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Gestão Avançada de Marketing Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Isabel Maria Miranda Rodrigues Revisão Textual: Profa. Ms. Rosemary Toffoli Gerenciamento dos Canais de Distribuição • Conceituação • Funções realizadas pelos canais de distribuição (intermediários) • Tipos de canais • Sistemas verticais de marketing • Tendências do varejo · O objetivo principal desta Unidade é entender o papel e a importância dos Canais de Distribuição que possibilitam a disponibilização do produto ao consumidor. OBJETIVO DE APRENDIZADO Caro(a) aluno(a), Nesta Unidade, vamos abordar o conceito de Canais de Distribuição ou Canais de Marketing, sua importância no processo de troca (Compra X Venda), suas principais Funções, Tipos, Classificação, Estratégias de Distribuição, Sistemas Verticais de Marketing (SVM) e Tendências no Varejo. Não se esqueça de acessar o link “Materiais Didáticos”, onde encontrará o conteúdo e as atividades propostas para esta Unidade. Em caso de dúvidas, coloque-as no fórum de discussão “Sanando Dúvidas”, estarei em contato permanente com você por meio do ambiente de aprendizagem virtual Blackboard. Tenha um excelente aproveitamento e conte comigo para sanar qualquer dúvida! Bons estudos! ORIENTAÇÕES Gerenciamento dos Canais de Distribuição UNIDADE Gerenciamento dos Canais de Distribuição Contextualização Vamos iniciar esta Unidade refletindo sobre a importância dos intermediários ou canais de distribuição para o mercado, que auxiliam os fabricantes a dispor de seus produtos de maneira conveniente para o consumidor. Estudando um caso O mercado de refrigerantes, principalmente pela característica de conveniência do produto, depende de forma decisiva da distribuição. Um dos pilares de sustentação da liderança da Coca-Cola é a sua competência na gestão dos canais de marketing. Expressões popularmente lembradas, como ‘Coca- Cola a menos de 100m de todos os habitantes do planeta’, só fazem sentido se encontram nos objetivos, estratégias e gestão da organização sólidas indicações de orientação para a distribuição. Mudanças no ambiente competitivo ao longo do tempo, que naturalmente de desenvolvem, implicam alteração de postura e estratégia. Uma das transformações mais relevantes nesse mercado ocorreu na tecnologia de embalagens: a introdução do polietileno tereftalato (PET). Essa mudança provocou a redução da principal barreira de entrada: os custos de vidro condicionava a existência de canais reversos. Esse sistema condicionava a troca do casco e incorporava uma complexidade adicional para o aumento do mercado e a viabilidade do produto, tornando-os progressivamente mais complexa e dispendiosa, favorecendo uma estratégia multiplantas com elevada capacidade de investimento. A constituição de uma rede de distribuidores era um obstáculo a potenciais entrantes. Com a introdução do PET, uma das variáveis- chave desse mercado foi impactada decisivamente: a distribuição. A mudança da configuração necessária dos canais de marketing favoreceu a alteração do padrão de concorrência, que pode ser observado pelo intenso crescimento de empresas, alterações de origem externa (tecnologia, cultura, regulamentação, etc.) ou de natureza setorial, associadas à estrutura e à configuração dos canais de marketing. Isso de deve à particular condição do P da distribuição como uma das mais importantes fontes e origens de vantagens competitivas sustentáveis, seja pelo seu impacto no custo e no benefício percebido pelo cliente, seja pela sua importância nos resultados, seja pela dificuldade de cópia da concorrência no curto prazo. (Fonte: SANTOS, S.R; AZEVEDO, P.F. Concorrência no mercado de refrigerantes: impacto das novas embalagens Apud CROCCO, 2006, p.115). 6 7 Conceituação Antes de conceituarmos o Canal de Distribuição ou Canal de Marketing e apresentar sua importância no processo de troca (Compra X Venda), vamos analisar a figura 1, que apresenta a eficiência de um canal de marketing. Figura 1: Como os intermediários melhoram a efi ciência do canal Fonte: Adaptado de Churchill (2012, p.378). A figura 1 apresenta um caso clássico descrito por Churchill (2012), sobre três fabricantes de capacetes (venda direta do fabricante) e cinco ciclistas dispostos a comprar o produto. Imaginemos os ciclistas, como qualquer outro consumidor, se tivessem que fazer uma pesquisa para decidir qual capacete comprar, pesquisando preços, condições de pagamento e benefícios ofertados pelos produtos. Observe que cada ciclista faria pelo menos três viagens, considerando apenas três fabricantes e uma quarta viagem, para comprar o capacete na fábrica que lhe ofereceu melhores condições. Tudo isso sem levar em consideração a localização de cada um dos fabricantes, a infraestrutura necessária para atender aos consumidores, dentre outras atividades necessárias para a comercialização do bem. Seria, de fato, um verdadeiro transtorno comprar um simples capacete. Porém, a mesma figura aponta um intermediário (canal de marketing ou canal de distribuição) que pode oferecer, em um único local, os capacetes dos três fabricantes, facilitando a vida do consumidor. Observem que cada ciclista precisa apenas fazer uma única viagem até o ponto de venda, onde é possível fazer uma análise do melhor produto e condições ofertadas. Portanto, com base nesse caso podemos concluir a importância dos intermediários ou canais de distribuição para o mercado, que auxiliam os fabricantes a disporem de seus produtos de maneira conveniente para o consumidor. 7 UNIDADE Gerenciamento dos Canais de Distribuição Como podemos definir um canal de distribuição? Kotler e Armstrong (2003, p.307) definem como “um conjunto de organizações interdependentes envolvidas no processo de oferecimento de um produto ou serviço para uso ou consumo de um consumidor final ou usuário empresarial”. Com base nessa conceituação, é possível constatar a importância e a necessidade do intermediário para a comercialização de um bem ou serviço e a recíproca também é verdadeira. Os fabricantes sozinhos não conseguiriam atender a todo o mercado, por essa razão, fazem uso dos intermediários para disponibilizarem seus bens e/ou serviços ao consumidor. Os intermediários, por sua vez, dependem dos fabricantes para a comercialização de seus bens e/ou serviços, por essa razão que existe a interdependência do processo de oferta de um produto ou serviço. Complementando, Kotler (2000) mostra a relevância dos canais de distribuição (intermediários) para os fabricantes: · Um número significativo de fabricantes não dispõe de recursos financeiros para a comercialização direta de seus produtos para os consumidores; · As margens de ganhos dos fabricantes podem ser mais expressivas com foco na produção, ao invés de investirem também em seus próprios canais de venda; · Em algumas situações, a comercialização direta ao consumidor pode ser inviável. Destaca-se, ainda, que os canais de distribuição já possuem uma expertise comercial que muitos fabricantes não têm, tais como especialização, relacionamento e escala de operação. Os canais de distribuição possibilitam a oferta de uma variedade de produtos e marcas aos consumidores, pois estes compram de diversos fabricantes. O mesmo vale para o setor de serviços, como exemplo, os serviços de assistência técnica e manutenção. Portanto, é mais interessante fazer uso dos canais de distribuição do que os fabricantes assumirem todo o processo (produção/comercialização). Funções realizadas pelos canais de distribuição (intermediários) Como já vimos anteriormente, os canais de distribuição têm um papel muito importante no processo de intermediar o acesso de produtos pelo consumidor com o fabricante. Facilitando o processo de trocas e auxiliando na redução dos custos destas transações, vale lembrar o caso da “compra de capacetes”. Para fins de ilustração, observe a figura 2, como exemplo, que aponta algumas das funções realizadaspelos atacadistas. 8 9 Funções dos atacadistas Serviços de gerenciamento e consultoria Vendas e Promoções Informações de mercado Administração de risco Financiamento Transporte Armazenagem Quebra de lotes de compra Compras e formação de sortimentos Figura 2: Funções dos Atacadistas Fonte: Adaptado de Kotler (2000, p.510) Kotler (2000, p.510), apresenta algumas das funções e fluxos do canal de distribuição ou canal de marketing: · os canais comercializam diferentes produtos de diferentes fabricantes, portanto, têm acesso a informações das práticas da concorrência, bem como aos clientes, sejam eles potenciais e/ou regulares. · Capacidade para desenvolver e divulgar mensagens persuasivas que estimulam o processo de compra. · Capacidade de promover condições e acordo sobre preços a fim de facilitar o processo de compra. · Responsáveis pela formalização dos pedidos aos fabricantes. · Capacidade para obter recursos para financiamento de estoques nos mais diferentes níveis no canal de marketing. · Assumem riscos relacionados a toda operação do canal. · Fornecem condições para o armazenamento e movimentação dos produtos físicos. · São responsáveis pelo fornecimento de condições para o pagamento de faturas dos compradores (intermediários), que podem ser através de instituições bancárias ou financeiras. · Supervisionam “a transferência real da propriedade de uma organização ou pessoa para outra organização ou pessoa”. Além destas funções, devemos considerar a utilidade de lugar, de tempo e de forma dos canais: Utilidade de lugar: os consumidores, cada vez mais, estão em busca de conveniência, portanto, a presença de intermediários, propicia ao fabricante a distribuição geográfica (bairros, cidades, estados) de seus produtos facilitando o acesso aos consumidores. 9 UNIDADE Gerenciamento dos Canais de Distribuição Utilidade de tempo: além da conveniência, o elemento tempo pode ser decisivo em um processo de compra. A Utilidade de tempo está relacionada à rapidez que o consumidor adquire o produto comprado. Por esta razão, os intermediários precisam estar atentos aos estoques de produtos físicos, e disponibilizar horários alternativos, a fim de otimizar o tempo e facilitar a compra do consumidor. Utilidade de forma: uma das grandes vantagens de um intermediário é propiciar ao consumidor a possibilidade de escolha. Portanto, o intermediário deve ter preocupação constante em disponibilizar uma variedade de produtos de diferentes marcas, modelos, tamanhos e embalagens. É importante observar que os canais assumem vários riscos ao se responsabilizarem pelo processo de troca e, para minimizar estes riscos, é necessário que fabricantes e intermediários desenvolvam planos de marketing que incluam decisões sobre os mercados-alvo, variedade de produtos e serviços, ambiente da loja, preço, promoção e localização. Os mercados são altamente competitivos, por esta razão, é necessário estarem atentos a novas tendências, tais como: diminuição dos ciclos de vida do varejo, novas formas de varejo, aumento da competição, novas tecnologias etc. Tipos de canais A comercialização de um produto e serviço pode envolver ou não a presença de outras organizações a qual pode-se denominar de distribuição direta ou indireta. Distribuição Direta: a comercialização ocorre sem a participação de intermediários. Podemos citar dois exemplos: Consumidor final: instituição de ensino, que fornece aulas diretamente ao aluno. Usuário empresarial: um fabricante de vidros fornece para uma indústria de automóvel. Grande parte dos componentes de um automóvel é produzida por terceiros e não pelas montadoras. Distribuição Indireta: para ocorrer à comercialização de um bem ao consumidor, é necessária a participação de intermediários (varejistas ou atacadistas). Exemplificando: As casas Bahia é uma rede de varejo, que comercializa móveis, eletrodomésticos, celulares etc. A rede compra diretamente de diversos fabricantes, tais como, Brastemp, LG, Samsung, Arno etc. e ofertam seus produtos ao consumidor final. 10 11 Classifi cações dos canais de distribuição Após o entendimento dos tipos de canais de distribuição que podem ser diretos ou indiretos, vamos apresentar os canais mais comuns para bens de consumo conforme figura 3. Produtor Produtor Agente Atacadista Atacadista Varejistas Consumidores Varejistas Consumidores Produtor Varejistas Consumidores Produtor Canal direto Canais comuns para bens de consumo Canais indiretos Consumidores Figura 3: Canais comuns para bens de consumo Fonte: Adaptado de Churchill (2012, p.380). De acordo com a figura 2, podemos fazer a seguinte classificação: Canal de Nível Zero: corresponde ao Canal Direto, ou seja, não há intermediários, os fabricantes vendem diretamente para os consumidores. Exemplo: A franquia Cacau Show vende diretamente para o consumidor final. Venda porta a porta (representantes da Avon, Tupperware) e os serviços de modo geral. Canal de Nível 1: corresponde ao Canal Indireto, ou seja, há uma intermediação de compra e venda de produtos através de um intermediário (varejista) para venda aos consumidores. Exemplo: Carrefour, Pão de Açúcar, Wallmart são grandes varejos que têm condições de comprar grandes quantidades e variedades de produtos diretamente do fabricante para, posteriormente, venderem ao consumidor final. Canal de Nível 2: Corresponde ao Canal Indireto, há duas intermediações (Atacadista e Varejista) de compra e venda junto ao fabricante para a venda aos consumidores. Exemplo: Depósitos de Bebidas que podem vender para bares, restaurantes, lojas de conveniência; ou seja, o depósito de bebidas é o atacadista que compra do fabricante, posteriormente, vende para o varejo e este, por sua vez, para o consumidor final. 11 UNIDADE Gerenciamento dos Canais de Distribuição Outro exemplo interessante são os “mercadinhos de bairro”, como não conseguem comprar grandes quantidades e variedades de produtos dos fabricantes, compram de atacadistas e depois revendem para o consumidor. Canal de Nível 3: corresponde ao Canal Indireto, há três intermediações (agente, atacadista e varejista) de compra junto ao fabricante para a venda ao consumidores. De acordo com Churchill (2012, p.381), “os agentes não têm direito de propriedade sobre os produtos que distribuem, coordenam as vendas para vários fabricantes de produtos relacionados, mas não concorrentes”. Exemplificando: os agentes auxiliam os pequenos fabricantes que não dispõem de uma equipe de vendas. Atuam de forma independente para contatar os atacadistas. Os agentes também podem ser conhecidos por representantes comerciais. Os canais de distribuição são fundamentais tanto para os fabricantes, quanto para os consumidores finais. Porém, é importante ressaltar que, especialmente com relação aos atacadistas, que não conseguirem fornecer sortimento adequado de produtos e nem fornecer serviços adequados aos consumidores, podem ser eliminados pelos fabricantes, que poderão, por sua vez, negociar diretamente com varejistas ou consumidores finais, havendo, portanto, um conflito de canal. Apesar das facilidades que os canais propiciam aos consumidores finais, quanto mais intermediários entre o fabricante e o consumidor, os custos podem ser mais altos. Porém, se os canais forem eficientes, os custos deste processo podem ser reduzidos para o consumidor final. Grande parte deste processo está associada à logística, os canais devem projetar os sistemas de distribuição física, de tal forma que consigam reduzir os custos totais do fornecimento de um nível esperado e/ou desejado de serviço pelo consumidor final. Para complementar, veja a figura 4 que apresenta os canais mais comuns para serviços. Prestador de serviços Canal direto Canais comuns para serviços Canal indiretos Usuários do serviço Prestador de serviços Usuários do serviço Agentes ou corretores Figura 4: Canais comuns para serviços Fonte: Adaptado deChurchill (2012, p.383). 12 13 Devido à característica de inseparabilidade dos serviços, ou seja, os serviços não podem ser dissociados de seus prestadores, são produzidos e consumidos simultaneamente, o canal mais comum é o Canal Direto – Prestador de Serviços – Usuários de Serviço. Exemplo: caso o proprietário de um animal de estimação queira vaciná-lo, deverá procurar uma clínica veterinária ou algum posto de vacinação. Por sua vez, no Canal Indireto é necessária a presença de um intermediário; no caso dos serviços, é denominado de Agentes ou Corretores, para que o serviço seja prestado ao usuário. Exemplo: Muitas companhias aéreas, apesar de comercializarem suas próprias passagens, fazem uso também de agências de viagens que, além de vender passagens para os usuários do serviço, oferecem também diversos tipos de pacotes como hotéis, traslados, passeios etc. Estratégias de distribuição As estratégias de distribuição referem-se à cobertura de mercado, ou seja, as empresas precisam planejar a quantidade de intermediários (pontos de venda) a serem utilizados em cada nível do canal para atender de forma eficiente ao seu mercado-alvo a partir do tipo de produto que será ofertado. Portanto, as empresas podem optar pela Distribuição Exclusiva, Seletiva ou Intensiva. Distribuição Exclusiva: o produtor tem mais controle sobre nível de serviços disponibilizados pelos revendedores para o consumidor. A venda é feita por um único atacadista ou varejista em uma determinada área (região). Este tipo de distribuição é utilizado por marcas de grife, tais como carros de maior valor agregado, roupas, relógios etc. Distribuição Seletiva: o produtor utiliza mais de um intermediário (atacadista/ varejista) em uma determinada área (região). Os intermediários (pontos de venda) escolhidos pelo fabricante devem estar em áreas bem localizadas, dispor de boa reputação, bons clientes, dentre outras características. Neste tipo de estratégia, os fabricantes dão preferência pelas grandes redes de varejo para a comercialização de eletrodomésticos, eletroeletrônicos, artigos esportivos etc. Distribuição Intensiva: normalmente são produtos de menor valor unitário, alto consumo, denominados de produtos de conveniência, comercializados por um número maior de intermediários (pontos de venda) em uma área comercial, como, por exemplo, creme dental, refrigerantes, salgadinhos, dentre outros. 13 UNIDADE Gerenciamento dos Canais de Distribuição Os fabricantes, além do produto, posicionamento e outras questões que determinará a estratégia de distribuição a ser adotada, devem considerar a questão do custo de distribuição. A escolha dos membros do canal e das funções que eles executam baseia- se na minimização dos custos totais envolvidos em termos de transporte, processamento de pedidos, estoques, manuseio de material e todos os outros custos de distribuição. (CHURCHILL, 2012, p.392). Para melhorarmos a nossa compreensão sobre o processo de distribuição, veja os principais elementos que compõem as Funções de Logística na figura 5. Custos Minimizar os custos Ater-se aos objetivos de logística Transportes: Ferroviário, aéreo, marítimo ou �uvial e tubulações Armazenagem Estocagem Distribuição Estocagem Quando pedir Quanto pedir Just-in-time Funções de Logistica Processamento de pedido Recebimento Processamento Envio Figura 5: Funções da Logística Fonte: Adaptado de Kotler (2000). Os elementos ora apresentados, através da figura 5, já foram abordados anteriormente e reforçam a necessidade dos canais para se manterem competitivos e avaliar constantemente os custos de toda operação, começando pelo processamento, recebimento e envio dos pedidos, armazenagem, estocagem e distribuição. Quanto à estocagem, as empresas adotam o sistema de administração da produção denominado de Just-in-time, que auxilia na determinação de quando e quanto deve ser produzido, transportado ou comprado. 14 15 Os transportes merecem atenção, pois os custos podem ser mais altos dependendo do tipo utilizado pelas empresas. De acordo com Kotler (2000), as empresas precisam considerar: · Velocidade · Confiabilidade · Capacidade · Disponibilidade · Custo Os meios de transporte, também conhecidos como “modais”, mais utilizados pelas empresas são: Ferroviário: é indicado normalmente para o transporte de cargas pesadas, “piggyback”. Pouca flexibilidade, mais lento e custos menores. Capilaridade baixa (malha ferroviária insuficiente), por esta razão, os destinos são fixos. Rodoviário: é indicado para produtos perecíveis e de alto valor. Este tipo de transporte é flexível em suas rotas e horários. Alto valor de transporte. Marítimo ou Fluvial: é indicado para transporte de grandes cargas, apesar de o custo ser menor, é mais lento. Além do transporte de cargas, também pode transportar passageiros. Tubulações (dutos): indicado para transporte de petróleo, gás natural, produtos químicos, grãos etc. Custo fixo elevado, porém os custos operacionais são baixos. Aéreo: este modal é indicado para transporte de pequenas cargas, normalmente, de maior valor agregado, e a empresa tem urgência no envio ou recebimento. Dentre os modais é o que apresenta maior custo. É muito utilizado para transporte de produtos eletrônicos. 15 UNIDADE Gerenciamento dos Canais de Distribuição Sistemas verticais de marketing Os Sistemas Verticais de Marketing indicam na estrutura do canal de distribuição e nos tipos de vínculos existentes entre os seus membros que podem ser Sistemas Convencionais e Verticais. Nos Sistemas Convencionais, não há necessariamente compromisso entre os fabricantes e os membros do canal. Simplificando, os interesses envolvidos no processo são individuais. Nos Sistemas Verticais de Marketing (SVM), diferente do Sistema Convencional, há maior envolvimento entre os fabricantes e os membros do canal, portanto, há o estabelecimento de compromissos entre eles. Fazem parte dos Sistemas Verticais de Marketing (SVM): Corporativo, Administrado e Contratual. SVM Corporativo: caracteriza-se por ser um canal próprio, ou seja, os canais de distribuição são do próprio fabricante. SVM Administrado: caracteriza-se pela posição do fabricante no mercado, que possui uma marca consolidada (forte) e, por esta razão, exerce liderança sobre o canal de distribuição, como, por exemplo, Coca-Cola e AmBev. SVM Contratual: conforme figura 6, são considerados os mais comuns. Suas principais características, “consistem em canais cujos membros são ligados por contratos formais, especificando direitos e responsabilidades de cada um”. (CHURCHILL, 2012, p.385-386). Cooperativas patrocinadas por varejistas Cooperativas patrocinadas por atacadistas Franquias Sistemas Verticais de Marketing (SVM) Figura 6: Sistemas Verticais de Marketing (SVM) - Contratuais Fonte: Adaptado de Churchill (2012, p.386). Observem que há três categorias de sistemas contratuais propostas por Churchill (2012): Franquias, Cooperativas patrocinadas por Varejistas e Cooperativas patrocinadas por Atacadistas, vamos entender cada uma delas: Franquia: envolve um franqueador e um ou mais franqueados. O canal de distribuição é terceirizado. Vamos exemplificar, o McDonald’s é uma das maiores redes de fast food do mundo. Além de lojas próprias, ela também possui uma 16 17 grande quantidade de lojas franqueadas. O McDonald’s, assim como outras empresas, tais como, Cacau Show, Bob’s, Cacau Brasil etc., comercializa o “direito de operar o negócio, de acordo com o plano e marketing do franqueador e usando sua marca registrada” (CHURCHILL, 2012, p.386). Muitos empreendedores optam pela aquisição de franquias, pelo suporte que os franqueadores oferecem, seja na constituição da empresa, no planejamento, e treinamento para a administração e operacionalização do negócio. Cooperativas patrocinadas pelos Varejistas: o principal objetivo e prover possibilidades de maior eficiência pela “centralização da administraçãode estoques”, de acordo com Crocco (2006, p.135). Permite, portanto, aos varejistas maior poder de negociação junto aos fornecedores. Ainda no entendimento do autor, os “varejistas podem atuar sob o mesmo nome ou marca e se beneficiar de campanhas publicitárias dessa marca, promovidas pela cooperativa”. (CROCCO, 2006, p.135). Cooperativas patrocinadas pelos Atacadistas: há uma relação contratual com os varejistas independentes. O objetivo é a redução de custos de todo o processo da operação, tais como: armazenagem, padronização de especificações de compra e venda, redução de controles, inclusive, de administração de estoques. (CROCCO, 2006). Exemplo: Farma & Cia. A ASSIFAR – Associação Independente de Farmácias e Drogarias de São Paulo foi criada por um grupo de proprietários de farmácias e drogarias, em 1995, em São Paulo, sob a forma de sociedade civil sem fi ns lucrativos, com o objetivo de fortalecer e promover o desenvolvimento e maior competitividade de todos os associados. A marca Farma & Cia foi registrada justamente para este fi m, ser usada por todas as drogarias e farmácias associadas, em fachadas e todos os materiais de divulgação tais como: embalagens, jornal de ofertas, uniformes etc. Objetivos: O instituto da ASSIFAR é sempre aperfeiçoar seus trabalhos garantindo melhores negociações, proporcionando maior lucratividade, ações de marketing para o fortalecimento da marca Farma & Cia, treinamentos aos proprietários e funcionários, visando transformar todas as lojas associadas em pontos de vendas que ofereçam bom atendimento, grande variedade de produtos, prestação de serviços, proporcionando a total satisfação de seu maior patrimônio, os clientes. Outro aspecto importante ocorre através de uma Central de Negócios , por meio da qual a ASSIFAR pode intermediar parcerias e negociar condições especiais com grandes distribuidores e a indústria em geral, além de manter convênios com planos de saúde e empresas de porte. (Fonte: disponível em: http://goo.gl/nYwmIR. Acesso em: 20/09/2015.) Ex pl or 17 UNIDADE Gerenciamento dos Canais de Distribuição Tendências do varejo As mudanças de comportamento do consumidor aliadas aos avanços da tecnologia, reconfiguram, de alguma forma, o Mix de Marketing (4P’s), de todo o processo de oferta, promoção, comercialização, preços e entrega do produto ao consumidor. Destacamos alguns novos formatos de varejo: Combinações de diferentes tipos de varejo, que propiciam comodidade e conveniência para o consumidor. Um bom exemplo é dos caixas eletrônicos de alguns bancos, instalados dentro dos supermercados. Postos de gasolina que oferecem lojas de conveniência que oferecem baixo sortimento de produtos, como cafés, biscoitos, guloseimas, bebidas e ficam abertas em horários alternativos e apresenta alta rotatividade de produtos e clientes; livrarias com cafeterias, dentre outras. Crescimento do varejo sem loja, mais conhecido como varejo virtual ou marketing online (e-commerce). As funções básicas são as mesmas de um varejo convencional. As lojas Americanas, além das lojas físicas, também disponibiliza a comercialização de seus produtos via internet. Oferecendo diversidade de produtos, preços muitas vezes menores e entrega. A tendência é o uso de multicanais, ou seja, usar diferentes tipos de canais de marketing para atender ao consumidor. Mobile ou Mobile Marketing é uma nova tendência utilizada pelas empresas, a fim de promover seus produtos e/ou serviços, através de dispositivos móveis, ou seja, celulares assistentes digitais pessoais, dentre outros. Experiência e Personalização. As empresas precisam incorporar, nas suas estratégias de comercialização, a personalização de seus produtos e/ou serviços, afinal, o consumidor quer se sentir único, além da experiência, que propicia oportunidades e situações para as empresas atraírem seu público- alvo através de ações promocionais interativas. 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Day 1 - Uma história de empreendedorismo Assista ao vídeo de Alexandre Costa [Cacau Show]. A Cacau Show é uma das principais redes de franquia no Brasil. Disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=RaxT24avU7k Projeto e Gerenciamento de Canais Integrados em Marketing Assista ao vídeo produzido pela FEA-USP sobre Projeto e Gerenciamento de Canais Integrados em Marketing. Disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=9pArp79E0eg Leitura 5 Tendências do Varejo para ficar atento em 2015 Leia o artigo sobre as 5 Tendências do Varejo para 2015 apresentadas na NRF Big Show 2015. Disponível no link abaixo: https://endeavor.org.br/tendencias-varejo/ Avaliação da Importância dos Canais de Distribuição Leia um artigo interessante sobre “Avaliação da Importância dos Canais de Distribuição: um Estudo de Caso de uma indústria de Bebidas”. Disponível no link: http://www.anpad.org.br/diversos/trabalhos/EMA/ema_2010/2010_EMA174.pdf 19 UNIDADE Referências CHURCHILL, G.A.; PETER, J.P. Marketing: criando valor para os clientes. 3ª.ed. São Paulo: saraiva: 2012. CROCCO, L. [et al]. Decisões de marketing: os 4P’s. v2.São Paulo: Saraiva, 2006. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 9ª.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003. KOTLER, P. Administração de marketing: a edição do novo milênio. 10ª.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. 20
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