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Apostila de Dentística Complexo dentino pulpar A dentina e a polpa são tecidos que apresentam origem embrionária semelhante, estão intimamente integrados em relação à anatomia e à fisiologia e são considerados um complexo, o complexo dentinopulpar. São responsáveis pela síntese e deposição da matriz de dentina, as células da polpa – odontoblastos, permanecem com seus prolongamentos no interior dos túbulos dentinários. Polpa dentária Tecido conjuntivo altamente especializado, ricamente inervado, vascularizado e responsável pela formação e manutenção da dentina., dividido em camadas odontoblásticas: Acelular - Rica em células - Central Funções a) Formativa: os odontoblastos do tecido pulpar são responsáveis pela dentinogênese; b) Sensitiva: a inervação sensorial pulpar atua como um sistema de alarme eficaz, indicando alterações na normalidade. Por exemplo, em um dente despolpado, a sensação dolorosa não será percebida até que eventuais estímulos nocivos afetem os tecidos ao redor da raiz; c) Nutritiva: a vascularização pulpar fornece oxigênio e nutrientes, que são essenciais para a formação de dentina e para a própria sobrevivência pulpar; d) Defensiva: o tecido pulpar pode se defender contra infecções microbianas por meio da produção de dentina esclerosada e/ou terciária. Dentes com polpas sadias, que apresentam vascularização abundante, são mais resistentes à infecção bacteriana e não desenvolvem lesão perirradicular. Consequentemente, a manutenção da vitalidade pulpar pode ser considerada a melhor forma de prevenção da lesão perirradicular. Composição Constituído de células, matriz extracelular, vasos sanguíneos e nervos. O odontoblasto é a célula mais característica do complexo dentinopulpar. Os odontoblastos são organizados em uma única camada de células (a camada odontoblástica) no limite entre a dentina e a polpa. Outras células estão presentes na polpa: os fibroblastos, as células-tronco mesenquimais indiferenciadas e as diversas células de defesa (macrófagos, células dendríticas, linfócitos). O fibroblasto é o tipo de célula mais abundante da polpa. ZONAS DA POLPA - Histologicamente, zonas distintas são perceptíveis na polpa sadia, Uma alta densidade celular, incluindo fibroblastos, células-tronco indiferenciadas e células imunes, é observada na região pulpar denominada zona rica em células, que é separada da camada odontoblástica pela zona pobre em células. A zona rica em células é mais proeminente na polpa coronária que na polpa radicular. A zona pobre em células, por sua vez, contém capilares sanguíneos, uma rica rede de fibras nervosas e processos fibroblásticos. A polpa também possui uma região denominada polpa propriamente dita, que é a zona central da polpa e contém os maiores vasos sanguíneos e nervos, junto a fibroblastos e outras células. Quando ocorre morte odontoblástica por mecanismos naturais de morte celular programada (apoptose) ou por um processo patológico, as células mesenquimais de reserva são estimuladas por meio da interação de mediadores e fatores de crescimento. Dentina A dentina é um tecido parcialmente mineralizado, formado principalmente por cristais de hidroxiapatita, dividido em: 70% de material inorgânico - 10% de água - 20% de matriz orgânica Composição A matriz orgânica da dentina contém diversas proteínas não colagenosas, incluindo fosfoproteínas, proteoglicanas, proteínas contendo gamacarboxiglutamato (proteínas gla), glicoproteínas acídicas, sialoproteínas dentinárias, osteonectina, osteocalcina e osteopontina. Também contém muitos fatores de crescimento, incluindo o fator de crescimento transformante beta (TGF-β), fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), fatores de crescimento semelhantes à insulina (IGF) e proteínas morfogenéticas ósseas (BMP). Tipos de dentina Diferenciadas de acordo com o estímulo e período de formação; Primaria: Durante a odontogênese até a erupção e completa formação do ápice radicular. É toda dentina que vai ser formada até o momento que o dente estiver em formação; Secundária: Formada naturalmente durante toda a nossa vida, de forma mais lenta, com estímulos de baixa intensidade. Terciária: É uma dentina que vai ser formada frete a um estímulo patológico. Esclerótica: É a dentina que já foi formada, contudo tem um aumento da deposição mineral nela, ou seja , é uma dentina mais hipermineralizada. Preparo cavitário Tratamento biomecânico da cárie e outras lesões comum no consultório odontológico, que pode provocar desequilíbrio entre os diversos componentes do complexo dentinopulpar. Os procedimentos de corte dos tecidos dentais são realizados a partir da utilização de instrumentos manuais e rotatórios associados a turbina de alta. A refrigeração da alta rotação, neutraliza com ar e água o calor gerado pela alta rotação da broca na superfície dental, o que impede que o calor excessivo seja transmitido para o tecido pulpar. O superaquecimento da polpa é a principal causa de alterações irreversível ao odontoblastos. A utilização de brocas sem a correta atividade de corte e excessiva pressão sobre as estruturas dentárias e a falta de refrigeração, pode causar aquecimento e gerar danos irreversíveis a polpa e tecidos dentários. Proteção pulpar A melhor proteção para a polpa é a própria dentina. Agentes irritantes IRRITANTES FÍSICOS - Calor friccional, preparos profundos IRRITANTES QUÍMICOS - Material restaurador IRRITANTES BIOLÓGICOS - Produtos bacterianos, microrganismos. Requisitos ideais dos materiais de proteção • Bactericida; • Selamento dos túbulos; • Resistência mecânica; • Isolante térmico; • Reduzir infiltração marginal; • Biocompatibilidade; • Compatibilidade química; • Manter sua integridade a longo prazo; • Módulo de elasticidade semelhante a dentina. Materiais utilizados • Selantes ou vedadores cavitários; • Forradores cavitários; • Bases protetoras. Função do material SELAMENTO - Selar a embocadura dos túbulos dentinários, para reduzir a sensibilidade e penetração de fluidos e metabolismo bacteriano. FORRAMENTO - Estimula a formação de ponte de dentina; Proteger a região mais profunda de dentina contra a penetração de subprodutos dos materiais restauradores e provisórios. BASE - Proteger o material para forramento, reduzir a espessura do material restaurador e proteger contra estímulos térmicos. Hidróxido de cálcio Pó (PA), utilizado em exposição pulpar; Cimento - Utilizado como base para proteção indireta. • Formação de dentina reparadora; • Ação antibacteriana; • Alcalino (neutraliza o Ph); • Oblitera os túbulos. Cimentos ionoméricos Utilizado como forrador e bases cavitárias; • Adesão química; • Interferência positiva no processo des/re; • Biocompativel; • Liberação de flúor; • Coeficiente de expansão térmica similar ao dente. Sistemas adesivos • Selamento de túbulos; • Prevenção de microinfiltração. Vernizes Protege o tecido pulpar contra íons metálicos de amalgama. • Isolamento térmico e elétrico; • Esse material atrapalha na fotopolimerização da resina. Agregado trióxido mineral (MTA) Substitui o hidróxido de cálcio • Formação de barreira mineralizada; • Alta resistência; • Solubilidade baixa; • Biocompativel; • Alto custo; • Efeito bacteriano limitado. Capeamento pulpar indireto Em cavidade muito profunda sem exposição pulpar é recomendado tratar de forma conservadora, com objetivo de manter a vitalidade pulpar. Realiza-se a remoção da cárie e capeamento em sessão única. (restauração definitiva). ETAPAS • Ca (OH)2; • Ionômero de vidro; • Sistema adesivo; • Resina composta. Capeamento pulpardireto Em cavidade muito profunda com exposição pulpar é recomendado a remoção da dentina infectada e aplicação de Ca (OH)2, com objeto de induzir a formação de uma barreira mineralizada (selar definitivo após resposta da polpa, se doer é canal). ETAPAS • Pó (PA); • Ca (OH)2; • Ionômero de vidro. Nomenclatura das cavidades É um conjunto de termos peculiares a uma arte ou ciência, pelos quais indivíduos de uma mesma profissão são capazes de entender- se mutuamente. Os dentes têm sua nomenclatura definida por características de classe, tipo, conjunto arcada e posição em relação ao plano sagital mediano. Classe Divide os dentes em quatro grandes grupos. • Incisivos; • Caninos; • Pré molares; • Molares. Tipo Diferencia os dentes dentro de cada uma das classes. • Incisivos centra; • 1° pré-molar, • 2° molar. Arcada • Superior; • Inferior. Posição • Direito; • Esquerdos Conjunto • Permanente; • Decíduo. Exemplo: INCISIVO CENTRAL PERMANENTE SUPERIOR ESQUERDO Classe: Incisivo; Tipo: Central; Conjunto: Permanente; Arcada: superior; Posição: esquerdo. Sistema internacional Utiliza dois números para identificar os dentes, o primeiro variando de 1 a 4 nos dentes permanente e de 5 a 8 nos dentes decíduos, representando o conjunto e o quadrante. O segundo variando de 1 a 8 nos dentes permanentes e de 1 a 5 nos dentes decíduos, representando a classe e o tipo. Faces Todos os dentes apresentam 5 faces, sendo: Vestibular, palatal/lingual, mesial, distal e incisal/oclusal. Terços Para facilitar as faces podem ser dividido em terços, são eles: mesiodistal, vestibulolingual/palatino e cervicoincisal/palatino. Faces envolvidas O = oclusal MO = mésio-oclusal MOD =mésio-ocluso-distal MOL = mésio-ocluso-lingual Paredes cavitárias CIRUCUNDANTES: Paredes que chegam até a superfície externa das cavidades, definindo seu contorno. Ex: Oclusal e mesial. FUNDO: Paredes internas, definidas de acordo com a orientação do dente. Ex: pulpar e axial. Ângulos diedros Localizado na região de transição de duas paredes. Ângulos do 1º grupo . Ângulos do 2° grupo Ângulos triedros Localizado na região de transição de três paredes. Ângulos Cavo-superficiais Classificação de Black CLASSE I Lesão e/ou cavidades localizadas nas regiões de cicatrículas e fissuras. CLASSE II Lesão e/ou cavidade que envolve as faces proximais de pré-molares e molares. CLASSE III Lesão e/ou cavidade que envolvem as faces proximais dos dentes anteriores (caninos e incisivos). CLASSE IV Lesão e/ou cavidade que envolve a face proximal e um ângulo incisal, de anteriores. CLASSE V São lesões e/ou cavidades que envolvem o terço gengival das faces vestibulares, lingual ou palatal de todos os dentes. CLASSE VI São lesões e/ou cavidades que envolve as pontas das cúspides dos dentes posteriores, sem envolvimento das cicatrículas e fissuras, ou nos bordos incisais dos dentes anteriores, sem envolvimento do ângulo incisal. Isolamento do campo operatório O isolamento do campo operatório é a etapa responsável pela obtenção e manutenção de um campo limpo, seco e com adequado acesso. Previne aspiração, contaminação, umidade, deglutição e proporciona visibilidade, proteção, menor tempo clínico e retração dos tecidos. Três fatores estão envolvidos na realização do isolamento: • Controle de umidade; • Acesso ao campo operatório; • Prevenção de acidentes. Assim, a presença de fluidos como sangue e saliva é indesejável no adequado controle da umidade. O isolamento pode ser ABSOLUTO ou RELATIVO. ISOLAMENTO ABSOLUTO A utilização de um dique de borracha durante o isolamento é acompanhado de inúmeros benefícios. O isolamento absoluto permite um ótimo controle da contaminação e umidade, também protege o paciente frente a deglutição e aspiração de objetos. Indicações • Preparo cavitário com alta rotação; • Remoção de dentina cariada; • Realização de restaurações; • Cimentação de restaurações indiretas; Limitações • Dentes semi-inclusos; • Terceiros molares; • Dentes mal posicionados; • Pacientes com asmas ou dificuldades respiratórias. Lençol de borracha - é o dique ou folha de borracha responsável por separar o campo operatório da cavidade bucal. É impermeável disponibilizado em diferentes espessuras e cores, proveniente do látex. FINA: 0,15 GROSSA: 0,35 Perfurador de borracha - Dispositivo utilizado para confeccionar os orifícios correspondentes a cada um dos dentes que será isolado. Porta dique de borracha - segura o lençol em posição. Pinça porte grampo - É utilizada para colocar e remover o grampo do dente. Grampos - estabiliza o dique de junto ao dente. 200 a 205 MOLARES 206 a 209 PRÉ MOLARES 210 a 211 DENTES ANTERIORES W8A e 26 POSTERIORES 212 RETRAÇÃO GENGIVAL Métodos de marcação 1 Marcação em boca - Leva o lençol a boca, pressiona sobre os dentes e marcar na face oclusal ou na incisal. 2. Divisão em quadrantes - Divide em quatro quadrantes com duas linhas, uma horizontal e outra vertical. Protocolo clínico INSERIR 1. Procedimentos prévios; 2. Lençol abaixo do arco; 3. Seleção do grampo (colocar o fio dental); 4. Marcação no lençol de borracha; 5. Perfuração do lençol; 6. Colocação do isolamento na boca; 7. Insere o grampo no dente; 8. Passagens do dique nas interproxiamais; 9. Passa o fio dental entre a gengiva; 10. Amarrilhas. REMOÇÂO 1. Remover detritos; 2. Amarrilhas cortadas; 3. Dique estirado para vestibular e cortado; 4. Remove o grampo; 5. Remove todo o isolamento. ISOLAMENTO RELATIVO Em procedimentos de execução rápida e simples podemos lançar mão do isolamento relativo que consiste na utilização de rolete de algodão e sugador para controle da umidade. Desde que bem indicado e realizado de forma diligente, o isolamento relativo é perfeitamente compatível com procedimentos de alta qualidade técnica. O fluxo salivar existente na cavidade bucal é proveniente das glândulas parótidas, sublingual e submandibular. Os rolos de algodão devem ser colocados no sulco vestibular e nas faces linguais dos dentes. Indicações • Aplicação tópica de flúor; • Restaurações provisórias; • Pacientes alérgicos ao látex; • Colagem de braquetes; • Cimentação de prótese fixa; • Mal posicionamento dental; • Pacientes com dificuldade de respirar. Matérias • Sugador; • Rolete de algodão; • Afastador labial; • Gaze; • Fio retrator; • Pode ser realizado barreiras gengivais. Sistemas adesivos Na atualidade a absoluta maioria dos procedimentos restauradores são executados com o auxílio de procedimentos adesivos que unem o material restaurador ao remanescente dentário, sem a exigência de preparos cavitários extensos que promovam retenção por meio de sua geometria. Isso possibilita maior preservação de tecido dental sadio que, no longo prazo, acarreta maior longevidade na manutenção de dentes saudáveis e em função. VANTAGENS • Odontologia de mínima intervenção (cavidades menores); • Sem necessidade de retenção mecânica; • Restaurações estéticas. Tipos de adesão: 1) Química; 2) Física; 3) Mecânica. Critérios para adesão 1) COESÃO Atração entre átomos similares ou moléculas dentro de um mesmo corpo. 2) TENSÃO SUPERFICIAL Efeito que ocorre na camada superficial de um líquido – comportamento semelhante a uma membrana elástica. 3) ENRGIA DE SUPERFÍCIE Capacidade das moléculas de formar ligações; quanto maior a energia de superfície, maior a capacidade de se fazer ligações, melhor a adesão do material; 4) MOLHAMENTOCapacidade de escoamento de um líquido sobre um sólido. Esmalte O ácido fosfórico aplicado sobre o esmalte provoca uma dissolução mineral superficial, limpando-o e criando uma superfície irregular, com maior energia de superfície e maior área de contato com o adesivo. Os prolongamentos (tags) de adesivo embricados na morfologia irregular do esmalte condicionado promovem uma adesão micromecânica à superfície. o ácido ideal é o fosfórico, em concentrações entre 30 e 40%, aplicado por entre 15 a 60 segundos. Funções do condicionamento ácido em esmalte 1. Aumenta o molhamento; 2. Aumento da energia de superfície; 3. Criação de microrretenções (aumento da área de contato). Dentina É nela que os maiores desafios e dificuldades da adesão se apresentam. Os túbulos dentinários são repletos de fluido dentinário sob constante pressão pulpar, o que dificulta a adesão na dentina mais profunda. Quando a dentina é abrasionada ou cortada durante o preparo cavitário, forma-se na sua superfície uma camada de detritos orgânicos e inorgânicos chamada de lama dentinária (smear layer). O tipo de interação promovido pelos sistemas adesivos com a smear layer é um dos principais diferenciais entre as estratégias adesivas contemporâneas. Enquanto a estratégia que preconiza o condicionamento com ácido fosfórico da dentina (condicione e lave) remove totalmente a lama dentinária, a estratégia autocondicionante a modifica, incorporando a smear layer à camada adesiva. A remoção da lama dentinária faz a energia de superfície da dentina condicionada ser baixa, o que não favorece um bom molhamento e infiltração do adesivo. Isso precisa ser revertido pela utilização de um primer. Composto por monômeros bifuncionais, os componentes do primer estabilizam a rede de fibras colágenas e promovem evaporação do excesso de água. No esmalte, é possível aumentar a energia de superfície com o condicionamento ácido seguido de lavagem e secagem. Já na dentina, o condicionamento ácido expõe conteúdo orgânico e aumenta a umidade, o que reduz a energia de superfície, requerendo o uso de primers. Classificação A classificação mais aceita dos sistemas adesivos é aquela que os divide segundo a estratégia adesiva, condicione e lave ou autocondicionante e de acordo com o número de passos de aplicação Condicione e lave Para a estratégia condicione e lave existem os sistemas de três passos (em que ácido, primer e adesivo são aplicados em passos distintos) e os de dois passos (em que o ácido é aplicado em um primeiro momento e, após lavagem e remoção da umidade excessiva, uma solução única, exercendo as funções de primer e adesivo é utilizada). CARACTERÍSTICAS • Promove remoção da smear layer; • Necessita de lavagem do condicionamento ácido; • Necessita controle de umidade da dentina; • Maior profundidade de desmineralização. Autocondicionante Já na estratégia autocondicionante, na qual não existe uma etapa prévia em separado para o condicionamento com ácido fosfórico, existem os sistemas de dois passos (em que um primer ácido exerce as funções de ácido e primer, seguido da aplicação uma resina adesiva) e os sistemas de um passo (nos quais uma solução única, exercendo funções de ácido, primer e adesivo é aplicada sobre a estrutura dentária). CARACTERÍSTICAS • Não remove smear layer; • Aplicado com fricção na superfície; • Não requer lavagem, apenas secagem. CAMADA HÍBRIDA Região de interdifusão entre os polímeros do adesivo e os componentes da dentina Ácido fosfórico O condicionamento ácido remove a smear Layer deixando os túbulos abertos. Características • Inorgânico; • Desmineralização rápida - por ser um ácido mais forte; • Estabilidade química; • Baixo custo. Sistema adesivo Composto por monômero hidrófobos/hidrófilos, iniciador, canforoquinona (presa), partículas de carga, flúor, agentes antimicrobianos Funções do adesivo: • Responsável pela copolimerização com o primer; • Penetração nos espaços interfibrilares: resistência estrutural à camada híbrida. Materiais restauradores As resinas compostas têm sua estrutura formada por vários componentes. Há vários componentes principais, sendo as características e percentuais de cada um deles variáveis de um material para o outro. Matriz Orgânica Necessários para regular a viscosidade, são monômeros que quanto menor a viscosidade da matriz orgânica, maior a quantidade de carga que pode ser incorporada. O TEGMA foi incorporado para poder deixar a matriz orgânica menos viscosa e mais fluida, o que facilitou a incorporação de partículas inorgânicas. Monômeros de baixa viscosidade possuem aumento da contração de polimerização, assim resinas fluidas apresentam maior tendência a contração volumétrica, o que é mais prejudicial, assim, a incorporação de partículas inorgânicas para diminui a contração de polimerização. O que diferencia as resinas são o tamanho das cadeias das moléculas. • Bis-GMA (Bisfenol glicidil metilmetacrilato); • UDMA (Uretano dimetacrilato); • TEGM (Trietilenoglicol dimetacrilato); • EGDMA (Etilenoglicol dimetacrilato); • BIS-HEMA (Etilenoglicol dimetacrilato) - Utilizadas em resinas mais recentes. Carga Inorgânica A carga inorgânica é responsável por aumentar as propriedades mecânicas, reduzindo a quantidade de matriz orgânica. Principais partículas: quartzo, sílica, partículas de vidro; em alguns se tem bário e estrôncio que dá radiopacidade ao material; Além disso, auxilia no reforço da matriz resinosa e na redução da contração de polimerização, já que a partir do momento que se coloca partículas inorgânicas está-se diminuindo a parte orgânica (onde se tem mais contração volumétrica), então vai-se melhorar a contração de polimerização. A inserção de partículas orgânicas aumentou a viscosidade e a inserção de bário e estrôncio aumentou a radiopacidade. Agentes de união O silano é o agente de união mais comum, é uma molécula bifuncional, que une a parte orgânica e inorgânica da resina. Também é responsável por evitar a perda das partículas por desgaste, já que quando não tinha esse agente, as partículas se desprendia/soltava da resina composta; Na carga inorgânica se liga à sílica (Si – O – Si) e na porção orgânica se liga aos radicais metacrilatos (Bis-GMA, TEGMA, UDMA, vai depender dos monômeros metacrilato que estão na matriz orgânica). Os silanos são moléculas que possuem a capacidade de se unir quimicamente à superfície de carga. Reforça a resistência ao desgaste e estabilidade de cor. Iniciadores Envolvem os componentes responsáveis pela reação de polimerização. O fotoiniciador mais utilizado é a canforquinona, que tem seu pico de absorção na faixa de luz com comprimento de onda de 470nm. Nos materiais fotopolimerizáveis, o acelerador e o iniciador estão presentes na mesma pasta, porém a reação de presa só se inicia quando o iniciador é estimulado por luz de um comprimento de onda específico. Classificação das resinas compostas Macroparticuladas • São partículas de 1 à 100 micrometros (µm); • Presente nas primeiras resinas compostas; • Partículas irregulares; • Baixa resistência ao desgaste; • Utilizadas em dentes posteriores, pois não tem uma boa estética; • Não tem lisura, não tem brilho, por isso não teve sucesso; • São resinas quimicamente ativadas (Não se utiliza mais). Microparticuladas • São partículas de 0,04 à 0,4 micrometros; • Partículas pré-polimerizadas; • Alta lisura superficial; Facilidade de polimento; • Baixa resistência ao desgaste; • Maior contração de polimerização, pois são partículas menores; • Boa estética, devido ao tamanho das partículas; • Utilizada apenas em dentes anteriores,por não terem boa resistência ao desgaste. Híbridas • Partículas de 0,04 à 1,0 micrometros (µm); • Macroparticulas com sílica coloidal; • Melhores propriedades mecânicas em relação às anteriores; • Tem-se partículas inorgânicas grandes e pequenas; • Alta lisura superficial; Melhor estética; • Facilidade de polimento; • Alta resistência ao desgaste; • Menor contração de polimerização. Nanoparticuladas • Até 100 nanômetros (nm) = 0,1 micrometros; • Tem-se maior lisura superficial, maior polimento, menor manchamento, menor infiltração; • Melhor contração de polimerização; • Melhor lisura superficial; • Tecnologia desenvolvida pela 3M/ESPE; • Nanopartículas de zircônia, de sílica coloidal; • Excelente brilho e polimento; • Alta resistência ao desgaste; • Menor contração de polimerização. Propriedades Partículas inorgânicas : quanto mais partículas inorgânicas menor a contração de polimerização; Contração de polimerização: relacionada com partículas inorgânicas, assim, resinas flow e as microparticuladas apresentam maior grau de contração; Resistência ao desgaste: importante em dentes posteriores, suas propriedades determinam a dureza da resina, que devem ser resistentes ao desgaste em dentes posteriores. Grau de conversão: A capacidade que os monômeros tem em ser convertido a polímero. Estabilidade de cor: as resinas quimicamente ativas são mais estáveis. Aquelas que apresentam partículas inorgânicas de grande tamanho tem probabilidade de manchamento superficial, devido ao espaçamento entre as moléculas. Método de ativação QUÍMICA : Tem-se uma pasta base e uma pasta catalizador, onde se tem o peróxido de benzoila e amina terciária, quando junta as duas quimicamente, tomam presa. FOTOPOLIMERIZÁVEL: são resinas compostas que apresentam fotoiniciadores que polimeriza com presença de luz (específica). DUAIS: Tem a presa tanto da forma química quanto da forma fotoativada. Cimento de ionômero de vidro Os cimentos de ionômero de vidro pertencem à classe de materiais conhecidos como cimentos ácido-base. Eles são baseados no produto da reação de ácidos poliméricos fracos com vidros em pó de caráter básico, representam a combinação do pó do cimento de silicato e do líquido do cimento de policarboxilato. A liberação de flúor é considerada uma das vantagens importantes dos cimentos de ionômero de vidro, o flúor além de melhorar as características de trabalho, confere um potencial efeito cariogênico ao material por sua liberação. O líquido é essencialmente uma solução aquosa do ácido poliacrílico que tem como objetivo acelerar a reação de presa. Cimento de ionômero de vidro convencional Pó: constituído por fluralumínio silicato; Líquido: solução aquosa de ácido poliacrílico. Cimento de ionômero de vidro resinoso Semelhante ao convencional, porém tem a adição de componentes resinosos como HEMA e fotoiniciadores. Tipos Os ionômeros de vidro têm várias utilizações na odontologia. Eles são usados como materiais restauradores completos, especialmente na dentição primária, e também como revestimentos e bases, como vedantes de fissuras e como agentes de ligação para suportes ortodônticos. Eles podem ser classificados em três tipos, dependendo do uso clínico pretendido, como segue: Tipo I: Cimentos de ligação e de ligação. • Para cimentação de coroas, pontes, inlays/onlays e aparelhos ortodônticos. • Utilize uma proporção relativamente baixa de pó: líquido (1,5: 1 a 3,8: 1), conduzindo apenas a uma resistência moderada. • Ajuste rápido com boa resistência precoce à água. • São radiopacos. Tipo II: Cimentos restauradores. Existem duas subdivisões de cimentos tipo II, dependendo da importância da aparência. Para reparos anteriores, onde a aparência é importante, Tipo II (i): • Use alta relação pó: líquido (pelo menos 3: 1, e até 6.8: 1). • Ter uma boa correspondência de cores e translucidez. • Precisa de proteção contra a umidade por pelo menos 24 horas com verniz ou vaselina. • São geralmente radiopaco. Para uso onde a aparência não é importante (restauração posterior ou reparos), Tipo II (ii): • Rapidez e resistência antecipada à absorção de água. • radiopaco. Tipo III: Cimentos de revestimento ou de base • Relação baixa em pó: líquido para forros (1,5: 1) para permitir uma boa adaptação às paredes da cavidade. • Relação pó / líquido superior para bases (3: 1 a 6,8: 1), onde a base atua como um substituto dentinário na técnica de "sanduíche aberto" em associação com uma resina composta. • Radiopaco. Indicações Restaurações provisórias de curta ou longa duração e/ou restaurações definitivas. • Boa resistência mecânica; • Bom vedamento marginal; • Ação cariogênica. Cimentação definitiva • Vedamento marginal prolongado • Alta resistência mecânica; • Pequena espessura de película; • União ao dente Base e forramento • Bom isolante térmico; • Compatibilidade com técnica e materiais restauradores; • Ação cariogênica Reação de Gelificarão Pó + Líquido = reação de gelificação Fase I – ionização do ácido e deslocamento de íons; Fase II – formação da matriz de polissais; Fase III – formação de sílica e presa final. Amálgama As restaurações de amálgama apresentam uma história clínica de sucesso por terem um protocolo de uso mais tolerante as dificuldades clínica do que os compósitos e apresentam capacidade de auto selamento das margens, o que colabora na redução dos índices de infiltração marginal e lesões de cárie secundárias. Uma das principais características que o amálgama tem é que ele é um material restaurador tem que um custo baixo e boa durabilidade, resulta da mistura do mercúrio líquido com uma liga de prata. Hoje em dia ele perdeu muito espaço por conta da evolução das resinas e dos materiais adesivos e devido ao acordo de Minamata que visa eliminar o mercúrio dos produtos de saúde. PROPRIEDADES Resistência à compressão: apresenta alta resistência à compressão, o que garante que o material consiga suportar altas cargas mastigatória. Resistência à tração: apresenta baixa resistência a tração o que precisa de preparos cavitários que minimizam. Corrosão: sofrem um processo de corrosão no meio bucal que podem ser de maior ou menor grau. Atuação do amálgama dentro da Dentística • Importante na atenção básica; • Não costuma está presente em consultório particular; • Abrange vários perfis sociais e de saúde; • Quando a estética não for uma prioridade, o amálgama deve ser considerado como opção de tratamento, devido suas boas características mecânicas. Indicações • Necessidade de intervenção; • Dimensão, profundidade médias; • Restaurações classe I e II. Vantagens • Longa experiência clínica - é um material altamente estudado; • Facilidade de manipulação/custo; • Longevidade clínica (em boca); • Alta resistência mecânica. Desvantagens • Estética não favorável; • Toxicidade do mercúrio que é liberado ao longo do tempo; • Condutibilidade térmica; • Corrosão; • Baixa resistência à tração; • Ausência de união a estrutura dental - precisa de um preparo retentivo. Condensação Compactar o amálgama na cavidade. Para condensar utiliza-se o porta amálgama que é o instrumental que compacta e leva o amálgama na cavidade; Para compactar o material na cavidade utiliza-se os condensadores, tem-se condensadores mais largos e condensadores mais estreitos. Quanto mais pressiona, vai compactando vai retirando o excesso de mercúrio, que degrada a liga com o passar do tempo, e vai apertar e melhor encaixar na cavidade o material. Brunimento Ajuda a espalhar a massa de amálgama; Brunir a massa de amálgama, emestado ainda plástico com auxílio de instrumentos metálicos; O brunimento é feito em duas etapas, pré- escultura e pós-escultura; Reduz porosidade superficial; Melhora adaptação das margens cavitárias; Diminui rugosidade superficial. Cápsulas de amálgama Amalgamador São dispositivos mecânicos que misturam o mercúrio e a liga proporcionando uma mistura adequada e pronta para uso. (mistura o conteúdo da capsula). Lesões não cariosas Quando ocorre a perda definitiva de tecido dental mineralizado causada por uma associação de fatores e não tem envolvimento de bactérias da cárie, as lesões não cariosas que ficam próximas a junção amelocementária, resultando em exposição dentinária são denominadas lesões cervicais não cariosas (LCNC). Erosão A erosão dental descreve o resultado físico de uma perda patológica, crônica, localizada e assintomática dos tecidos dentais duros pelo ataque químico da superfície do dente por ácido e/ou quelante, sem o envolvimento de bactérias. O ácido de origem não bacteriana é a causa da erosão, levando à desmineralização da matriz inorgânica do dente, os ácidos responsáveis pela erosão não são produtos da flora intrabucal, podendo ser de origem da dieta, ocupação ou fontes intrínsecas. EROSÃO EXTRÍNSECA Resulta de ácidos exógenos; proveniente da alimentação, refrigerantes, alimentos cítricos, geralmente apresenta erosão na face vestibular. EROSÃO INTRÍNSECA Resulta de ácidos endógenos; proveniente dos ácidos gástricos do refluxo ou da regurgitações recorrente, geralmente apresenta erosão lingual ou palatina. Abrasão Abrasão é o desgaste patológico do dente, através de forças mecânico repetitivo que envolve objetos ou substâncias. Pode ser difusa ou localizada, não relacionadas com a oclusão e mastigação, como por exemplo, a utilização de escovas com cerdas duras; o uso de dentifrícios abrasivos; o uso incorreto de palitos e instrumentos de sopro; e raspagem e curetagem periodontal. Clinicamente, a lesão se apresenta em forma de um “V”, com aspecto liso, brilhante e de profundidade rasa, sem a presença de placa. Em geral é mais intensa no nível da união amelocementária. Abfração A abfração é a perda da superfície dentária nas áreas cervicais dos dentes causada por forças tensionais e compressivas advindas da flexão do dente por excesso de carga oclusal, por exemplo, contato pré-maturo, forças da mastigação e hábito parafuncional. Clinicamente se apresenta como uma perda de estrutura em forma cunha, com margens definidas e profundas. Podendo, ainda, apresentar pequenas fraturas em sua superfície devido à carga suportada Atrição Perda de estrutura dentária causada pelo contato entre os dentes antagonistas durante a oclusão e a mastigação, pode ocorrer desgaste em situações patológicas, como no bruxismo. Acabamento e polimento de restaurações com resinas compostas Acabamento inicial Serve para melhorar a estética e longevidade dos dentes restaurados, o tamanho, a dureza, e a quantidade de partículas de carga vão influenciar no acabamento e polimento; Sempre tem que fazer o polimento com a superfície úmida. O acabamento é a fase em que vai se remover os excessos depois que se testou o contato. A remoção de excessos pode ser feita com lâmina de Bisturi nº 12 ou 13, pontas diamantadas de granulações finas ou extrafinas, tiras de lixas e discos abrasivos flexíveis. Ajuste Oclusal Busca reproduzir os contatos oclusais registrados previamente aos procedimentos restaurador. Realizado com papel carbono, o paciente oclui e as marcações são observadas. Polimento O polimento é realizado com o objetivo de refinamento das características dos dentes obtendo um aspecto final semelhante ao esmalte dental. 1) Seguir sequência do kit de borrachas abrasivas, de acordo com a abrasividade, da mais fina para a mais grossa e/ou da mais escura para a mais clara. O polimento e acabamento final deve ser realizado em uma outra sessão (24/48h após). Sequência de polimento e acabamento 1° ETAPA • Finalização do término da restauração; • Ajuste da anatomia; • Ajuste interproximal; • Ajuste de contornos; • Ajuste da oclusão. 2° ETAPA • Polimento com discos flexíveis; • Definir altura e largura; • Ajuste dos planos de inclinação; • Texturização. 3° ETAPA • Escovas de Robinson; • Discos de feltro; • Pasta de polimento. Polimerização Reação de polimerização 1) POLIMERIZAÇÃO QUÍMICA 2) POLIMERIZAÇÃO FÍSICA Uso de fotopolimerizador. 3) POLIMERIZAÇÂO DUAL UDMA e Bis-GMA: Moléculas que compõem a matriz orgânica. Alto peso molecular • Menor contração de polimerização; • Compósitos com UDMA e Bis-GMA: rígidos. MMA e TEGDMA : Controle da viscosidade - Molécula simples. Baixo peso molecular • MMA: Altamente reativo. Percentual de monômeros que têm suas ligações duplas (tipo C – C) rompidas, formando polímeros. Fotoiniciadores Canforoquinona - encontrada na maioria dos compósitos contemporâneos. Ela é excitada pela luz azul visível, com pico de absorção em torno de 470nm. Uma desvantagem da canforoquinona é a sua coloração amarela, o que inviabiliza seu emprego em resinas claras para dentes anteriores. Amina Orgânica Peróxido orgânico Amina Orgânica Peróxido orgânico Unidades de fotoativação 1. Luz ultravioleta. 2. Halógenas • Filamento de tungstênio; • Luz branca (380 - 760); • Super aquecimento. 3. LED’s • Luz azul (400 - 490 nm); • Geram menos calor; • Portátil. 4. Arco de plasma e lazer de argônio • Alta intensidade de luz; • Alto custo; • Polimerização rápida e profunda. Intensidade de luz Para que os compósitos fotoativados sejam polimerizados de forma adequada, e consequentemente, desfrutem de suas melhores propriedades físico - mecânicas, é essencial contar com uma unidade de fotoativação que ofereça intensidade de luz suficiente. A intensidade de luz é medida em miliwatts por centímetro quadrado. Como regra geral, quanto maior a intensidade de luz, melhor a polimerização e maior o grau de conversão. Fatores quem influenciam no grau de contração de polimerização: • Tipo de Matriz; • Comprimento das moléculas de monômeros. Contração de polimerização A reação de contração de polimerização é caracterizada pela aproximação das moléculas de monômero e, consequentemente, por uma redução do volume do material. Se essa reação for muito rápida pode ocasionar a formação de gaps o que favorece o aparecimento de: • Cárie Secundária; • Manchamento Marginal; • Sensibilidade pós-operatória. Estresse de polimerização O estresse de polimerização é um dos principais problemas dos compósitos em odontologia, com a contração de polimerização são geradas grandes tensões na interface entre os compósitos e o substrato dental. Nas situações em que tensões de contrações são altas e não rompem a união adesiva, é possível que as forças sejam transmitidas ao remanescente causando problemas como flexão de cúspides e sensibilidade pós oratória. Fator C Fator de configuração cavitária - Razão entre o número de superfícies aderidas pelo número de superfícies livres existentes em uma cavidade. Assim, a inserção de incrementos de até 2mm é importante para diminuir o estresse nas paredes, ou seja, menor contração de polimerização. Clareamento dental Ao longo da vida todo dente vai manchar ou escurecer, devido ao envelhecimento fisiológico do dente e também pelo aparecimento da dentina graças ao desgaste natural do esmalte. FATORES INTRÍNSECOS Substâncias cromogênicas depositadas durante afase de formação do dente. Pré-eruptivos - Fluorose. Pós-eruptivos: uso da tetraciclina. Trauma FATORES EXTRÍNSECOS Manchamentos adquiridos após a erupção ao longo da vida do indivíduo, resultado da alimentação pigmentada como café, vinho tinto, açaí. As moléculas de pigmento penetram na superfície do dente e aos poucos vai manchando a superfície, é o fator mais tratável. As técnicas de clareamento podem ser empregadas em dentes vitais e não-vitais e baseiam-se na aplicação de agentes químicos que por reação de oxidação removem pigmentos orgânicos dos dentes. Antes de realizar o clareamento é preciso realizar a remoção de pigmentos extrínsecos com o auxílio da escovação do dia a dia e profilaxia profissional periódica. Teoria dos cromóforos Os cromóforos são quebrados em moléculas mais simples e menores, que tendem a absorver menos luz, assim refletindo mais luz, faz com que o dente se torne mais claro. Processos transitórios - sensação de que o dente é mais branco, já que ele destrata o que reduz a densidade do mineral e reduz a translucidez do esmalte. A cor volta ao normal em 1 ou 2 semanas. Técnicas Clareamento caseiro supervisionado Técnica simples de fácil aplicação, que demanda pouco tempo de atendimento clínico, que inclui a moldagem do paciente e o uso de moldeira plástica, o que possibilita a aplicação do gel clareador em casa pelo paciente e supervisão do profissional. Seu uso não promove alterações em dentes, periodonto ou restaurações e pode ser usado em vários dentes ao mesmo tempo. Também inclui como vantagem o baixo custo do gel. Concentrações PERÓXIDO DE CARBAMIDA: 10% a 22%. PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO 1,5% a 9%. Vantagens • Técnica simples e fácil. • Tratamento estético altamente conservador. • Baixo custo. • Utiliza agentes clareadores com baixa concentração. • Não promove efeitos deletérios nos dentes e tecido moles. • Fácil aplicação. Limitações • Paciente não colaborador; • Dentes com mancha branca ou opacas; • Tempo mais longo; • Hipersensibilidade dental durante o tratamento; • Alergia; • Mulheres grávidas ou amamentando. PASSO A PASSO 1 - Profilaxia de todos os dentes; 2 - Registro de cor; 3 - Moldagem simples, com alginato, do arco superior e inferior; 4 - Confecção de moldeira; 5 - Corte da moldeira; • corte reto é mais fácil de fazer e corre menos risco de extravasamento do gel para a região gengival. 6 - Seleção do gel clareador; • A concentração a ser escolhida depende do grau de escurecimento e de sensibilidade. 7 - Orientações para o paciente; • Um pingo do gel na face vestibular da moldeira, encaixa-se a moldeira e vai utilizar durante 2 horas todos os dias; • Durante o uso do gel clareador, o paciente não deve comer, nem beber, deve evitar conversar e se movimentar para o gel não extravasar para a gengiva. 8 - Retorno semanal. Carvão ativado - Não há evidência da sua eficácia, além de apresentar alta abrasividade que pode agredir o esmalte e inativar o flúor. Clareamento de consultório Técnica que depende do profissional para sua execução e exige um tempo de atendimento clínico. O mais utilizado em consultório é o de 35%. Vantagens • Controle da técnica; • Controle dos locais de aplicação; • Menor tempo de tratamento; • Tratamento estético conservador. Limitações • Tempo clínico mais longo; • Precisa de barreira gengival; • Maior custo. PERÓXIDO DE CARBAMIDA - 35%; PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO - 35% a 38% . PASSO A PASSO 1 - Profilaxia de todos os dentes; 2 - Registro de cor; 3 - Afastamento labial; 4 - Barreira gengival com topdam; 5 - Preparo e mistura do agente clareador 6 - Tempo de ação e troca do agente clareador; • O clareador deve permanecer na superfície do dente por 15 min, após esse tempo remoção com o sugador. 7 - Aplicação do gel novamente - total 3X de 15minutos; 6. Remoção final. Perborato de sódio Usado para clareamento em dentes não vitais. O Pó que em contato com água forma o perborato. Indicação DENTES NÃO VITAIS Dentes com uma coloração amarelada ou escurecida; Dentes manchados ou escurecidos pela deposição de corantes provenientes da dieta, fumo e outros fatores; Manchamento moderado por tetraciclina.; Alteração de cor por traumatismo; Manchamento por Fluorose; Dentes com alteração intrínseca. Técnica associada Associa a técnica de clareamento de consultório, com o clareamento caseiro. A primeira sessão é no consultório e o restante do clareamento é realizado em casa com as moldeiras. A principal vantagem dessa técnica é que ela motiva o paciente, por ter um resultado rápido. Clareamento de consultório com laser não tem efetividade, estudos mostram que ao contrário do que se pensava, o laser não acelera nem melhora o resultado, apenas libera calor e pode aumentar a sensibilidade. Luz e cor Matiz Propriedade que distingue uma família de cor da outra através de termos como vermelho, rosa, roxo. É o nome da cor. Em odontologia é considerada a dimensão cromática menos importante, devido á pequena variação entre as matrizes dentais. Na escala Vitapan Classic é representada por A - Amarelo - amarronzado; B - Amarelo - alaranjado; C - Amarelo - acinzentado; D - Amarelo avermelhado. Croma É o grau de saturação, intensidade ou quantidade de pigmentos de um determinado matiz. Nos corpos translúcidos o croma é bastante influenciado pela espessura do material. Nos dentes naturais varia de um dente para o outro e entre uma região e outra do mesmo dente. Valor É a dimensão da cor mais difícil de ser identificada. Representa a capacidade de reflexão luminosa de um objeto. No extremo superior da escala de valores temos a cor BRANCA - a cor mais clara possível e no extremo inferior a cor PRETA - apresenta a menor luminosidade que uma cor pode apresentar. Translucidez Considerada por alguns autores a 4ª dimensão da cor. É a propriedade física de permitir que a luz passe através do material sem ser dispersado. TERÇO CERVICAL • Grande espessura de dentina e esmalte delgado.; • Croma alto; • Valor intermediário. TERÇO MÉDIO • Grande espessura de dentina e esmalte; • Baixa Translucidez; • Alto valor. TERÇO INCISAL • Grande espessura de esmalte e dentina delgada; • Alto valor. Opalescência Capacidade do esmalte de refletir ondas curtas e transmitir ondas longas do espectro visível. Fluorescência Capacidade de absorver luz ultravioleta, seguida da emissão de luz azulada. A dentina é mais fluorescente que o esmalte, devido ao seu maior conteúdo orgânico. DENTINA ↑ Saturação ↓ Translucidez ESMALTE ↑ Translucidez ↓ Saturação Protocolos em Dentística Protocolo de proteção pulpar Esse protocolo é realizado em casos quando acontece exposição da polpa de forma acidentalmente. 1. Anestesia; 2. Isolamento absoluto; 3. Remoção da dentina cariada; 4. Limpeza da cavidade pulpar; 5. Hemostasia com bolinha de algodão; 6. Hidróxido de cálcio P.A e o cimento de hidróxido de cálcio para recobrir o P.A; 7. Remoção do excesso de material das paredes laterais; 9. Aplicação de ionômero de vidro; 8. Restauração provisória. Protocolo de proteção Pulpar indireto 1. Exame Clínico e radiográfico; 2.. Anestesia; • É necessário para que o paciente fique mais confortável; 3. Isolamento absoluto; 4. Remoção da lesão de cárie; • Não é necessário remover a cárie até o “grito da dentina”, é preferível manter tecidocariado na parede de fundo (apenas na parede de fundo), do que expor a polpa, por ser mais complicado de tratar e devido a possibilidade de vira canal. 5. Proteção pulpar - Cimento de hidróxido de cálcio (inserir na parede de fundo); 6. Ionômero de vidro (inserir com centrix); 7. Aplicação do ácido fosfórico 37%; 8. Sistema adesivo; 9. Restauração em Resina Composta. Aplicador de Hidróxido de cálcio Protocolo de selante resinoso 1. Checar pontos de contato com um carbono; 2. Anestesia (apenas se necessário); 3. Isolamento - Isolamento absoluto; 4. Profilaxia, lavagem e secagem; • Pedra pomes - Escova de robson • OBS: Não usar a pasta profilática, pois elas contêm óleos na composição. 5. Condicionamento ácido; • Ácido fosfórico 37% (30s em esmalte / 15s em dentina) - Lava e seca; 6. Aplicação do selante; • É importante a aplicação com pincel para evitar bolhas. 7. Polimerização; 8. Aplicação de flúor; • Ajuda a remineralizar as áreas desmineralizadas. 9. Chegar oclusão; • O ajuste deve ser realizado com o auxílio de uma ponta diamantada de granulação fina e ultrafina. SELANTE RESINOSO Clinpro Sealite Durafill flow Ultra Seal XT Plus Prevent Concise Protocolo de selante com cimento de ionômero de vidro 1. Checar pontos de contato com um carbono; 2. Anestesia (apenas se necessário); 3. Profilaxia, lavagem e secagem; • Pedra pomes - Escova de robson • OBS: Não usar a pasta profilática, pois elas contêm óleos na composição. 4. Tratamento de superfície; • Ácido poliacrílico 10% 5. Aplicação do ionômero de vidro; • Auxílio com seringa Centrix, • Manipula o ionômero na placa de vidro e insere na ponta da seringa centrix. 6. Proteção superficial; • Proteção com vaselina, vernizes ou sistemas adesivos. 7. Checagem de oclusão; • O acabamento e polimento deverão ser realizados após 24h. CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO Ketac Molar Easy Ketac Fil Plus Bioglass R Protocolo de lesão cervical cariosa 1. Profilaxia; 2. Anestesia; 3. Isolamento; • Isolamento absoluto. OU • Isolamento relativo com fio retrator. 4. Remoção do tecido cariado; • Brocas esféricas • Curetas. • Bisel no esmalte. 5. Proteção do complexo dentinho pulpar; • Dependendo da profundidade e necessidade. 6. Aplicação de ácido Fosfórico 37%; 7. Aplicação do adesivo; 8. Inserção do material restaurador; • Resina composta 9. Acabamento e polimento; • Lâmina de bisturi nº 12; • Pontas diamantadas de granulação fina, extrafina; • Polimento com borrachas abrasivas ou discos. Protocolo de restauração na superfície proximal 1. Profilaxia; 2. Anestesia; 3. Seleção de cores; • Antes do isolamento para não ter distorção de cor. 4. Isolamento absoluto; 5. Remoção da lesão de cárie; • Ponta diamantada de acordo com o tamanho da lesão. • Cureta de dentina. 6. Bisel; Se a lesão acometer a vestibular deve ser feito o bisel. 7. Condicionamento com ácido Fosfórico; • Ácido fosfórico 37%; • Proteger o dente adjacente com fita teflon. (30s em esmalte / 15s em dentina). 8. Aplicação de adesivo; 9. Aplicação do material restaurador; • Resina composta. 10. Acabamento e polimento; • Tiras de lixas; • Discos abrasivos; • Após 24h o polimento deve ser feito. Protocolo de restauração com envolvimento do ângulo incisal 1. Profilaxia; 2. Anestesia; 3. Seleção de cores; • Antes do isolamento para não ter distorção de cor. 4. Isolamento absoluto; 5. Bisel; • Ajuda a mascarar a linha de união. 6. Aplicação de ácido fosfórico 37% ; • Envolver o dente adjacente com fita teflon. (30s em esmalte / 15s em dentina) 7. Aplicação do sistema adesivo; 8. Reconstrução com material de restauração. Várias técnicas podem ser empregadas, como: • Fita de poliéster - reconstrói pela palatina com resina de esmalte; • Confecção de um halo incisal (resina mais opaca); • Insere uma camada de dentina (com resina de dentina); • Finaliza com esmalte (resina de esmalte). OU • Técnica com guia pré confeccionada de silicone. 9 Acabamento e polimento; • Tiras de lixas; • Discos abrasivos; • Após 24h o polimento deve ser feito. Protocolo de Restauração em Classe I 1. Profilaxia; 2. Definir contatos oclusais; 3. Anestesia; 4. Seleção de cores; • Antes do isolamento para não ter distorção de cor. 5. Isolamento absoluto; 6. Remoção da lesão de cárie; • Ponta diamantada de acordo com o tamanho da lesão. • Cureta de dentina. 7. Condicionamento com ácido Fosfórico; • Ácido fosfórico 37%; 8. Aplicação de adesivo; 9. Aplicação do material restaurador; • Resina composta. • Incrementos de até 2mm (fator C); • Resina Bulk fill bem empregada nessa técnica. 10. Ajuste oclusal; • Com auxílio de um papel carbono, realizar as marcações e remover contatos indesejados. 11. Acabamento e polimento; • Tiras de lixas; • Discos abrasivos; • Após 24h o polimento deve ser feito. Protocolo de restauração em classe II 1. Profilaxia; 2. Definir contatos oclusais; 3. Anestesia; 4. Seleção de cores; • Antes do isolamento para não ter distorção de cor. 5. Isolamento absoluto; 6. Remoção da lesão de cárie; • Ponta diamantada de acordo com o tamanho da lesão. • Cureta de dentina. 7. Condicionamento com ácido Fosfórico; • Ácido fosfórico 37%; • Envolver o dente adjacente com fita teflon. (30s em esmalte / 15s em dentina) 8. Aplicação de adesivo; 9. Definição de contatos proximais; • Porta matriz de tloffemire. OU • Matriz e cunha. 10. Aplicação do material restaurador; • Resina composta. • Incrementos de até 2mm (fator C); • Resina Bulk fill bem empregada nessa técnica. 11. Ajuste oclusal; • Com auxílio de um papel carbono, realizar as marcações e remover contatos indesejados. 12. Acabamento e polimento; • Tiras de lixas; • Discos abrasivos; • Após 24h o polimento deve ser feito. REFERÊNCIA BLIBLIOGRÁFICA: Baratieri, L.N. et al. Odontologia Restauradora - Fundamentos e Técnicas. Sao Paulo: Livraria e Editora Santos, 2010. Vol. 1 e 2.; Baratieri, L. N.; Monteiro Jr, S. et al. Odontologia Restauradora: Fundamentos e Possibilidades. São Paulo: Ed. Santos/2 a . Edição, 2015; Conceição, E. N. et al. Dentística: Saúde e Estética. Porto Alegre: Ed. Artmed/2ª Edição, 2007.
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