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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – CCB PARASITOLOGIA PROFª. DRª. LYDIA DAYANNE MAIA PANTOJA ISAAC YURI, LUIS DE ALMEIDA, ANA PAULA RIOS, SARAH GIOVANNA PRÁTICA DE EXAMES PARASITOLÓGICOS FORTALEZA, CE 2023 INTRODUÇÃO O exame parasitológico tem como objetivo o estudo de ovos, larvas e cistos de protozoários. A partir da coleta de fezes é possível utilizar métodos variados para esse estudo, as fezes devem ser coletadas diretamente da mucosa anal garantindo assim sua pureza. A partir das amostras fecais coletadas o exame é realizado em etapas, a primeira é o exame macroscópico que observa o material a olho nu, buscando larvas, percebendo a consistência, cor e cheiro. Partindo para o exame microscópio uma pequena amostra é coletada e observada em microscópio tendo assim uma visão mais ampla do parasita. (MARQUES, 2002). Há uma diversidade de métodos que visam identificar os parasitas nas fezes, o método direto a fresco é realizado em fezes recém coletadas permitindo a identificação de protozoários (trofozoítos e cistos) e de helmintos (ovos, larvas e pequenos adultos), já o direto corado com lugol é feito o uso de corante para destacar os ovos e larvas (CUNHA; JUNIOR, 2021). O método de Lutz consiste na observação de ovos e larvas a partir da sedimentação espontânea. (LIMA et al, 2019). O método de Willis consiste na flutuação de ovos leves que se encontram na amostra fecal, para que haja flutuação é necessário a utilização de uma solução saturada de sal ou açúcar (OLIVEIRA et al, 2017). MATERIAIS E MÉTODOS MATERIAIS Amostra fecal; Algodão Becker; Cálice de sedimentação; Gaze; Micropipeta; Microscópio óptico; Lâmina; Lamínula; Lamparina; Lápis; Liga elástica; Lugol; Palitos de churrasco; Palitos de fósforo; Proveta com água destilada; Recipiente plástico; Tubo de ensaio com água destilada. MÉTODOS Primeiramente, em prol da criação de uma zona segura, acende-se a lamparina com o auxílio de um palito de fósforo. Toda a manipulação de materiais, em todos os métodos aplicados, será feita na região pós-chama. EXAME MACROSCÓPICO O primeiro passo para a execução da prática, é a análise visual e olfativa da amostra fecal, verificando a consistência segundo a escala de Bristol, a cor, a presença de fragmentos ou de movimentação e o cheiro da amostra. Todo esse processo é feito com o palito de churrasco, mexendo o material fecal para analisar as diferentes dimensões da amostra. EXAME COPROPARASITOLÓGICO (MÉTODOS SEM CONCENTRAÇÃO) MÉTODO DIRETO À FRESCO Com a lamparina já acesa, são feitas, com o auxílio de um palito de churrasco, a coleta e a dissolução do material fecal em água destilada (imagem 1), presente em um tubo de ensaio, flambado ao abrir e ao fechar. Com o material fecal dissolvido, deixa-se o referido palito absorver a solução presente no tubo, e, em seguida, é realizado um gotejamento (imagem 2) da solução através do palito, em uma lâmina de microscopia devidamente identificada no lado fosco. Ao fim do gotejamento, deve-se fechar o sistema lâmina-lamínula, repousando a lamínula sobre a solução partindo de um ângulo de 45° com a lâmina (DE CARLI, 2001). Imagem 1: Dissolução Imagem 2: Gotejamento Fonte: Acervo pessoal, Cunha 2023 MÉTODO DIRETO CORADO COM LUGOL Com a lamparina já acesa, assim como no método supracitado, são feitas, com o auxílio de um palito de churrasco, a coleta e a dissolução do material fecal em água destilada, presente em um tubo de ensaio, flambado ao abrir e ao fechar. Com o material fecal dissolvido, deixa-se o referido palito absorver a solução presente no tubo, e, em seguida, é feito um gotejamento da solução através do palito, em uma lâmina de microscopia. Ao fim do gotejamento, o atual processo diverge do anterior, pois em seguida é feita a deposição de lugol na solução amostral, e em seguida, devem-se fechar o sistema lâmina-lamínula, repousando a lamínula sobre a solução partindo de um ângulo de 45° com a lâmina (DE CARLI, 2001). EXAME COPROPARASITOLÓGICO (MÉTODOS COM CONCENTRAÇÃO) O MÉTODO DE LUTZ E A SEDIMENTAÇÃO ESPONTÂNEA Para o método de Lutz, é necessário embalar o material fecal em duas gazes dispostas em cruz, e esse processo é feito com as gazes apoiadas sobre o cálice de sedimentação (imagem 3). após embalar as fezes, é transpassado um palito de churrasco para prender e suspender o “pacote”. Tendo já o material suspenso e preso, será feito o fechamento da gaze com uma liga elástica, para que o material fecal não vaze em pedaços e gere contaminação indesejada. Em seguida, com o auxílio da proveta, é derramada água destilada sobre o sistema das fezes com o cálice de sedimentação, passando a água pela gaze até cobri-la, em prol da geração de um sedimento que vai decantar do sobrenadante durante 60’ (imagem 4). Em seguida, o sobrenadante é descartado com a água, e o sedimento vai, ao fim de mais 60’, ser corado com lugol e direcionado ao sistema lâmina-lamínula (DE CARLI, 2001). Imagem 3: Método de Lutz Imagem 4: Período de sedimentação Fonte: Acervo pessoal, Cunha 2023 O MÉTODO DE WILLIS E A FLUTUAÇÃO EM SOLUÇÃO SATURADA DE NaCl Para o método de Willis, foi feito um suporte com um becker e algodão para dar apoio ao recipiente que receberia a solução do material fecal com o cloreto de sódio. Dentro do recipiente plástico, é adicionado o material fecal, e na sequência, é adicionada a solução de cloreto de sódio até quase a boca do recipiente, a lâmina de microscopia identificada é repousada sobre a boca do recipiente plástico com o lado fosco para baixo, e a aplicação da solução de cloreto de sódio é retomada, com o auxílio de uma micropipeta, até que toque toda a superfície da lâmina, permanecendo repousada de 5’ a 10’. Ao fim, a lâmina é virada com a amostra para cima, é aplicado o lugol, e o sistema lâmina-lamínula é fechado (DE CARLI, 2001). Imagem 5: Método de Willis Imagem 6: Fonte: Acervo pessoal, Cunha 2023 RESULTADOS Imagem 7: Trypanossoma sp. em amostra sanguínea Imagem 8: Ovo de Enteriobios vermiculares CONCLUSÃO · Métodos Sem Concentração - No Método direto à fresco, o exame é considerado um procedimento simples e eficiente para estudo das fezes que permite o diagnóstico dos protozoários (trofozóitos e cistos) e dos helmintos (ovos, larvas e pequenos adultos). Esse método é utilizado para observar células vivas; o material biológico é colocado sobre uma lâmina de vidro em meio específico para manutenção celular e coberto com uma lamínula. - No Método direto corado com lugol, permite a impregnação de ovos, cistos, larvas e vermes adultos facilitando a visualização das estruturas e sua consequente identificação. · Métodos Com Concentração - No Método de Lutz, fundamenta-se na sedimentação espontânea, sendo uma técnica qualitativa e de baixa sensibilidade. Consiste em uma técnica respaldada na lei gravitacional, que objetiva diagnosticar parasitos intestinais por meio de uma amostra fecal; esse método de sedimentação espontânea consiste basicamente na mistura das fezes com água, sua filtração por uma gaze cirúrgica e manutenção em repouso, formando uma consistente sedimentação dos restos fecais ao fundo do cálice - ovos, larvas, cistos ou oocistos, por serem mais densos. - No Método de Willis, a técnica consiste na simples aplicação do princípio de que os ovos de parasitas flutuarão em salina de gravidade específica suficiente e a uma superfície de vidro com a qual entram em contato. É simples e não exige nenhuma habilidade especial ou experiência além da capacidade de reconhecer os óvulos sob o microscópio. A possibilidade de erro decorre do fato de que os ovos podem ter eclodido e as larvas podem não aparecer. Logo esse trabalhotem relevância e tem contribuição ao cenário atual da saúde. REFERÊNCIAS DE CARLI, G. A.; Parasitologia Clínica: seleção de métodos e técnicas de laboratório para o diagnóstico das parasitoses humanas.; 2a ed. São Paulo: Atheneu, 2007. REY, L. Bases da Parasitologia Médica. Rio de Janeiro – 2a ed.; Guanabara Koogan, 1992.