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(Aula 07) Teste de Apercepção Temática

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04/05/2022
TAT
Teste de Apercepção Temática
O teste de apercepção temática
MURRAY, H.A. TAT: Teste de Apercepção Temática. 3.ed. São Paulo:
Casa do Psicólogo, 2005.
SILVA, M.C.V.M.; MONTAGNA, M.E. O teste de apercepção temática.
In: Atualizações em Métodos Projetivos para Avaliação Psicológica. São
Paulo: Casa do Psicólogo, 2011.
Histórico
• Autores: Henry Murray, Christiana Morgan (1935).
• Contexto:
– Pós-guerra: busca por recuperação dos traumas decor-
rentes do conflito.
– Psicologia:
• Possibilidade de explicação para irracionalidade observada
na “última de todas as guerras”;
• Busca de sentido após decepção de ideias do final do século
XIX e início do século XX.
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Histórico
• Henry Murray (bacharel em artes e médico):
– Interessado na obra de Freud e Jung;
– Estudou a imaginação e organização da personalidade
humana;
– Dedicou-se à composição de sistema compreensivo da
personalidade, observação e explanação de fatos
constitutivos da história da vida do ser humano;
– Colaboração constante de sua assistente (Morgan).
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Histórico
• Princípios:
– Frente a uma mesma situação vital, diferentes indiví-
duos apresentam diferentes experiências (pessoal);
– Forma de elaborar a experiência revela atitude e
estrutura do sujeito frente à realidade.
– Ideia:
• Expor indivíduo a situações sociais típicas através de senti-
mentos, imagens, ideias e lembranças.
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Histórico
• Escolha de material:
– Fotografias de pinturas em museus;
– Anúncios em revistas;
– Fotos de filmes de cinema e de outras fontes.
• Imagens posteriormente redesenhadas para apre-
sentar estilo uniforme.
– Resultado final:
• Situações dramáticas, de contornos imprecisos, impressão
difusa e tema inexplícito.
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Histórico
• Exposição ao material:
– Indivíduo identifica-se com uma personagem por ele
escolhida;
– Com total liberdade, comunica, por meio de história
completa, sua experiência perceptiva, mnêmica, imagi-
nativa e emocional.
– Identificação de relações que sugerem:
• Temor, desejos, dificuldades, necessidades, pressões, entre
outros.
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Material
• Baseado em duas premissas:
– Tendência humana:
• Interpretação de uma situação ambígua baseando-se em
experiências passadas e anseios presentes.
– Inclinação das pessoas que escrevem histórias:
• Utilização do acervo de suas experiências para expressão de
sentimentos e necessidades conscientes e inconscientes.
• Teste:
– Composto por 31 imagens de diferentes situações.
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Material
• Teste:
– A cada sujeito são aplicados 20 estímulos, perfazendo o
total de 20 histórias;
– Variação no grau de realismo:
• 10 primeiras mais estruturadas;
• 10 últimas menos estruturadas.
– Apresenta números ou números seguidos de uma ou
mais letras no verso.
• Ordem de apresentação e gênero.
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Material
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• Número, apenas
UniversalUniversal
• Número seguido de F
Para mulheresPara mulheres
• Número seguido de H
Para homensPara homens
• Número seguido de M
Para crianças do sexo feminino (menina)Para crianças do sexo feminino (menina)
• Número seguido de R
Para crianças do sexo masculino (rapaz)Para crianças do sexo masculino (rapaz)
Material
• Teste:
– Possibilidade de resultados sem imagens;
– Uso da figura:
• Eficaz para estimular a imaginação;
• Obriga o sujeito a lidar com situações clássicas da vida
humana;
• Vantagens próprias da padronização do instrumento (tarefa
quase completamente não estruturada).
– Figuras decorrentes da revisão de 1943.
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Material
• Caracterização:
– Maior validade das informações se a maioria das ima-
gens incluir uma pessoa do mesmo sexo do sujeito;
– Onze imagens apropriadas para ambos os sexos;
• Público:
– 14 a 40 anos, a fim de não criar grandes lacunas entre
idade de personagens e do sujeito;
– Utilização, em alguns casos, entre 7 a 14 anos, mas não
adequado para crianças.
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Administração
• Preparação do sujeito:
– Começar com tarefa menos exigente:
• Teste de aptidão, inteligência, Rorschach.
• Crianças respondem melhor após algumas sessões dedicadas
à expressão de fantasias.
• Ambiente:
– Caracterização de ambiente empático;
– Pode ser influenciado por mobiliário; sexo, idade,
atitudes e personalidade do psicólogo.
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Administração
• Instruções:
– Primeira sessão:
• Sentar-se em cadeira confortável ou reclinar-se em divã;
• Instruções lidas devagar:
– Forma A: adolescentes e adultos de grau médio de inte-
ligência e cultura:
– Forma B: aconselhável para crianças, adultos pouco
inteligentes ou de pouca instrução, bem como psicóticos.
• Palavras exatas podem ser modificadas para se
adaptar à idade e inteligência do indivíduo.
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Administração
• Instruções:
– Forma A:
– “Este é um teste de imaginação que é uma das formas da inteligência. Vou
mostrar algumas pranchas, uma de cada vez, e sua tarefa será inventar, para
cada uma delas, uma história com o máximo de ação possível. Conte-me o que
levou ao fato mostrado na prancha, descreva o que está acontecendo no
momento, o que as personagens estão sentindo e pensando. Conte depois como
termina a história. Procure expressar seus pensamentos conforme eles forem
ocorrendo em sua mente. Você compreendeu? Você tem 50 minutos para 10
pranchas, você pode utilizar cerca de 5 minutos para cada história. Aqui está
a primeira prancha”.
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Administração
• Instruções:
– Forma B:
– “Este é um teste para contar histórias. Eu tenho aqui algumas pranchas que
vou lhe mostrar. Quero que você faça uma história para cada uma delas.
Conte o que aconteceu antes e o que está acontecendo agora. Fale o que as
pessoas estão sentindo e pensando e como termina a história. Você pode fazer
o tipo de história que quiser. Compreendeu? Bem, então aqui está a primeira
prancha. Você tem 5 minutos para fazer uma história. Faça o melhor que
puder”.
– Jamais dizer que indivíduo pode usar livremente a
imaginação:
• Suspeita de uso, pelo psicólogo, da associação livre.
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Administração
• Instruções:
– Terminada a primeira história, sujeito deve ser discre-
tamente elogiado;
– Relembrar as instruções caso falhas sejam observadas;
– Ausência de comunicação por parte do psicólogo,
exceto em casos de:
• Tempo atrasado ou adiantado;
• Estimulação a partir de elogio;
• Omissão de detalhe fundamental ou interrupção de história
demasiado longa e inconsistente.
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Administração
• Instruções:
– Perguntas sobre detalhes pouco claros:
• Podem ser o que você quiser.
– Presença de vários enredos:
• Solicitar que aplique esforços em uma única história mais
longa.
– Histórias possuem média de trezentas palavras:
• Gravação ou anotação literal.
– Marcar data de segunda sessão sem informar que
contará novas histórias.
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Administração
• Instruções:
– Segunda sessão:
• Intervalo de pelo menos um dia e mesma instrução anterior:
• Prancha em branco:
– “Veja o que você pode ver nessa prancha em branco. Imagine
alguma cena aí e descreva-a em detalhe”.
– “Feche os olhos e imagine alguma coisa”. “Agora me conte uma
história sobre isso”.
– Terceira sessão:
• Entrevista:
– Recordar histórias e fazer perguntas.
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Fundamentação Teórica
• Aproximação:
– Psicanálise de Freud:
• Histórias equivaleriam aos sonhos que paciente narra ao
terapeuta;
• Conjunto de histórias como psicoterapia de menor custo e
duração.
– Admiração da teoria da libido:
• Vista como excessivamente restrita e limitada;
• Desenvolvimento da personologia:
–Teoria motivacional e afinada com humanismo.
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Personologia
• Definição:
– Considera o indivíduo naquilo que tem de mais próprio
na relação consigo e com o mundo.
• Conceitos principais:
– Necessidade:
• Força, no cérebro, que organiza percepção, apercepção,
intelecção, conação e ação.
• Conduz situação insatisfatória (tensão) à direção satisfatória
(equilíbrio).
– Produzida por forças externas e internas e acompanhada de emoção.
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Personologia
• Conceitos principais:
– Pressão:
• Determinantes do meio externo
que podem facilitar ou impedir a
satisfação da necessidade;
• Representa a forma como indi-
víduo vê ou projeta o seu meio.
• Influência:
– Bioquímica e homeostase.
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Personologia
• Personalidade:
– Localizada no cérebro;
– Não estática:
• Estável e duradoura.
– Agente organizador do indivíduo
(conceito próximo às FE).
– Concordância com:
• Conteúdo manifesto e latente;
• Associação livre.
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Estratégias de Interpretação
• Condução:
– Identificação de necessidades e pressões percebidas
pelo sujeito;
– Descobrir direção das atividades do indivíduo, sejam
mentais, verbais ou físicas.
– Busca por identificação de padrões:
• Resposta por si mesma não permite inferência;
• Baseada na análise de conteúdo.
– Observar qualidade da produção e controle do indiví-
duo (psicanálise ou cognitivismo).
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Estratégias de Interpretação
• Esquema necessidade-pressão de Murray:
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Necessidade
• Segurança
• Realização
• Agressividade
• Autonomia
• Criação
Pressão
• Afiliação
• Dominância
• Passividade
• Perda
• Danos físicos
Estratégias de Interpretação
• Levantamento:
– Necessidades e forças do ambiente que o pressionam;
– Atribuição de hierarquia entre necessidades.
– Esquemas resultantes:
• Quantitativos;
• Auxiliados por formulário de registro de impressões clínicas
gerais.
– Método pouco popular, trabalhoso e difícil de aprender;
– Revisão de Leopold Bellak apoiada por Murray.
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Estratégias de Interpretação
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Necessidade 
- conflito
• Necessidades que se opõem;
• Satisfação de uma implica em não atender a outra.
Necessidade 
- subsídio
• Necessidade constitui meio de satisfação de outras.
Necessidade 
- fusão
• Necessidades que podem ser satisfeitas pela mesma ação.
Estratégias de Interpretação
• Leopold Bellak:
– Utilização do conceito de apercepção (objetiva e
subjetiva);
– Compreendidas como distorção aperceptiva (subjetiva);
– Conceitos diversos, tais como de sensibilização:
• Hipótese subjacente:
– Um objeto que se encaixa num padrão já estabelecido é percebido
com mais facilidade do que um que não se encaixe.
– Organização estrutural do teste associada às funções do
ego e interpretação de conteúdo da narrativa.
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Análise de conteúdo
• Conteúdo:
– Tudo aquilo que não é estruturação da narrativa:
• Temas da história, enredo, personagens, contexto, relações,
tensões e movimento.
– Emergência de apercepção e distorções aperceptivas.
– Decodificação de sistema de crenças do indivíduo:
• Motivos subjacentes levam ao tema e impulsionam resposta.
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Funções do ego
• Modelo psicanalítico de Bellak:
– Ênfase:
• Capacidade do indivíduo de compor narrativa com começo,
meio e fim, a qual seja compatível com estímulo apresentado;
– Necessidade de adaptação à tarefa:
• Organização da tarefa x controle de ansiedade.
– Quanto maior a organização, maior possibilidade de interpretar
estímulos de forma pessoal.
– Quanto maior a desorganização, maior distorção aperceptiva será
identificada na narrativa.
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Funções do ego
– Teste de realidade;
– Julgamento;
– Senso de realidade de si e do mundo;
– Controle de impulsos e afetos;
– Relações objetais ou interpessoais;
– Processos ideacionais;
– Reações adaptativas a serviço do ego;
– Eficiência das defesas;
– Barreira contra estímulos;
– Funcionamento autônomo;
– Funcionamento sintético-integrativo;
– Domínio – competência.
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Pesquisas brasileiras
• Críticas:
– Aspecto antiquado levaria a respostas estereotipadas;
• Classificação dos cartões em antigo, moderno ou indefinido.
– Avaliação:
• Grau de ambiguidade, nível de projeção ou tônus emocional.
– Conclusão:
• Temporalidade não influencia significativamente tais carac-
terísticas do TAT;
• Não há vantagem em atualizar o teste;
• Material existente já estabelecido.
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