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Cisticercose • Contaminação – Ingestão de ovos de T. solium contidos nas fezes de pessoas contaminadas • Distribuição geográfica – Áreas de criação de suínos e associadas a teníase • Habitat – Olhos (46%) – SNC (41%) – Tec. subcutâneo(6%) – Músculos (3,5%) – Outros (3,2%) Receptaculum capitis Vilosidades (pregas formadas pelos tegumento enrugado do escólex e do colo REY, L. Bases da Parasitologia Médica. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2009 Mecanismos de infecção • Heteroinfecção – Mais comum – Ingestão de alimentos ou água contaminados por ovos de T. solium • Autoinfecção externa – Mais raro – Coprofagia ou maus hábitos de higiene (roer unhas) • Autoinfecção interna – Tb raro – Proglotes grávidos se rompem antes de serem eliminados e retornam ao intestino delgado e estômago – “Ladraria humana” • Centenas ou milhares de larvas amplamente disseminadas pela pele, tecido subcutâneo, músculos, SNC, olhos, etc Ação patogênica • Os mecanismos responsáveis pelas manifestações clínicas dependerão de fatores como: – a localização e o número de parasitas – a condição do hospedeiro – a resposta inflamatória induzida – a circulação liquórica e a seqüela de outras infecções • Ação mecânica compressiva • Ação inflamatória Ação patogênica Crescimento do cisticerco Compressão mecânica e deslocamento de tecidos ou estruturas Pode obstruir o fluxo normal de líquidos orgânicos (LCR) Processo inflamatório Ao redor do parasito Pode se estender a estruturas vizinhas SNC Embrião Camada adventícia fibrosa Processo inflamatório com eosinófilos Ao degenerar e morrer Produtos de desintegração induzem ação tóxica e irritativa mais considerável Macrófagos, polimorfonucleares Formação de granuloma, com gigantócitos Reabsorção do cisticerco Reação inflamatória volta a diminuir Nódulo cicatricial Larvas: forma de vesículas de cerca de 0,5 a 1 cm de diãmetro, delimitadas por membrana lisa e preenchidas por líquido límpido, contendo o escólex Localização: preferencialmente na substância cinzenta (córtex cerebral) - mais vascularizada que a branca Apesar do grande número de parasitas o tecido cerebral tem aspecto normal, mesmo na proximidade imediata deles, o que indica uma coexistência pacífica entre parasita e hospedeiro Artérias da leptomeninge na região inflamada (ação à distância) Forte espessamento da íntima em conseqüência da inflamação crônica pelo parasita (não visível nesta foto) Há correspondente redução da luz vascular, que pode levar a infartos Quadros clínicos • Assintomático – Representa o menor número de indivíduos • Manifestações neurológicas ocorrem aproximadamente entre 60% e 92% das infestações Formas convulsivas • Forma sintomática mais freqüente • NC Parenquimatosa • Indivíduos adultos, sadios, sem antecedentes pessoais ou familiares • Convulsões localizadas ou generalizadas ou alternarem-se os dois tipos • Responsável por 50% dos casos • Patogênese da crise epiléptica – Variada – Principal fator epileptogênico: gliose perilesional reacional à morte do parasita ou ao parasita morto • Déficits focais – Resultantes da compressão cerebral, da destruição ou da irritação pelos cisticercos – Podem ser os mais variados possíveis – Paralisias – Paresias (Paralisia leve ou parcial) – Afasia (Perda ou alteração da capacidade de falar ou de compreender a linguagem escrita ou falada) – Alterações da sensibilidade – Outros • Encefalite • Pode durar 10 ou + anos • Raramente é observada cura espontânea • Morte se deve ao mal epiléptico Formas Hipertensivas e Pseudotumorais • Produzidas por processos de meningite da fossa posterior causados por cisticercos no local, ou por uma reação a distância • NC Subaracnóide – Síndrome de hipertensão intracraniana (SHIC) na presença de hidrocefalia obstrutiva – Pacientes com cisticercos presentes nas meninges tendem a desenvolver meningite crônica • NC intraventricular – Também se acompanha de SHIC por hidrocefalia obstrutiva • Resultante da obstrução do LCR por ventriculite ou por grandes cistos ventriculares • Síndrome de Bruns – Associação de vertigem com algum movimento súbito da cabeça – Paciente mantém a cabeça imóvel, rígida • Sinais Clássicos – Cefaléia intensa, constante e com paroxismos (maior grau de intensidade) conseqüentes a esforços físicos – Vômitos de tipo cerebral • Produzidos bruscamente, em forma de jato e não precedidos de outros sinais prodrômicos (de mal estar ou precursores) – Edema da papila • Diminuição da visão • Cegueira – Conseqüência da atrofia do nervo óptico • Alterações psíquicas – Apatia – Indiferença – Diminuição da atenção – Estados de torpor ou de agitação • Outros sintomas – Bradicardia – Distúrbios respiratórios – Vertigens – Sonolência – Epilepsia generalizada Formas Psíquicas • NC Parenquimatosa • Manifestações psíquicas • Prevalência em serviços psiquiátricos – ~ 3,1% dos pacientes encaminhados ao serviço de neuropsiquiatria – Manifestação mais citada: demência – Esquizofrenia – Mania – Melancolia – Síndromes delirantes, etc Cisticercose no globo ocular Oncosfera chega através dos vasos da coróide Ao desenvolver-se se instala sob a retina Provoca seu deslocamento ou a perfura e invade o vítreo Com o tempo instalam-se reações inflamatórias exsudativas no vítreo, irites, uveítes, panoftalmias, etc, catarata (complicação) Opacificação Perda da visão / globo ocular Úvea - camada pigmentar da íris Outras formas • Mais raras, ou pelo menos, não são tão diagnosticadas: – NC medular – Cisticercose muscular – Formas mistas Cysticercus cellulosae na medula espinhal Cisticercose generalizada: grande número de cisticercos calcificados, disseminados pela pele e musculatura da região pélvica de um paciente. Doc. do Dr. Hélio Moraes, Rio de Janeiro. Tomografias computadorizadas de crânio Três cisticercos situados nos lobos frontais Válvula de derivação intraventricular- peritoneal: método de tratamento mais usado para o controle da hidrocefalia Cisticercos vivos e calcificados Grande número de cisticercos calcificados (Tomografias do Dep. de Neurologia Clínica, da Escola Paulista de Medicina, São Paulo) Diagnóstico • Exames de rotina normais – A não ser uma moderada eosinofilia de até 13% no hemograma • Punção de LCR – mostra eosinofilia – hiperproteinorraquia (aumento das proteínas) – hipoglicorraquia (diminuição dos níveis de glicose) – aumento de gamaglobulinas • Biópsia de nódulo cutâneo ou muscular pode auxiliar no diagnóstico Diagnóstico • Técnicas imunológicas • Tomografia computadorizada do crânio / Ressonância Nuclear Magnética – Podem demonstrar hidrocefalia e cistos calcificados • A cintilografia radioimunológica com anticorpos anti- Cysticercus marcados com iodo 131 Paciente de área endêmica, com quadro de crises convulsivas e exame neurológico normal Tomografia computadorizada Primeiro exame para rastrear e confirmar a doença Permite avaliar: Extensão Local Grau de comprometimento intracraniano Formas não- granulomatosas Calcificações Indica a evolução e a melhor terapêutica para a mesma Algoritmo diagnóstico na Neurocisticercose Disponível emhttp://www.unifesp.br/dpsiq/polbr/ppm/atu4_02.htm. Acesso em 13/12/2010. Tratamento – Deve ser efetuado na dependência dos sintomas e a fase na tomografia computadorizada de crânio – Terapia anticisticercótica com albendazol ou praziquantel, associada à corticoterapia – Alguns não necessitam da terapia anti-helmíntica, e devem ser acompanhados com o tratamento sintomático, baseado principalmente no uso de anticonvulsivantes – Niclosamida, mebendazol – Procedimentos neurocirúrgicos podem ser necessários Profilaxia • Hábitos de higiene • Saneamento básico Epidemiologia • 18 países latino-americanos • Brasil – Tem sido cada vezmais diagnosticada • Regiões Sul e Sudeste, tanto em serviços de neurologia e neurocirurgia quanto em estudos anatomopatológicos • Baixa ocorrência regiões Norte e Nordeste: – falta de notificação – tratamento realizado em grandes centros, como São Paulo, Curitiba, Brasília e Rio de Janeiro, dificultam a identificação da procedência do local da infecção Referências • NEVES, DP; MELO, AL; LINARDI, PM; ALMEIDA VITOR, RW. Parasitologia Humana. 11ª. ed. São Paulo: Atheneu, 2005. • NEVES, DP. Parasitologia Dinâmica. 3ª. ed. São Paulo: Atheneu, 2010. • REY, L. Bases da Parasitologia Médica. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2009. • MARKELL, E.K.; JOHN, D.T.; KROTOSKI, W.A. Parasitologia Médica. 8ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
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