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Gerenciamento de canais de distribuição: aplicação e contexto GERENCIAMENTO DE CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO: APLICAÇÃO E CONTEXTO Após estabelecido um projeto de canal, cabe a empresa estabelecer um processo de gerenciamento do mesmo. Isso implica na seleção e motivação dos intermediários por meio de um mix de relacionamentos comerciais que forneça um valor superior. O objetivo é construir uma relação de parceria e um programa de distribuição conjunta. Os membros individuais dos canais devem ser periodicamente avaliados com relação ao seu histórico de vendas, bem como com relação ao desempenho dos outros membros do canal. Modificações no canal devem ser feitas periodicamente, visando adaptá-lo às mudanças contínuas no ambiente de marketing. A empresa tem de avaliar a necessidade de incluir ou excluir membros individuais ou canais individuais ou até mesmo modificar todo o sistema de canal. O processo de gerenciamento deve levar em conta: a seleção dos membros do canal, seu treinamento, formas de motivação, avaliação e modificação. No que tange à motivação, vale destacar o poder de canal, entendido com a capacidade que um fabricante possui de mudar o comportamento dos membros do canal rumo a uma atitude cooperativa. Nesse sentido, pode-se afirmar o poder de canal pode ser de cinco tipos: poder coercitivo, poder de recompensa, poder legitimado, poder de especialista e poder de referência. Canais de distribuição estão em constante mudança. Em tempos atuais, o advento da internet e o desenvolvimento do e-commerce impactaram de forma significativa os canais tradicionais de marketing. Para melhor compreensão desse fenômeno constante, é fundamental entender que o canal de marketing convencional é formado por um fabricante, atacadistas ou distribuidores, e varejistas. A cultura estabelecida nesse contexto é a maximização dos lucros de cada um desses stakeholders, ainda que isso reduza o lucro do sistema como um todo. Um sistema vertical de marketing (SVM) é formado pelos mesmos membros do canal convencional, mas atuando como um sistema unificado. Em um SVM Corporativo, os estágios sucessivos de produção e distribuição estão sob o comando de um único proprietário, que faz uso da integração vertical para obter o maior nível de controle sobre seus canais. Exemplo típico disso é fabricante de cosméticos O Boticário com suas mais de 3.000 lojas espalhadas pelo país. O SVM Administrado coordena os estágios de produção e distribuição devido ao porte e ao poder de seus membros. Fabricantes de produtos líderes de mercado, ou de marcas extremamente reconhecidas, naturalmente podem contar com a garantia de cooperação e apoio comercial e mercadológico dos membros de seu canal. Isso se reflete na exposição de produtos no ponto de venda, espaço em pratleiras, promoções e políticas de preço. Empresas como Coca Cola, Ambev, Red Bull e Diageo são exemplos típicos desse contexto no setor de fabricantes de bebida. O SVM Contratual é formado por empresas independentes que atuam nos diferentes níveis de canal, mas que integram seus programas por meio de contratos, com intuito de obter ganhos econômicos desempenho de vendas maiores do que aqueles que obteriam atuando sozinhas. Exemplo típico desse modelo são as redes de varejo voluntárias patrocinadas por um atacadista, como é o caso da Rede Smart ligada ao atacadista Martins. Serve como modelo também as cooperativas de varejistas e as organizações de franquia ou de concessão, como ocorre com os fabricantes de automóveis. Ainda existem o denominado Sistema Horizontal de Marketing (SHM), onde duas ou mais empresas de atividades não-relacionadas unem recursos e esforços para explorar um determinada oportunidade mercadológica. É o que acontece, por exemplo com as grandes redes de hipermercados e supermercados quando estabelecem acordos com bancos para oferta de serviços bancários em suas lojas ou mesmo crédito para as compras ali realizadas. O Sistema Multicanal de Marketing (SMM) ocorre quando uma única empresa utiliza dois ou mais canais de distribuição com objetivo de atingir um ou mais segmentos de mercado. Isso traz vantagens no que tange a maior cobertura de mercado, menor custo de canal e a capacidade de realizar vendas mais personalizadas. Entretanto, sistemas de canal têm um grande potencial para conflito, quer seja ele vertical, horizontal ou multicanal. Os motivos para esses conflitos podem ocorrer por incompatibilidade de metas, direitos e deveres pouco claros, diferenças de percepção e grande dependência. O gerenciamento desses conflitos pode ser efetuado por meio da adoção de metas superordenadas, troca de pessoas, cooptação, participação conjunta em associações setoriais, diplomacia, mediação e arbitragem. Os profissionais de marketing devem continuar a explorar e a responder aos aspectos legais e morais envolvidos nas decisões de desenvolvimento de canais. Em se tratando do assunto de canais de distribuição, não se pode deixar de discorrer sobre o e-business, que pode ser entendido como o uso de plataformas e meios eletrônicos para condução dos negócios de uma empresa. O e-commerce, ou comércio eletrônico, nada mais é do que a utilização de websites para venda de produtos ou serviços por uma empresa. Quando o mercado a ser atendido é formado por consumidores finais, o e-commerce é denominado de varejo online. Sendo assim, nem sempre um e-commerce é um varejo online, visto que ele pode estar focado em atender um mercado formado por empresas ou instituições, o que se configura como uma atividade business-to-business. O e-commerce derivou-se em dois tipos de atividade: o e-purchasing e o e-marketing. No e-purchansing, as empresas adquirem produtos, serviços ou informação de vários fornecedores on-line. O e-marketing, ou marketing digital, está relacionado com os esforços que uma empresa estabelece para informar, comunicar, promover e vender seus produtos/serviços pela internet. Diante disso, vale destacar a distinção entre empresas inteiramente virtuais, que começaram a existir sem estar conectada a uma empresa já existente, e as empresas virtuais e reais (em inglês, brick-anda-click), que acrescentaram uma operação virtual as suas operações. Atividade extra Nome da atividade: assistir ao programa Mundo S/A da GLOBONEWS PLAY: Lojas do futuro. https://globosatplay.globo.com/globonews/v/7189695/ Referência Bibliográfica KANAANE, Roberto; RODRIGUES, Carlos Eduardo, Curso de Marketing - Cenários, Estratégias e Ferramentas. Rio de Janeiro: Atlas, 2016. LAS CASAS, Alexandre Luzzi, Marketing - Conceitos, Exercícios, Casos, 9ª edição. Rio de Janeiro: Atlas, 2017. GREWAL, Dhruv; Marketing. Porto Alegre: AMGH, 2017. AAKER, D. A. Marcas Brand Equity Gerenciando o Valor da Marca. São Paulo: Negócio, 1998. https://globosatplay.globo.com/globonews/v/7189695/ KELLER, K.L.; MACHADO, M. Gestão estratégica de marcas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing, 14ª edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.