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Atividades motoras adaptadas às PcDs

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DESCRIÇÃO
Atividades motoras adaptadas para pessoas com deficiência; história da deficiência; conceitos e
terminologias; tecnologias assistivas; Educação Física Adaptada e Inclusiva; Esporte paralímpico, papel
do profissional de Educação Física e da equipe interdisciplinar.
PROPÓSITO
Compreender a história da deficiência, a fim de conhecer: conceitos, palavras, expressões, atuação da
Educação Física Adaptada e Inclusiva, Paralimpíadas, campo profissional e equipes interdisciplinares.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar as fases da história da deficiência
MÓDULO 2
Identificar os quatro processos da pessoa com deficiência – exclusão, segregação, integração e inclusão
MÓDULO 3
Identificar as terminologias relacionadas à pessoa com deficiência e à acessibilidade e suas dimensões
MÓDULO 4
Comparar a Educação Física Adaptada com a Educação Física Inclusiva
INTRODUÇÃO
O conhecimento sobre a história da pessoa com deficiência (PcD) é fundamental para o profissional de
saúde, por isso vamos entender os processos que vão desde a exclusão até a inclusão dessas pessoas.
O processo de inclusão, atualmente, é muito discutido, mas precisamos pensar em fatores fundamentais
que fazem parte desse processo, como a acessibilidade em seis dimensões, a tecnologia assistiva,
proporcionando mais autonomia para a PcD, e as palavras e expressões essenciais para a atuação dos
profissionais da saúde.
O conjunto desses fatores trará uma reflexão ainda maior sobre as PcDs, as quais têm direitos
específicos que devem ser garantidos por meio de leis.
Você também vai entender a história da atividade motora adaptada e sua importância para o
desenvolvimento das PcDs. Você conseguirá distinguir a Educação Física adaptada da Educação Física
inclusiva, o papel de ambas na história e como são vistas e utilizadas atualmente.
Além disso, não podemos deixar de estudar um breve histórico das Paralimpíadas para que você possa
compreender a importância do esporte para as PcDs e como esse movimento esportivo muda a
percepção das pessoas sobre essa parcela importante da população. Ao fim, abordaremos os papéis do
profissional de Educação Física e da equipe interdisciplinar, esclarecendo suas diferenças e as relações
com as PcDs.
MÓDULO 1
 Identificar as fases da história da deficiência
DEFINIÇÃO DE PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Para compreender o termo “pessoas com deficiência” (PcD), é necessária uma breve definição.
Segundo a Convenção Internacional sobre os Direitos da PcD, proclamada pela Organização das
Nações Unidas em 2006, em seu artigo 1º:
PCDS SÃO AQUELAS QUE TÊM IMPEDIMENTOS DE
NATUREZA FÍSICA, MENTAL, INTELECTUAL OU
SENSORIAL, OS QUAIS, EM INTERAÇÕES COM DIVERSAS
BARREIRAS, PODEM OBSTRUIR SUA PARTICIPAÇÃO
PLENA E EFETIVA NA SOCIEDADE COM AS DEMAIS
PESSOAS.
Nesse sentido, a história da PcD foi marcada por desprezo e falta de compreensão. Um caminho longo,
que, atualmente, ainda se encontra em processo de desenvolvimento, pois esses indivíduos ainda são
desprezados e buscam seu lugar na sociedade. Atualmente, as leis protegem e asseguram os direitos
da PcD, porém não são executados como deveriam.
Há uma grande luta pela inclusão e inserção das PcDs em toda a sociedade, a fim de garantir seu
acesso ao trabalho e à escola, o direito de ir e vir e a participação no meio social. Para entender essa
questão, faz-se necessário percorrer a História e tudo o que gira em torno dela.
No entanto, ao entendermos a história da PcD, ficará mais fácil compreender os dias atuais e a
importância da luta para que a inclusão não deixe de acontecer.
Agora, você passará por uma breve regressão histórica a fim de compreender como essas pessoas
eram vistas e viviam na sociedade. Para facilitar o entendimento, serão apresentadas as sete fases mais
importantes que marcaram um caminho que vai da exclusão à inclusão.
FASES DA HISTÓRIA DA DEFICIÊNCIA
PRIMEIRA FASE (EXCLUSÃO)
PRIMEIRA FASE
É caracterizada pelo processo que chamamos de exclusão. Esse cenário permaneceu por muito tempo,
o que, nos dias de hoje, é algo incompreensível devido à injustiça e à brutalidade.
Ao longo do tempo, a PcD era vítima de negligência, abandono, eliminação e perseguição pelo simples
fato de não estar no contexto de normalidade. Na época pré-cristã, gregos e romanos temiam a PcD,
que era vista como um prenúncio de males futuros, o que levava ao abandono ou sacrifício de crianças
com deficiência. Hoje, sabemos que a exclusão é um modelo que não cabe mais na nossa sociedade,
demonstrando uma evolução.
SEGUNDA FASE (EXCLUSÃO)
SEGUNDA FASE
Ainda no contexto da fase inicial, atos de crueldade eram comuns, e o pensamento era voltado para um
ser “perfeito” e funcional para a sociedade.
Essa fase corresponde à Idade Média, quando a religião dominava a sociedade e se acreditava que o
homem era uma imagem à semelhança de Deus, um ser perfeito física e mentalmente.
A deficiência era vista como a expressão de forças demoníacas:
MUITOS SERES HUMANOS FÍSICA E MENTALMENTE
DIFERENTES, COM ISSO ASSOCIADO À IMAGEM DO DIABO
E A ATOS DE FEITIÇARIA E BRUXARIA, FORAM VÍTIMAS DE
PERSEGUIÇÕES, JULGAMENTOS E EXECUÇÕES.
(CORREIA, 1997, p. 13).
Essas duas primeiras fases deixaram marcada na História a exclusão total da PcD. Atualmente, essa
visão que relaciona a PcD com bruxaria e algo do diabo não é mais aceita. Houve uma mudança no
olhar; as PcDs, agora, são vistas como capazes e amadas. Porém, essas pessoas precisam ser
cuidadas, o que nos faz perceber que o trabalho de inclusão não pode parar.
As PcDs circulam e convivem em todos os locais e têm dificuldades e limitações como qualquer pessoa
e, por isso, precisam que seus direitos sejam respeitados.
Fonte: Dmitry Demidovich / Shutterstock
TERCEIRA FASE (SEGREGAÇÃO)
TERCEIRA FASE
Nesta fase, podemos ver um progresso: passa-se dos sacrifícios/execuções para a separação das
PcDs, o que levava ao sofrimento e ao abandono. Essa fase ocorreu nos tempos medievais, quando
surgiram as primeiras casas de caridade. Alguns nobres e religiosos fundaram albergues e hospícios
para internar as PcDs, mas outros recriminavam essa atitude de acolhimento, pois acreditavam que elas
representavam uma ameaça para a sociedade. Tudo isso levou a condições de degradação, abandono e
miséria. Nesta mesma fase, as PcDs mentais eram abandonadas, e as que sobreviviam eram colocadas
em orfanatos, prisões ou outras instituições do Estado, onde as condições de saúde e higiene eram
degradantes.
COMO AS PCDS SOBREVIVERIAM EM LOCAIS COM
TANTA INSALUBRIDADE? COMO APRENDER A VIVER
E SE DESENVOLVER SE NÃO TINHAM O DIREITO DE
CONVIVER NA SOCIEDADE?
A falta de conhecimento sobre a deficiência fazia com que essas atitudes fossem comuns. Assim, a
ignorância em relação às PcDs era enorme, e a cultura valorizava o ser considerado funcional. A cada
fase, observamos uma caminhada longa, mas com evolução.
QUARTA FASE (SEGREGAÇÃO)
QUARTA FASE
A segregação seguiu ainda por um longo período. A separação das PcDs ainda fazia parte da
sociedade, promovendo a exclusão dessas pessoas do convívio daqueles sem deficiência. Podemos
observar que essas fases perduraram por séculos, o que demonstra como a aceitação das PcDs foi um
processo lento.
A quarta fase aconteceu do século XVIII até meados do século XIX e é chamada de institucionalização,
pois as PcDs eram segregadas e protegidas em instituições residenciais. A época era propícia à criação
de instituições cada vez maiores, que eram construídas longe das cidades e de familiares, onde as PcDs
permaneciam incomunicáveis e privadas de liberdade.
O distanciamento acontecia porque as pessoas não sabiam lidar com a deficiência e havia muito
preconceito. Os séculos passaram e o esclarecimento mudou o perfil da sociedade, que, aos poucos,
começou a entender as patologias e as PcDs.
QUINTA FASE (SEGREGAÇÃO)
QUINTA FASE
Ainda na segregação, começou-se a proporcionar às PcDs o acesso ao aprendizado e ao
desenvolvimento por meio das escolas especiais. Essa fase se deudo fim do século XIX até meados do
século XX, quando foram implantadas as escolas e/ou classes especiais em escolas públicas, visando
oferecer às PcDs uma educação à parte.
Em 1818, um importante marco para a educação das PcDs foi o surgimento das instituições para
surdos, depois para cegos e, posteriormente, para deficientes mentais.
Surgiram também as primeiras obras impressas que tratavam da deficiência – como Redução das Letras
e Arte de Ensinar os Mudos a Falar, de Bonet, e Doutrina para os Surdos-Mudos, de Ponce de Léon –, e
algumas expressões utilizadas no âmbito da educação de PcD, tais como “pedagogia dos anormais”,
“pedagogia teratológica”, “pedagogia curativa ou terapêutica”, “pedagogia da assistência social” e
“pedagogia emendativa”, mantiveram-se até o fim do século XIX (MAZZOTTA, 1996).
Apesar desse avanço, a deficiência visual começou a ganhar atenção apenas na idade contemporânea,
com a expansão dos ideais da Revolução Francesa – igualdade, liberdade e fraternidade –, que
suscitaram uma nova consciência social.

EM 1825
Naquele período, com a invenção do sistema de escrita em alto relevo, por Louis Braille, a alfabetização
de quem não enxergava foi facilitada.
SÉCULO XVIII
Ainda na França, o abade Charles-Michel de l'Épée, um educador filantropo do século XVIII, que ficou
conhecido como "Pai dos Surdos", criou o método de comunicação por meio de gestos (Linguagem de
sinais) após conhecer duas irmãs surdas que se comunicavam dessa maneira. Assim, passou a se
dedicar aos surdos e fundou um abrigo, pois acreditava que a pessoa com surdez deveria ter sua
própria linguagem.


SÉCULO XIX
Em meados do século XIX, chegaram ao Brasil as escolas especializadas, com a criação do Imperial
Instituto dos Meninos Cegos (Atualmente Instituto Benjamin Constant) pelo Imperador Dom Pedro II,
por meio do Decreto Imperial nº 1.428, de 12 de setembro de 1854. Naquele mesmo ano, o sistema
Braille foi introduzido no Brasil e, junto ao instituto destinado para pessoas com deficiência visual,
propiciou o desenvolvimento cognitivo, motor e psicológico desses alunos, que, até então, não tinham
acesso à educação.
EM 1857
Em 1857, o imperador, apoiando as iniciativas do professor francês Hernest Huet, fundou o Imperial
Instituto de Surdos-Mudos (Atualmente Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES)
(MAZZOTTA, 2005), que, atualmente, funciona como escola para surdos oferecendo o ensino de
Libras (Língua Brasileira de Sinais) .

Mesmo que as PcDs estivessem separadas da pessoa sem deficiência, ter oportunidade de
aprendizagem com profissionais preparados para receber e trabalhar com elas foi um enorme avanço.
Esse desenvolvimento, não só da sociedade, mas também da PcD, foi uma conquista para a garantia de
seus direitos, do acesso à educação e o desenvolvimento, com respeito a suas limitações e utilizando-se
as ferramentas certas para o sucesso na aprendizagem.
O sistema Braille foi um grande diferencial para a inclusão das pessoas com deficiência visual. O último
censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (BRASIL, 2010) demonstrou que há
mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual no Brasil, sendo 582 mil cegas e 6 milhões com
baixa visão.
O Instituto Benjamin Constant ainda tem uma atuação muito forte, recebendo pessoas com deficiência
visual congênita ou adquirida, reabilitando-as e trazendo autonomia para que vivam em sociedade.
Fonte: fizkes / Shutterstock
Como vimos, as pessoas com deficiência auditiva foram contempladas com uma escola especializada, e
isso foi um importante marco, principalmente com o surgimento da Libras, que foi criada a partir de uma
mistura entre a Língua Francesa de Sinais e os gestos já utilizados pelos surdos brasileiros.
A Libras é uma língua, e não uma linguagem; é um idioma reconhecido por lei no Brasil, com estrutura e
regras próprias, e não uma combinação de gestos que explicam o português. A Língua Brasileira de
Sinais não é universal, como o próprio nome evidencia, e sua história é parte da história do Brasil.
SEXTA FASE (TRANSIÇÃO PARA A INTEGRAÇÃO)
SEXTA FASE
Esta fase foi marcada pela transição da segregação para a integração, com o aumento da convivência
entre as pessoas com e sem deficiência, um avanço importantíssimo na História. A sexta fase aconteceu
no fim do século XX, por volta da década de 1970, com um movimento de integração social das PcDs,
cujo objetivo era integrá-las aos mesmos ambientes escolares oferecidos à pessoa sem deficiência.
Em 1973, no Brasil, foi criado o Centro Nacional de Educação Especial (Cenesp) , para o planejamento
de políticas públicas voltadas à educação das PcDs. O Decreto nº 72.425, de 3 de julho de 1973,
composto por 12 artigos, estabelece, em seu artigo 1º: “Fica criado no Ministério da Educação e Cultura
o Centro Nacional de Educação Especial, Órgão Central de Direção Superior, com a finalidade de
promover, em todo o território nacional, a expansão e melhoria do atendimento aos excepcionais”.
Já o artigo 2º do mesmo decreto estabelece:
O CENESP ATUARÁ DE FORMA A PROPORCIONAR
OPORTUNIDADES DE EDUCAÇÃO, PROPONDO E
IMPLEMENTANDO ESTRATÉGIAS DECORRENTES DOS
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS E POLÍTICOS, QUE ORIENTAM
A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO PERÍODO PRÉ-ESCOLAR, NOS
ENSINOS DE 1º E 2º GRAUS, SUPERIOR E SUPLETIVO,
PARA OS DEFICIENTES DA VISÃO, AUDIÇÃO, MENTAIS,
FÍSICOS, EDUCANDOS COM PROBLEMAS DE CONDUTA
PARA OS QUE POSSUAM DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS E OS
SUPERDOTADOS, VISANDO SUA PARTICIPAÇÃO
PROGRESSIVA NA COMUNIDADE.
A preocupação com a oportunidade de as pessoas com deficiência terem acesso à escola, desde a
educação pré-escolar até o ensino superior, aumentou, e o cenário mudou radicalmente quando
comparado ao das primeiras fases, pois houve integração da PcD nas escolas regulares. A integração
passou a estar relacionada à convivência de pessoas com e sem deficiência em um mesmo ambiente,
com participação ativa das PcDs em todas as atividades.
Fonte: wavebreakmedia / Shutterstock
SÉTIMA FASE (INCLUSÃO)
SÉTIMA FASE
Nesta fase, inicia-se um importante marco na História, que parte do processo de integração para o
processo de inclusão, que segue até hoje com o objetivo de promover luta pela inclusão contínua. No
fim do século XX e início do século XXl, começa a discussão da inclusão na escola e em outros
ambientes.
Em 1994, houve um evento importante para a educação em prol de PcDs, a Conferência Mundial de
Educação Especial, com a participação de 88 governos e 25 organizações internacionais em
Salamanca, Espanha. A Declaração de Salamanca foi o marco inicial no processo de inclusão.
Além disso, muitas leis asseguram os direitos das PcDs, mas precisamos refletir se, realmente, essas
leis são cumpridas.
Nessa linha de pensamento, podemos citar a área escolar, ressaltando a Lei nº 13.146/2015, que
assegura o direito à escola para todos, no Capítulo IV – Do Direito à Educação Art. 27.
Ao passarmos pela história das PcDs e olharmos para a realidade atual, podemos considerar que
evoluímos – saímos de um contexto de sofrimento, sacrifício e descaso e desenvolvemos um olhar
inclusivo, de potencialidades, possibilidades e respeito.
Todo esse processo passou da exclusão à inclusão, mas a luta e a discussão continuam, pois ainda
encontramos pessoas que não têm acesso à informação e ao entendimento sobre as PcDs. Contudo, a
segregação, a integração e a exclusão acontecem atualmente por falta de preparo, acesso à informação
e ausência de aplicação das leis que asseguram as PcDs.
A INCLUSÃO PRECISA SER VISTA POR TODOS. AS
PCDS NECESSITAM DE ACESSO À EDUCAÇÃO E AO
MERCADO DE TRABALHO, COM SUAS INÚMERAS
POSSIBILIDADES. ATUALMENTE, VEMOS PCDS
MATRICULADAS EM TODOS OS CURSOS DE
GRADUAÇÃO, INCLUSIVE NO DE EDUCAÇÃO FÍSICA,
QUE VALORIZA O MOVIMENTO, O ESPORTE E O
EXERCÍCIO COMO EXTENSÕES DO TRATAMENTO
DAS PCDS, O QUE DEMONSTRA A IMPORTÂNCIA
DESTA ÁREA NA AUTONOMIA, CONFIANÇA E
AUTOESTIMA DESSAS PESSOAS.
Isso nos faz refletirque um profissional de Educação Física faz diferença na vida das PcDs, chamando a
responsabilidade para a profissão. Porém, é necessário quebrar alguns paradigmas; é preciso acreditar,
falar, discutir, disseminar e buscar tudo relacionado às PcDs, para que, assim, possamos seguir adiante
e evoluir.
Fonte: Robert Kneschke / Shutterstock
Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre a história da deficiência.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A HISTÓRIA DAS PCDS VAI DA EXCLUSÃO À INCLUSÃO. PARA FACILITAR A
COMPREENSÃO, OS MARCOS DESTA HISTÓRIA FORAM SEPARADOS POR
FASES. IDENTIFIQUE ABAIXO AS SETE FASES DA HISTÓRIA DA PESSOA COM
DEFICIÊNCIA. MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA QUANTO À SEQUÊNCIA DAS
FASES.
A) Exclusão, exclusão, segregação, segregação, segregação, integração e inclusão.
B) Exclusão, exclusão, segregação, segregação, segregação, integração e integração.
C) Exclusão, exclusão, segregação, segregação, integração, integração e inclusão.
D) Exclusão, exclusão, segregação, segregação, integração, inclusão e inclusão.
E) Exclusão, exclusão, exclusão, segregação, segregação, integração e integração.
2. IDENTIFIQUE, NA HISTÓRIA DA PCD, QUAL MOMENTO FOI MARCADO PELA
INCLUSÃO. MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA.
A) Foi na sexta fase, com a Declaração de Salamanca.
B) Foi na sétima fase, com a Declaração de Salamanca.
C) Foi na quinta fase, com o desenvolvimento das classes especiais.
D) Foi na quarta fase, com o desenvolvimento das classes especiais.
E) Foi na quinta fase, com a Declaração de Salamanca.
GABARITO
1. A história das PcDs vai da exclusão à inclusão. Para facilitar a compreensão, os marcos desta
história foram separados por fases. Identifique abaixo as sete fases da história da pessoa com
deficiência. Marque a alternativa correta quanto à sequência das fases.
A alternativa "A " está correta.
A história das PcDs se inicia com um processo de exclusão que permaneceu por duas fases. Em
seguida, surge a segregação, que teve três fases. Depois, surge ainda o processo de integração e,
enfim, o processo de inclusão.
2. Identifique, na história da PcD, qual momento foi marcado pela inclusão. Marque a alternativa
correta.
A alternativa "B " está correta.
Para a inclusão acontecer, houve um longo processo, como demonstrado na história da PcD, que
começou a ser discutida no fim do século XX e início do século XXI e foi marcada pela Conferência
Mundial de Educação Especial, que aconteceu em Salamanca, Espanha, onde foi redigida a Declaração
de Salamanca.
MÓDULO 2
 Identificar os quatro processos da pessoa com deficiência – exclusão, segregação, integração
e inclusão
CONCEITOS
A inclusão, a segregação, a integração e a exclusão devem ser discutidas, pois muitos desconhecem
o que significa cada palavra e o seu peso na história das PcDs. O sofrimento, o desprezo, o desamor, o
descaso e a falta de compreensão sofridos pelas PcDs precisam ser discutidos pela sociedade a fim de
que esses processos fiquem claros.
É necessário entender o significado de cada um desses procedimentos e como ocorrem atualmente
para sabermos como nos comportar e buscar a inclusão. Atualmente, lutar pelos direitos das PcDs faz
parte do processo de construção de uma sociedade inclusiva.
Vamos estudar os quatro processos relacionados à pessoa com deficiência:
1
Exclusão
2
Segregação
3
Integração
4
Inclusão
EXCLUSÃO
Iniciaremos com o processo de exclusão, pois esse foi o primeiro que marcou a história. Exclusão é o
“ato de excluir”. No momento em que acontece a negação da permanência das PcDs em certo local e/ou
atividade, podemos dizer que há uma exclusão.
A exclusão não pode ser entendida como o simples fato de excluir; é necessário compreender que a
exclusão pode levar o indivíduo a um bloqueio, à frustração, à depressão, à crença de que é incapaz, à
ansiedade e ao desprezo. Isso é muito complexo para as PcDs e seus familiares.
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
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Fonte: yakobchuk viacheslaV / Shutterstock
 ATENÇÃO
Toda PcD tem o direito de conviver, socializar e participar da sociedade.
 EXEMPLO
Para melhor compreensão da exclusão, pense na situação a seguir:
Fonte: Sony Herdiana / Shutterstock
A mãe de João vai a uma escola para realizar sua matrícula. Chegando ao local, a direção se depara
com João, que tem deficiência visual. No mesmo momento, a escola rejeita a criança sem conversar
com a mãe para entender a patologia e o nível de comprometimento que a deficiência proporciona.
A desculpa da escola para não receber João é a de que não há profissionais preparados para trabalhar
com essa deficiência. A exclusão, infelizmente, é um processo que ainda acontece.
A partir da situação apresentada, é fundamental refletir sobre qual mudança precisa ser feita para que a
exclusão não aconteça. É necessário que haja profissionais preparados para entender a deficiência e
olhar para a PcD como uma pessoa ativa e capaz de fazer tudo aquilo a que se propõe, respeitar seus
limites e sua identidade biológica, permitir que a PcD crie, explore e acredite em si, dar o máximo de
autonomia e explorar suas fragilidades e potencialidades.
Fonte: AnnGaysorn / Shutterstock
SEGREGAÇÃO
A história da deficiência foi marcada pela segregação, que perdurou por muito tempo. Se pararmos para
refletir sobre o significado da palavra segregação – “ato ou efeito de segregar (-se); afastamento e
separação” –, fica claro que o trabalho com o grupo de PcD é realizado separadamente das pessoas
sem deficiência.
SE PENSARMOS NA SEGREGAÇÃO SOMENTE COMO A
SEPARAÇÃO DE PESSOAS COM E SEM DEFICIÊNCIA,
PODEMOS DIZER QUE AINDA OCORRE ATUALMENTE.
EXEMPLOS DISSO SÃO A EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA E
AS PARALIMPÍADAS, QUE ATENDEM SOMENTE ÀS PCDS. A
JUSTIFICATIVA PARA ESSA SEPARAÇÃO É A DE QUE,
ASSIM, É PROPORCIONADO UM EQUILÍBRIO ENTRE AS
EQUIPES POR MEIO DA REALIZAÇÃO DE COMPETIÇÕES
JUSTAS.
Fonte: sportpoint / Shutterstock
Nesse sentido, muitos locais ainda trabalham somente com as PcDs com a intenção de realizar um
atendimento direcionado e poder proporcionar mais autonomia para que, a partir desse
desenvolvimento, as PcDs possam ser incluídas.
Se pensarmos na segregação como o ato de separar alguém por julgá-lo incapaz, parece improvável
que algo assim aconteça no futuro. Por isso, é necessário entendermos os processos.
 EXEMPLO
Para exemplificar, veremos a situação a seguir:
Fonte: Halfpoint / Shutterstock
Em uma escola, há uma classe de alunos da turma regular e uma classe de alunos com PcD. Cada uma
tem seus horários distintos, e os grupos não se misturam. Esse é um exemplo clássico de segregação.
Não existe justificativa para os grupos não se misturarem; eles podem e devem conviver, respeitando-se
as limitações de cada indivíduo.
Quando pensamos em alto rendimento (paradesporto), a segregação acaba acontecendo, mas há uma
justificativa plausível. Para que haja equilíbrio entre equipes e competições justas, faz-se necessário
trabalhar com os grupos separados (Olimpíadas/Paralimpíadas). Nesse sentido, precisamos avaliar
cada situação quando falamos em segregação.
INTEGRAÇÃO
O significado da palavra integração é “incorporação de um elemento num conjunto”. Estar em um
conjunto não necessariamente quer dizer ter uma participação ativa. Integração significa haver, em um
mesmo espaço, pessoas com e sem deficiência, mas as pessoas com deficiência não participam
ativamente naquele meio social.
A Integração foi um processo importante para que chegássemos à inclusão. Nesse sentido, atualmente
não queremos a integração, queremos a inclusão.
 EXEMPLO
Para exemplificar a integração, pense na seguinte situação:
Fonte: Photographee.eu / Shutterstock
Pedro tem Transtorno do Espectro Autista (TEA) e está inserido em uma turma regular, mas, no
momento das atividades, ele não participa ativamente das aulas de Educação Física. Pela falta de
preparo dos profissionais, Pedro é colocado para desenhar, fazer massinha, pintar, mas nunca para
realizaras atividades com seus amigos, pois o professor acredita que ele possa se machucar ou até
mesmo não ser capaz de realizar as aulas com seus colegas de turma.
Esse comportamento do professor e da escola leva esse aluno à frustração, pois ele passa a acreditar
que não é capaz, o que afeta sua autoestima e sua condição psicológica.
 REFLEXÃO
Por que não permitir que as PcDs realizem as atividades com todo mundo? Não permitir a participação
ativa é algo que se aproxima da negação pela crença na incapacidade do aluno com deficiência. Isso
não pode mais acontecer.
De fato, o sucesso do aluno PcD dependerá do nível de conhecimento do professor em atuar com esse
público em especial, de forma a intervir em suas ações pedagógicas de maneira adequada e
profissional. O docente deve aliar conhecimento e profissionalismo para intervir de forma adequada.
É importante conhecer seus alunos, avaliar as fragilidades, as potencialidades e a capacidade funcional
deles. Para que o trabalho aconteça de forma integral, alunos com e sem deficiência devem realizar a
mesma atividade. O correto é adaptar a aula para que todos participem com sucesso.
Fonte: goodluz / Shutterstock
INCLUSÃO
A INCLUSÃO É UM DIREITO DE TODAS AS PCDS. NESSE
SENTIDO, PODEMOS RESSALTAR A LEI Nº 13.146/2015,
ARTIGO L, QUE INSTITUI A LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO
DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA, DESTINADA A ASSEGURAR
E A PROMOVER, EM CONDIÇÕES DE IGUALDADE, O
EXERCÍCIO DOS DIREITOS E DAS LIBERDADES
FUNDAMENTAIS POR PESSOA COM DEFICIÊNCIA,
VISANDO À SUA INCLUSÃO SOCIAL E CIDADANIA.
(ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA, 2015).
Devemos entender o significado da palavra inclusão: “Ato ou efeito de incluir (-se)”. Porém, para incluir,
o que é necessário? A inclusão não significa apenas estar com pessoas sem deficiência, mas, sim, que
a PcD exerça o direito de socializar e participar ativamente do meio social.
 EXEMPLO
Para melhor compreensão e exemplificação do fato, pensaremos na seguinte situação:
João tem deficiência física e está matriculado em uma turma regular (destinada para pessoas sem
deficiência) nas aulas de Educação Física da sua escola, participando ativamente com toda sua turma.
Esse é o processo de inclusão que deveria acontecer em qualquer lugar, mas o fato preocupante é a
seguinte dúvida: realmente acontece a inclusão?
As PcDs têm o direito de estar em todos os ambientes da sociedade, o que nos leva a uma reflexão
importante. Aprofundando um pouco mais esse tema e estendendo-o ao mercado de trabalho, existe
uma luta constante pelos direitos das PcDs para oportunidades em grandes empresas.
As vagas de trabalho precisam ser preenchidas por pessoas com e sem deficiência, na seguinte
proporção, de acordo com o artigo 93 da Lei nº 8213/1991:
PARA EMPRESAS COM ATÉ 200 FUNCIONÁRIOS
2% deverão serão PcDs.
PARA EMPRESAS QUE POSSUAM DE 201 A 500
FUNCIONÁRIOS
3% deverão ser PcDs.
PARA EMPRESAS COM UM QUADRO DE 501 A 1000
FUNCIONÁRIOS
4% deverão ser PcDs.
PARA EMPRESAS COM MAIS DE 1000 FUNCIONÁRIOS
O quadro de PcDs deverá ser de 5%.
Tanto na escola pública como na privada, a inclusão é necessária, pois esses são locais de
aprendizagem onde todos aprendem juntos, independentemente das limitações e dificuldades. É preciso
uma escola preparada, com professores capacitados, criativos, inovadores e capazes de lidar com as
diferenças dos alunos com e sem deficiência, capazes de compreender o outro dentro das suas
especificidades.
A criança, o jovem ou o adulto com deficiência demonstra no dia a dia suas limitações, fazendo com que
as pessoas que o cercam aprendam e entendam sua deficiência, facilitando o processo de ensino e
aprendizagem.
A acessibilidade, o direito de ir e vir a qualquer espaço público, ir à rua com dignidade e poder se
deslocar sem qualquer dificuldade e com autonomia também estão relacionados ao processo de
inclusão. Outra questão é a utilização de transportes públicos. Essa é uma tarefa complexa, pois, ainda
que os ônibus tenham elevadores e vagas destinadas às PcDs, muitas vezes esses recursos não
funcionam, o que desanima essas pessoas PcDs a saírem de casa.
 ATENÇÃO
Um ponto importante é o planejamento do ambiente que receberá a PcD. Palestras e reuniões são
importantes para conscientizar todos os funcionários sobre quem são as PcDs, suas particularidades e
suas potencialidades, pois as pessoas ainda olham para o deficiente como uma vítima incapaz. No
entanto, precisamos desconstruir essa postura da sociedade.
A partir da organização do ambiente, o profissional de Educação Física planejará suas aulas mais
facilmente, com o foco no aluno. Esse planejamento começa no momento da matrícula do estudante,
com a observação dos documentos que são necessários para sua inscrição.
Podemos ressaltar a extrema importância dos seguintes documentos, que estão fora da rotina de
matrículas:
1
Laudo médico com a descrição da deficiência e com o número da Classificação Internacional de
Doenças (CID).
2
Classificação Internacional da Funcionalidade (CIF) que registra as potencialidades das PcDs.
3
Atestado médico (com a liberação para a prática de exercícios).
Feita a inscrição, é necessária a realização de uma entrevista com os pais e o aluno, na qual será
realizada uma anamnese completa para que se possa conhecer melhor o discente e sua família.
Essa anamnese visa obter diversas informações, dentre elas:
Dados
Nome
Idade
Deficiência
Nome dos responsáveis
Telefones
Endereço
Apelido
Quantidade de pessoas que moram com o aluno
Quantidade de irmãos
CID e CIF
Se o aluno recebe auxílio
Se estuda
Se alguém da família tem alguma deficiência
Se sofre ou já sofreu violência no lar
Se faz acompanhamento médico (e a especialidade)
A rotina do aluno (dias e horários)
O grau de autonomia para realização das tarefas diárias
Se já praticou exercícios e/ou esportes
Também são levantadas informações sobre a personalidade do aluno:
1
Se o aluno aceita comandos
2
Como reage quando recebe um “não”
3
Se é agressivo
4
Se entende sua deficiência
5
Se os responsáveis aceitam sua deficiência
A partir da anamnese, deve-se fazer a avaliação funcional dentro da modalidade escolhida pelo aluno ou
pela família. Na avaliação, deve-se permitir que o aluno mostre sua criatividade, seus potenciais e suas
fragilidades. Também é necessário observar coordenação motora, praxia fina, praxia global, estrutura
espaço-temporal, lateralidade, noção do corpo, capacidade cognitiva, equilíbrio, velocidade, força, tônus
e movimento, visando sempre um trabalho com a especificidade da modalidade escolhida.
 ATENÇÃO
Um aspecto importante do planejamento das atividades propostas é ter cuidado com as frustrações que
podem surgir por causa do insucesso de alguma atividade, que podem levar seu aluno a acreditar que
não é capaz. Portanto, é fundamental que o professor trabalhe com o reforço positivo e o reforço
negativo.
O reforço positivo deve acontecer ao fim das atividades realizadas pelo aluno, para que se possa
comemorar todos os sucessos e as conquistas. Essa comemoração pode ser bater as mãos ou dar um
abraço, por exemplo, de acordo com a forma que o professor achar melhor.
Já o reforço negativo deve ocorrer sempre quando o aluno não obedecer ou não respeitar a aula, o
professor ou o colega de turma. O profissional precisa ter a percepção de qual é a melhor maneira de
realizar esse reforço, pois cada aluno terá um comportamento distinto após a reprovação do professor.
Assim, o vínculo com o aluno se torna imprescindível. A confiança, o carinho, o amor e a cumplicidade
tornarão sua aula mais prazerosa e dinâmica.
Muitas pessoas ainda ficam com receio de realizar um trabalho com as PcDs, mas é muito importante
que fique claro que quem vai ensinar a trabalhar com pessoas com deficiência é o próprio aluno com
deficiência, que vai mostrar meios para que o sucesso do trabalho aconteça.
O mais importante é ter a coragem para enfrentar os novos desafios do profissional de EducaçãoFísica,
que precisa ter as seguintes características: criatividade, vontade de trabalhar e explorar ao máximo seu
aluno e acreditar que ele é capaz.
Fonte: wavebreakmedia / Shutterstock
Muitos se perguntam como é a metodologia de cada modalidade para se trabalhar com as PcDs, porém
não existe uma específica. A metodologia utilizada é a mesma aplicada nas turmas regulares; só é
necessário adaptar suas aulas para cada aluno.
Espero que tenham ficado evidentes a relevância do planejamento nas aulas, a necessidade do vínculo
com o aluno e o desenvolvimento do processo de respeito e confiança entre o aluno e o professor, pois
isso facilitará o trabalho e fará com que estejamos mais próximos de alcançar a inclusão, que é o sonho
de todos. Trata-se de um sonho possível, mas, para realizá-lo, todos precisam estar preparados e
dispostos a trabalhar com as PcDs.
A segregação ainda acontece atualmente. Na Educação Física Adaptada (EFA) , em jogos, nas
Paralimpíadas e em locais que atendem às PcDs. A integração é o cenário mais recorrente na nossa
sociedade, pois as PcDs estão no meio de pessoas sem deficiência, mas, em momento algum,
participam das atividades. A exclusão, para a indignação de todos, ainda acontece em escolas, clubes e
escolinhas (De futebol, vôlei, basquete, lutas, dança, entre outras) .
Uma vez que todas as situações mencionadas ainda aconteçam, o trabalho para que a inclusão
efetivamente aconteça precisa ter continuidade. A figura a seguir mostra os quatro processos: exclusão,
segregação, integração e inclusão.
Fonte: Desenvolvido por Yduqs
EXCLUSÃO
Fonte: Desenvolvido por Yduqs
SEGREGAÇÃO
Fonte: Desenvolvido por Yduqs
INTEGRAÇÃO
Fonte: Desenvolvido por Yduqs
INCLUSÃO
Como vimos, a inclusão é um direito das PcDs, mas, para que aconteça, temos uma longa caminhada.
Todos os exemplos que foram mencionados ocorrem com frequência em pleno século XXl. Infelizmente,
as PcDs, passam o tempo todo pelo processo de exclusão. Então, pergunto a você: qual seria seu
comportamento ao receber uma pessoa com deficiência no seu local de estágio ou trabalho?
Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre as quatro fases para a integração.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A HISTÓRIA DA PCD PASSOU POR QUATRO PROCESSOS. ASSINALE A
ALTERNATIVA QUE DEFINE OS QUATRO PROCESSOS NA ORDEM EM QUE SE
APRESENTAM: EXCLUSÃO, SEGREGAÇÃO E INTEGRAÇÃO E INCLUSÃO.
A) Exclusão – excluir a PcD; segregação – separar os grupos; integração – juntar os grupos para
realizar um trabalho com as PcDs e as pessoas sem deficiência; inclusão – juntar os grupos, mas fazer
um trabalho separado.
B) Exclusão – excluir a PcD; segregação – juntar os grupos e realizar um trabalho com a PcD e com as
pessoas sem deficiência; integração – separar os grupos; inclusão – juntar os grupos, mas fazer um
trabalho separado.
C) Exclusão – excluir a PcD; segregação – juntar os grupos, mas fazer um trabalho separado;
integração – separar os grupos; inclusão – juntar os grupos e realizar um trabalho com a PcD e com as
pessoas sem deficiência.
D) Exclusão – excluir a PcD; segregação – separar os grupos, integração – juntar os grupos, mas
fazer um trabalho separado; inclusão – juntar os grupos e realizar um trabalho em conjunto com a PcD
e as pessoas sem deficiência.
E) Exclusão – excluir PcD; segregação – separar as PcDs entre si; integração – integrar à sociedade;
inclusão – incluir em tarefas sociais.
2. POR DEFINIÇÃO, O PROCESSO DE EXCLUSÃO CONSISTE EM EXCLUIR A
PCD DA SOCIEDADE. ASSIM, MARQUE, DENTRE AS ALTERNATIVAS A SEGUIR,
AQUELA QUE DEMONSTRA O PROCESSO DE EXCLUSÃO.
A) João tem deficiência motora e joga futebol em uma escolinha em que participa das aulas ativamente
com seus amigos sem deficiência.
B) Paulo tem deficiência visual e faz as aulas de Educação Física na sua escola separado dos seus
amigos com deficiência.
C) Maria tem deficiência auditiva e vai se matricular em uma escola de dança com sua mãe. Ao chegar à
escola, a professora do local as recebe e, ao ver Maria se comunicar com a mãe por meio de Libras,
rapidamente se assusta e informa que a escola não tem vagas para PcDs, pois não conta com
professores especializados.
D) Francisco tem deficiência física e necessita de uma cadeira de rodas para se locomover. Ele estuda
em uma escola de pessoas sem deficiência, mas, nas aulas de Educação Física, o professor entrega a
Francisco um caderno para que ele fique desenhando, justificando que o aluno pode se machucar ao
fazer suas aulas.
E) Pedro tem deficiência visual. Matriculou-se nas aulas de natação, mas as atividades não são
adaptadas à sua realidade a fim de que as realize de forma autônoma.
GABARITO
1. A história da PcD passou por quatro processos. Assinale a alternativa que define os quatro
processos na ordem em que se apresentam: exclusão, segregação e integração e inclusão.
A alternativa "D " está correta.
Exclusão – excluir a PcD; segregação – separar os grupos de PcD e as pessoas sem deficiência;
integração – juntar os grupos, mas fazer um trabalho separado, não permitindo que a PcD participe das
mesmas atividades que as pessoas sem deficiência; inclusão – incluir todos, PcD e pessoas sem
deficiência, e realizar um trabalho em conjunto.
2. Por definição, o processo de exclusão consiste em excluir a PcD da sociedade. Assim, marque,
dentre as alternativas a seguir, aquela que demonstra o processo de exclusão.
A alternativa "C " está correta.
A exclusão fica muito clara nessa situação, pois a professora se nega a receber uma aluna com
deficiência.
MÓDULO 3
 Identificar as terminologias relacionadas à pessoa com deficiência e à acessibilidade e suas
dimensões
ACESSIBILIDADE, TECNOLOGIA ASSISTIVA E
TERMINOLOGIAS
Para que a inclusão das PcDs aconteça, precisamos discutir pontos essenciais relacionados a essas
pessoas. Dentre eles, podemos ressaltar a acessibilidade, as tecnologias assistivas e as terminologias
corretas para se referir às PcDs e trabalhar com elas.
Para iniciarmos nosso estudo, vamos ao significado da palavra acessibilidade, que, segundo o
dicionário, é: “Qualidade ou caráter do que é acessível, facilidade na aproximação, no tratamento ou na
aquisição”. Ao pensar em acessibilidade, provavelmente você imaginou uma rampa. Porém, será que
apenas ter uma rampa é suficiente para atender às PcDs?
ACESSIBILIDADE
A acessibilidade engloba as possibilidades e condições de acesso a todos os locais, proporcionando não
só o direito de ir e vir, como também o de ter uma participação ativa no meio social.
Nessa linha de raciocínio, é necessário que tudo em volta das PcDs seja acessível para que a inclusão
aconteça. Ruas, bares, shoppings, mercados, escolas, clubes, carros, ônibus, praias, bosques, casas de
shows, academias, cinemas, estacionamentos, universidades, banheiros, hotéis, pousadas, hospitais,
entre outros, devem ser acessíveis. Porém, a realidade é essa?
O Estatuto da PcD – Lei nº 13.146/2015 – assegura o direito das PcDs no que se refere à
acessibilidade, no Título III – Da Acessibilidade, Capítulo I – Disposições Gerais, Art. 53:
A ACESSIBILIDADE É DIREITO QUE GARANTE À PESSOA
COM DEFICIÊNCIA OU COM MOBILIDADE REDUZIDA VIVER
DE FORMA INDEPENDENTE E EXERCER SEUS DIREITOS DE
CIDADANIA E DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL.
Vale ressaltar a importância da norma NBR-9050, da ABNT, que estabelece normas e critérios para
construções, instalações e adaptações de edificações a fim de promover a acessibilidade respeitando as
necessidades individuais no meio urbano ou rural. Para que um local seja considerado acessível, é
necessário seguir as normas atendendo tudo o que estas dispõem, proporcionando sucesso para a
inclusão das PcDs.
Para refletirmos sobre acessibilidade, iremos além das normas da ABNT. Sassaki (2009) traz de forma
clara e objetiva seis dimensões:

ARQUITETÔNICAS
Sem barreiras físicas
COMUNICACIONAL
Sem barreiras na comunicação entre pessoas


METODOLÓGICA
Sem barreiras nos métodos e técnicas de lazer, trabalho,educação etc.
INSTRUMENTAL
Sem barreiras em instrumentos, ferramentas, utensílios etc.


PROGRAMÁTICA
Sem barreiras embutidas em políticas públicas
ATITUDINAL
Sem preconceitos

Nessa linha de pensamento, podemos observar que a acessibilidade abrange vários aspectos, os quais
pontuaremos no presente módulo.
DIMENSÃO ARQUITETÔNICA
Podemos trazer exemplos como: cadeiras anfíbias; calçadas e pisos táteis; rampas; semáforos sonoros;
telefones públicos para deficientes visuais e auditivos; parquinhos e academias ao ar livre acessíveis;
banheiros com pias baixas, vasos adaptados e barras de segurança; descrições em braile; maçanetas
de fácil utilização; mesas mais altas para que os usuários de cadeira de rodas possam se posicionar.
Outros exemplos são: fones de proteção auriculares para pessoas com transtorno de espectro autista;
prateleiras de supermercados às quais pessoas mais baixas (Crianças, idosos, anões ou usuários de
cadeira de rodas) tenham acesso; elevadores com audiodescrição, numeração visual e descrição em
braile; estacionamentos, quadras e piscinas com rampas; campos de futebol, pistas de atletismo,
ginásios e vestiários com acessibilidade. Observa- se que, na dimensão arquitetônica, a acessibilidade
gira em torno de estruturas físicas que fazem diferença na vida de pessoas que tenham qualquer
deficiência.
DIMENSÃO COMUNICACIONAL
Podemos ressaltar, entre outros: intérpretes de Libras para receber a pessoa com deficiência auditiva;
prateleiras de supermercado com audiodescrição dos produtos; computadores, celulares e telefones
para deficientes auditivos e visuais; programas de televisão e filmes com intérpretes de Libras e
audiodescrição. A presente dimensão é essencial para a comunicação das PcDs na nossa sociedade.
DIMENSÃO METODOLÓGICA
Engloba as instituições de ensino com professores que aplicam metodologias, didática e técnicas
voltadas para o processo de ensino-aprendizagem das PcDs. São profissionais de diversas áreas
preparados para fazer com que as PcDs, independentemente de sua deficiência, aprendam e se
desenvolvam como todos.
DIMENSÃO INSTRUMENTAL
Podemos citar cardápios, valores de produtos e livros em braile para deficientes visuais; adequação de
aparelhos, equipamentos, ferramentas, máquinas, lápis, canetas e teclados de computador; agências
bancárias com acessibilidade não só arquitetônica, mas também a todas as ferramentas digitais.
Nesse mesmo sentido, o Estatuto da PcD traz a Lei nº 13.146/2015: “TÍTULO III – Da Acessibilidade
CAPÍTULO I - Art. 62. É assegurado à pessoa com deficiência, mediante solicitação, o recebimento de
contas, boletos, recibos, extratos e cobranças de tributos em formato acessível”. Assim, podemos
considerar a dimensão instrumental de ferramentas que facilitarão o dia a dia da PcD.
DIMENSÃO PROGRAMÁTICA
Também é extremamente relevante, pois engloba leis, resoluções, regras, decretos e regulamentos,
entre outros, que assegurarão o direito de todas as PcDs em nosso país. Como são pautados em leis,
podem ser cobrados para que sejam executados.
DIMENSÃO ATITUDINAL
Procura-se eliminar todo e qualquer preconceito e estimular a convivência de todas as pessoas, com ou
sem deficiência, o que é um desafio constante para aqueles que lutam por direitos iguais para todos.
Dessa forma, a partir de agora, podemos ter um olhar com diferencial para a acessibilidade. Diante do
exposto, ficou claro que a acessibilidade depende de vários aspectos, o que a torna um fator primordial
para que a inclusão aconteça. Como vimos, não podemos nos prender somente à acessibilidade
arquitetônica. Devemos analisar se estamos realmente incluindo as PcDs na sociedade. Você acha que
temos acessibilidade para todos?
TECNOLOGIA ASSISTIVA
Fonte: Jaren Jai Wicklund / Shutterstock
A tecnologia é fundamental para o desenvolvimento humano, essencial para diminuir o distanciamento,
disseminar informação e facilitar vários processos no dia a dia. Da mesma maneira, a tecnologia
assistiva se torna uma grande aliada para as PcDs e os profissionais que trabalham diretamente com
esse público, sendo definida por recursos e serviços que auxiliam e facilitam as habilidades funcionais,
possibilitando mais autonomia, confiança e eficiência para as PcDs.
Podemos considerar como tecnologia assistiva recursos que estão presentes diariamente na vida das
PcDs, que vão desde os mais simples aos mais complexos, considerando tudo o que possa auxiliar a
independência.
Como exemplos, podemos citar:
GBALLGIGGSPHOTO / Shutterstock
Bengala
edwardolive / Shutterstock
Aparelho de amplificação para a pessoa com surdez moderada
grejak / Shutterstock
Veículo adaptado
O Estatuto da Pessoa com Deficiência, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº
13.146/2015), explicita o conceito de tecnologia assistiva como tudo o que contribui para autonomia,
qualidade de vida e inclusão social. Seguindo essa linha de pensamento, podemos ampliar nosso olhar
em relação à tecnologia assistiva.
 EXEMPLO
Os exemplos a seguir mostrarão algo mais amplo, destacando:
Aplicativos de celular para deficiência auditiva e visual.
Computadores na sala de aula.
Softwares educativos.
Comunicação alternativa.
Sintetizadores de voz.
Leitores de tela.
Relógios.
Suportes para visualização de textos ou livros.
Fixação do papel ou caderno na mesa com fitas adesivas.
Engrossadores de lápis ou caneta confeccionados com esponjas enroladas e amarradas.
Substituição da mesa por pranchas de madeira ou acrílico fixadas na cadeira de rodas; órteses.
O Estatuto da PcD traz também o TÍTULO III – Tecnologia Assistiva CAPÍTULO I - Art. 74:
É GARANTIDO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA ACESSO A
PRODUTOS, RECURSOS, ESTRATÉGIAS, PRÁTICAS,
PROCESSOS, MÉTODOS E SERVIÇOS DE TECNOLOGIA
ASSISTIVA QUE MAXIMIZEM SUA AUTONOMIA,
MOBILIDADE PESSOAL E QUALIDADE DE VIDA.
Fonte: Photographee.eu / Shutterstock
Auxilia no contexto de criação da tecnologia assistiva uma equipe interdisciplinar composta por
professores, profissionais de Educação Física, terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos,
fisioterapeutas, enfermeiros, médicos e engenheiros, arquitetos, além de técnicos de outras áreas.
Quando essas áreas trabalham juntas, a inclusão se torna mais tangível.
 ATENÇÃO
Destacamos como a inclusão depende de vários fatores para que possa acontecer, e estudamos como a
acessibilidade e a tecnologia assistiva desempenham um papel fundamental nesse processo. Agora,
abordaremos as terminologias corretas para se referir às PcDs e trabalhar com elas.
TERMINOLOGIAS
O conhecimento sobre as terminologias e siglas corretas é essencial para profissionais de saúde e
equipes interdisciplinares. Vale ressaltar que as equipes interdisciplinares são da área da saúde que se
propõe a realizar um trabalho em parceria com a Educação Física.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) , com dados de 2011, um bilhão de pessoas vivem
com alguma deficiência. Isso significa que uma em cada sete pessoas no mundo tem alguma
deficiência.
 ATENÇÃO
Infelizmente, as estatísticas sobre pessoas com deficiência são frágeis, e isso contribui para a ausência
de veracidade acerca do número de pessoas que vivem com deficiência atualmente. Na prática,
representa um obstáculo para o planejamento e a programação de políticas de desenvolvimento que
melhorem a vida das PcDs.
Fonte: Elnur / Shutterstock
Mesmo com essas fragilidades na obtenção dos dados e com o fato de esses dados serem antigos,
chama a nossa atenção a importância de o profissional de Educação Física se preparar para trabalhar e
receber esse público, auxiliando no desenvolvimento motor, emocional, psicológico e fisiológico dessas
pessoas.
Nesse sentido, devido ao elevado número de PcDs no mundo, são necessários os esclarecimentos
apresentados aqui, para que possamos fazer um trabalho com excelência e utilizar os termos corretos.
A SIGLA PCD – PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Ao longo da história, foram utilizados váriostermos para fazer referência à pessoa com deficiência.
Dentre esses termos, podemos ressaltar “excepcionais”, “deficientes mentais”, “especiais”, “pessoas
com necessidades especiais” e “pessoa portadora de deficiência”, este último ainda muito utilizado,
porém errado.
POR QUE NÃO SE DEVE USAR O TERMO
"PORTADOR"?
RESPOSTA
Essa palavra não é mais utilizada nesse contexto porque quem "porta" algo pode, a qualquer momento,
deixar o que está portando em algum lugar e pegá-lo quando quiser. A pessoa que tem uma deficiência não
pode retirá-la em nenhum momento.
 EXEMPLO
Para exemplificar, considere a seguinte situação:
Fonte: Dean Drobot / Shutterstock
javascript:void(0)
Uma pessoa porta um documento, então ela pode deixá-lo em algum lugar e pegá-lo quando desejar. A
PcD não pode retirar a deficiência.
Além disso, a expressão “portador de deficiência" pode sugerir que a deficiência é a característica
principal da pessoa, o que não é compatível com um modelo inclusivo, que visa à promoção da
igualdade e à não discriminação.
Os termos mencionados ainda são encontrados na literatura, em leis, placas de rua, entre outros.
 ATENÇÃO
O mais importante é utilizar o termo correto atualmente: Pessoa com Deficiência (PcD). Assim, a PcD
se sente incluída, amada e parte integrante da sociedade.
É relevante ressaltar que a PcD pode ter diferentes níveis de comprometimento devido a uma mesma
patologia. Assim, duas PcDs podem apresentar o mesmo laudo, mas serem totalmente diferentes. A
identidade biológica é única, porém precisamos considerar a patologia, a Classificação Internacional de
Doenças (CID), a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) e o nível de comprometimento
intelectual, visual e/ou auditivo.
Atualmente, no Brasil, para que a PcD tenha acesso a algum auxílio do governo, é necessário um laudo
com a descrição da CID assinado e carimbado por um médico.
A CIF visa classificar a funcionalidade e a incapacidade associadas aos estados de saúde da pessoa.
Os códigos da CIF são acompanhados por um qualificador – como leve, moderado, grave ou total. Sem
esses qualificadores, os códigos não têm significado quando usados para avaliar a situação de saúde de
indivíduos.
DEFICIÊNCIA AUDITIVA
O termo correto para se referir à deficiência da pessoa com deficit auditivo é deficiência auditiva (DA),
que pode ser definida como a redução da capacidade auditiva ou a dificuldade de ouvir diálogos e outros
sons. A maioria dos casos não tem cura, e a deficiência auditiva é, normalmente, tratada com o uso de
aparelhos auditivos.
Fonte: Andrey_Popov / Shutterstock
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL (DI)
Para se referir ao deficit intelectual, o termo correto é deficiência intelectual (DI). A American
Association on Mental Retardation (AAMR) aderiu a essa nomenclatura em detrimento do termo
“retardo mental”, definindo a deficiência intelectual como: incapacidade no funcionamento intelectual
caracterizada por limitações significativas quanto ao comportamento adaptativo expresso em habilidades
conceituais, sociais e práticas (LUCKASSON et al., 2002).
Fonte: Werner Lerooy / Shutterstock
DEFICIÊNCIA VISUAL (DV)
Para se referir ao deficit visual, utiliza-se o termo deficiência visual (DV), que é caracterizada pela
limitação ou perda das funções básicas do olho e do sistema visual. Nesse sentido, a PcD visual pode
ter diferentes graus de visão: que vão da cegueira total à visão subnormal (Baixa visão) .
Fonte: Motortion Films / Shutterstock
DEFICIÊNCIA FÍSICA (DF)
Consiste na alteração completa ou parcial de um ou mais membros, que pode alterar a sua função
motora.
Fonte: Dusan Petkovic / Shutterstock
DEFICIÊNCIA MOTORA (DM)
Pode ser classificada como toda deficiência que comprometa a parte motora e impeça a pessoa de se
locomover livremente.
Fonte: Olesia Bilkei / Shutterstock
A DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA (DMU)
É caracterizada pela simultaneidade de duas deficiências ou mais, sejam quais forem: deficiências
intelectuais e físicas; distúrbios neurológicos, emocionais, de linguagem e de desenvolvimento
educacional, vocacional, social e emocional.
Fonte: Jordi Mora / Shutterstock
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)
Caracteriza-se pelo fato de que as características clínicas individuais podem sofrer ou não
comprometimento intelectual, com ou sem comprometimento da linguagem e dificuldade na interação
social, e é associado a alguma condição médica ou genética conhecida ou a um fator ambiental. (DSM-
5, 201)
Fonte: Photographee.eu / Shutterstock
HIPERATIVIDADE (TDAH)
O transtorno do deficit de atenção e hiperatividade é caracterizado por prejuízos de desatenção e
desorganização e dificuldade de permanecer focado em uma tarefa. A pessoa que sofre desse
transtorno aparenta não ouvir e é muito suscetível à perda de materiais pessoais. No que se refere à
hiperatividade, esta resulta em atividade excessiva, inquietação, dificuldade de permanecer sentado,
intromissão em atividades de outros e incapacidade de aguardar.
Fonte: Photographee.eu / Shutterstock
USUÁRIOS DE CADEIRA DE RODAS
Deve-se utilizar sempre o termo “pessoas usuárias de cadeira de rodas”, e não “cadeirante”. A pessoa
que está na cadeira de rodas tem nome e, quando nos referimos a ela usando um adjetivo – “cadeirante”
–, automaticamente retiramos sua identidade.
PARALIMPÍADAS OU PARAOLIMPÍADAS?
Fonte: A.RICARDO / Shutterstock
Uma importante alteração aconteceu em 2011, após os Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara: o
Comitê Paralímpico Internacional determinou que todos os comitês nacionais padronizassem o termo
“Paralimpíada” e, por consequência, “Jogos Paralímpicos” e “atletas paralímpicos”, para que se
assemelhassem ao termo original em inglês “Paralympics”.
ÓRTESES E PRÓTESES
As órteses e próteses auxiliam na autonomia e na qualidade de vida das pessoas.

ÓRTESE
A órtese é qualquer aparelho externo que possa auxiliar na autonomia das PcDs, como:
Bengalas
Muletas
Palmilhas ortopédicas
Joelheiras
Munhequeiras
Colares cervicais
Andadores
Coletes
Aparelhos auditivos
Lentes de contato
Óculos
Aparelhos ortodônticos
PRÓTESES
Já as próteses atuam substituindo um membro e/ou órgão; em alguns casos, são aplicadas por meio de
cirurgias. Como exemplo de próteses, podemos citar:
Próteses dentárias
Próteses mamárias e articulares
Corações e ligamentos artificiais
Marca-passos implantados

Após esse estudo, foi possível fazer uma ligação entre acessibilidade, tecnologia assistiva e
terminologias corretas como ferramentas para inclusão. A compreensão de todo o sistema fará a
diferença na atuação profissional.
Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre as quatro fases para a integração.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. VAMOS SIMULAR A SEGUINTE SITUAÇÃO: VANESSA TEM NECESSIDADE
ESPECIAL, UMA PATOLOGIA QUE NÃO PERMITE QUE ELA ENXERGUE, POIS
TEM VISÃO BAIXA. VANESSA TEM VÁRIOS AMIGOS COM PATOLOGIAS
DIFERENTES: UMA AMIGA TEM DEFICIT NO APRENDIZADO (COGNITIVO),
OUTRA TEM DIFICULDADE DE SE LOCOMOVER, UM AMIGO TEM DUAS
DEFICIÊNCIAS, UTILIZA CADEIRA DE RODAS E É SURDO. OBSERVE AS
PALAVRAS EM NEGRITO E MARQUE A ALTERNATIVA QUE MOSTRE A
TERMINOLOGIA CORRETA NA SEQUÊNCIA APRESENTADA NESTE ENUNCIADO.
A) Pessoa com deficiência, deficiente visual, deficiência intelectual, deficiência motora, deficiência
múltipla, usuário de cadeira de rodas e deficiência auditiva.
B) Pessoa com deficiência, deficiente auditiva, deficiência intelectual, deficiência motora, deficiência
múltipla, usuário de cadeira de rodas e deficiência auditiva.
C) Pessoa com deficiência, deficiente intelectual, deficiência visual, deficiência motora, deficiência
múltipla, usuário de cadeira de rodas e deficiência visual.
D) Pessoa com deficiência, deficiente física, deficiência intelectual, deficiência motora, deficiência
múltipla, cadeirante e deficiência auditiva.
E) Pessoa com deficiência, deficiente visual, deficiência cognitiva, portador de necessidade especial,
deficiência múltipla, cadeirante e deficiênciaauditiva.
2. VOCÊ ESTUDOU E SE APROFUNDOU SOBRE O QUE É ACESSIBILIDADE E O
QUE FARÁ A DIFERENÇA PARA A INCLUSÃO DAS PCDS NA SOCIEDADE.
DIANTE DISSO, MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA.
A) Acessibilidade não se refere apenas ao direito de ir e vir, e sim à possibilidade de a PcD participar
ativamente do meio social. As acessibilidades que farão a inclusão acontecer são divididas em seis
dimensões: arquitetônica, atitudinal, cálculo, programática, instrumental e metodológica.
B) Acessibilidade não se refere apenas ao direito de ir e vir, e sim à possibilidade de a PcD participar
ativamente do meio social. As acessibilidades que farão a inclusão acontecer são divididas em seis
dimensões: arquitetônica, atitudinal, comunicacional, programática, instrumental e metodológica.
C) Acessibilidade não se refere apenas ao direito de ir e vir. As acessibilidades que farão a inclusão
acontecer são divididas em seis dimensões: arquitetônica, atitudinal, comunicacional, programática,
instrumental e metodológica.
D) Acessibilidade não se refere apenas ao direito de ir e vir, e sim à possibilidade de a PcD participar
ativamente do meio social. As acessibilidades que farão a inclusão acontecer são divididas em seis
dimensões: mercado de trabalho, atitudinal, comunicacional, programática, instrumental e metodológica.
E) Acessibilidade está relacionada simplesmente à construção de rampas ou estruturas no ambiente que
facilitem o acesso de PcDs.
GABARITO
1. Vamos simular a seguinte situação: Vanessa tem necessidade especial, uma patologia que não
permite que ela enxergue, pois tem visão baixa. Vanessa tem vários amigos com patologias
diferentes: uma amiga tem deficit no aprendizado (cognitivo), outra tem dificuldade de se
locomover, um amigo tem duas deficiências, utiliza cadeira de rodas e é surdo. Observe as
palavras em negrito e marque a alternativa que mostre a terminologia correta na sequência
apresentada neste enunciado.
A alternativa "A " está correta.
Estudamos a importância de terminologias corretas para trabalhar com PcD e quais são elas. Os termos
corretos a serem utilizados nessa situação são: pessoa com deficiência, deficiente visual, deficiência
intelectual, deficiência motora, deficiência múltipla, usuário de cadeira de rodas e deficiência auditiva.
2. Você estudou e se aprofundou sobre o que é acessibilidade e o que fará a diferença para a
inclusão das PcDs na sociedade. Diante disso, marque a alternativa correta.
A alternativa "B " está correta.
Não podemos pensar em acessibilidade somente como o ir e vir. Precisamos pensar além, uma vez que
a PcD precisa participar ativamente do meio social. Além disso, é necessário pensar em todas as seis
dimensões relacionas à acessibilidade, e não apenas na dimensão arquitetônica.
MÓDULO 4
 Comparar a Educação Física Adaptada com a Educação Física Inclusiva
Fonte: A.RICARDO / Shutterstock
EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA (EFA) E A
EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA (EFI)
Vamos ver a Educação Física Adaptada e a Educação Física Inclusiva.
EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA (EFA)
Agora, voltaremos um pouco na História para entender a EFA, que surgiu na década de 1950, quando
foi criado um programa com diversas atividades, jogos e ritmos adequados, com interesse nas
capacidades e limitações de estudantes com deficiências que não participavam da Educação Física
geral (PEDRINELLI, 1994).
Na EFA, são feitas adaptações nas aulas para PcD. Esse trabalho é direcionado apenas a esse grupo;
pessoas sem deficiência não participam.
Iniciaremos a discussão sobre a EFA e a EFI, que, atualmente, caminham juntas. Em muitos lugares,
utiliza-se a EFA não com um pensamento de que a PcD não é capaz de estar em uma turma inclusiva, e
sim para que haja competições com igualdade entre as classes. Exemplos clássicos disso são
competições esportivas como as Paralimpíadas, as Olimpíadas Especiais e as Surdolimpíadas, entre
outras.
Sabemos também que as escolas “especiais” ainda atuam com a EFA, pois são instituições para as
PcDs. Quando nos referimos à Educação Física em uma escola regular, de fato buscamos pelo modelo
de EFI, pois nesse ambiente há pessoas com e sem deficiência, o que possibilita trabalhar com a
inclusão.
Independentemente de qual seja o modelo utilizado, vale ressaltar que a prática regular de atividades
físicas contribui para a saúde, a autonomia, o bem-estar, a qualidade de vida e a inserção social das
PcDs.
EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA (EFI)
Em 1944, na Declaração de Salamanca, a EFI foi umas das principais orientações educacionais. Ficou
definido que a educação inclusiva seria para todos, retirando a exclusão do modelo de educação e
promovendo uma aprendizagem sem obstáculos.
De fato, nas aulas de Educação Física em escolas regulares, que consistem na prática de atividades
físicas e esportivas, é preciso realizar um trabalho para que não haja discriminação e exclusão e se
permita o acesso e a participação ativa das PcDs no meio social.
Nesse sentido, a Educação Física está dentro do contexto do currículo inclusivo. É bem discutida a
inclusão das PcDs nas aulas de Educação Física, e alguns professores encontram dificuldade para lidar
com os desafios da inclusão, que é algo trabalhoso de pôr em prática, mas possível.
O profissional de Educação Física precisa fazer uma reflexão sobre a inclusão. É necessário um esforço
de todos para que, realmente, a inclusão seja concretizada.
POR QUE NÃO PROPORCIONAR ÀS PCDS A
PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS, EXERCÍCIOS E
ESPORTES?
As PcDs chegarão a qualquer momento e a qualquer lugar para a prática de atividade física. O
profissional de Educação Física, seja em escolas, seja em academias, seja em clubes, seja em
escolinhas de dança, vôlei, basquete ou de qualquer outra modalidade, precisa compreender que as
atividades oferecidas são para todos. Toda e qualquer pessoa tem o direito de participar ativamente da
sociedade.
A prática da Educação Física é um momento prazeroso que faz com que crianças, jovens e adultos se
sintam livres para criar, brincar, descobrir e aprender limites e regras.
Portanto, é necessário que fiquem claras todas as ferramentas necessárias para realização de um
trabalho voltado para as PcDs com responsabilidade e para o cumprimento do dever de dar
continuidade ao trabalho de inclusão das PcDs nas aulas de EF.
HISTÓRIA DO ESPORTE ADAPTADO
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EM 1918
Para entendermos o esporte adaptado, é importante voltarmos um pouco na História. Há relatos, na
literatura, de que já havia práticas desportivas adaptadas antes da Segunda Guerra Mundial. Nesse
sentido, Ricote (1995) cita a prática de tiro e de arco e flecha, em 1918, na Alemanha, com um grupo de
mutilados da Primeira Guerra Mundial. Após a alta hospitalar, soldados não conseguiram continuar a
prática e, por esse motivo, o movimento não teve continuidade.
É importante ressaltar que o esporte adaptado é visto como uma importante ferramenta para a
reabilitação das PcDs. Um dos estudiosos que mais contribuiu para isso foi o neurologista alemão
Ludwig Guttmann.
Fonte: Olga Popova / Shutterstock
EM 1944
Guttmann utilizava a modalidade arco e flecha no Centro Nacional de Lesionados Medulares, chefiado
por ele, na Inglaterra. O neurologista observou que o esporte seria um grande aliado na recuperação de
soldados feridos depois da Segunda Guerra Mundial (ADAMS, R. C. et al., 1985).
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EM 1948
O esporte foi utilizado como extensão do tratamento de pacientes. Há registros de que o primeiro evento
esportivo liderado por Guttmann foi realizado em 1948 e passou a acontecer todos os anos. Houve uma
aceitação significativa em outros centros, fazendo com que o esporte adaptado fosse difundido. Assim,
em 1952, o esporte adaptado passou a ter um formato internacional e contou com a participação de 130
atletas ingleses e holandeses (BRITTAIN, 2010).
As primeiras modalidades praticadas em Stoke Mandeville foram dardos, sinuca, punch-ball (Socos em
uma bola suspensa) e skittles (Espécie de boliche) . Em seguida,foi introduzido o polo em cadeira de
rodas, substituído pelo netball em cadeira de rodas, que, posteriormente, tornou-se o basquetebol em
cadeira de rodas. Depois, foi introduzido o tiro com arco.
EM MEADOS DE 1948 E 1950
Com exceção do período entre 1948 e 1950, os jogos de Stoke Mandeville aconteciam anualmente.
Houve um crescimento gradativo de equipes, competidores e modalidades. O esporte adaptado tem
regras, materiais e espaços adaptados, respeitando a deficiência e a identidade biológica de cada um.
TABELA 1 - CRONOLOGIA DOS PRIMEIROS JOGOS DE STOKE
MANDEVILLE
(1948-1959)
Data Equipes Competidores Esportes
29/07/1948 2* 16 1
29/07/1948 6* 37 2
27/07/1950 10* 61 3
28/07/1951 11* 126 4
26/07/1952 2 130 5
08/08/1953 6 200 6
31/07/1954 14 250 7
29-30/07/1955 18 280 8
27-28/07/1956 18 300 8
26-27/07/1957 24 360 9
24-26/07/1958 21 350 10
23-25/07/1959 20 360 11
* Equipes oriundas de diferentes hospitais. Fonte: Brittain (2010, p. 10).
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ESPORTES PARALÍMPICOS
Fonte: A.RICARDO / Shutterstock
Com o desenvolvimento do esporte adaptado, observou-se que seria necessário um equilíbrio entre as
equipes, já que haveria patologias e níveis diferentes de uma mesma deficiência. Assim, foram criadas a
elegibilidade do esporte e a capacidade funcional para cada atleta, sendo fundamentais até os dias
atuais nos esportes paralímpicos.
Na História, há registros de que, em 1940, a primeira classificação funcional surgiu para pessoas com
deficiência física, e foi desenvolvida na Inglaterra por médicos e especialistas em reabilitação. Essa
classificação foi feita para pessoas com lesões medulares, parciais ou totais, com base no nível da
lesão. Esse método de avaliação não perdurou por muito tempo devido a divergências entre médicos,
professores de Educação Física e atletas.
No que se refere à elegibilidade do esporte, para cada modalidade, são definidas quais deficiências o
atleta pode ter. Quando a deficiência não se enquadra na modalidade esportiva, a pessoa é considerada
inelegível.
Segundo as regras estabelecidas pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC), dez deficiências são
consideradas elegíveis para as Paralimpíadas.
As deficiências são:
FORÇA MUSCULAR LIMITADA
Patologias como lesões medulares, distrofias musculares, lesão de plexo braquial e espinha bífida.
DEFICIÊNCIA EM MEMBRO(S)
Amputações, dismelia e má-formação de membros.
DIFERENÇA NO COMPRIMENTO DE PERNAS
BAIXA ESTATURA
Disfunção de hormônio de crescimento e acondroplasia.
HIPERTONIA
Paralisia cerebral, AVC e traumatismo craniano.
ATAXIA
Paralisia cerebral, AVC, traumatismo craniano e esclerose múltipla.
ATETOSE
Paralisia cerebral, AVC e traumatismo craniano.
LIMITAÇÃO DE AMPLITUDE DE MOVIMENTO PASSIVO
Artrogripose, artrite reumatoide e trauma.
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
A deficiência deve se apresentar antes dos 18 anos de idade.
DEFICIÊNCIA VISUAL
Retinite pigmentosa e retinopatia diabética.
A capacidade funcional foi criada para testar as potencialidades e funcionalidade em situação de jogo,
respeitando as deficiências com maior e menor comprometimento e promovendo equilíbrio entre as
equipes e competições justas.
 ATENÇÃO
Torna-se relevante mencionar que a prática contínua do esporte pode levar o indivíduo a melhorar sua
capacidade funcional, mobilidade, agilidade, autonomia, força, confiança, autoestima, enfim, tudo o que
o esporte pode proporcionar a qualquer indivíduo com ou sem deficiência.
Nesse sentido, podemos pensar que a capacidade funcional pode se modificar ao longo da carreira do
atleta. Alguns têm deficiências degenerativas ou não. Para verificar o nível de capacidade funcional, o
atleta realiza o teste de capacidade funcional internacional, que pode ser revisado ou alterado a
qualquer momento. Por que isso aconteceria?
Para melhor compreensão dessa questão, vamos entender que o atleta é um ser humano. O fato de a
pessoa ter uma deficiência não significa que ela não almeje uma medalha de ouro. Assim, no momento
do seu teste de capacidade funcional, o atleta pode fingir não conseguir fazer alguma coisa para
conquistar uma classificação mais baixa e, no momento do jogo, dar seu máximo. Com isso, a equipe de
classificação está sempre atenta para refazer a classificação, caso seja necessário.
Quanto mais baixa a pontuação, maior o nível de comprometimento e maior a probabilidade de se
manter em quadra. Além disso, o atleta pode melhorar sua autonomia em jogo, tornando necessário
refazer também a classificação funcional.
Todos os esportes para PcDs terão elegibilidades, regras e classificação funcional diferentes. Para
melhor entendimento, exemplificaremos algumas especificidades do basquete em cadeira de rodas.
As classes (classificação funcional) são determinadas por meio de avaliação médica (relacionada à
deficiência), avaliação funcional (relacionada à especificidade do esporte) e de observação dentro e fora
de competição.
A equipe que realiza a classificação é composta por três profissionais – médico, fisioterapeuta e
profissional de Educação Física –, e a avaliação acontece em três estágios:
1
Médico
2
Funcional
3
Técnico
Na análise médica, é avaliada a patologia. Na funcional, são realizados testes de força muscular, campo
visual, agilidade, amplitude de movimento, mensuração de membros e coordenação motora. Na
avaliação técnica, é feita a demonstração de prova observando-se adaptações necessárias e a
utilização de próteses e órteses durante a prática desportiva.
Para a modalidade em questão, o basquete em cadeira de rodas, observamos as seguintes
características:

ELEGIBILIDADE
É aplicada a deficientes físicos e motores.
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REGRAS
São as mesmas do basquete olímpico, com adaptação de que cada jogador deve quicar, arremessar ou
passar a bola a cada dois toques de dedo na cadeira.


EQUIPE
Cinco jogadores em quadra.
SEXO
Feminino e masculino.


PARTIDA
Quatro quartos de dez minutos.
QUADRA E CESTA
Iguais às do basquete olímpico.


CADEIRAS DE RODA
Podem ter de três a quatro rodas, sendo duas grandes laterais, duas pequenas traseiras e uma ou duas
pequenas na frente.
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL
Os atletas são avaliados conforme o comprometimento físico-motor em uma escala de 1 a 4,5. Quanto
maior a deficiência, menor a classe. A soma desses números da equipe em quadra não pode ultrapassar
14.

 EXEMPLO
O atleta com maior comprometimento tem pontuação 1; um atleta com menos comprometimento,
pontuação 2; um atleta com menos comprometimento que o anterior recebe pontuação 3; um atleta com
pouquíssimo comprometimento, pontuação 4,5. Em quadras com cinco atletas, é necessário somar
essas pontuações, que, no total, não podem ultrapassar 14 pontos.
Fonte: MikeDotta / Shutterstock
Dando continuidade à história dos esportes adaptados, em 1960, em Roma (Itália), aconteceu a nona
edição dos Jogos Internacionais de Stoke Mandeville, como era conhecido o evento. Pela primeira vez,
os jogos eram realizados após as Olimpíadas, surgindo, assim, os Jogos Paralímpicos, para realização
pessoal do Dr. Guttmann.
Contudo, a partir de 1960, teve início a estruturação da prática esportiva para outros grupos de pessoas
com deficiência (IPC, 2010). Participaram desse evento 23 delegações, com 400 atletas e oito esportes.
As modalidades oferecidas foram: tiro com arco, atletismo, tiro de dardo, sinuca, natação, tênis de mesa,
esgrima em cadeira de rodas e basquete em cadeira de rodas.
O termo “Paraolimpíadas” surgiu em 1964 e foi formado pela contração de “paraplegia” e “olimpíadas”,
quando foram realizados os jogos Paraolímpicos em Tóquio, no Japão. Participaram desse evento 22
países, com 390 participantes.
Observe a linha do tempo:

1968
Jogos Paraolímpicos de Tel Aviv, Israel. Participaram 29 delegações, totalizando 1.100 atletas.
Modalidade incluída: lawn bowl (Semelhante à bocha) .
1972
Jogos Paraolímpicos de Heidelberg, Alemanha Ocidental.Participaram 44 delegações, totalizando 1.400
atletas. Foi a primeira participação do Brasil.
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
1976
Jogos Paraolímpicos de Toronto, Canadá. Participaram 42 delegações, totalizando 1.700 atletas. Foram
incluídas modalidades como goalball e tiro esportivo. O Brasil conquistou uma medalha de prata e se
classificou em 31° no quadro geral. Nesse ano, pessoas com deficiência visual e pessoas amputadas
participaram pela primeira vez. Também pela primeira vez, no mesmo ano, foram realizados os jogos de
inverno, na Suécia.
1980
Jogos Paraolímpicos de Arnhem, Países Baixos. Participaram 42 países, totalizando 2.560 atletas.
Foram disputadas 13 modalidades.


1984
Os Jogos Paraolímpicos foram realizados no Reino Unido e nos Estados Unidos, com 40 delegações,
1.700 participantes e 18 esportes. As modalidades incluídas foram: bocha, ciclismo de estrada, futebol
de sete, hipismo, levantamento de potência e luta Livre. O Brasil conquistou sete medalhas de ouro, 17
medalhas de prata e quatro medalhas de bronze.
1988
Jogos Paraolímpicos de Seul, Coreia do Sul. Participaram 60 delegações, totalizando 4.200 atletas.
Foram disputadas 18 modalidades e incluídas as seguintes: judô, tênis em cadeira de rodas. O Brasil
conquistou quatro medalhas de ouro, nove medalhas de prata e 14 medalhas de bronze.
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
1992
Foi realizada a nona edição dos Jogos Paraolímpicos em Barcelona, na Espanha, com 83 delegações e
4.158 participantes. Foram disputadas 16 modalidades de esportes. O Brasil conquistou três medalhas
de ouro e quatro de bronze.
1996
Foi realizada a décima edição dos Jogos Paraolímpicos em Atlanta, nos Estados Unidos, com 104
delegações, 4.912 participantes e 19 modalidades esportivas. As modalidades incluídas foram: vela,
rugbi em cadeira de rodas e ciclismo de pista. O Brasil conquistou duas medalhas de ouro, seis
medalhas de prata e 13 medalhas de bronze.


2000
Foi realizada a 11ª edição dos Jogos Paraolímpicos em Sydney, Austrália. Com 125 países, 4.000
atletas, 2.000 técnicos, 1.000 árbitros, 18 modalidades olímpicas e 14 modalidades paraolímpicas. O
Brasil conquistou seis medalhas de ouro, dez medalhas de prata e seis medalhas de bronze.
2004
Foi realizada a 12ª edição dos Jogos Paraolímpicos em Atenas, Grécia, com 135 países, 3.808 atletas,
19 esportes e cinco modalidades incluídas. O Brasil conquistou 14 medalhas de ouro, 12 medalhas de
prata e sete medalhas de bronze.
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
2008
Foi realizada a 13ª edição dos Jogos Paraolímpicos em Pequim, na China, com 146 países, 3.951
atletas, 20 esportes, e o remo foi incluído como modalidade. O Brasil conquistou 16 medalhas de ouro,
14 medalhas de prata e 17 medalhas de bronze.
2012
Jogos Paralímpicos de Londres, com 164 países participantes, 4.237 atletas e 20 esportes. O Brasil
conquistou 21 medalhas de ouro, 14 medalhas de prata e oito medalhas de bronze, classificando-se na
nona posição no quadro geral.
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
2016
Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, Brasil, com 176 países participantes, 4.500 atletas e 22 esportes.
Modalidades incluídas: canoagem e triatlo. O Brasil conquistou 14 medalhas de ouro, 29 medalhas de
prata e 29 medalhas de bronze, classificando-se na oitava posição no quadro geral.
2020
A 16ª edição dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, no Japão, foi adiada.
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O Comitê Paralímpico Internacional é o órgão que governa o esporte paralímpico global. Sua função é
organizar os Jogos Paralímpicos de Verão e de Inverno. No Brasil, o órgão responsável é o Comitê
Paralímpico Brasileiro.
Atualmente, são oferecidas 25 modalidades nos jogos de verão:
Modalidades
Atletismo Basquete em cadeira de rodas
Bocha Canoagem
Ciclismo Esgrima em cadeira de rodas
Futebol de cinco Futebol de sete
Goalball Halterofilismo
Hipismo Judô
Levantamento de peso Natação
Parabadminton Parataekwondo
Remo Rugbi em cadeira de rodas
Tiro com arco Tiro esportivo
Triatlo Tênis de mesa
Tênis em cadeira de rodas Vela
Vôlei sentado
Na edição de inverno dos Jogos Paralímpicos, seis modalidades estão no programa:
Modalidades
Esqui alpino
Snowboard
Esqui cross country
Biathlon
Hóquei no gelo
Curling em cadeira de rodas
BRASIL NAS PARALIMPÍADAS

1972
A primeira participação do Brasil nos Jogos Paralímpicos foi em 1972, e a primeira participação feminina,
em 1976. O Brasil, a cada ano, tem se destacado e já conta com 12 participações em Jogos
Paralímpicos de Verão, acumulando 302 medalhas.
2012
Nos Jogos de Londres, a delegação brasileira terminou em sétimo lugar, com 43 medalhas, sendo 21 de
ouro, 14 de prata e 8 de bronze. Na Rio-2016, o país ficou em oitavo lugar, sua melhor participação, com
72 medalhas, sendo 14 de ouro, 29 de prata e 29 de bronze.
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
2016
Nas Paralimpíadas de 2016, participaram dos jogos 286 atletas do Brasil, sendo 102 no feminino e 184
no masculino.
Fonte: AnnGaysorn / Shutterstock
Ao passarmos pela história dos Jogos Paralímpicos, isso nos leva a uma reflexão sobre a EF na
participação no processo de reabilitação, autoestima, bem-estar e saúde das PcDs. Quão valiosa é a
profissão e o tamanho da responsabilidade diante da área da saúde.
PAPEL DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA E
DA EQUIPE INTERDISCIPLINAR
A contribuição da Educação Física para a saúde, qualidade de vida e o bem-estar das PcDs é essencial
para o resgate da autoestima e da confiança, encorajando o ser humano a seguir criando objetivos e
expectativas. Diante do exposto, podemos ressaltar que a prática de atividades físicas e esporte pode
ser utilizada como extensão do tratamento de pessoas que estão no processo de reabilitação pós-lesão.
Fonte: AnnGaysorn / Shutterstock
Contudo, o profissional de Educação Física precisa compreender a responsabilidade envolvida na
prescrição de exercícios. Atualmente, há um número crescente de PcDs. Por isso, o profissional de
Educação Física precisa se dedicar aos estudos a fim de tornar-se apto a realizar uma prescrição
segura.
Portanto, a Educação Física faz parte da área da saúde, e a prática regular de atividades físicas leva o
indivíduo ao bem-estar mental, físico, psicológico, emocional e social. No entanto, estamos inseridos na
promoção da saúde, intervindo na prevenção e manutenção da saúde.
Nessa linha de pensamento, a resolução CONFEF nº 229/2012:
DISPÕE SOBRE ESPECIALIDADE PROFISSIONAL EM
EDUCAÇÃO FÍSICA NA ÁREA DE SAÚDE COLETIVA. O
PRESIDENTE DO CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO
FÍSICA, NO USO DE SUAS ATRIBUIÇÕES ESTATUTÁRIAS,
CONFORME DISPÕE O INCISO IX, DO ART. 43 DO ESTATUTO
DO CONFEF, E; CONSIDERANDO A LEI Nº 8.080, DE 19 DE
SETEMBRO DE 1990, QUE DISPÕE SOBRE AS AÇÕES DE
SAÚDE DESTINADAS A GARANTIR ÀS PESSOAS E À
COLETIVIDADE CONDIÇÕES DE BEM-ESTAR FÍSICO,
MENTAL E SOCIAL; CONSIDERANDO A LEI Nº 11.129, DE 30
DE JUNHO DE 2005, QUE INSTITUI O PROGRAMA DE
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE E EM ÁREA
PROFISSIONAL DA SAÚDE; CONSIDERANDO A POLÍTICA
NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE, REGULAMENTADA
PELA PORTARIA MINISTERIAL Nº 687/GM, DE 30 DE MARÇO
DE 2006, QUE TRATA DO DESENVOLVIMENTO DAS AÇÕES
DE PROMOÇÃO DA SAÚDE NO BRASIL E INCLUI A
EDUCAÇÃO FÍSICA NA POLÍTICA DE PROMOÇÃO DA
SAÚDE.
A área da saúde funciona com equipes multidisciplinares, composta por vários profissionais que, com
seus conselhos, norteiam a realização de um trabalho com ética, respeito e responsabilidade em sua
atuação.
Esses profissionais são:
1
Profissionais de Educação Física
2
Fisioterapeutas
3
Médicos
4
Psicólogos
5
Nutricionistas
6
Enfermeiros
7
Fonoaudiólogos e/ou terapeutas ocupacionais
Os propósitos e as estratégias são traçados para que cada área assuma sua responsabilidade e seu
compromisso a fim de que os melhores resultados sejam alcançados. Uma das metas é proporcionar
maior autonomia, saúde e qualidade de vida aos pacientes.
Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre o trabalho da equipe multidisciplinar.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ESTUDAMOS QUE A EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA CONSISTE EM
TRABALHAR COM A PCD SEPARADAMENTE DAS PESSOAS

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