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DIREITO PENAL PARTE ESPECIAL - VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE- ART, 2015-CODIGO PENAL

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DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
ARTIGOS 215 A 218-A, CÓDIGO PENAL
PROF. RENATA MACEDO DE SOUZA
VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE – ART. 215, CÓDIGO PENAL
OBJETO JURÍDICO – a liberdade sexual;
SUJEITOS - Ativo: qualquer pessoa; Passivo: qualquer pessoa;
ELEMENTOS OBJETIVOS - A conduta incriminada consiste em ter conjunção carnal
ou outro ato libidinoso com alguém mediante fraude ou outro meio que impeça ou
dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. Elementar do crime é a fraude. É o
ardil, o engodo que induz a vítima em erro, levando-a a crer numa situação falsa.
ELEMENTO SUBJETIVO – o dolo;
CONSUMAÇÃO - com a realização do ato libidinoso, seja ele qual for. Não é preciso
que o agente consiga dar vazão à sua concupiscência.
TENTATIVA - ocorre quando o sujeito é impedido de prosseguir com a execução
do ato sexual.
FORMA QUALIFICADA - nos termos do parágrafo único do art. 215 do CP, “se o
crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também
multa”. Não é preciso que o sujeito obtenha referida vantagem, sendo suficiente a
intenção de faze-lo.
PENA E AÇÃO PENAL - A violação sexual mediante fraude é apenada com
reclusão, de dois a seis anos. A Lei n. 12.015, de 2009, elevou a sanção cominada
ao art. 215 do CP. A ação penal é pública incondicionada.
IMPORTUNAÇÃO SEXUAL
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o 
objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave. 
Introdução
O crime de importunação sexual, caracterizado pela realização de ato libidinoso na
presença de alguém e sem o seu consentimento, foi tipificado no ano passado a partir da
sanção da Lei 13.718/18, que teve como base o projeto (PL 5452/16) de autoria da
senadora Vanessa Grazziotin. A alteração no Código Penal trazida pela lei tem como
aspecto positivo solucionar um problema prático para operadoras e operadores do Direito,
que se viam diante de uma lacuna legislativa entre a tipificação das condutas de estupro e
de importunação ofensiva ao pudor.
BEM JURÍDICO PROTEGIDO - a liberdade sexual e o direito à intimidade da pessoa humana.
SUJEITOS DO DELITO - Tanto o sujeito ativo como o sujeito passivo podem ser qualquer pessoa.
TIPO OBJETIVO - para configuração do delito em estudo, é necessário que o ato libidinoso seja praticado com o
fim específico de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro, mas não há o emprego de violência ou da grave
ameaça. Deve ocorrer o dissenso ou consentimento (válido) da vítima como elemento essencial para a tipificação
ou o afastamento da tipicidade da conduta. Se a vítima consente na prática do ato libidinoso não há crime.
TIPO SUBJETIVO - é caracterizado pelo dolo, na vontade em satisfazer a própria lascívia ou de a de terceiros, não
bastando o simples toque, por exemplo. Assim, deve ser ato doloso em que se constitui a satisfação do agente, ao
mesmo tempo em que ofende a liberdade sexual da vítima.
OBS.: caso um indivíduo que, num rompante, levante a saia de uma mulher para humilhá-la em público, pratica
injúria real e não importunação sexual, ainda que nesta conduta revele sua nudez.
CONSUMAÇÃO - o crime se consuma com a prática de um ato que evidencie o assédio, não o reconhecendo
como crime habitual.
TENTATIVA - admitida.
AÇÃO PENAL - ação pública incondicionada.
ASSÉDIO SEXUAL
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou
favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior
hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
Parágrafo único. (VETADO)
§ 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito)
anos.
BEM JURÍDICO PROTEGIDO - a liberdade sexual e o direito à intimidade da pessoa
humana, em especial o respeito no ambiente laboral para que o indivíduo possa
exercer seu ofício sem qualquer intimidação ou constrangimento.
SUJEITOS DO CRIME
Sujeito Ativo: pode ser qualquer pessoa, tanto homem quanto mulher. Entretanto, trata-
se de delito especial próprio, de certo que exige uma qualidade pessoal do agente, que
deve ser superior hierárquico ou ter ascendência sobre a vítima.
Não é admitido o delito em estudo quando a conduta é realizada por agente que ocupe
cargo ou função equivalente ao da vítima. É admissível a coautoria e participação.
Sujeito Passivo: qualquer pessoa, tanto homem quanto mulher, desde que figure
como inferior hierárquico ou esteja submetido à ascendência do agente. 
OBS.: Pode ocorrer o delito entre pessoas do mesmo gênero.
• TIPO OBJETIVO: preceito primário da norma, ou seja, constranger alguém com a intenção de obter vantagem ou
favorecimento sexual, aproveitando-se da condição de superioridade hierárquica ou ascendência no exercício
laborativo.
Constranger – significa importunar, incomodar, embaraçar seriamente a vítima denotando uma forma sutil de
obrigação. Pode ser praticado através de palavras, gestos, escritos ou qualquer outro meio idôneo em que se
vislumbre ato de insinuação sexual, delito exclusivamente comissivo, mesmo que a realização seja de modo sútil
e apresente duplo sentido.
Superior hierárquico – decorrente da relação laboral, no âmbito da Administração Pública.
Cargo e função: expressões típicas da estrutura da Administração Pública, conforme apresentado no art. 3º da Lei
n.º 8.112/1990, cargo conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem
ser realizadas pelo servidor. Por sua vez, função pública é a atribuição ou atividade específica ou um conjunto delas,
cujo o poder público incumbe a um agente administrativo ou a um conjunto deles.
Emprego: é típico da atividade privada constitui a prestação de serviços de forma contínua a empregador, sob o
recebimento de salário.
OBS.: Vítima na condição de aprendiz, que ainda não completou 16 anos, pode ser sujeito passivo no crime.
O TIPO SUBJETIVO - o dolo é o tipo subjetivo do injusto, consistente no especial fim de obter
vantagem ou favorecimento sexual. Sendo outro o objetivo buscado pelo agente, como somente
humilhar vítima, não se configura assédio sexual, sendo substituído por outro tipo penal, como
injúria real ou constrangimento ilegal.
A importunação constrangedora do assediador na busca do ato sexual pretendido, revestida do
dissenso da vítima.
OBSERVAÇÕES:
a) Se na abordagem há contato físico, a conduta amolda-se ao tipo penal previsto no art. 213,
CP, estupro;
b) Se a vítima, apesar de ter recusado, atender a solicitação da prática do ato sexual, não se
importa com a investida do agente, não se configura o delito, já que para que se perfaça o
delito é imprescindível não só o desvalor da ação como também o desvalor do resultado.
c) Não é necessária uma abordagem frequente, mas de que seja persistente e com intensidade.
d) A existência de relacionamento anterior entre vítima e agressor, bem como uma amizade não
tem o condão obrigar a vítima a suportar o assédio do agressor.
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
a) CONSUMAÇÃO: no momento em que o agente efetua a importunação, que deve ser contrária à
vontade da vítima. Não é necessário que o agente obtenha a vantagem ou o favor sexual almejado.
b)TENTATIVA: é admissível. Apesar de ter sido desencadeado o ato lesivo ao bem jurídico, a vítima não
chega a tomar conhecimento da pretensão ao agente.
OBSERVAÇÕES
a)O crime de assédio sexual pode ser um “crime-meio” ou subsidiário, pois caso o agente utilize de
violência ou grave ameaça contra a vítima, concretizando o ato libidinoso, a conduta se amolda tipo do
crime de estupro.
b)Constrangimento ilegal (art.146, CP) X Assédio Sexual: no primeiro, o agente se utiliza de violência ou
grave ameaça de qualquer outro meio capaz de reduzir a resistência da vítima, para força-la a não fazer o
que a lei permite ou a fazer o que ela não determina. No assédio sexual a proteção é voltadapara a
liberdade sexual e à dignidade humana nas relações de trabalho. Princípio da especialidade.
CAUSA DE AUMENTO DE PENA: se a vítima é menor de 18 anos, a pena é aumentada 
em até 1/3 (um terço).
AÇÃO PENAL: ação penal pública incondicionada.
OBSERVAÇÃO
Relação professor e aluno - O entendimento majoritário doutrinário é a de que
não existe vínculo empregatício entre as referidas partes para a ocorrência de
superioridade hierárquica do professor em face aos alunos, logo não cabe para tal
situação a atribuição do crime de assédio sexual. Entretanto, ao realizar
julgados, apesquisas na jurisprudência, é possível verificar, em muitos 
consideração do crime em exame à referida situação, conforme 
acórdão a seguir:
“PENAL. PROCESSO PENAL. CRIME DE ASSÉDIO SEXUAL PRATICADO POR PROFESSOR DE INSTITUTO
FEDERAL DE ENSINO (IFAM) EM FACE DE ALUNAS MENORES DE IDADE. CP, ART. 216-A, § 2º.
MATERIALIDADE E AUTORIA DELITIVAS DEMONSTRADAS. DEPOIMENTOS DAS VÍTIMAS. AUSÊNCIA DE
ILEGALIDADE. DOLO CONFIGURADO. MANUTENÇÃO DA CONDENAÇÃO. RECURSOS DE APELAÇÕES NÃO
PROVIDOS.
1.O crime de assédio sexual caracteriza-se pelo constrangimento praticado por um superior hierárquico em
face da vítima, onde o agente aproveita-se de seu cargo para obter, forçadamente, favorecimento sexual com
seu subordinado.
2.Especificamente quanto à relação ao assédio sexual praticado por professor em face de aluno, tem-se visto
discussões doutrinárias sobre a matéria, no sentido de não ser considerada relação empregatícia, ou de
superioridade, uma vez que o vínculo que o aluno tem se dá pela instituição de ensino. A controvérsia gira em
torno da existência ou não da relação de superioridade ou ascendência funcional na relação entre professor e
aluno, o que originou opiniões diferenciadas dos doutrinadores.
3.Assim, é possível observar que são divididos os entendimentos quanto ao assédio sexual entre professor e
aluno, uma vez que, dada a particularidade de cada situação, pode ser considerada como assédio. Em
conformidade com o entendimento de diversos doutrinadores, deve-se considerar a agressão sofrida pela
vítima, sendo possível a ocorrência de assédio sexual nas relações de ensino, considerando, portanto, o
caráter privado da ação, cabendo à vítima a escolha de promover a ação penal ou não, o que não seria
possível se considerada a ocorrência de outro delito que não o de assédio sexual.”
(TRF1 – Processo nº: 0013643-38.2015.4.01.3200/AM – RELATORA: DESEMBARGADORA FEDERAL
MONICA SIFUENTES. Data do julgamento: 25/06/2019. Data da publicação: 26/07/2019)
CAPÍTULO I-A
DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL
Registro não autorizado da intimidade sexual
Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de
nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos
participantes:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio
ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou
libidinoso de caráter íntimo.
BEM JURÍDICO PROTEGIDO - a liberdade sexual e o direito à intimidade da pessoa
humana.
SUJEITOS DO DELITO - Tanto o sujeito ativo como o sujeito passivo - qualquer pessoa.
TIPO OBJETIVO - o crime consiste no ato do agente produzir (criar, financiar), registrar (fotografar,
filmar, gravar etc.) cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem
autorização dos participantes.
TIPO SUBJETIVO - Elemento subjetivo é o dolo. Não se exige especial fim de agir. Não admite
modalidade culposa. Caráter íntimo e privado. A cena registrada deve ter sido praticado em caráter
íntimo e privado.
Se o agente filma um casal mantendo relações sexuais em uma praça, por exemplo, não configura o
crime.
.
Sem autorização dos participantes
Se há autorização, o fato é atípico, salvo em se tratando de criança ou
adolescente, situação na qual configura o crime do art. 240 do ECA.
Vale ressaltar que para a não configuração do crime em tela, deve a autorização
ter sido dada por todos os participantes. Se faltar a autorização de um dos
participantes do ato, haverá crime.
TENTATIVA
É possível. Isso porque se trata de crime plurissubsistente no qual a execução
pode ser fracionada em vários atos.
Princípio da especialidade
Se o agente faz o registro indevido e posteriormente divulga a cena, deve responder pelos crimes 
dos arts. 216-B e 218-C em concurso material:
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar
ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de
informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de
estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o
consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave.
AÇÃO PENAL
Trata-se de crime de ação pública incondicionada.
Infração de menor potencial ofensivo
Trata-se de infração de menor potencial ofensiva, de forma que o rito é sumaríssimo (Lei nº 
9.099/95), cabendo transação penal e suspensão condicional do processo.
FIGURA EQUIPARADA
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro
registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo.
TIPO OBJETIVO
No caput, a cena registrada é verdadeira. Neste parágrafo único, por outro lado, a fotografia, vídeo ou áudio não é
autêntica. Foi feita uma montagem, ou seja, foram acrescentados elementos que não ocorreram na realidade.
Ex: o agente pega imagem de uma modelo nua e, por meio do programa de computador Adobe Photoshop troca o 
rosto da modelo pelo da vítima.
SUJEITOS DO DELITO - Tanto o sujeito ativo como o sujeito passivo podem ser qualquer pessoa.
TIPO SUBJETIVO - É o dolo. Não se exige especial fim de agir. Não se exige o agente tenha feito isso para
se vingar da vítima ou alguma outra motivação especial. Não admite modalidade culposa.
CONSUMAÇÃO - O crime se consuma ainda que o agente tenha feito a montagem com o intuito apenas
de diversão, ou seja, com a intenção de “brincar” com a vítima.
ALTERAÇÃO NA LEI N.º 11.340/2006, “LEI MARIA DAPENHA”
A Lei nº 13.772/2018 ainda promoveu uma pequena mudança na Lei nº 11.340/2006 ((Lei Maria da
Penha) para deixar expresso que a violação da intimidade da mulher é uma forma de violência
doméstica, classificada como violência psicológica que deve ser entendida como qualquer forma de
dano emocional, diminuição da autoestima, prejuízo ou controle das ações, comportamentos, crenças e
decisões da mulher.
ANTES DA LEI 13.772/2018
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
(...)
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e
diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise
degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça,
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz,
insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio
que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
APÓS A EDIÇÃO DA LEI N.º 13.772/2018
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
(...)
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional
e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que
vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante
ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante,
perseguiçãocontumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização,
exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à
saúde psicológica e à autodeterminação;
OBSERVAÇÃO
Uma vez que a suposta vítima mantenha relação sexual ou exponha nudez em local
público ou local particular vigiado (que informe a condição de estar filmando o
ambiente) não poderá servir de pauta para a realização de uma conduta em estudo. O
comportamento das pessoas registradas que, sabendo ou devendo saber que estão em
um ambiente em que há registro de imagens e sons, e ainda assim prosseguem com
seu intento libidinoso deve afastar a antijuridicidade a partir do exercício regular de um
direito (vigiar patrimônio) ou do estrito cumprimento do dever legal (garantir segurança
pública).
Por fim, o ato obsceno (art. 233, CP) de natureza sexual ou libidinosa praticado por
alguém diante de câmeras é punível pelas autoridades, que devem registrar tal prática
sempre que possível para a garantia de materialidade e autoria delitivas.
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL
Estupro de vulnerável
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade
ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer
outra causa, não pode oferecer resistência.
§ 2o (VETADO).
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§ 4o Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se independentemente do
consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime
BEM JURÍDICO TUTELADO - a liberdade sexual em sentido amplo dos menores de 14 anos e vulneráveis,
inclusive sua integridade e autonomia sexual.
Hipóteses de vulnerabilidade
• Indivíduo menor de 14 anos;
• Pessoa que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem discernimento necessário para a prática do ato
sexual ou libidinoso;
• Pessoa que, por qualquer outra causa, não possa oferecer resistência.
Vulnerável é qualquer pessoa em situação de fragilidade ou perigo. A lei não se refere aqui à capacidade para
consentir ou à maturidade sexual da vítima, mas ao fato de se encontrar em situação de maior fraqueza moral,
social, cultural, fisiológica, biológica etc. Uma jovem menor, sexualmente experimentada e envolvida em
prostituição, pode atingir à custa desse prematuro envolvimento um amadurecimento precoce. Não se pode
afirmar que seja incapaz de compreender o que faz. No entanto, é considerada vulnerável, dada a sua
condição de menor sujeita à exploração sexual. Incluem-se no rol de vulnerabilidade casos de doença mental,
embriaguez, hipnose, enfermidade, idade avançada, pouca ou nenhuma mobilidade de membros, perda
momentânea de consciência, deficiência intelectual, má formação cultural, miserabilidade social, sujeição a
situação de guarda, tutela ou curatela, temor reverencial, enfim, qualquer caso de evidente fragilidade.
SUJEITOS DO DELITO
a) ATIVO: qualquer pessoa;
b) PASSIVO: pessoa do gênero feminino ou masculino, desde que esteja na faixa etária dos catorze 
anos ou que seja considerado vulnerável.
TIPO OBJETIVO - a conduta vedada pelo legislador no tipo penal do art. 217-A, caput, CP, consiste
em ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos. No parágrafo primeiro
do supracitado artigo, incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém
vulnerável em decorrência de transtorno ou deficiência mental ou que não possa oferecer resistência.
Vulnerabilidade – diz respeito a sua capacidade de reagir a intervenções de terceiros quando no
exercício de sua sexualidade, seja em razão da idade ou condição da pessoa, sendo mais suscetível
à ação de quem pretende intervir em sua liberdade sexual.
TIPO SUBJETIVO - representado pelo dolo expressamente apresentado pela vontade
consciente do agente para a prática dos elementos objetivos do tipo penal.
CONSUMAÇÃO- com a cópula vaginal ou com prática de ato libidinoso objetivado pelo 
agente.
TENTATIVA - é admissível;
FORMAS QUALIFICADAS - se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave (art.
217-A, paragrafo terceiro, CP e, ainda, se resulta morte (art. 217-A, paragrafo quarto, CP).
AÇÃO PENAL - ação pública incondicionada.
OBSERVAÇÕES
Sexo ou ato libidinoso com menor de 14 anos é estupro de vulnerável, independente de ter havido
consentimento. Este é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que solidificou sua
jurisprudência em uma súmula:
Súmula 593
O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato
libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima para a
prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o
agente.
Entretanto, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, TJ-SP, apresentou o entendimento de que é
possível aplicar o novo tipo penal por ser mais benéfico ao réu, uma vez que o novo tipo penal de
importunação sexual é mais adequado e proporcional às circunstâncias no caso da inexistência de
violência ou grave ameaça.
Ao tratar de atos libidinosos, difere os crimes de estupro dos de importunação sexual. Enquanto o
primeiro exige a presença de violência ou grave ameaça, a importunação sexual prevê sanção àquele
que, sem a anuência não é sinônimo de algo forçado contra a vítima para pratica de ato libidinoso.
Corrupção de menores
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de
outrem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. 
Parágrafo único. (VETADO)
OBJETO JURÍDICO - a proteção à liberdade sexual, em especial ao menor de 14 anos.
SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa; SUJEITO PASSIVO: a pessoa menor de 14 anos;
OBJETO MATERIAL - a pessoa menor de 14 anos induzida à satisfação da lascívia de
outrem;
TIPICIDADE OBJETIVA - Podem ser usados vários meios , como palavras, publicações,
representações, fotografias, exibições lascivas e obscenas, desde que idôneos à
persuasão. Também ocorre por intermédio da prática de qualquer ação que objetive o
prazer sexual, abrangendo a própria conjunção carnal ou ato libidinoso. O agente busca
persuadir e convencer a vítima a satisfazer a lascívia de outrem, visando incutir em seu
espírito hábitos e práticas sensuais.
TIPO SUBJETIVO - o dolo.
CONSUMAÇÃO: com o induzimento da vítima a satisfazer a lascívia
de outrem;
TENTATIVA: admissível, mas de difícil configuração.
AÇÃO PENAL: ação pública incondicionada
Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou
adolescente
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos,
ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim
de satisfazer lascívia própria ou de outrem.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos
BEM JURÍDICO PROTEGIDO: a liberdade, dignidade sexual em sentido amplo dos menores de 
catorze anos;
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa; SUJEITO PASSIVO: pessoa do gênero masculino ou feminino,
desde que menor de catorze anos;
TIPO OBJETIVO: tipifica-se a conduta daquele que pratica na presença de menor de 14 anos ou induz
que esse menor presencie a prática de qualquer ato que vise à satisfação sexual alheia ou própria.
Busca o agente despertar na vítima o desejo ou libido, não é necessário a prática com a vítima, basta
que o sujeito passivo presencie qualquer ação de cunho sexual.
TIPO SUBJETIVO: o dolo;
CONSUMAÇÃO: com a prática ou com o induzimento do menor a presenciar a conjunção carnal ou
outro ato libidinoso.
TENTATIVA: é admissível.
OBSERVAÇÕES:
• Os termos “presença” e “presenciar”não significam proximidade física, podendo o delito
ser praticado por meio da internet, por filme pornográfico ou outro meio permissivo para
atingir a captação das imagens pelo menor;
• O crime em estudo não se confunde com o crime previsto no art. 241-D, da Lei n.º
8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Nesta figura, o acesso da criança ao
material pornográfico destina-se a convencê-la a com o agente praticar qualquer ato
libidinoso;
• O tipo penal apresenta somente núcleo induzir descrito no tipo penal, por
interpretação extensiva, deve-se incluir a instigação e o auxílio, formas similares de
participação.

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