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Profa. Dra. Renata Dias UNIDADE I Noções de Nutrição e Dietética Nutrição é a combinação de processos através dos quais o organismo recebe e utiliza os elementos necessários para a obtenção de energia, a manutenção de suas funções físicas, biológicas e mentais, e o desenvolvimento e a regeneração dos tecidos. As fases da nutrição são: Fase da alimentação: compreende a escolha, a preparação e o consumo direto – conotação direta com as necessidades biopsicossociais e econômicas do indivíduo; Fase da digestão, da absorção e do metabolismo: inicia-se a partir da ingestão dos alimentos até o momento em que o organismo utiliza os seus componentes para a manutenção e/ou recuperação da saúde; Fase de excreção: compreende a eliminação de parte dos componentes alimentares utilizados e dos não utilizados. Conceitos básicos da Ciência da Alimentação e Nutrição Os alimentos são substâncias naturais com características organolépticas que podem ser percebidas pelos sentidos (visão, olfato, paladar, audição e tato) e, quando introduzidos no organismo, visam promover o crescimento, a reparação dos tecidos, a produção de energia e o equilíbrio das diversas funções orgânicas. A alimentação exerce grande influência nos indivíduos, pois garante a eles exercer as suas funções orgânicas plenas, como: saúde; trabalho; estudo; diversão; aparência e longevidade. Cuidar da alimentação é se preocupar com a necessidade básica do ser humano, de extrema importância para a sua vida. Alimentação X nutrição Alimentos: são substâncias naturais dotadas de certas qualidades sensoriais que excitam o nosso apetite e encerram uma variedade de nutrientes segundo a sua composição química, tais como: carnes, ovos, leite, grãos, frutas etc. Fome: a sensação de fome está associada às diversas sensações objetivas, como: contrações rítmicas do estômago e inquietação, que fazem com que o indivíduo procure o suprimento adequado de alimentos. Isso ocorre após várias horas sem alimento. Apetite: refere-se ao desejo por um tipo particular de alimento e mostra-se útil para ajudar o indivíduo a escolher a qualidade dos alimentos que irá ingerir. Saciedade: é a sensação de satisfação e resulta, de forma geral, de uma refeição plena. Conceitos em alimentação O sistema de controle de ingestão de alimentos é centrado no hipotálamo e no tronco cerebral, os quais possuem conexões neuronais recíprocas. Especificamente dois grupos de neurônios do núcleo arqueado do hipotálamo parecem ser cruciais: neurônios orexígenos (ligados ao estímulo do apetite), submetidos à ação da grelina, e os neurônios anorexígenos (relacionados à saciedade), os quais sofrem influência da leptina. Controle na ingestão de alimentos A grelina, conhecida como “hormônio da fome”, é produzida nas células do estômago e na porção superior do intestino. Sua principal função é aumentar a secreção do hormônio do crescimento (GH), e ela tem influência sobre a função endócrina. Estimula o apetite, como um lembrete de que está na hora de comer; dessa forma, exerce uma influência na ingestão energética a curto prazo. Grelina Conhecida como o “hormônio da obesidade”, a leptina é o hormônio responsável pelo controle da ingestão alimentar. Sua ação promove a redução do consumo de alimentos e aumenta o gasto energético, além de regular a função neuroendócrina, e o metabolismo de glicose e de gorduras, sendo, portanto, responsável pela sensação de saciedade. Leptina São substâncias presentes nos alimentos que nosso corpo precisa para obter a energia e o material necessário, para a manutenção e síntese de novos tecidos do organismo, ou, ainda, apresentar as propriedades funcionais oferecendo um impacto sobre a saúde, e a performance física ou mental do indivíduo (PALERMO, 2014, p. 13). Esses nutrientes são: proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas, sais minerais, água e fibras. Os nutrientes são classificados em macronutrientes e micronutrientes. Nutrientes dos alimentos Os carboidratos (CHO), conhecidos também como glicídios, constituem a principal fonte de energia para o homem na maior parte das regiões do mundo. O processo de quebra da molécula de carboidrato para a produção de energia ou para a produção de moléculas menores de CHO é denominado de hidrólise. Os alimentos ricos em carboidratos são denominados de alimentos energéticos. Carboidratos São classificados em três grupos: Monossacarídeos (simples): não necessitam sofrer a transformação para serem absorvidos, p.e. glicose, frutose e galactose; Dissacarídeos (complexos): formados por 2 monossacarídeos, p.e. lactose, maltose e sacarose; Polissacarídeos (complexos): são carboidratos complexos e podem ser digeríveis ou não digeríveis, tais como: amido, glicogênio e fibras alimentares. Classificação dos carboidratos Na boca: digestão mecânica e química (bolo alimentar atinge o estômago). No estômago: amilase salivar perde a sua ação devido ao pH ácido desse órgão e bolo alimentar misturado ao suco gástrico passa a ser chamado de quimo. No intestino delgado: quimo com as secreções provenientes do pâncreas, do fígado e do próprio intestino delgado, permite maior parte da digestão dos CHO. No duodeno ocorre a maior parte da absorção. Os produtos de excreção são armazenados no intestino grosso temporariamente, sendo excretados pelo reto e pelo ânus através do processo conhecido como defecação. Digestão dos carboidratos O processo de quebra da molécula de carboidrato para a produção de energia ou para a produção de moléculas menores de carboidratos é denominado de hidrólise. Digestão dos carboidratos São cereais (arroz, trigo, milho, centeio e os seus produtos), leguminosas (feijões, ervilha, lentilha, grão-de-bico, soja e amendoim), além das hortaliças e frutas. As hortaliças são divididas nos seguintes grupos: Grupo A (5% de CHO). Exemplos: abobrinha, acelga, agrião, berinjela, alface, couve, espinafre, pepino, repolho etc.; Grupo B (10% de CHO). Exemplos: abóbora, beterraba, cenoura, chuchu, quiabo, vagem etc.; Grupo C (20% de CHO). Exemplos: batata, mandioquinha, batata-doce, cará, inhame, mandioca etc. Fontes alimentares de carboidratos As frutas também possuem uma divisão por grupo: Grupo A (5% a 10% de CHO). Exemplos: caju, carambola, melancia, melão, goiaba, abacaxi, laranja, limão, maracujá, pêssego, abacate (contém 19% de gordura); Grupo B (15% a 20% de CHO). Exemplos: ameixa, amora, cereja, damasco, figo, framboesa, maçã, mamão, manga, pera, banana, caqui, uva. Fontes alimentares de carboidratos Determinado evento da prefeitura de São Paulo promoveu, em um final de semana, o oferecimento de hot dog (salsicha, pão e ketchup) para a população que participou do evento de forma gratuita e abundante. Com base nos seus conhecimentos adquiridos até o momento, reflita sobre os conceitos de nutrir e alimentar no evento em questão. Interatividade Determinado evento da prefeitura de São Paulo promoveu, em um final de semana, o oferecimento de hot dog (salsicha, pão e ketchup) para a população que participou do evento de forma gratuita e abundante. Com base nos seus conhecimentos adquiridos até o momento, reflita sobre os conceitos de nutrir e alimentar no evento em questão. Tal evento, que ofereceu de forma abundante esse tipo de alimentação, permitiu alimentar a população envolvida sem, no entanto, promover a nutrição, pois, nesse tipo de alimentação, não está presente os macro e micronutrientes em quantidade suficiente para a manutenção das atividades biológicas diárias de um indivíduo. Resposta A principal função dos carboidratos consiste em ser uma fonte energética (4 kcal/g) na forma de glicose. O carboidrato é a única fonte de energia aceita pelo cérebro, importante para o bom funcionamento do sistema nervoso.Função dos carboidratos Quanto às outras funções, temos: a celulose auxilia na eliminação do trato intestinal e a lactose facilita a absorção do cálcio, e tem ação laxativa por servir como a fonte de fermentação de bactérias no intestino. As recomendações de CHO incluem entre 55% e 75% do valor energético total (VET), 10% de carboidratos simples e a priorização do consumo de carboidrato complexo (40 a 50%). A ingestão dietética recomendada (RDA) de carboidratos, na faixa etária entre 14 a 70 anos para ambos os sexos, é de 130 g/dia. Função dos carboidratos Lipídios incluem todas as substâncias insolúveis em água que podem ser extraídas de um material biológico com os solventes orgânicos. Os lipídios são formados por: carbono, hidrogênio e oxigênio (C, H e O). Os triglicerídeos constituem cerca de 95% dos lipídios da dieta. Eles são considerados gorduras neutras, por serem constituídas por 1 mol glicerol e 3 ésteres de ácidos graxos, e formam 95% da gordura corporal. Lipídios Os ácidos graxos podem ser classificados em: Saturados: contêm, somente, as ligações simples entre os átomos de carbonos, sendo as principais fontes alimentares: – origem animal: carne, leite e ovo; – origem vegetal: óleo de coco e óleo de palma; Insaturados: são, em sua maioria, de origem vegetal e contêm uma ou mais duplas ligações entre os átomos de carbono, que pode ser uma dupla ligação chamada de monoinsaturada (ômega 9), e duas ou mais duplas ligações chamadas de poli-insaturadas (ômega 3 e 6). Lipídios Os ácidos graxos essenciais são aqueles que não são sintetizados. No organismo humano, precisam ser fornecidos pela dieta, para evitar os sintomas de deficiência. Exemplos: ômega 6 (ácido linoleico) e ômega 3 (ácido alfa-linolênico). Os ácidos graxos ômega 3 e 6 desempenham funções importantes, pois são componentes celulares (fluidez e funções das membranas). Os sinais e os sintomas clínicos de sua deficiência incluem: dermatite seborreica, queda de cabelo, despigmentação, entre outros. Lipídios Os lipídios podem ser classificados como: Lipídios simples: são compostos que, por hidrólise total, dão origem aos ácidos graxos e álcoois; exemplo: TGC; Lipídios compostos: são compostos que têm outros componentes na molécula, além de ácidos graxos e de álcool: fosfolipídios, glicolipídios, lipoproteínas; Lipídios derivados: são produzidos a partir da hidrólise dos lipídios; eles podem ser ácidos graxos saturados, insaturados, gliceróis e esteróis; exemplo: colesterol. Lipídios Os triglicerídeos precisam ser hidrolisados em ácidos graxos e monogliceróis, antes de serem absorvidos. A maior parte da digestão dos lipídios ocorre no intestino delgado pela ação das lipases pancreática e entérica, e da bile. A bile é formada por sais de sódio (bicarbonato de sódio), que dão o caráter básico ao meio, permitindo que os lipídios sofram um processo de emulsificação. A emulsificação faz com que os grandes aglomerados de moléculas de gordura sejam transformados em frações menores, facilitando a ação das enzimas. Digestão de lipídios A bile age como um detergente, promovendo a emulsificação das gorduras. Sua ação promove a redução da tensão superficial das moléculas lipídicas, permitindo a atuação das enzimas lipases. Digestão de lipídios Os lipídios apresentam as seguintes funções: Fornecem a energia para o organismo (1 g produz 9 kcal/g); Armazenam a energia na forma de triglicerídeos; Fornecem os ácidos graxos essenciais, especialmente, o linolênico (ômega 3); Conferem sabor à dieta; Poupam a proteína para a síntese tecidual. Protegem os órgãos vitais e controlam a temperatura corporal (isolante térmico); Envolvem as fibras nervosas, isolando-as eletricamente e transmitindo os impulsos nervosos, transportam as vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K), além de diminuírem a secreção gástrica e retardarem o tempo de esvaziamento gástrico, isto é, promoverem a saciedade. Função dos lipídios Lipídios são constituintes vitais da estrutura das membranas dos tecidos, ajudam a conduzir os nutrientes e os metabólitos através da membrana, e transportam o colesterol. Função dos lipídios As recomendações de lipídios na alimentação de indivíduos são estimadas a seguir com base no valor calórico diário total de 2.000 Kcal. A ingestão dietética recomendada (RDA) dos lipídios não foi estabelecida, portanto, nas tabelas da ingestão diária recomendada (DRI) aparece como não determinado (ND). Gorduras trans: Resolução RDC N. 332 (BRASIL, 2019b), gorduras trans industriais são todos os triglicerídeos que contêm ácidos graxos insaturados com, pelo menos, uma dupla ligação trans, expressos como ácidos graxos livres, e que sejam produzidos por meio da hidrogenação parcial, do tratamento térmico ou da isomerização alcalina de óleos e gorduras. Ingestão diária recomendada (IDR) dos lipídios Em um artigo publicado em 2019, na Revista Arch Health Invest 8(12):853-860, por GIOTTI SALVADOR e CECHINEL-ZANCHETT foi evidenciado que o ômega 3 e os probióticos atuam como principais nutricosméticos que atuam no tratamento da acne, melhorando os sinais de inflamação dessa desordem. Com base nos seus conhecimentos adquiridos até o momento, reflita sobre a classificação do ômega 3 e a sua importância na dieta. Interatividade Em um artigo publicado em 2019, na Revista Arch Health Invest 8(12):853-860, por GIOTTI SALVADOR e CECHINEL-ZANCHETT foi evidenciado que o ômega 3 e os probióticos atuam como principais nutricosméticos que atuam no tratamento da acne, melhorando os sinais de inflamação dessa desordem. Com base nos seus conhecimentos adquiridos até o momento, reflita sobre a classificação do ômega 3 e a sua importância na dieta. Ômega 3 é um ácido graxo essencial, ou seja, é fundamental obtê-lo da dieta, pois o organismo não é capaz de sintetizá-lo e muitas evidências científicas têm demonstrado a sua importância na manutenção da integridade de membranas celulares, e para atenuar a queda de cabelo e a saúde das unhas, além de atuar em outros sistemas, tais como o sistema nervoso. Resposta As proteínas constituem as principais substâncias construtoras do nosso organismo. São moléculas de alto peso molecular, formadas pela polimerização de aminoácidos e constituem 50% do peso celular. São formadas por carbono, hidrogênio e oxigênio, contêm cerca de 16% de nitrogênio e, ainda, podem ter elementos, como: fósforo, ferro, cobalto e enxofre. A estrutura mais simples das proteínas é formada por um grupo carboxílico (COOH) e por um grupo amino (NH2), ligados no mesmo carbono. Para formar uma proteína, os aminoácidos ligam-se um ao outro por ligação química denominada de ligação peptídica. Proteínas As proteínas podem ser de origem vegetal ou animal. As de origem animal são consideradas de alto valor biológico (AVB), pois apresentam melhor perfil aminoácido em relação aos aminoácidos essenciais em quantidades e proporções suficientes, e são consideradas uma proteína completa. Exemplo: as carnes são as suas fontes mais ricas, além de ovos, leite e queijo. Proteínas Já as proteínas de origem vegetal, por apresentarem uma ou mais falta de aminoácidos essenciais, são qualificadas como proteína de baixo valor biológico (BVB) e, parcialmente, completa ou incompleta. Por isso, devemos estimular a ingestão e a combinação de fontes proteicas de origem animal e vegetal. Um exemplo dessa combinação é o arroz com feijão, que, quando consumidos isoladamente, não contêm todos os aminoácidos essenciais, mas, quando combinamos as suas proteínas, o pool de aminoácidos torna-se completo na refeição. Proteínas Os aminoácidos que representam as unidades básicas da estrutura das proteínas são em número de 20 e podem ser divididos em: Aminoácidos essenciais: são indispensáveispara o crescimento e desenvolvimento, e não são produzidos pelo organismo; Aminoácidos não essenciais: são aqueles que o organismo pode produzir; Aminoácidos condicionalmente essenciais: são aminoácidos não essenciais que se tornam necessários em condições especiais. Como o organismo não consegue produzi-los suficientemente, eles devem ser obtidos pela alimentação (exemplo: histidina na infância). Proteínas As proteínas são classificadas de acordo com a sua solubilidade: Proteína simples: por hidrólise fornecem, somente, os aminoácidos. São classificadas em: Fibrosas: organizam-se em forma de fibras ou lâminas, e as cadeias de aminoácidos ficam dispostas paralelamente, e desempenham a função estrutural. Exemplos: colágeno e elastina; Globulares: anticorpos e hormônios. Proteínas conjugadas: por hidrólise, fornecem os aminoácidos e outros componentes. Normalmente, consiste em um radical de origem não peptídica, que é denominado de grupo prostético. Exemplo: lipoproteínas, metaloproteínas, glicoproteínas. Proteínas As proteínas não sofrem digestão na boca, porém a mastigação e a insalivação formam uma massa semissólida que passa no estômago. No estômago, devido à presença de ácido clorídrico, as proteínas são desnaturadas (ocorre a destruição das ligações de hidrogênio da estrutura química), quando tem início a digestão química. Com isso, as cadeias proteolíticas perdem a forma e ficam mais acessíveis ao ataque das enzimas. A enzima pepsina secretada transforma as proteínas em moléculas menores, hidrolisando as ligações peptídicas. Digestão de proteínas Posteriormente, os peptídeos e aminoácidos absorvidos são transportados ao fígado através da veia porta. O destino dos aminoácidos em cada tecido depende das necessidades de cada indivíduo que está relacionado ao seu estado fisiológico. Digestão de proteínas As fontes de proteínas são de origem animal e vegetal: Origem animal: carnes e vísceras, ovos, leite e derivados; Origem vegetal: leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico) e oleaginosas (soja). Fonte alimentar de proteínas As proteínas têm um papel importante no organismo nos seguintes sistemas: Funcionam como biocatalisadores, controlando os processos, como: crescimento pela formação de novas células, digestão, absorção, transporte, reprodução e atividade metabólicas. Exemplos: enzimas e hormônios; Participam da manutenção da pressão osmótica do sangue e da formação de anticorpos que têm a função de defesa; Funcionam como elementos estruturais da pele, dos ossos e dos músculos; São elementos da estrutura de hormônios. Tiroxina e tri-iodotironina são hormônios derivados da tirosina que estimulam o metabolismo do tecido; Contribuem para o metabolismo energético (4 kcal/g). Função biológica das proteínas O cabelo é composto por 45% de carbono, 28% de oxigênio e 15% de nitrogênio; portanto, 88% do cabelo é composto por proteínas (alfa queratina). Outros elementos encontrados nos cabelos são: ferro, cobre, zinco, iodo, hidrogênio e enxofre, perfazendo, em média, 12%. Função biológica das proteínas A deficiência de aminoácidos leva à diminuição do crescimento dos cabelos e influencia na diferenciação dos cabelos. Cerca de 27% das proteínas dos cabelos são: fenilalanina, isoleucina, triptofano, metionina, leucina, valina, lisina e treonina. A deficiência desses aminoácidos leva à diminuição na velocidade de crescimento, com o afinamento dos cabelos. A alopecia tem várias causas e diferentes apresentações clínicas. São classificadas como: congênitas e hereditárias, e alopecias adquiridas. Função biológica das proteínas Em termos quantitativos, a recomendação é de 10% a 15% do valor energético total (VET). Em termos qualitativos, a qualidade proteica deve atingir, no mínimo, 6% e, no máximo, 10% (AVB). A RDA de proteínas na faixa etária entre 14 a 18 anos para os homens é de 52 g/dia e na faixa etária entre 19 e 70 anos, 56 g/dia; para as mulheres entre 14 e 70 anos é de 46 g/dia. Ingestão diária recomendada das proteínas A água é essencial a todos os tecidos corporais, por ser um meio necessário às reações químicas, além de componente estrutural celular, sendo o maior componente do organismo (50 a 60%). A água corporal é distribuída em água extra e intracelular. A água extracelular é a água contida dentro das células, a qual inclui, principalmente, água do plasma, linfa e secreções, representando 20% do peso corporal; já a água intracelular é a água do interior das células, a qual representa de 40 a 50% do total do peso corporal. Água e eletrólitos A perda de 20% da água corporal (desidratação) pode causar a morte; a perda de, apenas, 10% pode ocasionar dano aos sistemas corporais essenciais. Mesmo a desidratação branda (perda de 1% a 2%) pode ocasionar a perda da função cognitiva e o estado de alerta, o aumento da frequência cardíaca e a redução do desempenho em exercícios. Indivíduos adultos que levam uma vida sedentária e vivem em condições de pequenas variações normais de temperatura ambiente necessitam ingerir, em média, 2,5 litros de água diariamente. Água e eletrólitos Ingestão de água depende também da composição da alimentação, quantidade de refeições, temperatura externa, umidade e grau de participação em atividades físicas. Enquanto uma pessoa pode sobreviver por várias semanas sem comida, adultos saudáveis só conseguem viver sem água, até, dez dias, e as crianças, até, cinco dias. A água está envolvida em todos os processos metabólicos e constitui cerca de 50% a 55% do corpo de uma mulher e 55% a 66% do corpo de um homem. Água e eletrólitos A diferença do conteúdo de água orgânica entre os sexos é atribuível, no homem, à sua maior massa muscular e, na mulher, à sua maior quantidade de gordura corporal. O conteúdo de água é um fator importante para o cabelo e para a pele. A cutícula, presente na superfície do fio do cabelo, tem um papel importante na retenção de água no cabelo, sendo que os aminoácidos são responsáveis por hidratar a cutícula. Cabelos sem brilho e ressecados sinalizam as cutículas bastante danificadas devido à diminuição da quantidade de aminoácidos. Foi demonstrado que os xampus, condicionadores e agentes para o tratamento contendo certos tipos de aminoácidos evitam que a cutícula capilar se abra, devido ao aumento da capacidade de retenção de água. Água e eletrólitos A entrada de água se dá através da água pré-formada em bebidas consumidas, alimentos ingeridos e água metabólica (produto da oxidação celular). A eliminação da água ocorre através dos rins (urina), da pele (transpiração), dos pulmões (respiração) e pelo intestino grosso (fezes). O adulto metaboliza de 2,5 a 3 litros de água, diariamente, em uma rotatividade equilibrada entre a ingestão e a eliminação. Água e eletrólitos Não é incomum encontrar indivíduos que apresentam uma dieta pobre em proteínas, especialmente, de origem vegetal e apresentarem uma pele fina, seca, inelástica, pálida e fria. Com base nos seus conhecimentos adquiridos até o momento, reflita sobre a possível causa dessa sintomatologia. Interatividade Não é incomum encontrar indivíduos que apresentam uma dieta pobre em proteínas, especialmente, de origem vegetal e apresentarem uma pele fina, seca, inelástica, pálida e fria. Com base nos seus conhecimentos adquiridos até o momento, reflita sobre a possível causa dessa sintomatologia. O consumo de alimentos pobres em proteína de origem animal, sem a orientação de um profissional de nutrição, pode acarretar no consumo de alimentos com as fontes proteicas parcialmente completas ou incompletas, o que acarreta em prejuízos metabólicos diversos. Resposta As forças que influenciam e controlam a distribuição da água no organismo são os solutos, partículas em soluçãona água do organismo, proteínas, eletrólitos e proteínas do plasma. Os eletrólitos são substâncias ou compostos que, quando dissolvidos em água, apresentam-se na forma de íons carregados positiva ou negativamente (ânions). Os eletrólitos relacionam-se entre si como íons dos fluidos corporais (extra e intracelular). O sódio (Na+) é o principal cátion e o cloro (Cl-), o principal ânion do fluido extracelular; já o sal, ou cloreto de sódio (NaCl), é a principal fonte alimentar de ambos. O sódio representa cerca de 90% dos íons extracelulares e é importante para a transmissão dos impulsos nervosos, a contração muscular e o transporte ativo das moléculas através das membranas celulares. Eletrólitos A sede pode ser descrita como o conjunto de sensações que promovem a ingestão de fluidos com vista à satisfação das nossas necessidades hídricas. As manifestações de sede são definidas como um conjunto de sensações que aumentam com a desidratação e diminuem com a reidratação, e resultam da complexa interação de sistemas de controle fisiológico e influências comportamentais. O hipotálamo regula a sede e controla a ingestão de água em indivíduos saudáveis. A sensibilidade à sede é reduzida em indivíduos idosos, em pacientes crônica ou agudamente doentes, lactentes e atletas, levando a um potencial mais alto de déficits de água. Mecanismo da sede A regulação homeostática pelo sistema gastrointestinal, pelos rins e pelo cérebro mantém o conteúdo de água corporal continuamente constante. Os mecanismos para manter o equilíbrio de água provêm de vários hormônios, incluindo o antidiurético (vasopressina), a aldosterona, a angiotensina II, a cortisona, a norepinefrina e a epinefrina. Mecanismo da sede Geralmente, a depleção de água se faz acompanhar pela perda de sais minerais nela diluídos, sobretudo, o sódio e o potássio, gerando um desequilíbrio eletrolítico. Os sinais e sintomas de desidratação incluem: cefaleia, fadiga, apetite reduzido, sensibilidade à claridade, turgor deficiente da pele, enrugamento da pele na fronte, urina concentrada, débito urinário reduzido, entre outros. Quando a pele está hidratada, as rugas se tornam menos perceptíveis e a pele fica mais firme. As fibras de colágeno também dependem da água para a sua renovação e o seu bom funcionamento. Mecanismo da sede As fontes de água incluem os líquidos (oral, tubo de alimentação enteral, líquidos parenterais), alimentos sólidos, metabolismo dos lipídios, carboidratos e proteínas. Geralmente, as frutas, os legumes e as verduras apresentam grande quantidade de água; manteiga, óleos, carnes, chocolates e biscoitos têm pequena quantidade. Água presente nos alimentos A recomendação de ingestão de água para os indivíduos saudáveis varia entre 2,4 e 2,7 litros por dia. Uma forma de cálculo de ingestão hídrica é através da regra de bolso por kg. Para os adultos, a recomendação é de 35 ml/kg e, para os idosos, de 30 ml/kg (exemplo: o adulto que pesa 70 kg tem uma necessidade hídrica de 2,450 mL ou 2,4 L). Recomendação diária de ingestão Os minerais são substâncias de origem inorgânica que fazem parte dos tecidos duros do organismo, como os ossos e os dentes, mas, também, são encontrados nos tecidos moles, como: músculos, células sanguíneas e sistema nervoso. Possuem uma função reguladora, contribuindo para a função osmótica, o equilíbrio ácido-básico, os estímulos nervosos, o ritmo cardíaco e a atividade metabólica. Minerais na dieta Os nutrientes minerais são mais tradicionalmente divididos em macrominerais, cuja necessidade diária é ≥ 100 mg/dia (cálcio, magnésio, sódio, potássio e fósforo), e microminerais, cuja necessidade diária é < 15 mg/dia (ferro, cobre, iodo, manganês, zinco, molibdênio, cromo, selênio e flúor). São classificados como essenciais para o organismo, mesmo que, para alguns deles, as necessidades de ingestão diária ainda não tenham sido reconhecidas. Minerais na dieta O cálcio é o mineral mais abundante no corpo. Praticamente 99% do suprimento de cálcio do corpo está armazenado nos ossos e nos dentes, e menos de 1% do total de cálcio do corpo ajuda em funções metabólicas essenciais e necessárias, para a contração vascular e a vasodilatação, função muscular, transmissão nervosa, sinalização intracelular e secreção hormonal. Para manter constantes as concentrações de cálcio no sangue, nos músculo e nos fluidos intercelulares, o nosso corpo utiliza o tecido ósseo como o reservatório desse mineral. Cálcio As melhores fontes dietéticas de cálcio são o leite e o iogurte semidesnatado, ou os substitutos enriquecidos, como o leite sem lactose e as bebidas de soja, castanha, arroz e outros grãos, enriquecidos com cálcio e vitamina D. É preferível consumir 250 mg de cálcio em 200 mL de leite do que a mesma quantidade por meio de alimentos de origem vegetal, como: leguminosas e folhas verdes, devido à sua biodisponibilidade. Cálcio Baixos níveis de sódio podem levar às alterações de lipídios no metabolismo, resistência à insulina e ao risco cardiovascular; no entanto, ainda faltam mais estudos para comprovar essas hipóteses. O que realmente já está comprovado é que a insuficiência de sua ingestão causa o aumento da atividade de renina, enzima secretada pelas glândulas suprarrenais, responsáveis pelo controle da pressão arterial. Em indivíduos não hipertensos, reduzir a ingestão de sódio pode diminuir o risco de desenvolver a pressão arterial. A RDA para os indivíduos entre 14 a 50 anos (ambos os sexos) é de 1,5 g/dia ou 3,8 g de cloreto de sódio (sal de cozinha). Em países mais quentes ou para os trabalhadores de determinadas áreas, essa quantidade deve ser aumentada por causa da perda de sódio pelo suor. Sódio Potássio: contração muscular, condução nervosa, frequência cardíaca, produção de energia, e síntese de ácidos nucleicos e proteínas. Ferro: transporte de oxigênio e dióxido de carbono, e atuam com as enzimas do processo de respiração celular. A deficiência desse elemento pode causar: anemia hipocrômica, diminuição de funções cognitivas e psicomotoras (principalmente, em crianças), cefaleia, cansaço e diminuição da função leucocitária. Fósforo: atua na formação dos ossos, é constituinte das membranas celulares do organismo humano, age na contração muscular e integra as moléculas de ácido desoxirribonucleico (DNA) e de ácido ribonucleico (RNA). Zinco: coadjuvante de enzimas, e auxilia na resposta imunológica e na cicatrização de feridas, ajuda a manter o paladar e o olfato, é importante para a síntese de DNA, e ajuda no crescimento e no desenvolvimento normais durante a gestação, a infância e a adolescência. Selênio: antioxidante. Outros minerais Convido vocês a participarem do chat após a aula! Chat BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n. 332, de 23 de dezembro de 2019. Brasília, 2019b. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/4379119/RDC_332_2019_.pdf/6c0d81d8-98ab- 4d94-93cc-4a65f59168a0. Acesso em: 12 jan. 2020. Acesso em: 07 jan. 2020. PALERMO, J. R. Bioquímica da nutrição. São Paulo: Atheneu, 2014. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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