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ALIMENTAÇÃO NA ADOLESCÊNCIA PROF. Ms. POLYANA MORAIS UNIVERSIDADE PAULISTA 2017 INTRODUÇÃO A adolescência – período entre 12 e 18 anos incompletos – é uma fase da vida em que ocorrem intensas mudanças. Os adolescentes estão crescendo e ocorrem transformações em suas dimensões físicas, no comportamento, na relação com o meio social; os jovens adquirem identidade própria e maturidade biológica. Todas essas mudanças influenciam na ocorrência de possíveis distúrbios nutricionais. Os adolescentes correspondem a cerca de 25% da população brasileira, representando um expressivo segmento em nosso país. INTRODUÇÃO Os termos puberdade e adolescência são, muitas vezes, usados erroneamente como sinônimos. Puberdade se refere, exclusivamente, aos eventos biológicos típicos desta fase, como a maturação sexual e o grande crescimento físico – o estirão da puberdade. Já adolescência, tem um significado mais amplo, refere-se a uma fase do ciclo da vida e, além deste conceito expressar as modificações corporais típicas da puberdade, inclui também as transformações psicossociais. INTRODUÇÃO Excetuando o primeiro ano de vida, a adolescência é a fase da vida na qual o indivíduo mais cresce. Este período de crescimento e desenvolvimento pode ser identificado por três fases distintas: A primeira com o inicio do estirão Seguida do pico máximo de crescimento Finalizada com a desaceleração do crescimento. Tais fases variam de acordo com o sexo, sendo mais precoce para eninas. INTRODUÇÃO Nos adolescentes, o apetite aumenta muito devido ao estirão do crescimento e às mudanças fisiológicas do corpo (aumento da massa óssea, muscular, sanguínea), que ocasionam aumento das necessidades nutricionais, tanto no aporte total de energia quanto de micronutrientes, como cálcio e ferro. Nesse período, ocorre 20% de ganho total em estatura e 50% da massa óssea da fase adulta. Tais mudanças no gasto energético, associadas ao aumento das necessidades nutricionais, tornam os adolescentes especialmente suscetíveis às desordens nutricionais. INTRODUÇÃO ‘E neste ciclo da vida que se estabelecem novos padrões de comportamento que determinarão tanto a saúde imediata quanto a longevidade dos jovens e de seus filhos. Os adolescentes adotam padrões dietéticos, em grande parte, influenciados pelos hábitos da família e do meio social, sejam na sua relação com amigos, escola, trabalho, assim como pelas mensagens da mídia. Valorização de um padrão de beleza que cultiva o corpo magro, comum entre meninas, o que leva `a grande índices de transtornos alimentares nessa fase. CONDUTA NUTRICIONAL Nesta fase de crescimento acelerado a relação energia/proteína deve ter especial atenção, para que a proteína consumida seja direcionada metabolicamente para a síntese de novos tecidos e não para fornecimento de energia. Em relação à necessidade de energia, a necessidade máxima coincide com o pico de velocidade máxima de crescimento (estirão). NECESSIDADE ENERGETICA Para estimar a necessidade energética usa-se as fórmulas da DRI (IOM< 2002/2005): NECESSIDADE ENERGETICA Sendo que os valores relativos ao nível de atividade física variam entre meninas e meninos, conforme quadros abaixo: PROTEÍNA A necessidade protéica é determinada pela quantidade necessária para manter o crescimento de novos tecidos, que durante a adolescência podem representar uma porção substancial da necessidade total. RDA para meninos de 14 a 18 anos = 0,85g/kg/dia de proteína ou 52g/dia de proteína RDA para meninas de 14 a 18 anos = 0,85g/ kg/dia de proteína ou 46g/dia de proteínas Recomendação – de 12 a 15 % do VCT CARBOIDRATOS A American Dietetic Association (ADA) recomenda, para a faixa etária de 3 a 18 anos, uma ingestão diária de fibras igual à idade + 5g. As fibras são importantes no cuidado de diversas situações nutricionais como constipação intestinal, obesidade, dislipidemia e diabetes. Incentivar o consumo de fibras o mais cedo possível pode diminuir esses tipos de alteração nutricional, bem como prevenir alguns cânceres. 55 A 60% do VET LIPIDEOS Para a população em geral de crianças e adolescentes, o National Cholesterol Education Program (NCEP) (1991), recomenda a adoção de padrões alimentares para atingir os seguintes critérios de gordura e colesterol: • ácidos graxos saturados – menos de 10% das calorias totais; • ácidos graxos poliinsaturados – até 7% das calorias totais; • ácidos graxos monoinsaturados – de 10 % a 15% das calorias totais; • gordura total – uma média de não mais de 30% das calorias totais; • colesterol da dieta – menos de 300mg dia. 30% do VET FERRO Na adolescência a necessidade de ferro aumenta para ambos os sexos, pelo rápido crescimento e pelo aumento da massa muscular, pelo volume sanguíneo e das enzimas respiratórias. Além disso, em especial no sexo feminino, há um aumento adicional com o evento da menarca, por causa da perda de ferro durante a menstruação. Adolescentes com baixo consumo de alimentos fontes de ferro e com baixo estoque de ferro no organismo devem ser suplementados. Estudos mostram que não há risco em indivíduos normais de desenvolvimento de uma sobrecarga de ferro pela absorção da dieta ,mesmo que esta seja acrescida de ferro. CÁLCIO Na adolescência acontece o aumento da retenção de cálcio para formação óssea. Esse é um período crítico de mineralização do osso, o que poderá influenciar futuramente no aparecimento de osteoporose. O período de 9 a 17 anos de idade parece ser crucial para a realização do pico de massa óssea. Vale a pena chamar a atenção do que há evidências de que o elevado consumo de refrigerantes por adolescentes está associado a baixa ingestão de cálcio devido à substituição do leite. Adolescentes que tomam muito refrigerante ingerem 20% menos cálcio do que aqueles que não consomem. Aliados a isso, tem os fatores que prejudicam a calcificação óssea, como o ácido fosfórico. Também vale ressaltar que bebidas que contenham cafeína aumentam a excreção de cálcio pela urina, tornando-se portanto, outro fator que contribui para prejuízo no balanço adequado de cálcio. VITAMINA A A vitamina A é necessária para o crescimento, diferenciação celular e proliferação celulares, reprodução e integridade do sistema imunológico, sendo o período da adolescência um período de especial importância devido à aceleração do crescimento. VITAMINA C A ingestão insuficiente de vitamina C é preocupante em adolescentes que realmente evitam o consumo de alimentos-fonte, além dos que fumam e/ou fazem uso de contraceptivos orais. ÁCIDO FÓLICO Estudos mostram que o folato atua no controle dos níveis plasmáticos de homocisteína, que está relacionada com doenças cardiovasculares. Estudos mostram também que a deficiência de folato na adolescência pode causar danos ao DNA, danos estes que estão associados a patologias como doença de Alzheimer, doença de Parkinson e alguns tipos de câncer.
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