Buscar

Epidemiologia das neoplasias

Prévia do material em texto

Epidemiologia das Neoplasias 
CONCEITOS GERAIS 
-É uma das principais causas de morte no mundo: 
• 2008: 7,6 milhões (21 mil/dia) 
• 2020: 10 milhões (ou 1 a cada 6 mortes naquele 
ano) 
-Envelhecimento e aumento populacional: tendência a 
aumento em incidência e mortalidade 
-Estatísticas em geral excluem neoplasias de pele (não-
melanoma) 
-Países de alta renda possuem estrutura de coleta de 
dados mais eficaz 
-Aproximadamente 1/3 das mortes por câncer são atri-
buídas ao uso de tabaco, IMC alto, consumo de álcool, 
ingesta baixa de frutas e vegetais, sedentarismo – 
todos fatores modificáveis 
-Países de baixa e média-baixa renda: aproximada-
mente 30% dos casos de câncer são causados por in-
fecções (HPV, EBV, hepatite, etc.) 
-Variações geográficas sugerem fatores de risco ambi-
entais importantes – neoplasias possivelmente evitáveis 
 
FATORES DE RISCO 
-Neoplasias malignas surgem a partir da transformação 
de células normais em células potencialmente malignas 
associadas a falhas no reconhecimento destas transfor-
mações – proliferação celular desenfreada 
-Interação entre fatores genéticos individuais predispo-
nentes e fatores externos como: 
• Carcinógenos físicos (radiação ionizante, UV) 
• Carcinógenos químicos (componentes do ci-
garro, asbesto, álcool) 
• Carcinógenos biológicos (infecções virais, para-
sitas, bactérias) 
 
FATORES INDIVIDUAIS: 
-Hereditariedade (5 a 10%) - síndromes familiares 
(Lynch, BRCA, PAF, CTMF, etc.) 
-Fatores de predisposição: raça, idade, sexo, hábitos e 
estilo de vida 
INFECÇÕES: 
-Causas diretas e indiretas 
-HPV (câncer de colo de útero, cabeça e pescoço), 
HCV/HBV (hepatocarcinoma), EBV (linfomas): muta-
ções genéticas 
-HIV -> imunossupressão 
Obs. Todo paciente imunodeprimida terá uma pré-dis-
posição à carcinogênese 
TABAGISMO: 
-Não se restringe apenas ao trato respiratório, mas sim 
com células escamosas epiteliais do organismo como 
um todo 
-Importante na carcinogênese de diversas neoplasias – 
pulmão, cabeça e pescoço, esôfago, bexiga, pâncreas 
-90% das mortes por câncer de pulmão 
ÁLCOOL: 
-Relacionado isoladamente a neoplasias de cabeça e 
pescoço, esôfago e hepatocarcinoma (cirrose) 
-Associado ao tabagismo: vias aéreas superiores e TGI 
DIETA: 
-Carcinoma colorretal, próstata, mama, estômago 
-Alimentos pró e anti-carcinogênese 
-Dieta rica em gorduras saturadas e pobre em vegetais 
e frutas predispõe a vários carcinomas 
OBESIDADE: 
-TGI, rins, mama, ovário, endométrio, próstata 
-Acúmulo de gordura no organismo é fator de risco para 
mortalidade por câncer 
-Influencia na produção de hormônios sensíveis a lipí-
deos 
FATORES HORMONAIS: 
-Mama 
-Próstata 
CARCINÓGENOS AMBIENTAIS: 
-Radiação UV: pele 
-Radiação ionizante – local da exposição 
• Mulheres que fazem irradiação na mama há 
risco potencial devido à exposição de todo o me-
diastino à radiação 
-Asbesto: pulmão 
CONDIÇÕES ADQUIRIDAS: 
-Inflamação crônica: aumento de replicação celular por 
exposição a lesão celular prolongada 
• Reparação tecidual → metaplasia 
• Carcinomas, linfomas 
-Lesões Precursoras: 
• Associadas a aumento de risco de alguns tipos 
de neoplasia 
• Evolução não é inevitável, mas sua identificação 
é importante 
Ana Luiza Basso – ATM 2026/B 
• Exemplos: esôfago de Barret, hiperplasia endo-
metrial, leucoplasia, ceratose actínica, pólipos 
intestinais (adenoma viloso) 
• Não são todas essas lesões que vão gerar uma 
neoplasia, porém também não se sabe o quanto 
dessas lesões vão gerar neoplasias 
• Não é indicado fazer rastreio de neoplasia nes-
ses pacientes, pelo risco de induzir a uma neo-
plasia 
-Imunodeficiência: 
• Sistema imune atua no combate às lesões, es-
pecialmente os linfócitos T, que coordenam a 
resposta imune 
• Vírus oncogênicos estão bastante relacionados 
 
Obs. Câncer de colo de útero já em estágio 2 é de difícil 
cura, porém fica claro que houve uma falha no rastreio 
-O rastreio de câncer de próstata só é recomendado pa-
cientes com fatores de risco e história familiar, pois o 
rastreio e a prostatectomia não diminui a mortalidade e 
aumenta a morbidade; a hiperplasia benigna de próstata 
é comum em homens idosos pois é um órgão com alta 
proliferação celular 
 
ESTATÍSTICAS 
-Maior mortalidade no mundo (2020): pulmão, colorretal, 
fígado, estômago, mama 
-Maior mortalidade no Brasil (2020): pulmão, mama, 
próstata, estômago 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS DE RASTREAMENTO 
-Prevenção primária, assim como em HAS, DM2 
-Muitas neoplasias podem ser curadas se forem detec-
tadas precocemente e tratadas adequadamente 
• Reduções de mortalidade são atribuídas a es-
tratégias de rastreamento eficazes e avanços 
no tratamento de diferentes neoplasias 
-O possível diagnóstico de um câncer é extremamente 
ansiogênico, por isso o rastreamento precisa levar em 
conta todo o contexto do paciente, mesmo em lesões 
identificadas precocemente 
-Toque retal não é mais recomendado, principalmente 
se for feito por um médico inexperiente, pois não é tão 
benéfico para o paciente 
-Mamografia na mulher, assim como o rastreio do colo 
de útero, ajudam na identificação de lesões que são as-
sintomáticas e só seriam detectadas mais tardia 
-Objetivo principal: reduzir mortalidade por câncer 
através da detecção assintomática de lesões neo-
plásicas ou pré-neoplásicas 
• Seleção dos pacientes para rastreamento é ba-
seada na idade e fatores de risco, visando a evi-
tar o excesso de falsos positivos 
-Locais onde o rastreamento é feito devem ter estrutura 
adequada para tratamento ou encaminhamento para tal 
-As estratégias são efetivas para alguns, mas não para 
todos os tipos de câncer 
• Riscos e benefícios de rastreamento na popula-
ção geral são avaliados por estudos epidemio-
lógicos 
-Rastreamento é prevenção primária 
-Rastreamento efetivo, por exemplo: mama, colo de 
útero, colorretal 
-Rastreamento inefetivo: próstata, estômago 
-Pulmão: TC de baixa dosagem em tabagistas pesados 
(1 maço/dia, > 30 anos), > 55 anos 
-TODO rastreamento traz consequências potencial-
mente prejudiciais (HAS e DM2 também) – risco x bene-
fício 
-Sempre fazer orientação populacional, explicando que 
aquele exame é para testar uma lesão que pode vir a se 
tornar uma neoplasia 
 
Ana Luiza Basso – ATM 2026/B

Continue navegando