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Enízia Simões 3° período Tuberculose Objetivo Objetivo Objetivo 1: Conhecer o agente etiol: Conhecer o agente etiol: Conhecer o agente etiológico e fisiopatologia da tuberculosegico e fisiopatologia da tuberculosegico e fisiopatologia da tuberculose Objetivo Objetivo Objetivo 2: Estudar as manifesta: Estudar as manifesta: Estudar as manifestações cles cles clínicas, causas, fatores de risco e di-nicas, causas, fatores de risco e di-nicas, causas, fatores de risco e di- agnagnagnóstico da tuberculosestico da tuberculosestico da tuberculose Obejtivo Obejtivo Obejtivo 3: Analisar o tratamento da tuberculose: Analisar o tratamento da tuberculose: Analisar o tratamento da tuberculose - É uma das principais doenças infectocontagiosas do planeta e uma impor- tante questão de saúde pública mundial, a qual foi introduzida no Brasil pelos colonizadores europeus - É uma doença granulomatosa crônica com um estágio latente único, causada pelo bacilo álcool-acidorresistente (BAAR) Mycobacterium tuberculosis. Epidemiologia - A tuberculose é uma doença de transmissão respiratória, pela inalação de partículas infectantes na forma aerossolisada no meio ambiente, principal- mente em contatos íntimos prolongados - Segundo o critério de Rose1, considera-se significativo para contágio o tem- po cumulativo de 200 horas com um paciente com baciloscopia positiva e 400 horas com um paciente com baciloscopia negativa e cultura positiva - No Brasil, a notificação de casos de tuberculose é obrigatória, realizada por meio de fichas padronizadas a partir das Unidades Básicas de Saúde para as Secretarias Estaduais, que as consolidam. Todo caso de tuberculose deve ser imediatamente no-tificado ao serviço de vigilância epidemiológica, indepen-den- temente do critério utilizado para a confirmação - Em todo caso diagnosticado de tuberculose, independentemente da forma e critério adotados, deve ser obrigatoriamente oferecido o teste anti-HIV, uma vez que a prevalência da tuberculose e a infecção pelo vírus HIV+ são signifi- cativamente maiores do que na população soronegativo - O Brasil ocupa o 17º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do to- tal de casos de tuberculose no mundo - A incidência da doença guarda relação direta com o baixo índice de desenvol- vimento humano de cada país e condições socioeconômicas desfavoráveis. - Em torno de 83% das formas clínicas diagnosticadas são formas pulmona- res, enquanto 17% são formas extrapulmonares, destacando-se, entre es- tas, as formas pleural e ganglionar como as duas mais prevalentes. - O pulmão é o local da maioria dos casos de tuberculose por reativação. - A característica principal da patologia é a formação de granuloma, com ne- crose caseosa e células de Langerhans gigantes multinucleadas. - Existem diferenças na transmissão, e isso pode ser explicado pela virulência do microrganismo, a imunidade inata e a suscetibilidade das populações expos- tas Microbiologia - O agente etiológico é o Mycobacterium tuberculosis - O gênero Mycobacterium, único da família Mycobacteriaceae, uma forma de transição entre as eubactérias e actinomicetos, é constituído por bacilos re- tos ou ligeiramente curvos, imóveis e não formadores de esporos ou cápsulas. As bactérias desse gênero são caracterizadas principalmente por apresenta- rem um tempo de geração longo, 3 horas para as espécies de crescimento rápido e 18 horas, em média, para as espécies de crescimento lento e serem resistentes à descoloração por solução contendo álcool e ácido. - Com seu metabolismo voltado especialmente para a construção da cápsula que o protege dos agentes químicos, o M. tuberculosis cresce lentamente. Ae- róbio, duplica sua população em 18 a 48 horas, dependendo da maior ou me- nor oferta de oxigênio, do pH do meio e acesso a nutrie?tes. Entretanto, é facilmente destruído por agentes físicos, como o calor, os raios ultravioletas da luz solar e radiações ionizantes. - O M. tuberculosis não se apresenta livre na natureza, dependendo do para- sitismo; transmite-se principalmente por via aérea, facilitada pela aglomeração humana - Associada ao crescimento lento, provoca principalmente doença de curso lento e crônico em indivíduos com baixa imunidade, com destaque para a sub- nutrição. - Por ser um aeróbio estrito para a maior parte das suas populações, infecta os pulmões e aí se localiza preferencialmente – a presença de oxigênio favo- rece sua multiplicação e a ligação do órgão com o meio externo facilita sua transmissão. *Mycobacterium tuberculosis hominis é o tipo mais frequente de tuberculose que ameaça seres humanos. Fatores de risco - A predisposição do indivíduo em desenvolver a doença depende da interação de diversos fatores genéticos e ambientais e até mesmo sociais. - O adoecimento por tuberculose também está intrinsecamente relacionado à resposta imune do hospedeiro contra o bacilo. Diversos fatores podem com- prometer a resposta imune e facilitar o adoecimento, sendo os mais conheci- dos: extremos de idade, desnutrição, diabetes, infecção pelo HIV, neoplasias, imunodepressão por uso de medicações (uso crônico de corticóides, imunode- pressores), tabagismo e etilismo. - Em relação aos fatores sociais, locais onde a população vive em graus ex- tremos de pobreza e má nutrição apresentam incidências elevadas de tuber- culose OBS:OBS:OBS: Algumas populações especiais apresentam também um risco aumentado de adoecer por tuberculose (TB). Os moradores de rua, presidiários, portado- res do vírus do HIV e indígenas fazem parte deste grupo de populações mais vulneráveis a doença no Brasil IdadeIdadeIdade - Estas disparidades podem ser atribuídas a diferenças no risco de infecção e no risco de desenvolver doença após a da infecção SexoSexoSexo - De acordo com dados da OMS, a prevalência de TB é maior nos pacientes adultos do sexo masculino - Uma provável explicação para esta maior prevalência pode estar relaciona- da às variações hormonais entre os sexos. Primeiramente pela preferência da tuberculose ao sexo masculino ser evidenciada predominantemente nos adultos em idade reprodutiva Condições socioenômicasCondições socioenômicasCondições socioenômicas - As condições de baixo nível socioeconômico tendem a originar situações ha- bitacionais sobrelotadas, o que, por sua vez, com a ocorrência de um caso, propicia um aumento na transmissão do bacilo, resultando numa maior preva- lência da infecção tuberculosa, com o respectivo aumento da incidência da do- ença. - A pobreza pode também reduzir o acesso aos serviços de saúde, prolon- gando o período de transmissibilidade e aumentando o risco de infecção entre os seus contatos Estado nutricionalEstado nutricionalEstado nutricional - O déficit nutricional afeta o sistema imunológico, e juntamente com a defi- ciência de vitaminas e minerais elevam o risco do desenvolvimento da tuberculose Importante: Recente artigo de revisão associou a obesidade ao maior risco de desenvolvimento de infecções, principalmente virais e bacterianas. A regula- ção do sistema imunológico depende de um estado nutricional adequado e a obesidade pode acarretar em maior risco de desenvolvimento de doenças, en- tre elas, a tuberculose. Enízia Simões 3° período Hábitos de vidaHábitos de vidaHábitos de vida TabagismoTabagismoTabagismo - O papel que a fumaça do cigarro desempenha na patogênese da tuberculo- se está relacionado à disfunção ciliar, a uma resposta imune reduzida e a de- feitos na resposta imune de macrófagos, com ou sem uma diminuição da con- tagem de CD4, aumentando a suscetibilidade à infecção por Mycobacterium tuberculosis EtilismoEtilismoEtilismo - - - Estudos in vivo e in vitro demonstraram que o uso de álcool altera significati- vamente a resposta imune, aumentando a suscetibilidade a doenças respirató- rias, como a tuberculose. - O abuso de álcool influencia não apenas a incidência de tuberculose, mas também sua evolução clínica e seus desfechos. Uso de drogas ilícitas - - - Os efeitos fisiológicos do uso de drogas, juntamente com o meio ambiente e comportamentos de riscodos usuários de drogas, podem contribuir para a al- ta prevalência de tuberculose entre usuários de drogas. Além do maior risco para aquisição da infecção, usuários de drogas também respondem menos ao tratamento, com duração maior de positividade no escarro e maior mortalida- de associada à doença HIV/AIDS - A infecção pelo HIV é um dos principais fatores de risco para desenvolvi- mento da TB descrito nas últimas décadas. - Como foi demonstrado em um estudo europeu, o risco de TB em portado- res do HIV com reação tuberculínica igual ou superior a 5 mm, correlaciona-se com o número de linfócitos CD4. De Cock e colaboradores, revisaram a rela- ção existente entre grau de imunossupressão e manifestação da TB Secundária a uso de medicações - O uso de corticóides (dose equivalente a 15mg/dia ou mais de prednisona por 1 mês), e antagonistas de fator de necrose tumoral (anti-TNF) é acompa- nhado por um aumento no risco de TB ativa. A administração de corticóides em pacientes com TB latente exige observação e profilaxia, dada a possibilida- de de ocorrer reativação da doença Diabetes Millitus - Os pacientes com diabetes mellitus (DM) correm um maior risco de passar de tuberculose latente para tuberculose ativa. - A diabetes se correlaciona positivamente com o aumento do índice de mas- sa corporal, enquanto que o risco de TB se correlaciona negativamente, con- duzindo a uma potencial subvalorização do risco de TB nos diabéticos, se não for feito o devido ajuste em relação ao peso corporal - A DM mal controlada pode levar a múltiplas complicações, incluindo o aumen- to da suscetibilidade à infecção. O diabetes causa um aumento da suscetibilida- de à tuberculose através de vários mecanismos, incluindo hiperglicemia e insu- linopenia celular, que têm efeitos indiretos sobre a função de macrófagos e linfócitos. OBS: No entanto, a tuberculose pode prejudicar temporariamente a tolerância à glicose, que é um fator de risco para o desenvolvimento de DM. Fisiopatologia - Normalmente, a cadeia de transmissão da TB começa com um caso infecci- oso de TB pulmona. A infecciosidade de um paciente é determinada pelo esta- do do esfregaço de escarro (3 a 4+ BAAR), pela força e frequência da tos- se, pela presença de doença pulmonar cavitária e pelas características do es- paço físico compartilhado com a fonte (ventilação e recirculação do ar) *Nem todos os pacientes com TB pulmonar que apresentam esfregaço for- temente positivo para BAAR são igualmente infecciosos, e pode haver indiví- duos altamente transmissores, em virtude de fatores do hospedeiro ou bac- terianos ou de ambos. - Mycobacterium tuberculosis hominis é um microrganismo disseminado pelo ar em diminutas partículas invisíveis (núcleos goticulares), acumuladas nas se- creções respiratórias dos pacientes com tuberculose em atividade. - Essas gotículas evaporam e abrigam os microrganismos (núcleos goticula- res), que permanecem suspensos no ar e são transportados pelas correntes de ar. *Mais gotículas, mais microrganismos e mais capacidade de infectar *Os macrofagos alveolares protegem o alveolo pela fagocitose, para que não seja danificado - Depois do contato com o patogêno, os núcleos goticulares inalados descem pela árvore brônquica sem aderir ao epitélio e são depositados nos alvéolos - Pouco depois de entrar nos pulmões, os bacilos são fagocitados pelos ma- crófagos alveolares, mas resistem à destruição, aparentemente porque os li- pídios da parede celular do M. tuberculosis impedem a fusão dos fagossomos e lisossomos - Posteriormente, os macrofagos se tornam infectados e os bacilos que es- tão dentro do macrofagos se multiplicam - À medida que os bacilos da tuberculose se multiplicam, os macrófagos infec- tados tentam degradar as microbactérias, e conseguem destruir algumas e depois produzem antigenos e apresentam aos linfocitos T - Os linfócitos T estimulam o aumento das enzimas líticas pelos macrofagos, para tentar destruir mais bacilos - Os macrofagos também libera essas enzimas, destruindo bacilos soltos e destruindo também o epitélio alveolar, em consequência disso, o pulmão come- ça a ter cavitações alveolares, aparecendo sintomas como febre (devido a in- fecção), dispneia (devido a destruição de epitélio) - Nos indivíduos com imunidade celular normalindivíduos com imunidade celular normalindivíduos com imunidade celular normal, - com progressão mais lenta- a resposta imune celular resulta na formação de uma lesão granulomatosa branco-acinzentada, conhecida como foco de Ghon, que contém os bacilos da tuberculose, macrófagos modificados e outras células imunes. - Com a lesão de epitélio, vem fibroblasto para tentar reparar a lesão e o fo- co de Ghon começam a ser fechados por fibroblastos. - Os focos normalmente ficam na zona subpleural, uma zona do parenquima pulmonar abaixo da pleura, irritando a pleura e causando a pleurite - uma in- fecção na pleura que gera dor quando o paciente exapnde o pulmão. - Quando a quantidade de microrganismos é grande, uma reação de hipersen- sibilidade produz necrose significativa dos tecidos e provoca necrose caseosa (semelhante ao queijo) macia. - Mais tarde, quando os mecanismos imunes decaem ou falham, a infecção tuberculosa latente pode evoluir para tuberculose secundária. Manifestações clínicas Tuberculose primária - É quando o individuo não está sensibilizado, ou seja, nunca entrou em conta- to com o bacilo - Nos casos típicos, essa infecção é iniciada em consequência da inalação de núcleos goticulares contendo bacilos da tuberculose - A maioria dos desenvolve infecção latente, na qual linfócitos T e macrófagos circundam os microrganismos dos granulomas limitando sua disseminação. Paci- entes com tuberculose latente não têm doença em atividade e não podem transmitir o bacilo às outras pessoas. - Podem ocorrer febre, falta de ar, tosse não produtiva e, raramente, erite- ma nodoso. - ode-se verificar a presença de crepitações e sibilos localizados. As radiogra- fias de tórax revelam pequenas opacidades difusas nos campos pulmonares médios, frequentemente com linfadenopatia hilar unilateral. - Muito comum ter sudorese noturna (é caracteristico) - Uma pequena cicatriz causada por uma lesão estacionária nos ápices do pul- mão é denominada foco de Simon. Enízia Simões 3° período Tuberculose primária. O complexo de Ghon cicatri- zado é formado por um nódulo subpleural (ponta de seta) e linfonodos hilares afetados (setas). Tuberculose progressiva primária - É causada por reinfecção secundária aos núcleos goticulares inalados ou pela reativação de uma lesão primária previamente cicatrizada - Em geral, isso ocorre nos casos em que os mecanismos de defesa do orga- nismo estão deprimidos. - A ausência de desenvolvimento de imunidade adaptativa é mais comum em crianças pequenas, em indivíduos idosos e em pacientes imunocomprometidos. - Com a tuberculose progressiva primária, a reação de hipersensibilidade celu- lar pode ser um fator agravante, conforme se evidencia pela frequência de cavitação e disseminação brônquica. Em casos graves, as cavidades podem coalescer rapidamente e aumentar de diâmetro. Derrame pleural e empiema tuberculoso são comuns à medida que a doença avança - Pacientes com tuberculose progressiva primária em estágio inicial geralmen- te têm febre baixa, fadiga e emagrecimento - Inicialmente, a tosse é seca, mas depois se torna produtiva com escarro pu- rulento e com raias de sangue em alguns casos. - Dispneia e ortopneia ocorrem à medida que a doença avança progride para tuberculose progressiva primária tardia. Com a progressão da doença, o paci- ente também pode ter sudorese noturna, anemia e estertores à ausculta pul- monar Tuberculose de reativação (pós- primária) - A TB pulmonar constitui a forma mais comum de TB de reativação - Os achados clínicos típicos na TB pulmonar consistem em início insidioso de tosse produtiva, sudorese noturna, anorexia e perda de peso. - O escarro pode ser purulento, com estrias de sangue ou francamente san- guinolento - Pode ocorrer dor pleurítica na presença deinflamação subpleural. - O exame físico pode revelar macicez à percussão, sopro anfórico (som oco) de baixo timbre e, em certas ocasiões, crepitações que podem ocorrer após a tosse. - No RX há progressão desde opacidades difusas e consolidação para a cavi- tação, refletindo a liquefação e caseificação Tuberculose por reinfecção - A TB por reinfecção é clinicamente indistinguível de outras formas e consti- tui um importante mecanismo patogênico em ambientes de alta transmissão. Tuberculose extrapulmonar - As formas extrapulmonares de tuberculose envolvem uma gama enorme de órgãos e sistemas, com graus diferentes de gravidade conforme a resposta do hospedeiro em relação à micobactéria. Assumindo o trato respiratório inferior como a principal porta de entrada, a disseminação por contiguidade, linfática e hematogênica é responsável pelas manifestações apresentadas. Tuberculose extrapulmonar - A TB pleural ocorre por extensão direta, quando um foco caseoso subpleu- ral libera líquido no espaço pleural ou por meio de disseminação hematogênica - A manifestação típica consiste em início abrupto de febre, dor torácica pleurítica e tosse. Em certas ocasiões, a apresentação é insidiosa e consiste em febre, perda de peso e mal-estar. Se o derrame pleural for grande o su- ficiente, pode-se observar a ocorrência de dispneia - O exame físico revela macicez à percussão e diminuição dos sons respirató- rios. Acima da área de macicez pode haver egofonia verdadeira. Tuberculose miliar - Se caracteriza pela sua manifestação insidiosa, que consiste em febre, per- da de peso, sudorese noturna e poucos sinais ou sintomas localizados. Diagnostico - Os métodos de triagem usados mais comumente para diagnosticar tubercu- lose pulmonar são intradermorreação à tuberculina e radiografias do tórax. - A intradermorreaçãointradermorreaçãointradermorreação com tuberculinacom tuberculinacom tuberculina avalia a hipersensibilidade retardada que se segue à exposição ao bacilo da tuberculose - O diagnóstico de infecção latente por TB baseia-se no achado de hipersensi- bilidade de tipo tardio aos antígenos micobacterianos e ausência de TB clinica- mente ativa. - O derivado proteico purificado (PPD) de tuberculina, derivado de filtrados de cultura de M. tuberculosis, autoclavados, é utilizado para induzir hipersensibili- dade de tipo tardio. A resposta desencadeada pelo PPD não é específica, em razão da ampla reatividade cruzada entre micobactérias tuberculosas e não tuberculosas e outros microrganismos também. - O teste cutâneo tuberculínico é realizado pela injeção de 5 unidades tuberculínicas de PPD em 0,1 mℓ por via intradérmica. A reação é avaliada como endurecimento depois de 48 a 72 horas. - A interpretação do teste cutâneo tuberculínico baseia-se em uma “escala móvel” que leva em consideração o risco prévio de infecção por M. tuberculo- sis em um indivíduo IMPORTANTEIMPORTANTEIMPORTANTE::: Uma reação positiva não significa que o indivíduo tenha TB em atividade. Isso significa apenas que houve exposição ao bacilo e que o indivíduo desenvolveu imunidade celular ao microrganismo Exames complementares EXAMES INESPECÍFICOSEXAMES INESPECÍFICOSEXAMES INESPECÍFICOS - Os exames laboratoriais inespecíficos pouco ajudam no diagnóstico da tuberculose. O hemograma pode evidenciar anemia decorrente de doen- ça crônica, sem altera-ções leucocitárias específicas. Dependendo dos órgãos acometidos, espera-se elevação discreta de parâmetros labora- toriais, como o aumento de enzimas canaliculares na tuberculose com comprometimento hepático. As provas inflamatórias geralmente estão elevadas em todas as formas clínicas, como a velocidade de hemossedi- mentação (VHS) e a proteína C reativa (PCR). EXAMES ESPECÍFICOSEXAMES ESPECÍFICOSEXAMES ESPECÍFICOS Enízia Simões 3° período - Exames radiológicos são fundamentais para o diag-nóstico de todas as formas de tuberculose. Alterações su-gestivas podem ser evidenciadas em exames ultrassono-gráficos, tomográficos e de ressonância magnéti- ca, podendo ser utilizadas em diversas formas, como a tuber-culose ós- sea, renal, intestinal etc - O principal método diagnóstico, para todas as formas clínicas da tuber- culose, é o microbiológico, envolvendo a pesquisa pelo método de Ziehl-Ni- elsen e a cultura do material em meio sólido de Lowenstein Jensen ou em meio líquido, muitas vezes com detecção automatizada. Qualquer ma- terial além do escarro deve ser encaminhado para a pesquisa direta e cultura, sendo este último o padrão-ouro diagnóstico, pela maior sensibili- dade do método, possibilidade de identificação da micobactéria e realiza- ção do perfil de sensibilidade. Tratament0 - Os objetivos consistem em curar o paciente e minimizar a transmissão. Con- sequentemente, o médico tem a obrigação de assegurar que o tratamento seja concluído com boa adesão do paciente aos medicamentos - O tratamento da tuberculose deve considerar as di-ferentes populações bacilares (intra e extracelular), a mul-tiplicação lenta do microrganismo, as formas latentes do bacilo e a possibilidade de emergência de resistência. O perfil epidemiológico local também é importante na se-leção do esquema tera- pêutico. - A base do tratamento na TB consiste em terapia com múltiplos medicamen- tos. Isso é necessário peço fato de que o M. tuberculosis sofre mutações es- pontâneas que conferem resistência a fármacos em uma frequência tal que a maioria dos pacientes com doença pulmonar cavitária – e, portanto, pacien- tes com alta carga de microrganismos – tem probabilidade de abrigar mutan- tes resistentes. - No tratamento da TB causada por microrganismos sensíveis a fármacos, existe uma fase intensiva de terapia nos primeiros 2 meses, dirigida contra os microrganismos de multiplicação e metabolismo rápidos, resultando habitual- mente em esterilização do escarro nos pacientes com TB pulmonar. Essa fa- se é seguida de uma fase de continuação de 4 a 6 meses, que mata os mi- crorganismos persistentes de metabolismo lento. Os quatro fármacos anti-TB de primeira linha (todos administrados por via oral) – isoniazida, rifampicina, etambutol e pirazinamida – formam a base da quimioterapia para a TB - A terapia padrão de ciclo curto para a TB pulmonar exige uma fase intensi- va de 2 meses com quatro fármacos (isoniazida, rifampicina, etambutol e pi- razinamida), seguida de uma fase de continuação de 4 meses com isoniazida e rifampicina, completando 6 meses de tratamento - Em pacientes com doença cavitária extensa e no indivíduo gravemente imu- nossuprimido, a terapia diária deve ser administrada durante todo o ciclo. Nos indivíduos infectados pelo HIV com TB, que não estão gravemente imunossu- primidos, o tratamento deve ser diário durante a fase intensiva e administra- do pelo menos 3 vezes/semana durante a fase de continuação. Os indivíduos não infectados pelo HIV, sem doença cavitária extensa, podem ser tratados totalmente com esquemas intermitentes - Nas formas neurológicas, a segunda fase de tratamento é estendida por 7 meses, completan-do 8 meses de tratamento (Tabela 2). Deve-se utilizar cor- ticosteroide nos 2 primeiros meses de tratamento para formas neurológicas e pericárdicas. Indivíduos diabéti-cos também devem ter o tratamento esten- dido para 9 me-ses, segundo o Ministério da Saúde - Formas graves, disseminadas e com padrão lento de resposta terapêutica podem requerer maior tempo de tra-tamento, confor- me a evolução clínica. - A TB extrapulmonar está habitualmente associada a uma menor carga bac- teriana do que TB pulmonar e pode ser tratada com esquemas padrão de ci- clo curto de 6 a 9 meses de duração. - Os efeitos colaterais do esquema básico para tuber-culose podem ser dividi- dos em efeitos menores e maio-res. Os efeitos menores podem ocorrer em até 40% dos pacientes, englobando gastrite, náusea, vômito, colora-ção ala- ranjada da urina, artralgia, dentre muitos sintomas - Os efeitos colaterais maiores ocorrem em cerca de 3 a 8% dos casos, destacando-se a hepatotoxicidade como o efeito potencialmente mais grave relacionado aotratamento Profilaxia - A profilaxia pode ser realizada com o uso da vacina BCG ou com o uso de medicamentos antituberculosos. - A vacinação com BCGvacinação com BCGvacinação com BCG é rotineiramente utilizada em recém-nascidos, tem proteção variável e não duradoura, com objetivo principal de evitar apresen- tações graves como a neurotuberculose e formas disseminadas. - A profilaxia medicamentosaprofilaxia medicamentosaprofilaxia medicamentosa pode ser dividida em primária e secundária. AAA profilaxia primáriaprofilaxia primáriaprofilaxia primária é indicada para indivíduos em situação de risco para infec- ção, sem con-tato prévio com a micobactéria, por exemplo, o recém--nascido que habita um domicílio com pacientes bacilíferos. A profilaxia secundáriaA profilaxia secundáriaA profilaxia secundária, mais conhecida como trata-mento da infecção latente por M. tuberculosis, só pode ser indicada após ser afastada a possibilidade de doença ati-va. Geral- mente, o diagnóstico é feito por PPD, lesão ra-diológica cicatricial sugestiva de contato prévio, evidência de convívio intenso com paciente bacilífero, tubercu- lose prévia não tratada e os novos métodos imunoenzimáticos
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