selecionado; acompanhamento do pedido ( follow-up); controle de recebimento do material comprado (que garante a eficiência e a eficácia do setor de compras). Já na visão de Viana (2000), existem duas modalidades de fluxo de compras. Observe a seguir. Fluxo de compra normal: o prazo é suficiente para obter as melhores condições comerciais e técnicas na aquisição. Fluxo de compras em emergência: geralmente, acontece quando a empresa falha na elaboração do planejamento ou no atendimento de necessidade oriunda de problemas operacionais. As empresas devem evitar os fluxos de compras de emergência, porque, em sua maioria, os custos de compras serão mais elevados do que nas compras programadas. Outro fator decisivo para não deixar faltar nem sobrar mercadorias é o custo de oportunidade de venda, também chamado de custo de falta, muito difícil de ser mensurado. Isso porque, quando um cliente deixa de comprar um produto, sabemos o valor do produto que não foi adquirido, mas não sabemos se o cliente compraria outros produtos além do que estava em falta. Além disso, não sabemos se esse não atendimento de demanda poderá diminuir as compras futuras desse cliente. Isso também vale para que a organização busque cada vez mais aperfeiçoar seus resultados, o que leva à necessidade de definir bem os objetivos e fatores importantes de análise para o setor. A sobra de mercadorias em uma organização, além dos limites necessários para uma boa gestão da empresa, gera custos financeiros relacionados à arma- zenagem e ao custo de capital parado no estoque. Por exemplo, uma empresa Logística de suprimento6 que tem R$ 1.000.000,00 no seu setor de estoque precisa lembrar que haverá um custo de armazenagem anual em torno de 18% a 22% desse valor. Caso o giro do estoque não seja elevado de forma que justifique o estoque, o volume de capital investido no estoque será alto. Esse custo poderia ser diminuído e reinvestido em outras áreas da empresa. É importante que o estoque da orga- nização seja menor que o lucro, sendo este um indicador logístico chamado retorno de capital do estoque. Pozo (2015) informa que a empresa deve buscar o equilíbrio entre os custos de armazenagem, pedidos e faltas. Precisa buscar um atendimento correto da demanda do mercado dos interesses dos acionistas, sem deixar de atender às necessidades dos clientes e priorizando o máximo nível de serviço. Para Dias (2011), toda organização, a fim de manter um volume de vendas considerável e manter-se competitiva no mercado, deve minimizar os custos dos insumos utilizados, visto que eles são responsáveis por uma parte considerável do custo total da empresa. Dessa maneira, para gerar lucros satisfatórios, a redução de custo deve ser objetivo constante. 2 Processos de suprimento O processo de suprimentos é essencial às organizações e vem, a cada ano, tornando-se mais estratégico e aplicado nas decisões. As empresas devem avaliar as possibilidades de verticalizar ou horizontalizar seus processos (fabricar ou terceirizar um produto ou serviço), e essa decisão está associada ao setor de compras. Ao longo dos anos, as empresas adotaram estratégias diferentes de acordo com a conjuntura mercadológica e com os ganhos esperados. Para Martins e Alt (2009), a verticalização e a horizontalização possuem tanto vantagens e quanto desvantagens. Na verticalização, muito utilizada no século XX, a empresa produz tudo o que puder, sendo independente de fornecedores, mas aumentando muito os custos. Já a horizontalização consiste na estratégia de comprar de terceiros o máximo possível, reduzindo custos e formando parcerias, o que deixa a empresa dependente dos fornecedores. Se a organização espera ter um processo de produção de todos os seus insumos, ela deverá verticalizar seus processos. Henry Ford, com o fordismo, representa um exemplo claro de verticalização, já que buscava fabricar o carro do início ao fim, produzindo todas as peças dos veículos. Atualmente, o número de empresas que adotam um processo totalmente verticalizado é menor, porém ainda existem segmentos de negócios que optam em seguir essa 7Logística de suprimento estratégia ou então verticalizar parte dos seus processos. Um exemplo disso é a Faber Castell, responsável pela produção de materiais escolares diversos, que tem o plantio de suas árvores e a produção de diversos insumos necessários ao processo produtivo. Outro exemplo são empresas que realizam a produção de embalagens secundárias, as quais também procuram realizar a produção de grande parte dos insumos necessários em seu processo produtivo. Já no caso das indústrias automobilísticas, observa-se uma mudança radical quando comparadas à indústria de Henry Ford. Atualmente, elas buscam transferir ao máximo a responsabilidade de produção de seus processos con- siderados meios ou menos estratégicos para outras organizações. Desse modo, concentram seus esforços na produção específica, o que é considerado sua competência essencial, relacionada diretamente ao negócio principal. Prahalad e Hamel (1990) explicam que a competência essencial de uma empresa é criada com base em seu negócio principal — aquilo que vai gerar valor ao negócio e ser considerado vantagem competitiva no segmento de mercado, difícil de ser copiado por outra organização. Um exemplo claro de competência essencial é a fórmula da Coca-Cola, um segredo de produção que nenhum outro refrigerante conseguiu fazer igual. É difícil pensar hoje em produtos que não podem ser copiados, o que chamamos de benchmarking — uma análise estratégica das práticas diferenciadas de seus concorrentes e demais empresas do seu setor, usada como base para criar suas próprias estratégias. Por isso, os processos de horizontalização se justificam cada vez mais. Algumas empresas inclusive optam por terceirizar todos os seus pro- cessos e possuir como diferencial apenas sua marca, como é o caso da Nike. A empresa possui indústrias de produção terceirizadas espalhadas no mundo inteiro, e escolhe a localização das indústrias dos seus terceiros, o que reduz custos de produção, associados principalmente à mão de obra. Para compreender um pouco sobre os conceitos de horizontalização e verticalização leia o artigo “O processo de desenvolvimento de fornecedores: um diferencial estratégico na cadeia de suprimentos”, de Kuehne Júnior (2001). Outro item relevante nas necessidades de terceirização são as parcerias, queocorrem com o enfoque de otimizar os processos da empresa e justificam Logística de suprimento8 uma forma diferente de verticalização. Um exemplo é quando uma indústria necessita de insumos específicos para sua linha de produção e compra esses insumos de uma empresa que está localizada geograficamente distante da indústria. Isso amplia o lead time, tempo da entrega do pedido desde a solici- tação. Além disso, amplia-se o risco de um atraso no processo de distribuição da empresa fornecedora. Isso pode comprometer os prazos de produção e o atendimento do cliente, tornando necessário uma ampliação dos volumes de estoque para sustentar a relação. Desse modo, surge a oportunidade de criar uma parceria no formato de joint venture. Isso significa que a indústria se reúne com a empresa compradora, para juntas criarem uma nova empresa direcionada ao atendimento da demanda de insumos de produção para o processo. A parceria no setor de compras tem como função constituir o desenvolvi- mento de relacionamentos com fornecedores a longo prazo, a fim de atingir objetivos, reduzir custos, aumentar a qualidade de produtos e das entregas, reduzir estoques e obter negociações produtivas. Para se firmar com uma parceria definitiva, é necessário avaliação e pesquisa sobre o fornecedor, suas condições e quais benefícios poderá trazer para a empresa (ALTO; PINHEIRO; ALVES, 2009). Isso porque a parceria ocorre, geralmente, por um longo prazo e, por isso, deve envolver confiança e relacionamentos colaborativos, abertos e transparentes. Dessa maneira, obtêm-se melhores resultados, baixos custos, aumento da capacidade de resposta a ameaças e a maior competitividade da empresa (MELLO, 2003). Segundo Alto, Pinheiro e Alves (2009, p. 132-133) os resultados e benefícios da parceria em compras podem ser: prazos de entregas mais curtos; promessas de entrega confiáveis; menores possibilidades de quebras de programação de produção; níveis de estoque mais baixos; rapidez nas modificações de projetos; menores problemas de qualidade; preços competitivos e estáveis; maior possibilidade de redução de custos; maior prioridade dada aos pedidos; maior cooperação em todos os sentidos; compartilhamento de recursos em todos os sentidos. Para decidir entre comprar ou terceirizar um item, uma etapa do processo produtivo ou um insumo de produção, é importante uma análise criteriosa de 9Logística de suprimento diversos fatores, principalmente se este é ou não o foco da estratégia empre- sarial. Depois disso, é importante avaliar todos os custos incorridos em cada tomada de decisão, sendo fixos ou variáveis, ocultos ou de oportunidade. O processo de negociação também é essencial para se ter vantagem no setor de suprimentos de uma organização. Quanto mais informações o ne- gociador possui, maior é a vantagem alcançada no processo de negociação. Isso não se restringe ao preço mais baixo da compra, mas envolve também negociar todas as moedas disponíveis. Lembrando que é preciso sempre buscar uma relação “ganha-ganha”, principalmente se essa negociação é constante. Portanto, conhecimento e informação são extremamente importantes e, por isso, o planejamento é essencial em um processo de negociação. Dias (2011) complementa explicando que a negociação deve ser como um processo de tomada de decisões, com análises, planejamentos, revisão e acordos, em que dois grupos procuram negócios aceitáveis e benéficos. 3 Logística de suprimentos e sua relação com os demais subsistemas logísticos O processo logístico exige que as organizações estejam cada vez mais inte- gradas e unifi cadas, de forma a alcançar resultados conjuntos. Essa busca constante está diretamente associada à ampliação e ao fortalecimento das relações existentes tanto internamente quanto externamente. Nas organizações, a integração dos departamentos é muito importante. Todos precisam estar voltados aos mesmos objetivos, e todas as decisões estratégicas deve ser realizadas de forma conjunta. Por exemplo, se o setor de marketing propor uma promoção de vendas, ofertando um produto com preço mais baixo e parcelamento, os outros setores precisam cumprir as promessas realizadas na venda. O setor de estoques precisa ter a matéria-prima em estoque, ou o setor de suprimentos precisa comprar o produto no tempo necessário; o setor de produção deve ser capaz de produzir no tempo previsto; e o setor de distribuição deve entregar no tempo definido. Isso exige uma constante sincronização dos processos, além de ser necessário que o planejamento do tempo de entrega seja realizado com base nas restrições de cada setor citado. É essencial que todos os departamentos da empresa estejam integrados e interessados nesse trabalho conjunto para o alcance de resultados positivos para a empresa. Isso se aplica, não apenas para o planejamento da venda, mas também para qualquer mudança ou adaptação dos processos da empresa. Por exemplo, se a empresa implantar uma política de redução de estoques, Logística de suprimento10 automaticamente o número de pedidos de compras serão elevados e haverá a necessidade de uma estratégia de negociação diferenciada pelo comprador. Os setores precisarão de uma programação mais precisa e constante das solicitações de compras, além de compreender que a falta desse planejamento poderá gerar a falta do produto. Segundo Dias (2011), estoque e compras são ferramentas que ajudam a empresa a maximizar suas vendas e ajustar os planejamentos de produção. O objetivo é aprimorar investimentos e diminuir conflitos entre os departamentos de produção, financeiro e vendas, integrando-os para suprir suas necessidades e obter maior interação nas trocas de informações entres eles. Quando a empresa alcança uma logística interna adequada a seus padrões de planejamento, deve avaliar a sua integração externa, ou seja, a preocupação com as outras empresas envolvidas nos processos logísticos. Isso porque os processos bem-desenvolvidos apenas internamente não são suficientes para alcançar resultados; é importante que a organização busque unificar e trabalhar estratégias conjuntas também com os elos da cadeia de suprimentos. Observe na Figura 3 como ocorre a integração interna de uma empresa. Figura 3. Integração interna de departamentos. Martins e Alt (2009) afirmam que a função de compras é parte integrante da cadeia de suprimentos (supply chain) de uma empresa. Ao estudar o conceito de compras, é importante destacar o gerenciamento da cadeia de suprimentos ou suplly chain management. O supply chain management envolve a administração do sistema de lo- gística integrada da empresa, ou seja, o uso de tecnologias avançadas entre elas, o gerenciamento de informações e a pesquisa operacional. O objetivo é planejar e controlar uma complexa rede de fatores para produzir e distribuir produtos e serviços satisfatórios aos clientes (MARTINS; ALT, 2009). 11Logística de suprimento A gestão da cadeia de suprimentos busca a máxima satisfação do consumi- dor final, focando em formação de parcerias entre fornecedores. Visa agregar o máximo valor para o consumidor final e eliminar os desperdícios, reduzindo custos e aumentando a eficiência. Uma cadeia de suprimentos significa a unificação de todos os envolvidos da empresa, desde a matéria-prima até a entrega do produto final para o consumidor (BAILY et al., 2000). Todo produto ou serviço possui uma cadeia de suprimentos envolvida para que este fique disponível para consumo e/ou revenda. Considere o suco de laranja industrializado e posto à venda em caixas. Para que ele esteja dispo- nível em sua mesa, passou por diversas empresas. Pense no caminho reverso para compreender essa cadeia. Você comprou esse suco em um varejo, como um supermercado, o supermercado comprou o suco de um distribuidor, que comprou de uma indústria, que precisou comprar diversos insumos de diversos fornecedores para produzir o produto. O fornecedor, produtor rural,para produ- zir a fruta para o suco, teve que comprar diversos insumos (controle de pragas, cuidados com plantio e colheita), o que envolveu vários outros fornecedores. O mesmo ocorre para todos os itens necessários na produção deste produto, como embalagem primária, embalagem secundária, conservantes, açúcar, etc. Todas as empresas envolvidas na cadeia são essenciais para que você tenha o suco disponível na sua mesa para consumo. A Figura 4 ilustra esse processo. Figura 4. Integração externa. Logística de suprimento12 No caso de um produto estar faltando na gôndola do supermercado, seria possível afirmar que o erro ocorreu no setor de compras da empresa, por não ter feito o planejamento de demanda corretamente? Ou existem outras variáveis que devem ser avaliadas? Pensando na questão externa, é possível que o fornecedor não tenha realizado o pedido correto, lançando quantida- des ou produtos diferentes do que foi solicitado pelo comprador. É possível também que o estoque físico do fornecedor não estivesse correto no momento da venda, informando que havia um volume de estoque que na verdade não existia. Talvez a indústria não tenha conseguido entregar o produto para o fornecedor, por diversos motivos, e ele não pôde entregar a mercadoria para o comprador. Talvez a transportadora contratada pelo fornecedor não tenha conseguido entregar em consequência de problemas durante o transporte, além de várias outras situações que podem ter resultado na falta do produto para o consumidor final. Portanto, a falta do produto nem sempre ocorrerá por falha do setor de suprimentos. Com base nessa importância do relacionamento contínuo e voltado para objetivos únicos tanto internamente quanto externamente, surge nas empresas a necessidade do uso de tecnologias que promovam a troca de informações mais eficiente e também das relações de parcerias entre os elos da cadeia, como o desenvolvimento dos fornecedores. Por exemplo, para implantar um supply chain management na organização, é preciso fazer uma análise completa da empresa, verificando sua integração interna e integração com seus fornecedores. Desse modo, busca-se criar um relacionamento digital entre as empresas com base nesta análise. Nessa implantação, também é necessário considerar questões como: compatibilidade entre os sistemas das empresas fornecedoras e os da empresa cliente, acessibilidade, segurança e possibilidade de atualização e evolução do sistema (GOMES; RIBEIRO, 2004). Para promover a interação, tecnologias tornam-se necessárias. São di- versas as tecnologias disponíveis para otimizar relacionamentos e trocas de informação na cadeia logística entre o comprador e o vendedor. Uma das mais utilizadas é o electronic data interchange (EDI), ou intercâmbio eletrônico de dados, em português. Essa ferramenta possibilita transações e trocas de informações on-line para otimizar os processos. Pode ocorrer por e-mail, por software próprios de gerenciamento de armazéns e suprimentos ou podem sustentar o uso da ferramenta vendor managed inventory (VMI), ou estoque gerenciado pelo fornecedor, em português. 13Logística de suprimento O VMI é um sistema de parceria, em que o fornecedor é o responsável por abastecer o estoque de seu cliente sempre que existir a necessidade de reposição de um de- terminado produto. Portanto, cabe ao fornecedor abastecer seu cliente no momento certo (NOGUEIRA, 2012). Na busca da integração externa, é importante classificar e priorizar os fornecedores principais, de forma que estes possam se tornar parceiros das empresas ou se desenvolvam para ser mais ativos nos relacionamentos organi- zacionais. Além disso, para escolher esses fornecedores parceiros, é importante verificar se ambos possuem interesse pela relação e se buscam estabelecer uma relação de “ganha-ganha” de longo prazo. Baily et al. (2000) citam cinco métodos para avaliar a capacidade do fornecedor: desempenho anterior; reputação; visita e avaliação; certificação de terceiros; avaliação de amostra de produtos. É importante que a empresa tenha um número pequeno de fornecedores de confiança. Eles precisam participar ativamente dos processos da empresa. Muitas vezes, eles vão manter os estoques para a produção, reduzindo suas áreas de estocagem. Para isso, é importante que a empresa conheça bem o seu fornecedor e qualifique-o de acordo com os padrões definidos pela empresa. Esse desenvolvimento tem como objetivo definir e qualificar os melhores fornecedores a participarem da empresa, de forma que estes tenham total condição de atender a todas as exigências e especificações. Os principais atributos de um fornecedor passam por entregar os pedidos pontualmente, prestar fornecimento de qualidade, oferecer um bom preço, ter antecedentes estáveis, ser responsivo às necessidades dos clientes, cumprir com o prometido, dar apoio técnico e manter o comprador informado sobre o andamento do pedido (BAILY et al., 2000). Logística de suprimento14 Confira no estudo “Alianças estratégicas e o fortalecimento das inovações: o caso em uma indústria de laticínios”, de Sousa et al. (2013), uma relação importante entre fornecedores e clientes. Empresas como Fiat e Volks são exemplos de desenvolvimento de forne- cedores e positivas parcerias estratégicas. A Fiat automobilística, que possui seu parque industrial em Betim, Minas Gerais, desenvolveu parceria com seus fornecedores, trazendo-os para suas proximidades. Isso é considerado um con- domínio industrial. Com isso, a Fiat conseguiu reduzir custos de transporte, agilizar tempos de entrega e melhorar seus níveis de estoque, ofertando aos fornecedores contratos de longo prazo com continuidade de fornecimento e exclusividade na produção das peças (CHING, 2010). A Volks, situada na cidade de Resende, Rio de Janeiro, tem uma forma revolucionária de gerenciar e se relacionar com seus fornecedores. Dentro de seu parque fabril de caminhões, estão os seus fornecedores, desenvolvendo o consórcio modular. Um caminhão é produzido com base em cinco módulos diferentes e de forma sequencial, formados por grupos de fornecedores dis- postos em formato de consórcios. Cada um desses consórcios possui líderes que gerenciam subfornecedores pelo cumprimento de cada etapa do módulo e continuação da produção. Dessa forma, a Volks promove o crescimento conjunto de seus fornecedores, já que a participação nos lucros das vendas dos caminhões é de ambos. Reduz seus problemas com estocagem das matérias- -primas e produtos em elaboração, além de diminuir custos com funcionários, transferindo isso para o fornecedor (CHING, 2010). A ampliação de parcerias entre empresas compradoras e fornecedores cria barreiras para novos entrantes, amplia os processos e tecnologias, além de fortalecer o mercado de atuação da cadeia. Reduz também custos e promove um desenvolvimento constante de inovação e crescimento de ambas as empresas. 15Logística de suprimento ALTO, C. F. M.; PINHEIRO, A. M.; ALVES, P. C. Técnicas de compras. Rio de Janeiro: FGV, 2009. BAILY, P. et al. Compras: princípios e administração. São Paulo: Atlas, 2000. BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. BIER, A. Natal: parcelamento de Sartori joga o RS na era do escambo. Porto Alegre: SindBancários, 2016. 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Administração de materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas, 2000. Logística de suprimento16 Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. 17Logística de suprimento G393 Ges tão logística da cadeia de suprimentos [recurso eletrônico] / Donald J. Bowersox ... [et al.] ; revisão técnica: Alexandre Pignanelli ; tradução: Luiz Claudio de Queiroz Faria. – 4. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2014. Editado também como livro impresso em 2014. ISBN 978-85-8055-318-5 1. Logística Empresarial. 2. Administração – Material – Logística. I. Bowersox, Donald J. CDU 658.7 Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB-10/2052 Gestao Logistica_4ed_completo_eletrônico.indd 2 1/10/14 4:33 PM CAPÍTULO 8 Transportes R E S U M O D O C A P Í T U L O FUNCIONALIDADE E PARTICIPANTES FUNCIONALIDADE PARTICIPANTES ESTRUTURA DE TRANSPORTES FERROVIÁRIO RODOVIÁRIO HIDROVIÁRIO DUTOVIÁRIO AÉREO CLASSIFICAÇÃO DOS MODAIS SERVIÇOS ESPECIALIZADOS DE TRANSPORTES SERVIÇOS DE ENCOMENDAS TRANSPORTE INTERMODAL INTERMEDIÁRIOS NÃO OPERACIONAIS ECONOMIA NO SETOR DE TRANSPORTES ECONOMIA DA DISTÂNCIA ECONOMIA DO PESO ECONOMIA DA DENSIDADE OUTROS FATORES CUSTOS DE TRANSPORTE ADMINISTRAÇÃO DE TRANSPORTES GERÊNCIA OPERACIONAL CONSOLIDAÇÃO NEGOCIAÇÃO CONTROLE AUDITORIA E GESTÃO DE RECLAMAÇÕES PREÇOS PREÇO FOB PREÇO CIF DESCONTOS PARA COLETA O transporte normalmente representa a maior despesa logística. Os gesto- res de transportes comprometem ou gerenciam mais de 60% das despesas logísticas totais de uma empresa típica. São também responsáveis pela movimentação do estoque através da ca- deia de suprimentos de uma empresa e para os clientes. Hoje, existe uma ampla gama de opções de transporte para apoiar a logística da cadeia de suprimentos. A escolha mais importante é entre utilizar transportadoras contratadas ou uma frota própria operada pela empresa. Muitos gestores de transportes optam por utilizar uma combinação de serviços de transportes próprios e contratados. Quando a decisão é de contratar serviços de transportes, os gestores de uma empresa têm uma ampla gama de opções. Além do transporte, muitos prestadores de serviço também ofere- cem uma grande variedade de serviços com valor agregado, como separação de produtos, se- Gestao Logistica_4ed_completo_eletrônico.indd 200 1/10/14 4:34 PM Transportes CAPÍTULO 8 201 quenciamento, modificação e entrega just‑in‑time ou garantida. A precisão na entrega do produto ajuda uma empresa a reduzir o estoque, armazenamento e manuseio de materiais. Desse modo, o valor do serviço de transporte pode ser maior que aquele referente à simples movimentação do produto de um local para o outro. À medida que as expectativas operacio- nais se tornam mais precisas, os ciclos de atividade do pedido até a entrega se tornam mais curtos e as margens de erro operacional se aproximam de zero, os gestores bem-sucedidos acabam descobrindo que não existe transporte barato. A menos que ele seja gerenciado de maneira eficaz e eficiente, as compras, a produção e a gestão do relacionamento com os clientes não vão satisfazer as expectativas. Este capítulo fornece um panorama global sobre transportes e sobre como ele é gerenciado durante o processo logístico. FUNCIONALIDADE E PARTICIPANTES o tranSPorte É UM eleMento muito visível da logística. Os consumidores estão acostumados a ver caminhões e trens transportando produtos ou estacionados nas instalações de uma empresa. Poucos consumidores entendem completamente o quanto nosso sistema econômico depende de um transporte econômico e confiável. Esta seção apresenta os fundamentos dos transportes ao analisar sua funcionalidade e seus agentes participantes. FUNCIONALIDADE As empresas de transporte prestam dois serviços principais: movimentação e armazenamento de produtos. Movimentação de produtos Seja na forma de matérias-primas, componentes, produtos em processo ou acabados, a função básica dos transportes é movimentar o estoque para destinos específicos pela cadeia de supri- mentos. O desempenho dos transportes é vital para as compras, a fabricação e o atendimento ao cliente. O transporte também tem um papel fundamental no desempenho da logística rever- sa. Sem um transporte confiável, a maioria das atividades comerciais não funcionaria. O trans- porte consome recursos de tempo, financeiros e ambientais. O transporte tem um elemento restritivo porque o estoque geralmente fica inacessível durante seu processo. O estoque preso no sistema de transporte é denominado estoque em trânsito. Naturalmente, ao projetar sistemas logísticos, os gerentes se esforçam para reduzi- -lo a um nível mínimo. Avanços na tecnologia da informação melhoraram significativamen- te o acesso ao estoque em trânsito e à situação das entregas, ao fornecer o local e o momento exatos dos eventos. O transporte também usa recursos financeiros. Os custos de transportes resultam de fatores como mão de obra do motorista, operação do veículo, capital investido em equipamentos e administração. Além disso, a perda de produtos e os danos representam custos expressivos. O transporte exerce um impacto tanto direto quanto indireto sobre os recursos ambientais. Direto porque os transportes representam um dos maiores consumidores de combustível e óleo na economia mundial. Embora o nível de consumo de combustível e óleo tenha melhorado depois do lançamento de veículos mais eficientes, o consumo total ainda permanece alto. E indireto porque os transportes exercem impacto sobre o meio ambiente por causa de congestio- namentos, poluição do ar e poluição sonora. Gestao Logistica_4ed_completo_eletrônico.indd 201 1/10/14 4:34 PM PARTE 2 Operações logísticas da cadeia de suprimentos202 Público Governo Embarcador Transportadora e agentes Destinatário (Recebedor) Internet FIGURA 8.1 Relacionamento entre os participantes do setor de transportes. Armazenamento de produtos Um aspecto menos visível do transporte é o desempenho do armazenamento de produtos. Enquanto um produto está em um veículo de transporte, ele está armazenado. Veículos de transporte também podem ser usados para armazenar produtos na origem ou no destino do carregamento. Se o estoque envolvido estiver programado para ser embarcado dentro de poucos dias para um local diferente,
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