Buscar

SP1

Prévia do material em texto

ANATOMIA
Embriologia
O fígado, a vesícula biliar e o sistema de ductos biliares surgem como um crescimento ventral – o divertículo hepático – a partir da porção caudal do intestino anterior no início da quarta semana 
O divertículo hepático se estende para o septo transverso (Fig. 12-6B), uma massa de mesoderma esplâncnico entre o coração em desenvolvimento e o intestino médio. O divertículo aumenta de tamanho e se divide em duas partes enquanto cresce entre as camadas do mesogástrio ventral (Fig. 12-4A). A porção cranial maior do divertículo é o primórdio do fígado; a porção caudal menor torna-se a vesícula biliar. As células endodérmicas em proliferação dão origem a cordões entrelaçados de hepatócitos (células hepáticas parenquimatosas) e ao epitélio que reveste a porção intra-hepática do sistema biliar. Os cordões hepáticos se anastomosam ao redor dos espaços revestidos por endotélio, os primórdios dos sinusoides hepáticos. Os tecidos fibroso e hematopoético e as células de Kupffer do fígado são derivados do mesênquima no septo transverso. O fígado cresce rapidamente da quinta à décima semana e preenche uma grande parte da cavidade abdominal superior (Figs. 12-4 e 12-6C e D).
	A importância do fígado no período fetal
A hematopoese (formação e desenvolvimento de vários tipos de células sanguíneas) começa no fígado durante a sexta semana. Por volta da nona semana, o fígado é responsável por aproximadamente 10% do peso total do feto. A formação de bile pelas células hepáticas começa durante a 12ª semana.
Histologia
Grande parte do sangue transportado para o fígado chega pela veia porta (70 a 80%), e menor porcentagem é suprida pela artéria hepática.
O fígado é revestido por uma cápsula delgada de tecido conjuntivo que se torna mais espessa no hilo, por onde a veia porta e a artéria hepática penetram o fígado e por onde saem os ductos hepáticos direito e esquerdo, bem como os linfáticos.
Lóbulo Hepático
O componente estrutural básico do fígado é a célula hepática, ou hepatócito
Essas células epiteliais estão agrupadas em placas interconectadas. Em cortes histológicos, unidades estruturais denominadas lóbulos hepáticos. Em determinados animais (p. ex., porcos), os lóbulos são separados entre si por uma camada de tecido conjuntivo. Isso não ocorre em humanos.
Cada lóbulo é composto por cordões de hepatócitos que são entremeados por capilares sinusoides , os quais desembocam em uma veia centrolobular. Na periferia do lóbulo, há tecido conjuntivo, no qual se encontra o espaço porta, que contém a tríade portal (arteríola, vênula e ducto biliar). Há também vasos linfáticos e nervos.
-Espaço porta
 Em algumas regiões da periferia dos lóbulos, existe tecido conjuntivo contendo ductos biliares, vasos linfáticos, nervos e vasos sanguíneos. Essas regiões, os espaços porta, são encontradas nos cantos dos lóbulos. O fígado humano contém de 3 a 6 espaços porta por lóbulo, cada um contendo um ramo da veia porta, um ramo da artéria hepática, um ducto (parte do sistema de ductos biliares) e vasos linfáticos
A veia porta contém sangue proveniente do sistema digestório, do pâncreas e do baço; a artéria hepática contém sangue proveniente do tronco celíaco da aorta abdominal. O ducto, revestido por epitélio cúbico, transporta bile sintetizada pelos hepatócitos, a qual desemboca no ducto hepático. Um ou mais linfáticos transportam linfa, a qual, eventualmente, entra na circulação sanguínea. Todas essas estruturas estão envolvidas em uma bainha de tecido conjuntivo
-Hepatócitos
Os hepatócitos estão radialmente dispostos no lóbulo hepátio, são placas celulares direcionadas da periferia do lóbulo para seu centro, os espaços entre as placas contem capilares, os sinusoides hepáticos.
capilares sinusoides são vasos irregularmente dilatados compostos por uma camada descontínua de células endoteliais fenestradas
o citoplasma do hepatócito é o eosinofílico, por conta grande número de mitocôndrias e algum REL
A superfície de cada hepatócito está em contato com a parede do capilar sinusoide, através do espaço de Disse, e com a superfície de outros hepatócitos. 
Sempre que dois hepatócitos se encontram, eles delimitam um espaço tubular entre si conhecido como canalículo biliar, As membranas celulares próximas desse canalículo estão unidas firmemente por junções de oclusão (descritas no Capítulo 4). Junções comunicantes do tipo gap
-Células
As células endoteliais são separadas dos hepatócitos adjacentes por uma lâmina basal descontínua (dependendo da espécie) e um espaço subendotelial conhecido como espaço de Disse, que contém microvilos dos hepatócitos
O sinusoide é circundado e sustentado por uma delicada bainha de fibras reticulares
Além das células endoteliais, os sinusoides contêm macrófagos conhecidos como células de Kupffer (Figura 16.15). Essas células são encontradas na superfície luminal das células endoteliais, e suas principais funções são: metabolizar hemácias velhas, digerir hemoglobina, secretar proteínas relacionadas com processos imunológicos e destruir bactérias que eventualmente penetrem o sangue portal a partir do intestino grosso. Células de Kupffer constituem cerca de 15% da população celular no fígado. Muitas estão localizadas na região periférica do lóbulo hepático, onde são muito ativas na fagocitose. 
 No espaço de Disse (espaço perissinusoidal), células armazenadoras de lipídios, também denominadas células de Ito, OU CÉLULAS ESTRELADAS HEPÁTICAS, contêm inclusões lipídicas ricas em vitamina A. No fígado saudável essas células desempenham várias funções, como captação, armazenamento e liberação de retinoides, síntese e secreção de várias proteínas da matriz extracelular e proteoglicanos, secreção de fatores de crescimento e citocinas, e regulação do diâmetro do lúmen sinusoidal em resposta a diferentes fatores reguladores (prostaglandinas, tromboxano A2 etc.)
SUPRIMENTO SANGUÍNEO
80% derivam da veia porta, que transporta o sangue pouco oxigenado e rico em nutrientes proveniente das vísceras abdominais, enquanto os 20% restantes derivam da artéria hepática, que fornece sangue rico em oxigênio
Sistema portal venoso
A veia porta > vênulas portais (intelorbulares)> vênulas distribuidoras (periferia do lóbulo)> pequenas vênulas> desembocam nos capilares sinusoides > veia central/centrolobular (parede delgada constituída por células endoteliais)> veia sublobular (convergem e se fundem> veia hepática
O sistema portal contém sangue proveniente do pâncreas, do baço e do intestino. Os nutrientes absorvidos no intestino são acumulados e transformados no fígado, onde substâncias tóxicas são também neutralizadas e eliminadas.
Sistema arterial
Artéria hepática> arteríolas interlobulares (espaço porta)> irrigam o espaço porta e sinusoides
*Função de suprir os hepatócitos com a quantidade adequada de oxigênio 
O sangue flui da periferia para o centro do lóbulo hepático. Consequentemente, oxigênio e metabólitos, assim como todas as substâncias tóxicas e não tóxicas absorvidas no intestino, alcançam primeiro as células periféricas e, posteriormente, as células centrais dos lóbulos. Essa direção do fluxo sanguíneo explica parcialmente por que o comportamento das células mais periféricas (perilobulares) difere daquele das células mais centrais (centrolobulares)
Fluxo de bile
a bile flui progressivamente na direção contrária do sangue do centro do lóbulo para sua periferia, onde a bile adrenta os ductulos biliares (canais de Hering), contituidos de células cuboides. Esses canais 
A bile produzida pelos hepatócitos flui através de canalículos biliares, dúctulos biliares (canais de Hering) e ductos biliares. Essas estruturas se fundem gradualmente, formando uma rede que converge para formar os ductos hepáticos direito e esquerdo, os quais se fundem para formar o ducto hepático. Este, após receber o ducto cístico proveniente da vesícula biliar, continua até o duodeno como ducto colédoco ou ducto biliar comum.
Os ductos hepático, cístico e biliar comum são revestidos por uma camada mucosa com epitélio colunar simples.A lâmina própria é delgada e circundada por uma camada discreta de músculo liso. Essa camada muscular se torna mais espessa próximo ao duodeno e, finalmente, na porção intramural, forma um esfíncter que regula o fluxo de bile (esfíncter de Oddi).
Um dos principais processos que acontecem no REL é a conjugação da bilirrubina tóxica e hidrofóbica (insolúvel em água) com o glucuronato pela enzima glucuronil-transferase, para formar o glucuronato de bilirrubina, não tóxico e solúvel em água. Esse conjugado é excretado na bile pelos hepatócitos (Figura 16.21). A bilirrubina resulta principalmente da quebra da hemoglobina e é formada pelo sistema mononuclear fagocitário (que inclui as células de Kupffer dos capilares sinusoides), sendo transportada para os hepatócitos. Quando bilirrubina ou glucuronato de bilirrubina não são excretados, podem ocorrer várias doenças caracterizadas por icterícia 
LÓBULO HEPÁTICO
Lóbulo clássico
o centro do lóbulo, há uma vênula relativamente grande, a vênula hepática terminal (veia central do lóbulo), para a qual drenam os sinusoides
Nos ângulos do hexágono, estão as áreas porta (canais porta), que consistem em um estroma de tecido conjuntivo frouxo caracterizado pela existência das tríades porta.
 Nas margens do canal porta, entre o estroma de tecido conjuntivo e os hepatócitos, há um pequeno espaço denominado espaço periporta (espaço de Mall).
Lóbulo Porta 
Enfatiza as funções exócrinas do fígado que consiste principalmente na secreção biliar.  Por conseguinte, o eixo morfológico do lóbulo porta é o ducto biliar interlobular da tríade porta do lóbulo clássico. Suas margens externas são linhas imaginárias traçadas entre as três veias centrais que estão mais próximas daquela tríade porta
Essas linhas definem um bloco aproximadamente triangular de tecido, que inclui as porções dos três lóbulos clássicos que secretam a bile que drena para o seu ducto biliar axia
Ácino Hepático
O ácino hepático tem formato de um losango e representa a menor unidade funcional do parênquima hepático. O eixo curto do ácino é definido pelos ramos terminais da tríade porta que se situa ao longo da borda entre dois lóbulos clássicos. O eixo longo do ácino é uma linha traçada entre as duas veias centrais mais próximas do eixo curto. Esse conceito possibilita uma descrição da função secretora exócrina do fígado comparável com a do lóbulo porta.
Os hepatócitos em cada ácino hepático são descritos como dispostos em três zonas elípticas concêntricas circundando o eixo curto (ver Figura 18.5B):
•A zona 1 está mais próxima do eixo curto e do suprimento sanguíneo a partir dos ramos da veia porta e da artéria hepática; corresponde à periferia dos lóbulos clássicos
•A zona 3 é a mais distante do eixo curto e a mais próxima da veia hepática terminal (veia central); corresponde à parte mais central do lóbulo clássico que circunda a veia hepática terminal
•A zona 2 fica entre as zonas 1 e 3, mas não tem limites bem-definidos.
O zoneamento é importante na descrição e na interpretação dos padrões de degeneração, regeneração e efeitos tóxicos específicos no parênquima hepático com relação ao grau ou à qualidade da perfusão vascular das células hepáticas.ç
image2.png
image3.png
image4.jpeg
image5.png
image6.png
image1.jpeg

Continue navegando