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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ 
COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA 
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5° VARA DA FAZENDA PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 Autos n° 0003014-50.2022.8.16.0179 
 
 
 DECISÃO LIMINAR 
 
 
 1. Trata-se de AÇÃO CIVIL PÚBLICA para Anulação de Contrato 
Administrativo c/c Obrigação de Fazer, com pedido liminar, movida pelo Ministério 
Público do Estado do Paraná contra o Estado do Paraná e New Life Gestão Prisional 
Ltda., sob o argumento, em síntese, de que o primeiro réu estaria contratando 
funcionários terceirizados da segunda ré para o desempenho de atividades inerentes ao 
cargo de Policial Penal, criado pela EC n° 104/2019, regulamentado pela LC Estadual n° 
245/2022. 
 Para tanto, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná firmou o 
Contrato n° 0467/2022 - GMS n°1970/2022, cujo objeto é a "Prestação de Serviços de 
Monitores de Ressocialização Prisional, com fornecimento de uniformes e EPl's para 
atendimento as unidades penais do Departamento Penitenciário". Referida avença prevê 
a contratação de 1.657 pessoas para o desempenho de funções em 127 unidades do 
Departamento Penitenciário no período de 6 meses (20/07/2022 até 16/01/2023), o qual foi 
celebrado com dispensa de licitação (Protocolo 18.866.446-6)1, sob o argumento da 
urgência em razão do encerramento dos contratos relativos aos servidores temporários 
do Departamento Penitenciário e a fim de dar atendimento ao TAC/TAG firmado com o 
Ministério Público do Estado do Paraná e com o TCE/PR, que determinou a adoção de 
medidas para o provimento de vagas de servidores efetivos. 
 Informou que em 07 de julho de 2022 foi emitida a nota de empenho 
22009981, no valor de R$ 97.557.687,12 (noventa e sete milhões, quinhentos e cinquenta 
e sete mil, seiscentos e oitenta e sete reais e doze centavos) em favor da empresa New Life 
Gestão Prisional Ltda. 
 Alegou que a contratação em caráter emergencial violou o Termo de 
Ajustamento de Conduta e Ajustamento de Gestão realizado com o autor e o TCE/PR, o 
qual exigia o encerramento das contratações temporárias, principalmente após o 
julgamento do IRDR n° 0005717- 38.2015.8.16.0004 – OE. 
 Sustentou que a celebração do contrato desrespeitou o TAC/TAG – 
celebrado há 3 anos, pois contratou agentes temporariamente para funções típicas de 
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PROJUDI - Processo: 0003014-50.2022.8.16.0179 - Ref. mov. 22.1 - Assinado digitalmente por Diele Denardin Zydek:15300
07/11/2022: NÃO CONCEDIDA A MEDIDA LIMINAR. Arq: Decisão
 
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Estado ou muito semelhantes às da carreira de polícia penal, cujo custo ao Estado é muito 
maior, causando prejuízo de aproximadamente R$175.699.212,87 (cento e setenta e cinco 
milhões, seiscentos e noventa e nove mil, duzentos e doze reais e oitenta e sete centavos) 
ao erário estadual, conforme o seguinte quadro comparativo: 
 
 
 
 Consignou que a SESP informou que são efetivamente repassados aos 
monitores diurnos o montante de R$ 3.241,36 (2.840,55 de remuneração + 400,81 de 
benefícios) e aos monitores noturnos R$3.840,16 (3.409,86 de remuneração + 430,30 a 
título de benefícios). Concluiu pela existência de superfaturamento, uma vez que que são 
repassados à empresa R$ 23.891,36, por monitor sendo que o profissional melhor 
remunerado (noturno) recebe somente R$ 3.840,16 (16,07% do montante mensal 
individual), ou seja, a empresa contratada em bolsa valor superior a R$ 20.051,20 por 
agente prisional (83,93% do montante mensal individual), o que corresponde à cerca de 
R$ 33.224.838,40 mensais e após os 6 meses previstos no contrato, o montante de R$ 
199.349.030,40 (cento e noventa e nove milhões, trezentos e quarenta e nove mil, trinta 
reais e quarenta centavos). 
 Requereu a concessão de liminar para a suspensão do contrato n° 
0467/2022 – GMS n° 1970/2022 celebrado entre as partes, ordenando-se para que não seja 
realizado quaisquer tipos de pagamentos em razão deste contrato, bem como para o 
bloqueio de R$ 97.557.687,12 (noventa e sete milhões, quinhentos e cinquenta e sete mil, 
seiscentos e oitenta e sete reais e doze centavos) da conta 23421/4, Banco/Agência 
001/4500-4, de titularidade da empresa New Live Gestão Prisional, referente aos valores 
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repassados à mencionada empresa em razão do contrato 0467/2022 - GMS nO1970/2022, 
conforme nota de empenho 22009981, bem como a determinação para realização de 
concurso público em 90 dias. Pugnou, ainda, pela realização de conciliação. 
 Determinada a oitiva do Estado do Paraná, este se manifestou no mov. 
18.1, aduzindo que não estão presentes os requisitos da tutela de urgência, pois não há 
TAC/TAG vigente, pois este não foi firmado por todas as partes conforme exigência da 
Resolução n° 59/2017 do TCE, além de não ter sido publicado na imprensa oficial e 
tampouco apreciado pelo Conselho Superior do Ministério Público, consoante o disposto 
na Resolução n° 01/2017, art. 5°, §5°. Prosseguiu alegando que o argumento de que a 
dispensa de licitação teria sido motivada pela necessidade de cumprimento das 
obrigações previstas no TAC/TAG não procede. 
 Esclareceu que após a Decretação da Pandemia causada pelo 
Coronavírus pela OMS, além da alteração do texto constitucional pela EC n° 104/2019 que 
previu a carreira de policial penal, o Governador do Estado requereu o arquivamento do 
TAC/TAG a fim de ajustar-se à nova realidade financeira e legislativa. 
 Sustentou a inocorrência de superfaturamento, indicando que o autor 
efetuou o cálculo partindo de premissas equivocadas, pois a contratação ocorreu para 
postos de serviços na jornada de trabalho 12x36, assim, não são 1.627 pessoas 
contratadas, mas sim, no mínimo 3.314. Isto porque para cada posto de serviço são 
necessárias ao menos duas pessoas. Ademais, afirma que o cálculo apresentado pelo 
Parquet considerou apenas o valor da remuneração bruta do cargo de Policial Penal, sem 
acrescentar encargos sociais, férias, treinamentos, aposentadoria, etc. Com tais 
acréscim0s ao cálculo, tem-se o custo efetivo mensal aos cofres públicos de, no mínimo 
R$ 8.121,56 (oito mil, cento e vinte e um reais e cinquenta e seis centavos) por servidor. 
 Pelo cálculo apresentadopelo réu, o custo de cada trabalhador 
terceirado seria de R$ 11.945,68 (onze mil, novecentos e quarenta e cinco mil, sessenta e 
oito centavos). 
 Juntou quadro comparativo seguindo cálculos com os custos reais tais 
como afastamentos para mandato eletivo, exercício sindical, licenças, faltas, remoções, 
aposentadorias, entre outras situações que o Estado está sujeito quando há contratação 
de mão-de-obra eminentemente pública, bem como os custos relacionados à promoção 
dos Policiais Penais. Além disso, considerou a jornada de revezamento do Policial Penal, a 
qual necessita de 6 Policiais Penais por posto de serviço (Decreto n° 8.572/2010), 
diferentemente da jornada de revezamento do Monitor de ressocialização prisional. 
 
 
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PROJUDI - Processo: 0003014-50.2022.8.16.0179 - Ref. mov. 22.1 - Assinado digitalmente por Diele Denardin Zydek:15300
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 Defende, portanto, a inexistência de superfaturamento. 
 Quanto à ilicitude do objeto do contrato, sustentou que em razão da 
alteração legislativa, não há identidade entre as atividades do Policial Penal e do Monitor 
de Ressocialização Prisional. Considerou que, devido à superveniência da EC n° 104/2019 
e EC Estadual n° 50/2021 e LC Estadual n° 245/2022, compete aos Policiais Penais a 
segurança/garantia dos estabelecimentos penais, importando em uma diferenciação 
significativa entre as atividades do policial penal e aquela do agente penitenciário, sendo 
então permitida a contratação de mão-de-obra terceirizada pala a realização de atividades 
acessórias, instrumentais ou complementares. Esclareceu que nenhuma atividade de 
segurança dos presídios foi delegada aos Monitores por meio do Contrato e que referida 
contratação está em consonância com o previsto nos arts. 83-A e 83-B da Le n° 7.210/84. 
 Prosseguiu explicando que não há relação de subordinação do Monitor 
ao Policial Penal, mas sim apenas situação de fiscalização contratual e supervisão de 
serviços. Sobre a alegação de violação ao princípio constitucional do concurso público, diz 
que demonstrou que as atribuições dos Monitores de ressocialização são diversas das dos 
Policiais Penais e não invadem o campo da indelegabilidade. 
 Contestou, ainda, a alegação de eventual burla ao limite de gastos com 
despesa de pessoal previsto na LC n° 101/2000, pois conforme consulta ao TCE/PR este 
entendeu que não incide o art. 18 da LC n° 101/2000 em contratações terceirizadas como 
a presente. 
 Por fim, sustentou que não cabe ao Poder Judiciário interferir nas 
políticas públicas de competência do Poder Executivo, ante o contido no art. 2° da CF, 
além da ausência de perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo e ainda a 
existência de perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão (periculum in mora reverso), 
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pois em caso de suspensão do contrato haveria a interrupção do funcionamento de 
inúmeras unidades prisionais no Estado, pois a solução sugerida pelo Parquet de utilização 
das forças de segurança para a manutenção do funcionamento dos presídios demandaria, 
além do ilegal desvio de função, grande contingente de Policiais Militares e Civis nas 
unidades prisionais, colocando em risco a segurança pública em todas as regiões do 
Paraná. 
 Requereu a tramitação do feito sob segredo de justiça porque afeta a 
prestação de serviços em diversas unidades prisionais, além do indeferimento da tutela de 
urgência. 
 No mov. 20.1 o SINDICATO DOS POLICIAIS PENAIS DO ESTADO DO 
PARANÁ – SINDARSPEN requereu habilitação no feito como assistente simples. 
 É o relatório. Decido. 
 
2. Nos termos do art. 12, da Lei nº 7.34785, para concessão da liminar, 
impõe-se análise dos pressupostos do periculum in mora e do fumus boni juris. 
No caso em tela não estão presentes os requisitos necessários para a 
concessão da liminar. 
No que tange à probabilidade do direito (fumus boni iuris), não há 
comprovação do alegado neste momento inicial, senão vejamos. 
 A ação está fundada, em apertada síntese, nas seguintes alegações: a) 
violação ao TAC/TAG celebrado entre as partes; b) burla à contratação por concurso 
público; c) contratação de agentes temporários para funções típicas de Policial Penal; d) 
delegação de atividade-fim; e) superfaturamento e lesão ao erário. 
 Inicialmente, no que tange ao descumprimento, pelo réu, ao TAC/TAG, 
verifica-se que este não está vigente, pois o documento juntado pelo próprio autor no 
mov. 1.7, p. 18, demonstra a perda de objeto da avença: 
 
 Sobre as alegações de burla ao preenchimento de cargos efetivos cujo 
provimento se dá por concurso público pela contratação temporária, via terceirização, 
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delegação de atividade-fim com contratação de agentes temporários para funções típicas 
de Policial Penal, tais constatações não se verificam em análise superficial que a etapa 
processual comporta, pois, tendo em vista as recentes alterações constitucionais - EC n° 
104/2019 e EC Estadual n°50/2021 -, regulamentadas pela LC Estadual n° 245/2022, há 
espaço para a distinção de agentes públicos – Policiais Penais – que realizam a atividade-
fim do Estado, qual seja, a segurança pública, daqueles que poderão realizar serviços 
assessórios e instrumentais. 
 Neste ponto há que atentar para a alegação do Ministério Público de que 
as atividades realizadas por ambos seriam idênticas ou muito semelhantes. Pois bem. Em 
uma análise do quadro apresentado réu no mov.18.7,p. 30/31 e 34/43, constata-se que, 
aparentemente, as atividades são diversas, notadamente porque não consta como 
atribuição do Monitor de Ressocialização a garantia da segurança do presídio, tanto que 
lhe é vedado o porte de arma de fogo. 
 Ademais, em algumas das análises da correlação das funções o 
Ministério Público entendeu como similares atividades nitidamente diversas, como por 
exemplo: 
 
 
 
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Relativamente à alegada subordinação do Monitor de Ressocialização ao 
Policial Penal entendo que não se verificou, pois a necessidade de aquele reportar ao 
Policial Penal eventual verificação de irregularidade para que este realize sua função de 
garantia da segurança do estabelecimento prisional não caracteriza subordinação. 
Ademais, caso se constate negligência no cumprimento das atividades pelo Monitor 
caberá à contratada e não ao Policial Penal a substituição do funcionário. 
Desta forma, não há como afirmar inicialmente a probabilidade do 
direito no que tange à burla ao princípio do concurso público e à delegação de atividade-
fim, típica de Policial Penal, pelo Estado do Paraná. 
 No que tange à alegação de superfaturamento, após a manifestação 
prévia do Estado do Paraná, denota-se que o cálculo efetuado pelo Parquet na inicial partiu 
de premissas equivocadas, pois considerou o número indicado no contrato como “posto 
de trabalho” equivalente a “uma pessoa”, quando na verdade se trata de unidade de 
prestação de serviço que, no caso, demanda no mínimo dois trabalhadores, visto que se 
obedece à jornada de trabalho de 12x36 horas. Logo, apenas por este equívoco o valor por 
trabalhador indicado na inicial reduz-se pela metade. 
 Além disso, o cálculo comparativo deve ser realizado tomando-se por 
base todas as despesas que envolvem um servidor e não apenas sua remuneração bruta, 
como o fez o Promotor de Justiça. A necessidade de zelar pela probidade e cuidado com 
as contas públicas dever da administração pública, todavia para a imputação de 
superfaturament0 como a realizada pelo Ministério Pública, é imprescindível que haja 
transparência e equivalência de parâmetros para que a conclusão seja precisa e justa. 
 Assim sendo, apenas a dilação probatória poderá constatar se o contrato 
ora impugnado foi superfaturado. Por isto, também não está presente a probabilidade do 
direito em relação a esta alegação. 
 Por fim, imprescindível a constatação do periculum in mora reverso, visto 
que eventual suspensão contratual pretendida pelo Ministério Público ensejaria a 
necessidade – para evitar o colapso da execução penal no Estado – um contingente de 
mais de 3.000 Policiais Militares e Civis para suprir a demanda nas unidades prisionais, em 
total prejuízo à segurança pública, além da flagrante ilegalidade consistente no desvio de 
função. 
 Por estes motivos, INDEFIRO A LIMINAR pretendida. 
 
2. Considerando que o Ministério Público requereu a designação de 
audiência de conciliação, designo-a para o dia 07/12/2022, às 14 horas, na modalidade 
presencial. 
 
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PROJUDI - Processo: 0003014-50.2022.8.16.0179 - Ref. mov. 22.1 - Assinado digitalmente por Diele Denardin Zydek:15300
07/11/2022: NÃO CONCEDIDA A MEDIDA LIMINAR. Arq: Decisão
 
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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ 
COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA 
F O R O C E N T R A L 
5° VARA DA FAZENDA PÚBLICA 
 
 
3. Sem prejuízo da designação da audiência, citem-se os réus para, 
querendo, oferecerem resposta no prazo legal, com a advertência do artigo 344, do Código 
de Processo Civil. 
 
4. Indefiro a atribuição de segredo de justiça, porque não verifico que a 
discussão do contrato tenha o condão de afetar a segurança nas unidades prisionais, 
tampouco constam dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade. 
 
5. Sobre o pedido de habilitação de mov. 20.1, manifestem-se as partes. 
 
6. Cumpra-se a Portaria 0001/2020 das Varas da Fazenda Pública do Foro 
Central da Comarca Região Metropolitana de Curitiba. 
 
Intimações e diligências necessárias. 
 
Curitiba, 7 de novembro de 2022. 
 
 
Diele Denardin Zydek 
Juíza de Direito Substituta 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PROJUDI - Processo: 0003014-50.2022.8.16.0179 - Ref. mov. 22.1 - Assinado digitalmente por Diele Denardin Zydek:15300
07/11/2022: NÃO CONCEDIDA A MEDIDA LIMINAR. Arq: Decisão