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APG – SOI 1 S10P1 - REAÇÕES ALÉRGICAS IMUNOGLOBULINAS E SUAS FUNÇÕES Definição São moléculas de glicoproteínas, produzidas por plasmócitos (linfócitos B ativados) na resposta contra um imunógeno, onde funcionam como anticorpos. O nome imunoglobulina surgiu do achado de que quando o soro contendo anticorpos é colocado num campo elétrico, os anticorpos, que agentes da imunidade humoral, migram com as proteínas globulares. Funções Gerais - Ligações a antígenos: As imunoglobulinas são específicas para um antígeno, então cada imunoglobulina geralmente liga-se a um determinante antigênico específico. A ligação a antígenos é a função primária dos anticorpos e pode resultar em relativa imunidade do hospedeiro. - Funções efetoras: Às vezes a ligação de um anticorpo com um antígeno não tem efeito biológico direto. Em sua maioria, os efeitos biológicos são uma conseqüência das funções efetoras (ou secundárias) dos anticorpos. As imunoglobulinas são mediadores de uma variedade dessas funções efetoras. Tipos de imunoglobulinas - IgG (Imunoglobulina G): muito importante nos processo inflamatórios, pois neutraliza as toxinas lançadas pelos agentes externos. O IgG está presente na linfa e no sangue e dividi-se em subclasses: IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4. Note que a Imunoglobulina G é a única que atravessa a placenta. - IgE (Imunoglobulina E): importante isotipo de anticorpo que atua nos processos alérgicos, nas verminoses e protozooses. Presente no soro sanguíneo, o IgE é encontrado na superfície dos basófilos e mastócitos. - IgD (Imunoglobulina D): tem como função a ativação de células que protegem o organismo. O IgD é encontrado no sangue e ainda suas funções estão sendo definidas e estudadas por diversos pesquisadores. - IgM (Imunoglobulina M): encontrada no meio intravascular, esse tipo de anticorpo funciona como receptor dos antígenos. Assim, quando o corpo apresenta níveis altos de IgM, isso indica uma infecção recente. Por ser grande, esse tipo não atravessa a placenta. - IgA (Imunoglobulina A): presente nas secreções do corpo (saliva, suor, lágrimas, suco gástrico, etc.), a IgA tem como função proteger o corpo através das mucosas. Ou seja, ela evita que o agente invasor penetre no epitélio. Esse tipo está subdivido em duas classes: IgA1 e IgA2. O QUE É UMA REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE? Durante uma reação imune, a liberação de mediadores inflamatórios resulta em um aumento da permeabilidade vascular e recrutamento de células inflamatórias que causarão inflamação do tecido local. A hipersensibilidade causa um dano tissular secundário a uma resposta inflamatória exagerada. Estas reações podem ser em resposta a um antígeno externo, como pólen, ou uma resposta inapropriada a um patógeno, ou ainda contra o tecido do próprio individuo. Existem quatro tipos básicos de reações de hipersensibilidade: - TIPO I (ANAFILÁTICAS) - Os principais componentes celulares envolvidos são: células TH2, anticorpos IgE, mastócitos e eosinófilos. - TIPO II (CITOTÓXICAS) - É mediada por anticorpos, principalmente IgM e IgG, contra antígenos da superfície celular ou da matriz extracelular. - TIPO III (COMPLEXO IMUNE) - Mediada por imunocomplexos que se depositarão em determinados locais. - TIPO IV (CELULAR) - Mediada por linfócitos T, células TCD4 e células TCD8. CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE As doenças de hipersensibilidade são geralmente classificadas conforme o tipo de resposta imune e o mecanismo efetor responsável pela lesão celular e tecidual. Alguns desses mecanismos são predominantemente dependentes de anticorpos, e outros, de células T, embora um papel para ambas as imunidades, humoral e mediada por células, seja frequentemente encontrado em muitas doenças de hipersensibilidade. Tipo I (anafiláticas) - Resposta imune humoral; - São as mais comuns e ocorrem alguns minutos depois que uma pessoa sensível a um alergênio é novamente exposta a ele. - São mediadas pela produção de IgE; - Mecanismo de ação: Em resposta à primeira exposição a determinados alergênios, algumas pessoas produzem anticorpos IgE que se ligam à superfície de mastócitos e basófilos. A próxima vez que o mesmo alergênio entra no corpo, conecta-se aos anticorpos IgE já presentes. Em resposta, os mastócitos e basófilos liberam histamina, prostaglandinas, leucotrienos e cininas. Coletivamente, estes mediadores causam vasodilatação, aumento da permeabilidade capilar, aumento da contração do músculo liso das vias respiratórias pulmonares e aumento da secreção de muco. Como resultado, a pessoa apresenta respostas inflamatórias, dificuldade para respirar pelas vias respiratórias contraídas e coriza pelo excesso de secreção de muco. - Mecanismo efetor: Ativação de mastócito - Os mastócitos servem para alertar o sistema imune da infecção local. Uma vez ativados, eles provocam reações inflamatórias pela secreção de mediadores farmacológicos, como a histamina, armazenados nos grânulos pré-formados, e pela síntese de prostaglandinas, leucotrienos e fator de ativação de plaquetas da membrana plasmática. - Pode ocasionar o choque anafilático: No choque anafilático, os sibilos e a dispneia conforme as vias respiratórias se contraem são geralmente acompanhados por choque decorrente da vasodilatação e perda de líquido do sangue. Esta emergência potencialmente fatal é geralmente tratada pela injeção de epinefrina para dilatar as vias respiratórias e fortalecer a contração cardíaca. Tipo II (citotóxicas) - Resposta imune humoral; - São mediadas por anticorpos (IgG ou IgM); - Ação contra antígenos da superfície celular ou da matriz extracelular. - Causam doenças frequentemente órgão-específicas e não sistêmicas; - Mecanismo de ação: A presença de antígeno estimula células B específicas. A células B passa por uma expansão clonal e produz uma grande quantidade de imunoglobulina contra o antígeno não danoso. Ao ligar-se ao antígeno, a imunoglobulina leva a célula a destruição pela NK ou complemento. - Mecanismos efetores: 1. Opsonização e fagocitose. Os anticorpos que se ligam a antígenos da superfície celular podem opsonizar diretamente as células ou ativar o sistema complemento, resultando na produção de proteínas do complemento que opsonizam as células. Essas células opsonizadas são fagocitadas e destruídas pelos fagócitos que expressam receptores para a porção Fc dos anticorpos IgG e receptores para proteínas do complemento. 2. Inflamação. Os anticorpos depositados nos tecidos ativam o complemento, levando à liberação de produtos de clivagem, como o C5a e o C3a, que recrutam neutrófilos e macrófagos. Esses leucócitos expressam receptores para Fc e receptores paracomplemento que ligam anticorpos ou proteínas ligadas do complemento. Os leucócitos são ativados pela sinalização dos receptores (particularmente receptores Fc), enquanto produtos de leucócitos (incluindo enzimas lisossomais e espécies reativas de oxigênio) são liberados e produzem lesão tecidual. 3. Funções celulares anormais. Os anticorpos que se ligam a receptores celulares normais ou outras proteínas podem interferir com as funções desses receptores ou proteínas e causar doença sem inflamação ou dano tecidual. Por exemplo, anticorpos específicos contra o receptor do hormônio estimulador da tireoide ou contra o receptor nicotínico da acetilcolina provocam anormalidades funcionais que levam à doença de Graves e à miastenia grave, respectivamente. - Exemplo de reações do tipo II: Podem ocorrer em reações de transfusão de sangue incompatível, danificam as células, causando sua lise, hipertireoidismo onde ocorrerá uma estimulação de receptores do TSH mediada por anticorpos, Febre Reumática onde ocorrerá uma Inflamação, ativação de macrófagos. Tipo III (complexo imune) - Resposta imune humoral - São mediadas por Anticorpos IgM e IgG específicos para antígenos solúveis no sangue que formam complexos com antígenos. - Esses imunocomplexos podem se depositar nas paredes dos vasos sanguíneos em vários tecidos, causandoinflamação, trombose e lesão tecidual. - Mecanismo de Ação: Os complexos antígeno-anticorpo são gerados durante as respostas imunes normais, mas somente causam doença quando são produzidos em quantidades excessivas e não são eficientemente removidos e se depositam nos tecidos. Pequenos complexos não são normalmente fagocitados e tendem a se depositar nos vasos em maior proporção. Os imunocomplexos depositados nas paredes dos vasos e nos tecidos ativam os leucócitos e mastócitos que secretam citocinas e mediadores vasoativos. Esses mediadores podem ampliar a deposição dos imunocomplexos nas paredes dos vasos pelo aumento da permeabilidade vascular e do fluxo sanguíneo. Os neutrófilos e monócitos são atraídos para essa região pelo C5a do sistema complemento, e tentam internalizar os complexos depositados no endotélio vascular. No entanto, esses imunocomplexos estão ligados muitas vezes entre as células do endotélio vascular, sendo assim, os neutrófilos não conseguem internalizá-los. Não vendo outra saída, os neutrófilos liberam todos os radicais livres e enzimas por exocitose no local de deposição dos Imunocomplexos, causando destruição do endotélio e de tecidos adjacentes. - Mecanismo efetor: O principal mecanismo de lesão tecidual nas doenças causadas por imunocomplexos é a inflamação no interior das paredes dos vasos sanguíneos, resultando em ativação do complemento e ligação de receptores Fc presentes nos leucócitos aos anticorpos dos complexos depositados. - Exemplo de doenças causadas por reações do tipo III: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune onde complexos constituídos de antígenos nucleares e anticorpos depositam-se nos vasos sanguíneos dos glomérulos renais, pele e muitos outros tecidos. Tipo IV (celular) - Resposta imune celular; - Mediada por linfócitos T, envolvendo mecanismos efetores de células TCD4 e células TCD8. - As reações do tipo IV (celular) ou reações de hipersensibilidade tardia geralmente aparecem 12 a 72 hrs após a exposição a um alergênio. - Mecanismo de ação: Tipicamente estas reações ocorrem após o contato de um antígeno sensibilizante com a pele, em que os efeitos são visualizados como dermatite de contato. O antígeno é pego no local por células da resposta inata, como macrófagos, que agem, então, como apresentadoras de antígenos e ativam células T CD4+ específicas para os antígenos. As células T ativadas desta forma tendem a adotar um perfil de Th1 e migrar para a área com alta concentração de antígenos, onde liberam citocinas inflamatórias como interferon-γ (IFN-γ), IL-1, IL-2 e IL-6. O resultado das citocinas é inflamação local pelo aumento da permeabilidade vascular e pela migração e ativação de outras células. - Mecanismo efetor: O principal mecanismo de lesão tecidual é o killing de células pelos CTLs CD8+. As células T que causam lesão tecidual podem ser autorreativas ou específicas para os antígenos proteicos estranhos que estão presentes ou ligados às células ou tecidos. A lesão tecidual mediada por linfócitos T também pode ser acompanhada de fortes respostas imunes protetoras contra microrganismos persistentes, especialmente os intracelulares, que resistem à erradicação pelos fagócitos e anticorpos. - Exemplo de doenças causadas por reações tipo IV: Artrite reumatoide e Esclerose Múltipla. ALERGIA X INTOLERÂNCIA ALERGIA INTOLERÂNCIA SINTOMAS Urticária e vermelhidão na pele; Coceira intensa na pele; Dificuldade para respirar; Inchaço no rosto ou língua; Vômitos e diarreia. Dor no estômago; Inchaço da barriga; Excesso de gases intestinais; Sensação de queimação na garganta; Vômitos e diarreia. CARACTERÍSTICA Surgem imediatamente mesmo quando ingere pouca quantidade do alimento e os testes feitos na pele são positivos. Podem demorar mais de 30 minutos para aparecer, sendo mais graves quanto maior for a quantidade de alimento ingerido, e os testes de alergia feitos na pele não apresentam alteração.
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