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1 Rim: Estrutura: Os rins dos mamíferos são órgãos retroperitoneais, pareados, ventrolaterais e adjacentes aos corpos vertebrais lombares e seus processos transversos correspondentes. Esses órgãos complexos possuem funções de excreção, metabolismo, secreção e regulação, e são susceptíveis a lesões causadas por enfermidades que afetam as quatro principais estruturas anatômicas do rim: glomérulos, túbulos, interstício e vasos. Macroscopicamente, os rins estão organizados funcional e anatomicamente em lóbulos. Cada lóbulo representa coleções de néfrons separados pelos raios medulares. Entre os animais domésticos, os carnívoros e os equinos possuem rins unilobares. Os rins de suínos e bovinos são multilobares, mas somente os rins bovinos possuem lobação externa. Uma cápsula fibrosa difusa, que em rins normais pode ser facilmente removida da superfície renal, recobre os rins. O parênquima renal é dividido em córtex e medula. Lobo = pirâmide renal Carnívoros e equinos – rins unilobares Súinos e bovinos – rins multilobares Rim, Secção Dorsal, Cão. Rim, Superfície Dorsal e Secção Dorsal Parcial, Vaca. @medvetge 2 O rim (e néfron) pode ser dividido em quatro unidades estruturais: corpúsculo renal (glomérulo e cápsula de Bowman), túbulos, interstício e vasos. A unidade funcional do rim é o néfron, que inclui o corpúsculo e túbulos renais (o sistema tubular inclui os túbulos contorcidos proximais, a alça de Henle, e o túbulo contorcido distal). O túbulo urinífero é composto do néfron e ductos coletores, que são embriologicamente distintos dos túbulos renais. O túbulo urinífero está estruturalmente incorporado ao interstício renal formado por uma malha composta de células do estroma, como os fibroblastos. O interstício também contém a vasculatura renal, que fornece sangue primeiro ao glomérulo e então para os túbulos renais. Felinos possuem menos néfrons = chance de desenvolver uma insufciência renal é maior. Piometra pode desenvolver insuficiência renal. Célula mesangial= encontradas no mesângio do corpúsculo renal, tem a capacidade de contração;pode sofrer uma resposta de hiperplasia e secretar uma matrix messangial (conteúdo que vemos entre os capilares, eosinofílico)- fagocitose. Mesângio: Formação centrolobular ou axial do glomérulo, sendo constituído por células de limites mal definidos e matriz amorfa, finamente fibrilar, destinguível da membrana basal. Lado axial, os capilares glomerulares não ficam revestidos pela membrana basal e, dessa forma, as células endoteliais mantém contato direto com o mesângio. Lateralmente, o mesângio limita-se com a reflexão continua da membrana basal e fica coberto pelos processos podais dos podócitos. @medvetge 3 O mesângio é contíguo ao aparelho justaglomerular e mantém contato com as artérias, o túbulo distal e a mácula densa. As células mesangiais parecem remover macromoléculs depositadas na região subendotelial, sendo comparadas às células fagocitárias, secretam substâncias ativas (ex: citocinas, postaglandinas) e podem proliferar. Colorações: HE = hematoxilina e eosina; identificação de núcleo e citoplasma. PAS = àcido periódico de Schiff; identificação de carboidratos; marca a matriz mesangial, capsula de bowman e a lâmina basal dos túbulos. Prata metanamina = impregnação; identificação da membrana basal. Masson = tricromo de Masson; identificação de tecido conjuntivo; ex: suspeita de fibrose. Glomérulo (Tufo Glomerular, Corpúsculo Renal): Microscopicamente, o glomérulo é um tufo complexo, contorcido, de capilares endoteliais fenestrados unidos por uma estrutura celular de apoio na matriz glicoproteica, o mesângio. Todo o glomérulo é apoiado pela matriz mesangial que é secretada pelas células mesangiais, um tipo de pericito modificado. As células mesangiais são células mesenquimais pluripotentes, contráteis e fagocíticas, capazes de sintetizar colágeno e matriz mesangial, assim como secretar mediadores inflamatórios. Barreira de Filtração Glomerular: A barreira de filtração glomerular é composta de (1) pedículos de podócitos (epitélio visceral da cápsula de Bowman), (2) membrana basal glomerular (MBG) ou lâmina basal (produzida pelas células endoteliais e epiteliais), e (3) o endotélio fenestrado dos capilares glomerulares. Epitélio Visceral (Podócitos): As células epiteliais viscerais (podócitos), alinhadas na superfície externa da membrana basal, são responsáveis pela síntese dos componentes da membrana basal e possuem processos citoplasmáticos especiais (processos podais), que estão incorporados na lâmina rara externa. Membrana Basal Glomerular (Lâmina Basal): A membrana basal glomerular possui uma camada central densa, espessa, a lâmina densa, que é revestida por camadas internas e externas finas mais eletroluscentes, a lâmina rara interna e lâmina rara externa, respectivamente. A membrana basal possui uma rede de colágeno tipo IV, que forma uma infraestrutura tetramérica porosa. A membrana basal possui uma rede de colágeno tipo IV, que forma uma infraestrutura tetramérica porosa. Capilares Glomerulares: Os capilares glomerulares existem entre as arteríolas aferentes e eferentes, e formam o tufo glomerular. Os capilares glomerulares se interdigitam com o revestimento visceral do espaço de Bowman. O endotélio capilar é fenestrado e revestido por uma lâmina basal completa. Cápsula de Bowman: A cápsula de Bowman é um saco membranoso, em forma de taça, no início do néfron, que envolve cada glomérulo e está separada do tufo glomerular pelo espaço urinífero. Epitélio Parietal: O tufo capilar (glomérulo) é revestido por células epiteliais viscerais (podócitos) e está contido dentro da cápsula de Bowman, que é recoberta por células epiteliais que se assemelham ao epitélio escamoso. Túbulos: O sistema tubular renal (na ordem do fluxo de urina) consiste de um túbulo proximal, alça de Henle e túbulo distal. Os túbulos se conectam à pelve renal @medvetge 4 na terminação distal dos ductos coletores, e toda a estrutura — incluindo o corpúsculo renal, túbulos renais e ductos coletores — é referida como o túbulo urinífero. Os túbulos contorcidos proximal e distal são ligados pela alça de Henle, que é dividida em um ramo descendente e um ascendente. A parede do ramo descendente e a porção inicial do ramo ascendente é delgada (permeável), ao passo que a porção cortical do ramo ascendente é espessa (impermeável). Microscopicamente, o túbulo proximal é revestido por células epiteliais colunares que contém uma borda microvilosa (escova). Este arranjo aumenta muito suas superfícies de absorção, e suas numerosas mitocôndrias intracelulares fornecem energia para as diversas funções secretoras e absortivas. Os túbulos distais, os túbulos coletores e a alça de Henle são revestidos por células epiteliais cuboides que contribuem para a concentração de urina por meio de atividades absortivas e secretoras. Interstício: Relativamente escasso e situa-se entre os túbulos (intertubular) ou em torno dos glomérulos (periglomerular). Com o interstício que os constituintes intratubulares se comunicam; na filtração e na reabsorção. Zona nefrogênica subcapsular = maior densidade celular próxima a capsula renal; não é doença; achado acidental em suínos filhotes/jovem. Vasculatura: Macroscopicamente, o conhecimento do suprimento sanguíneo renal normal é importante na compreensão da patogênese e distribuição de diversas lesões renais, especialmente infartos renais. Função: O rim possui as cinco funções básicas a seguir: Formação de urina com o propósito de eliminação de resíduos metabólicos. Regulação ácido-base, predominantemente por meio da reabsorção do bicarbonato a partir do filtrado glomerular. Conservação da água através da reabsorção pelos túbuloscontorcidos proximais, o mecanismo contracorrente da alça de Henle, a atividade do hormônio antidiurético (ADH) nos túbulos distais e o gradiente de ureia na medula. O sistema tubular é capaz de absorver mais de 99% da água do filtrado glomerular. Manutenção da concentração do íon de potássio extracelular normal, pela reabsorção passiva nos túbulos proximais e secreção tubular nos túbulos distais sob a influência da aldosterona. Controle da função endócrina pelos três eixos hormonais: renina-angiotensina- aldosterona, mais importante, mas também a eritropoietina e a vitamina D. A eritropoietina, produzida nos rins em resposta à tensão de oxigênio reduzida, é liberada no sangue e estimula a medula óssea a produzir eritrócitos. A vitamina D é convertida nos rins em sua forma mais ativa (1,25- dihidroxicolecalciferl [calcitriol]), que facilita a absorção de cálcio pelo intestino. @medvetge 5 Avaliação renal: Padrão ouro diagnóstico para muitas nefropatias envolve biópsia renal. Biópsia renal: Avaliação sistemática dos constituintes do parênquima. Glomérulos Túbulos Interstício Vasos Integração faz com que lesão em ponto reflita em outra região. Desenvolvimento crônico leva a padrão histológico inespecífico dificultando identificação de processo inicial. Avaliação por: Ácido periódico de Schiff (PAS) Tricrômico de Masson Impregnação por prata (PAMS) Hematoxina e Eosina Biópsia ideal integrar: Imunofluorescência Microscopia eletrônica Nefropatias: Manifestações por meio de síndrome ou características distintas que a longo prazo tendem a se sobrepor. 1. Insuficiência renal: Função diminuída com disfunção. Lesão em 75% dos glomérulos (a lesão tem que ser muito grande para induzir a uma insuficiência renal aguda). Causas: Lesões bacterianas: E. Coli, Leptospira spp., Proteus. Lesões virais: Morbilivirus; adenovírus do tipo I, Hepesvírus. Obstrução: por exemplo: urolitíase, hidronefrose por conta da dilataçõ da pelve/ neoplasias. Vasocontrição – artéria aferente Vazamento retrógrado obstrução tubular (ex: debris celulares) Isquemia/ infarto (falha na perfusão) Necrose por causas diversas (ex:pionefrite) @medvetge 6 Necrose nefrotóxica: morte das células tubulares, por isso existe a possibilidade de regeneração. Necrose tubolorrética: destruição da membrana basal, processo inflamatório, perda de organização do tecido levando a uma cura por fibrose. Azotemia: quando tem uma elevação de ureia e creatinina sem sinais clínicos, lesões sistêmicas. (Circulação de compostos nitrogenados). Compostos nitrogenados = são produzidos durante o metabolismo proteíco e naturalmente eliminados pelo rim e também empregados na concentração do ultrafiltrado renal, porém são tóxicos. Uremia: terá uma elevação de ureia e creatinina, porém terá sinais clínicos. (No sangue). Causas: Pré- renais: qualquer alteração que ocorra antes de chegar no rim, basicamente alterações circulatórias como obstrução do aporte vascular; insuficiência cardiáca congestiva; choque circulatório (hipovolêmico) e trombose. Renais: pode ser lesões agudas ou crônicas que podem acontecer no rim (neoplasias, cistos). Pós-renal: causas no sistema urinário inferior, obstruções do fluxo urinário por causas intrínsecas (cálculos) ou extrínsecas (tumores) ao trato urinário inferior. Mecanismos: Diminuição da filtração glomerular: caso ocorra algo que irá diminuir a filtração glomerular, terá a reabsorção de substâncias indesejadas pelo orga- nismo. Diminuição da reabsorção tubular: Se o túbulo estiver lesionado, não ocorrerá a reabsorção de água nem de eritrócitos, assim o animal apresentará desidratação e desequilíbrio eletrolítico. Diminuição da secreção tubular: Não conseguirá excretar e terá a retenção de íons hidrogênio causando um dese- quilíbrio ácido-básico e potássio que levará a uma cardiotoxicidade. Formação deficiente da forma ativa da vit D: A transformação da 25-di-hidroxicolicalciferol (vit D inativada) em calcitriol (forma ativa) estará diminuída, então terá menor quantidade de Vit D ativa consequentemente diminuirá a absorção intestinal do cálcio, assim diminuirá a concentração no meio extra celular de cálcio. Como terá cálcio mais fora do que dentro da célula, vai acabar aumentando a permeabilidade da membrana axonal .pros íons e sódios, consequen- temente essas fibras nervosas ficarão mais excitadas e terá mais facilidade em se despolarizar, quando a célula faz isso, ela irá gerar um impulso elétrico que chegará nos músculos esqueléticos e terá a contração do músculo. Retenção de fosfatos: Como o rim está lesionado, não conseguirá excretar o fosfato, ele ficará acumulado na corrente sanguínea, então esse animal terá uma hiperfosfatemia, o organismo entende que existe uma proporção que sempre tem que ter de fósforo e de cálcio, assim ele não consegue entender qual que tá aumentado e qual está diminuído, assim quando temos um nível elevado de fosfato, ele entenderá que também deveria ter de cálcio porque tem que estar sempre balan- ceado, assim se o animal apresenta hiperfosfatemia, o organismo entenderá que ele também está em hipocalcemia, @medvetge 7 sendo que o cálcio está em nível normal, para compensar, o cálcio dos ossos são retirados através da produção do paratormônio que fará a reabsorção do cálcio do osso jogando para corrente sanguínea, como estará tudo desregulado com o fosfato, o organismo produzirá cada vez mais paratormônio fazendo com que a paratireoide (onde é produzida o PTH) trabalhe cada vez mais causando uma hipertrofia e uma hiperplasia de suas células resultando no hiperparatireoidismo secundário. (porque não é uma lesão direta na paratireoide). Insuficiência renal aguda: É uma insuficiência que aconteceu rápida. Ocorre quando há algum problema no rim que fez com que e.le pa- rasse parcialmente de funcionar, podendo ter causas como a Glomerulonefrites imunomediadas e necrose tubular aguda. As lesões que irão ocorrer extra-renais serão discretas, pois como são lesões agudas, serão rápidas. Insuficiência renal crônica: É a incapacidade dos rins por perda progressiva e gradual do tecido renal por um período prolongado. Consequentemente virão lesões extra-renais e podem levar a uremia. Lesões resultantes da uremia: a ureia que vai estar circulando, será tóxica para as células que resultará em uma degeneração e necrose endotelial, assim causará pequenas vasculites, formando pequenas coagulações (trombos) que irá para algum vaso causando a isquemia e consequentemente levará ao infarto. Por a ureia ser tóxica, ela começa a lesionar as mucosas, principalmente as orais e gástricas, nesses locais existem bactérias que conseguem transformar ureia em amônia. Então quando estiver tendo uremia, além de ter deridas nas bocas e úlceras nos estômagos, terá odor amoniacal. Terá anemia não regenerativa pela falta de eritropoetina no rim e pela fragilidade das hemácias. Sistema digestivo: estomatite e glossite ulcerativa e necrosante; gastrite ulcerativa e hemorrágica e pancreatite hemorrágica. Sistema respiratório: edema pulmonar; pneumonia aguda. Sistema cardiovascular: endocardite atrial ulcerativa e arterites. Ossos e sistema endócrino: osteodistrofia fibrosa/hiperparatireoidismo secundário. Sistema urinário: fibrose e mineralização renl; nefrocalcinose. Sistema hematopoiético: anemia arregenerativa. Doenças do desenvolvimento: Aplasia: falha no desenvolvimento, pode ser uni ou bilateral, não terá nenhum teciso renal, ureter presente ou ausente, se estiver presente terá um fundo e saco cego. Os cães (Dobermann e Beagle) e suínos (Large White) são os mais acometidos. Hipoplasia: é o desenvolvimento incompleto dos rins, geralmente é hereditária, acomete suínos, equinos,caninos e felinos. Acontece uma dimunuição de glomérulos. Pode ter ou não significância clínica, dependerá do tanto que as estruturas foram danificadas. Displasia: o rim tem uma alteração da estrutura organizacional que será resultado de uma diferenciação anormal que podem ter a presença de estruturas naõ representativas que seriam de um rim normal, algumas estruturas não terão se desenvolvido completamente. Pode ser uni ou bilateral. Rins ectópicos: são rins que cresceram em locais diferentes dos anatômicos, geralmente é uma alteração unilateral. Acomete principalmente cãess suínos. Isso predispõe obstrução. Pode ser encontradi em posição pélvica ou inguinal. @medvetge 8 Persistência da lobulação fetal: quando o animal está na fase fetal, o rim dele é lobulado, assim essas lobulações podem ser mantidas, onde o rim poderá funcionar normalmente. Ausência da lobulação: no caso dos bovinos, poderão ter essa ausência. Rins fundidos: na embriogênese esses dois rins irão se dividir, e por algum motivo pode ser que esses rins não se dividem e se dá o que chamamos de ferradura (pelo formato em que ficam). Cistos solitários: são grandes e são poucos. Rins policísticos: autossômica dominante, principalmente no gato persa, estará na genética deles, são cistos pequenos e múltiplos, acometem cães como o West Highland White Terrier e Bull Terrier. Cistos de retenção (adquirido): podem medir de 1- 2mm, são encontrados principalmente no córtex, acontece os tubos que estão filtrando a urina se dilatam. Possíveis mecanismos: 1. Obstrução dos néfrons – quando há obstrução no túbulo, o filtrado ficará acumulado e com isso o tubo irá se dilatar. 2. Alteração da membrana basal fracaa, ela quem dá a sustentação para o túbulo, então se ela é fraca, a medida que for passando o filtrado, esse túbulo pode ir se dilatando. 3. Maior pressão tubular – pode ser pela diminuição da absorção, assim havendo o aumento da secreção tubular, os túbulos ficarão cada vez mais repletos, resultando em sua dilatação. Alterações circulatórias: Hiperemia ativa: se está tendo algum processo inflamatório no rim, os vasos irão se dilatar, assim ficarão repletos de sangue e o rim ficará repleto de sangue consequentemente o rim ficará avemelhado. Hiperemia passiva/congesta: por algum motivo esse sangue não consegue fluir e fica estagnado na veia (insuficiênia cardiáca congestiva). Hemorragias: rompimento de algum vaso. Infarto: por conta do tipo de irrigação do rim, geralmente o infarto será em forma de triângulo, essa área de infarto terá a necrose da célula e depois a fibrose, isso será classificado macroscopicamente como retração do parênquima renal, terá também a aderência da cápsula. Necrose papilar: é a necrose que acontece na região papilar, é comum quando se é utilizado anti- inflamatório não esteroidal, principalmente em equinos, são substâncias que no momento da secreção acabam causando uma necrose. Doenças glomerulares: Funções dos glomérulos: Filtração do plasma Regulação da pressão sanguínea Regulação do metabolismo tubular Eliminação de macromoléculas da circulação Regulação do fluco sanguíneo peri-tubular. Lesão glomerular: haverá uma perda de proteínas de baixo peso molecular, porque se há uma alteração no glomérulo, começará a passar proteínas que não eram para passar, consequentemente o animal pode apresentar uma síndrome nefrótica, pois se esse animal está perdendo proteína ele terá uma hipoproteinemia, terá a diminuição da pressão osmótica resultando em um edema generalizado, ascite ou efusão pleural, terá o aumento e excesso de colesterol acontecendo a hipercolesterolemia, @medvetge 9 ocorrerá também a perda de anti-trombina III que participará dos processos de coagulação. Alterações histológicas: Hipercelularidade: pode ser causada por presença de células inflamatórias que deixarão o glomérulo mais celular, pode ser por uma proliferação de células endoteliais que seriam do tufo capilar ou proliferação das células mesangiais (células que darão a sustentação para o tufo glomerular). Espessamento da membrana basal: o tufo glomerular e a cápsula urinária são recobertos por uma membrana basal onde terão um espessamento, geralmente ocorre por depósitos de algo, por exemplo: deposição de monocomplexos, de fibrinas, de amiloide, de proteínas, etc. Hialinização: é quando o animal estiver perdendo muitas proteínas plasmáticas que se acumularão no glomérulo formando uma substância homogênica e eusinofilica, assim levará à uma lesão endotelial das paredes do tufo capilar. Esclerose: o glomérulo estará tão prejudicado que o processo de cicatrização acabará tendo uma fibrose, fazendo com que ele fique retraído e de tamanho menor, geralmente ficará substrituído por tecido conjuntivo fibroso. Glomerulites supurativas: conhecida também como nefrite embólica porque em casos de bacteremia, as bactérias acabarão parando no rim e formando micro abcessos. As bactérias que irão causar está doença variam de espécie para espéie, como: Equinos (potros): Actinobacilus equuli Suínos: Erysipelotrix rhusiopatiae Bovinos: Truperella pyogenes Caprinos e ovinos: Corynebacterium pseudotuberculosis @medvetge 10 Glomerulites viral: será quando algum vírus que estará causando algum dano direto no glomérulo. Ocorre em doenças virais sistêmicas agudas. Esses vírus irão macroscopicamente observa-se a presença de pontos milimétricos avermelhados. Como terá a lesão dos glomérulos, o animal apresentará uma proteinúria (presença de proteínas na urina). As doenças que poderão causar a glomerulite viral são: hepatite infecciosa canina, peste suína clássica e newcastle (doença que acomete aves). Glomerulonefrites imunomediada e imunocomplexos: são processos inflamatórios do glomérulo com envolvimento secundário do néfron. As gromerulonefrites estão associadas com alterações sistêmicas, ou seja, o processo renal é secundário a alguma doença. Associada a um iunocomplexo, ou seja, ativação complexo antígeno-anticorpo. Remete a um processo infeccioso crônico – longa duração. Esse processo pode se instalar por: Imunocomplexos circulantes: patógeno é reconhecido pelo sistema imune, estes depositam-se no tufo gromerular e sinaliza para outras células para que ocorra a destruição do patógeno. Não são eliminados pela urina. Desencadeia o processo inflamatório o gromérulo. Ex: tuberculose, adenovirose, processos bacterianos sublteais,parasitoses. Imunocomplexos “in sito”: as imunoglobulinas geradas independente do agressor, reconhecem de forma errada estruturas do glomérulo com epítopos, e começam a ligar-se nele. Imunocomplexo é entre globulina e estruturas ou moléculas do tufo glomerular. A GNIC é iniciada pela formação de imunocomplexos solúveis (complexos antígeno- anticorpo) na presença da equivalência do antígeno- anticorpo ou o ligeiro excesso de antígenos, que então realizam: Depósito seletivo nos capilares glomerulares. Estimulam a fixação do complemento com a formação de C3a, C5a e C567, que são quimiotáticos para neutrófilos. Danificação da membrana basal pela liberação neutrofílica de proteinases, metabólitos do ácido aracdônico (p. ex. tromboxano), e oxidantes, particularmente radicais livres derivados do oxigênio e peróxido de hidrogênio. Continuam a danificar os glomérulos pela liberação de moléculas biologicamente ativas a partir da infiltração de monócitos em estágios avançados da inflamação. @medvetge 11 Mediadores da Lesão Glomerular Imune e Lesão de Células Epiteliais. A, Mediadores da lesão glomerular imune, incluindo células efetoras, moléculas e células afetadas ou lesionadas. B, Lesão de células epiteliais viscerais (podócitos). A sequência postulada é uma consequência de anticorpos contra antígenos de células epiteliais, chegando pela circulaçãosanguínea (1) com ativação subsequente de células efetoras, incluindo podócitos e células mesangiais (2). Isto resulta na liberação de toxinas, citocinas ou outras moléculas efetoras (3) que causam a lesão de podócitos, processos podais de podócitos, e células endoteliais (4) com subsequente descamação celular, resultando em vazamento proteico através da membrana basal glomerular defeituosa e fendas de filtração. Lesão Glomerular Mediada por Anticorpos. A, Estrutura normal do glomérulo. Lesão glomerular mediada por anticorpos pode resultar da deposição de complexos imunes circulantes (B) ou da formação de complexos in situ (C e D). Utilizando microscopia de imunofluorescência (não apresentada aqui), a doença antiglomerular da membrana basal (anti-MBG) (C) e doença antiglomerular (célula epitelial visceral) (D) são caracterizadas por padrões granulares (“granuloso-grosseiro”). Classificação: Glomerulonefrite membranosa: o que fica evidente são as membranas glomerulares. Espessamento da membrana basal, perda de podócitos e, macroscopicamente aumento de volume e coloração pálida (doença do grande rim branco). @medvetge 12 Glomerulonefrite proliferativa: hipercelularidade com ausência de hemácias no tufo gromerular. Aumento de volume, coloração pálida e com petéquias na região cortical. Glomerulonefrite membrano proliferativa: combinação morfológica das duas afecções, espessamento duplicação da membrana basal, hipercelularidade, ausência de hemácias. Não são duas afecções que causam ela, é distinta. Ex: linfoma. Glomeruloesclerose/ glomerulonefrite crônica: O glomérulo diminui de tamanho, é resultaoi de uma glomerulonefrite crônica, estará tendo a retração do glomérulo com hialinização, fibrose, matriz mesangial e perda de capilares (perda de função). Amiloidose: doença sistêmica que terá a deposição de amilóide (proteína insolúvel). Existem dois tipos de amiloide, os de cadeia leve (AL) o que leva a formação são os mielomas e plasmocitomas que é uma neoplasia de plasmócito, onde produzirão imunoglobulina feitas de proteínas, por alguma alteração esses plasmócitos acabarão produzindo muita proteína e assim sintetizando algumas anômalias, depois o organismo não conseguirá degradar nem destruí-las, tendo então o acúmulo. E no caso de protéinas A do soro (AA) serão formadas por doenças inflamatórias crônicas, pois ele estará acontecendo há muito tempo e tendo a produção de muita proteína que acabam se tornando insolúveis. Causas: Caninos e felinos: amiloidose idiopática, doenças inflamatórias crônicas e neoplasias. Bovinos: doenças inflamatórias crônicas (processos supurativos crônicos). Equinos: doadores de soro. Alterações macroscópicas: o órgão aumentará de tamanho, terá uma coloração mais clara, para fechar o diagnóstico de amiloidose, pode-se pingar lugol, sem o lugol o rim terá pontos brancos, com o lugol terá pontos pretos. @medvetge 13 Lesões tubulares: Macroscópicamente: Aguda: Degeneração dos tubulos renais: estria na região cortical. Crônica: rim se torna pequeno, contraído, branco e granuloso. Microscópicamente: degeneração hidrópica e necrose tubular (de coagulação). Se instala pois afeta a perfusão tecidual, arquitetura e eliminação de urina. Causas das lesões tubulares (nefrotoxidade): Substâncias exógenas: Antibióticos, sulfa, antimicóticos – causa lesões agudas. Metais: arsênico, chumbo, bismuto, cobre, mercúrio, etc...- causa lesões crônicas. Hidrocarbonetos clorados; Tetracloroetileno; Naftaleno; Oxalato (plantas tóxicas); Micotoxinas, etc. Substânicas endógenas: Pigmentos biliares Mioglobina comum em equinos doenças chamada “mal da segunda feira” ou mioglobinúria paralítica. Hemoglobina hemólise intra e extra vascular. Obs: Hematúria decanta – urina avermelhada Hemoglobinúria- não decanta Mioglobinúria - acastanhada Nefrite intersticial infecciosa: Resulta em lesões tubulares O patógeno não se localiza no intersticio, se localiza em células tubulares e o processo inflamatório se instala no instersticio. Etiologia: leptospirose ou herpervírus canino. Nefrite intersticial crônica: Características: fibrose + rim contraído + contorno irregular + aderencia de cápsula. A maioria das causas de nefrite instersticial aguda leva a lesões crônicas fibrosantes. Tais como: isquemia, infecções bacterianas, envenenamentos, reações imunológicas, obstruções e radiação. Nefrite embólica: Colonias bacterianas desprendem- se de um foco primário (quase sempre órgão tubular) cai na circulação, fixam no rim e iniciam um processo inflamatório. Shigella sp nos equinos; Erysipelothrix rhusiopathiae nos suínos; Corinebacterium pyogenes nos bovinos; Staphilococcus sp em cães. Pielonefrite: Aguda: purulenta + necrose que envolve parênquima renal e se estende pelos ductos coletores, cálice e @medvetge 14 pelve renal. Pode ser focal ou difusa e envolver um ou ambos os rins. Este processo é de via ascenente, ou seja, origem na bexiga. Além da nefrite, o animal apresenta cistite purulenta. Crônica: rins contraídos com cicatrizes e contorno irregular, podem ser simples com a base deprimida junto a cápsula, ou múltiplas dando ao órgão um aspecto nodular – parece rim de boi. Hidronefrose: dilatação da pelve e cálices renais, associada com atrofia progressiva por compressão pelo acúmulo de urina. Macroscopia: rins aumentados de volume, dilatação progressiva do cálice e pelve e eventualmente cistos urinários disseminados (quando são cálculos). Em alguns casos o rim pode ser transformado em uma formação cística revestida por delgada capa (ialotrogena). Consequências: insuficiência renal, uremia, ruptura de bacinete originando peritonite. Urolitíases: Presença de concentrações (cálculos) nas vias urinárias. Mecanismo de formação: alterações de PH da urina, infecções do trato urinário e alterações metabólicas. Fatores que favorecem a formação: Infecção urinária Desordem metabólica Deficiência de Vit. A Hormônios Desbalanceamento de minerais Inadequado suprimento de água Afecções renais: Parasitas: Stephanurus dentatus – suínos Dioctophyme renale – canídeos comum em canídeos selvagens – lobo guará. Neoplasias: Primárias – pouco comuns em animais: Carcinoma renal – mais comum Nefroblastoma se manifesta até 1 ano de vida, pode ser manifestado em idades mais avançadas quando o animal possui resquícios no rim. Nefroma embrionário Linfomas (em felinos) Secundárias: Pulmão – todas as espécies Mama – gatas e cadelas Ovário Próstata Linfomas – cães Pele – mais frequente em cães Afecções do ureter: Anomalias do desenvolvimento: A maioria das adquiridas são de origem vesical ou renal. Aplasia: estrutura sólida de tecido conjuntivo que leva a hidronefrose. Duplicação: dois ureteres em um rim só. @medvetge 15 Inflamação: Via acendente: bexiga para ureter Via descendente: rim para ureter Neoplasias: Papilomas em cães Carcinomas Afecções da bexiga: Cistites: principalmente em animais de pequeno porte. Causas: Quanto ao curso: aguda ou crônica Quanto ao exsudato: mais branda para mais agressiva. Catarral Purulenta Fibrinosa Hemorrágica Hematúria enzoótica bovina: Síndrome caracterizada por: Aspectos clínicos: além da hematúria, há emagrecimento progressivo do animal. Etiologia: intoxicação pelo Pteridium aquilinum (samambaia). Lesões: inflamatórias, hemorrágicas e noplásias e cistite. Neoplasias: Papilomas Carcinomas Carcinomas de epitélio de transição Carcinomas de células escamosas Adenocarcinomas Hemangiomas / hemangiossarcomas Leiomiomas / leiomiossarcomas Linfomas: cães e gatos com vírus da leucemia viral felina. Uretra: Inflamação:podem ser ocasionadas tanto pela passagem de cálculos, ou de forma iatrogênica. Constrições: por processos cicatriciais ou compressões externas. Obstruções: exclusivamente nos machos. Cães- acontece no osso peniano Ovinos – no plexo ou processo vermiforme *SÃO ESTRUTURAS ANATÔMICAS QUE LIMITAM A EXPANSÃO DA URETRA.* @medvetge
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