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RELATÓRIO DE ESTÁGIO RELATÓRIO CRITICO-REFLEXIVO DA DISCIPLINA ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM EDUCAÇÃO INFANTIL 1. DADOS DO ALUNO Nome: Gerusa Almeida Siqueira RGM: 26312981 Curso: PEDAGOGIA– EAD Instituição: UNICID- Cruzeiro do Sul Disciplina: Estágio Curricular Supervisionado em Educação Infantil Ano/semestre de 2022/1 realização do estágio: 2. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA Nome: EMEB. Gabriel Vinicius Coelho. Endereço: AV. dos Autonomistas, 1080, Ferraz de Vasconcelos- SP Secretaria: Secretaria Municipal da Educação Níveis observados: Infantil I e Infantil II Este estágio foi realizado integralmente na creche EMEB. Gabriel Vinicius Coelho, pertencente à rede pública de ensino da cidade de Ferraz de Vasconcelos. Está vinculada à Secretaria Municipal de Educação (DRE–MP), zona leste. Atualmente, a Instituição tem cerca de trezentos alunos matriculados, funciona em tempo integral, e compreende a modalidade de Educação Infantil, com crianças de zero a cinco anos. A Instituição conta com diversas salas equipadas, devidamente limpas e organizadas, com ventilação e iluminação adequadas. 3. INTRODUÇÃO Este relatório tem como objetivo apresentar os resultados das observações realizadas durante o referido estágio, com 100 horas de duração, realizado em uma escola pública da rede municipal, situada na zona leste de São Paulo, pertencente à Secretaria Municipal da Educação. O estágio em Educação Infantil é de suma importância para o estudante de Pedagogia, uma vez que proporciona ao estudante docente a união da teoria à prática educacional, conforme registro das atividades realizadas, uma verdadeira complementação para a formação acadêmica, o que possibilita ao aluno/docente uma vivência da rotina e realidade da escola. Entre outros aspectos, tem como objetivo acompanhar o trabalho do professor em sala de aula, através da observação, na organização do trabalho docente, parte relevante no processo do ensino e aprendizagem. Foi possível observar que as atividades desenvolvidas, no dia a dia do contexto escolar, direta ou indiretamente, abarcam os conceitos teóricos de Piaget e Vygotsky, abordados no material teórico, ao longo do curso. Como visto no conteúdo mencionado, Piaget privilegia a maturação biológica; postula que o desenvolvimento infantil segue uma sequência fixa e universal de estágios. Piaget acredita que o pensamento aparece antes da linguagem, que é apenas uma das suas formas de expressão. Assim, a formação do pensamento depende da coordenação dos esquemas sensório- motores e não da linguagem. A visão egocêntrica que as crianças têm sobre o mundo vai, aos poucos, aproximando-se da concepção dos adultos: torna-se socializada, objetiva. Por outro lado, Vygotsky salienta o ambiente social em que a criança nasceu; variando-se esse ambiente, o desenvolvimento também variará. Ele discorda de que a construção do conhecimento proceda do individual para o social. Para Vygotsky, pensamento e linguagem são processos correlatos, desde o início da vida. Ele defende que a aquisição da linguagem pela criança modifica suas funções mentais superiores. Para ele, as funções psicológicas de uma pessoa são desenvolvidas ao longo do tempo e mediadas pelo social, através dos símbolos criados pela cultura; a linguagem representa a cultura e depende do intercâmbio social. Portanto, de maneira resumida, o estágio supervisionado proporciona uma oportunidade concreta de observar o exercício das funções do professor/educador e suas práticas, visto que as atividades conduzidas no dia a dia contribuem para o desenvolvimento global das crianças, em todos os aspectos. Com isso, espera-se que o estágio prepare o futuro educador para o exercício de sua profissão, visando a realizar uma atuação transformadora na realidade escolar, contribuindo para o desenvolvimento integral do educando, o maior patrimônio da escola. 4. PERFIL DOS PROFESSORES Com base na vivência escolar de mais de quinze anos na rede pública de ensino, bem como nas observações feitas ao longo do estágio, não resta dúvida de que o professor/educador é a peça-chave em sala de aula. Vale lembrar que esse professor deverá estar sempre preparado para fazer o melhor pelos seus alunos, igualmente importantes, no processo contínuo de ensino e aprendizagem. Frente ao desafio, vem a necessidade de o professor estar atualizado para assim poder desempenhar suas funções, o que implica em muito estudo e muita leitura. A esse constante estudo dá-se o nome de formação continuada, que se baseia na coletividade, na necessidade de alcançar objetivos, e na reflexão, uma vez que as práticas pedagógicas devem ser direcionadas aos interesses dos alunos. Assim, o perfil do professor ou educador infantil precisa estar fundamentado ao menos em três questões básicas: sensibilidade, flexibilidade e conhecimento. Ou seja, ser sensível em relação às dificuldades que a criança possa apresentar; ser flexível para lidar com situações que exijam paciência, e compreender como as crianças aprendem, bem como estar atento ao que deve ser abordado para que elas se desenvolvam (educandoteka.com.br). Com os professores da escola observada não é diferente, pois todos desenvolvem um trabalho condizente com o perfil e faixa etária da criança, considerando seu meio social, nível de discernimento, para que as atividades desenvolvidas façam sentido para o aluno. Em outras palavras, atividades em desacordo com a idade ou nível/padrão social da criança poderá desmotivá-la e fazer com que essa criança perca o interesse pela escola. Como em qualquer escola pública ou privada, os conflitos diversos e dificuldades são inevitáveis, porque direta ou indiretamente fazem parte do processo de desenvolvimento da criança pequena. Em todo caso, os eventuais problemas são sempre tratados de forma coerente, em constante diálogo com os pais, conforme a necessidade de cada situação, por se tratar de uma gestão democrática, atenta aos acontecimentos. Neste estágio foram realizadas 100 horas de observação, abordando assuntos e temas variados, compreendendo o cuidar, e diversas situações de aprendizagem voltadas para o desenvolvimento global das crianças, por grupos (Infantil I e Infantil II). 5. PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES Durante o referido estágio, foi possível observar que a função dos professores não se resume a cuidar de crianças confinadas, enquanto elas brincam; percebe-se que tal prática não se limita à sala de aula ou somente na relação professor e aluno, mas engloba a sociedade como um todo, uma vez que reflete na estrutura social (família) de cada um, com o passar do tempo. A prática docente ampara o desenvolvimento infantil em todos os aspectos, através de atividades motoras diversas, como jogos simbólicos e brincadeiras, a valorização do lúdico, pois de um modo geral visa a contribuir para que a criança se desenvolva plenamente e ganhe autonomia, e melhore sua autoestima. Ainda, o estágio supervisionado é um período de importantes reflexões para complementar a formação acadêmica, tendo em mente que a escola é o lugar para socialização e promoção do saber. Levando em conta os aspectos citados, quero destacar a importância do papel do professor de educação infantil no que se refere ao cuidar e aos jogos e brincadeiras, de extrema importância, conforme visto no material teórico “Corpo, Movimento e Psicomotricidade” e “Educação, Jogos e Brincadeiras”, nos quais vimos que os jogos e as brincadeiras são essenciais para o desenvolvimento cognitivo (global) da criança: “Ao brincar, a criança tem uma consciência em relação à realidade, e tem a intenção de transformá-la a partir da imaginação, que vai além de seu comportamento diário” (Unidade III, p. 7). Vale destacar a importância dos jogossimbólicos na rotina das crianças, pois a partir deles é que os alunos vivenciam diversas situações, nas quais os conhecimentos adquiridos passam a ter significado prático. Pensando assim, destaco algumas atividades, dentre outras realizadas na escola observada: FOCO 1 – JOGOS E BRINCADEIRAS Arremesso: A professora faz uma linha no chão, usando fita crepe e as crianças arremessam garrafas plásticas cheias de areia, para frente. A seguir, a professora mede as distâncias e verifica quem (qual grupo) conseguiu arremessar mais longe. Depois, em sala de aula, a professora faz um gráfico explicativo sobre o rendimento de cada grupo. Caixa de sensações: em uma pequena caixa encapada, com um furo de cerca de dez centímetros de diâmetro, a professora organiza diversos materiais (tampinhas, retalhos, flocos de algodão, grãos, pedaços de lixa, etc.), a fim de que a criança possa identificar o material, pelo tato. Que som é esse? – Com faixas de TNT preto, a professora venda os olhos dos alunos e faz diferentes barulhos/sons usando diferentes instrumentos musicais, latas, brinquedos diversos, para que as crianças identifiquem os objetos. Através de atividades como essas é que as crianças vão, gradualmente, percebendo-se e percebendo os outros como diferentes, permitindo que possam acionar seus próprios recursos, o que representa uma condição essencial para o desenvolvimento da autonomia (BRASIL, 1998, p.39-40). FOCO 2 – O CUIDAR Ainda com base no referido conteúdo teórico, em especial o módulo “Educação infantil: Currículo”, percebe-se que as atividades de educar, em especial na educação infantil, remetem a situações de cuidados diversos, auxiliando o desenvolvimento das capacidades cognitivas infantis, bem como das potencialidades afetivas, emocionais, sociais, corporais e éticas, à luz de Piaget e Vygotsky, ambos estudados no referido material. Na escola observada, percebe-se que os cuidados com a educação infantil ocorrem com afetividade e respeito às singularidades das crianças; é uma Instituição que respeita e garante os direitos de todas as crianças: o bem- estar, a expressão, o movimento, a segurança, o contato com a natureza, na medida do possível, considerando-se as diferentes faixais etárias. De forma resumida, as crianças são assistidas durante todo o tempo de permanência na unidade escolar. As professoras/educadoras cumprem à risca todas as atividades referentes ao cuidar e o educar nas rotinas diárias, como alimentação, higiene (troca de fralda, banho), na qual as crianças vão aprendendo sobre as partes do corpo; as professoras controlam o horário do sono; auxiliam nas atividades educativas. Enfim, todas as atividades realizadas na Instituição são organizadas e conduzidas pelas cuidadoras/educadoras, ou “tias”, como as crianças preferem chamar. Assim, a educação infantil compreende diversas atividades como alimentar, dar segurança, brincar, gerar interação, mediar o convívio coletivo, mediar eventuais conflitos (junto às famílias), estabelecer vínculos afetivos, promover a estimulação, o faz-de-conta, o desenho. Enfim, organizar e auxiliar em todas as atividades ligadas à proteção e apoio necessários ao cotidiano de qualquer criança pequena, para que ela se desenvolva e possa aprender. Isso posto, essa descrição vai de encontro ao que preconiza o RCNEI (BRASIL, p.24), em seu capítulo Cuidar: O desenvolvimento integral depende tanto dos cuidados relacionais, que envolvem a dimensão afetiva e dos cuidados com os aspectos biológicos do corpo, como a qualidade da alimentação e dos cuidados com a saúde, quanto da forma como esses cuidados são oferecidos e das oportunidades de acesso a conhecimentos variados. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar da minha experiência no magistério ao longo de quase quinze anos, o estágio não deixa de ser um período importante na formação do professor, porque acrescenta novos conhecimentos e faz com que vejamos a prática docente como algo em movimento, não estagnado, pois cada situação exige ação adequada do professor, conforme a necessidade. Ou seja, o estágio é a fase entre a formação docente e o profissional da educação. Diante do contexto que permeia a atuação profissional do docente, percebe-se a importância do constante aprimoramento dos conhecimentos da educação, das necessidades sociais, da reflexão sobre a própria prática, de manter-se sempre atualizado e estar disposto a fazer o melhor para o progresso dos alunos, mesmo que ainda pequenos. Nesse sentido, vejo o estágio como uma formação continuada, independentemente da experiência em sala de aula, pois agrega valores e sempre há algo novo a aprender, até porque ser professor é pensar e repensar sua prática constantemente. Em dados momentos, fica claro que a educação de qualidade não é somente responsabilidade do professor/educador. Assim, para que a criança aprenda e se desenvolva, é necessária a participação dos profissionais da educação, bem como da família, da sociedade, da iniciativa pública e/ou privada, principalmente no que se refere a garantir a manutenção do ensino público, assegurando os direitos da criança, na forma da lei. Estagiar na nossa própria prática permite o aprimoramento do olhar crítico, desperta o desejo de inovar, de ampliar nossos fazeres. Não estagnar. Portanto, com o fechamento deste relatório, nas poucas reflexões e construções aqui descritas, pode-se perceber a importância do estágio na formação docente, apesar de prévia experiência, assim como o crescimento propiciado tanto nas teorias discutidas nas disciplinas do curso, quanto nas vivências na escola, nos diferentes momentos do processo de aprendizagem. Sou grato à gestão da escola observada, por promover um ambiente democrático, no qual se tem a liberdade de pensar e agir de forma a despertar nos alunos o desejo de aprender. Como vimos durante o curso, a inteligência se desenvolve a partir do momento em que é estimulada, que criamos condições para que nossos conhecimentos e habilidades possam ser aprimorados. E isso é possível num ambiente favorável à aprendizagem. 7. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998. 3v. Qual deve ser o perfil do professor de Educação Infantil? Disponível em http://educandoteka.com.br/gestao/qual-deve-ser-o-perfil-do-professor-de- http://educandoteka.com.br/gestao/qual-deve-ser-o-perfil-do-professor-de-educacao-infantil educacao-infantil. Acesso em 2022. MATERIAL TEÓRICO (2022/1)
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