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Depressão pós parto, baby blue, psicose

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Depressão pós-parto, baby blues e psicose puerperal
Sempre ouvimos que a chegada de um filho é uma das experiências mais alegres da vida, porém a realidade pode ser diferente e você pode se surpreender ao se deparar com sentimentos que nem imaginava ter neste momento.
Durante o puerpério a mulher precisa se adaptar ao seu novo papel e ao aumento súbito de responsabilidades, o que pode gerar a sensação de perda do controle de sua vida. Neste período há também a necessidade de lidar com a privação de sono, isolamento social, transformações corporais, mudanças no relacionamento conjugal, além de, muitas vezes ter que se ajustar à imagem do filho real, que nem sempre é igual à do filho ideal, que foi construída durante a gestação.
Essa necessidade de reorganização da sua vida exige grande esforço e pode causar muito sofrimento às puérperas, portanto, é necessário que haja compreensão e apoio por parte dos familiares e amigos.
Mas é importante saber que tristeza e depressão pós-parto não são a mesma coisa e nem suas abordagens são iguais.
Depressão pós-parto
O que é depressão pós-parto?
A depressão pós-parto é uma doença que acomete mulheres após o parto.
Essa condição é definida como uma profunda tristeza que pode trazer consequências tanto para mãe como o bebê, pois há comprometimento do vínculo entre eles, que pode inclusive não ocorrer.
Sintomas
· Sentimento de tristeza ou desespero constante
· Perder o interesse ou não sentir prazer na maioria das atividades diárias.
Um sintoma particularmente grave de depressão é pensar na morte e suicídio. Algumas pessoas com depressão pós-parto também podem ter uma vontade súbita e assustadora de prejudicar seus bebês.
Quase todos os dias, você também poderá:
· Perder ou ganhar peso
· Vontade de comer mais ou menos do que o habitual
· Dormir muito ou não dormir o suficiente
· Inquietação ou indisposição
· Cansaço e energia
· Sentimento de indignação ou culpa
· Dificuldade para se concentrar ou tomar decisões
· Ansiedade e excesso de preocupação.
Elas acontecem principalmente devido às alterações hormonais decorrentes do término da gravidez. No entanto, algumas mães experimentam esses sintomas com mais intensidade, dando origem à depressão pós-parto. Raramente, pode ocorrer uma forma extrema de depressão pós-parto, conhecida como psicose pós-parto.
Acreditava-se que somente as mães sofriam desse mal, no entanto, novos estudos mostram que elas também podem afetar os pais.
Depressão pós-parto não é uma falha de caráter ou uma fraqueza.
Pode acontecer de o sentimento de melancolia se manifestar de forma intensa e desmedida, fazendo com que a mãe se sinta desmotivada diante da vida e não tenha força para lidar com a nova rotina. Nesse caso pode ser que ela esteja com um quadro de depressão pós-parto. 
Os custos emocionais ligados à depressão pós-parto fazem com que a mãe interaja menos com a criança.
Causas
Fatores físicos, emocionais e de estilo de vida podem influenciar de alguma forma no surgimento da doença. 
Mudanças físicas: Após o parto, ocorre uma queda dramática nos hormônios estrogênio e progesterona, e essas mudanças por si só podem contribuir para um quadro de depressão pós-parto. Outros hormônios produzidos pela glândula tireoide também podem cair bruscamente - o que pode aumentar o cansaço e sensação de tristeza.
Mudanças no seu volume de sangue, pressão arterial, sistema imunológico e metabolismo podem contribuir para a fadiga e alterações de humor.
Fatores emocionais: Quando você está privado de sono e sofrendo algum tipo de estresse ou pressão psicológica, você pode ter problemas para lidar com situações do dia a dia. A mãe também pode se sentir menos atraente ou sentir que perdeu o controle sobre sua vida. Qualquer um desses fatores pode contribuir para a depressão pós-parto.
No caso dos homens, a depressão pós-parto pode surgir por conta da preocupação com sua própria capacidade de educar um recém-nascido. A ansiedade em prover uma boa vida para a criança, o aumento das responsabilidades e o suporte que se deve dar ao parceiro(a) estão entre as causas do problema. Apesar de essas causas serem comuns nos pais, também podem ocorrer com as mães.
Estilo de vida: Muitos fatores de estilo de vida podem levar à depressão pós-parto, incluindo um bebê exigente, dificuldade de amamentação, filhos mais velhos com ciúmes, problemas financeiros, falta de apoio do parceiro ou de outros entes queridos.
Fatores de risco para depressão pós-parto incluem:
· História de depressão pós-parto anterior
· Falta de apoio da família, parceiro e amigos
· Estresse, como um recém-nascido doente, problemas financeiros ou problemas familiares
· Limitações físicas anteriores ou após o parto
· Depressão durante a gravidez
· Depressão anterior
· Transtorno bipolar
· História familiar de depressão ou transtorno bipolar
· História de desordem disfórica pré-menstrual (PMDD), que é a forma grave de tensão pré-menstrual (TPM)
· Violência doméstica, que podem aumentar durante a gravidez e quando um casal está se ajustando a um novo bebê. Se o seu parceiro é violento ou emocionalmente abusivo, você e seu bebê estão fisicamente em risco, e você tem um maior risco de depressão pós-parto. Procure ajuda se possível.
Psicose puerperal
É um transtorno psiquiátrico que atinge algumas mulheres após cerca de 2 ou 3 semanas do parto.
Esta doença causa sinais e sintomas como confusão mental, nervosismo, choro excessivo, além de delírios e visões, e o tratamento deve ser feito em um hospital psiquiátrico, com supervisão e uso de medicamentos para controlar estes sintomas.
Geralmente, é causada devido às alterações hormonais que a mulher apresenta neste período, mas também é muito influenciada pela mistura de sentimentos devido às mudanças com a chegada da criança, que pode provocar tristeza e depressão pós parto.
Sintomas
A psicose costuma surgir no primeiro mês após o parto, mas também pode levar mais tempo para dar sinais. Ela pode causar sintomas como:
· Inquietação ou agitação;
· Sensação de fraqueza intensa e incapacidade de se movimentar;
· Choro e descontrole emocional;
· Desconfianças;
· Confusão mental;
· Falar coisas sem sentido;
· Ter obsessão por alguém ou alguma coisa;
· Visualizar vultos ou ouvir vozes.
Além disto, a mãe pode ter sentimentos distorcidos em relação à realidade e ao bebê, que variam de amor, indiferença, confusão, raiva, desconfiança e medo, e, em casos muito graves, pode até pôr em risco a vida da criança.
Estes sintomas podem aparecer de repente ou irem piorando aos poucos, mas se deve procurar ajuda assim que se notar o seu aparecimento, pois, quanto antes o tratamento, maiores serão as possibilidades de cura e de recuperação da mulher.
O que causa a psicose
O momento da chegada da criança marca um período de muitas mudanças, em que se mistura muito sentimentos como amor, medo, insegurança, felicidade e tristeza. Esta grande quantidade de sentimentos, associada às mudanças de hormônios e do corpo da mulher neste período, são importantes fatores que desencadeiam um surto de psicose.
Assim, qualquer mulher pode sofrer de psicose pós parto, apesar de haver maior risco em algumas mulheres que pioram de uma depressão pós parto, que já tinham uma história anterior de depressão e transtorno bipolar, ou que passam por conflitos na vida pessoal ou familiar, como dificuldades na vida profissional, econômica, e até por terem tido uma gravidez não planejada.
Diferença entre psicose e depressão pós parto
A depressão pós parto acontece, geralmente, no primeiro mês do nascimento da criança, e consiste em sentimentos como tristeza, melancolia, choro fácil, desânimo, alterações do sono e apetite. Nos casos de depressão é difícil para a mulher fazer as tarefas diárias e criar ligação com o seu bebê.
Já na psicose, pode também surgir estes sintomas, pois pode evoluir de uma depressão, mas, além disso, a mulher passa a ter pensamentos muito incoerentes, sensação de perseguição, mudanças de humor e agitação, além de poder ter visões ou ouvir vozes. A psicose pós-parto aumenta o riscoda mãe cometer infanticídio, porque a mãe desenvolve pensamentos irracionais, acreditando que o bebê terá um destino pior que a morte.
Assim, na psicose, a mulher passa a ficar fora da realidade, enquanto na depressão, apesar dos sintomas, está consciente do que acontece ao seu redor.
Baby blues
O que é o baby blues?
Baby Blues é uma tristeza profunda, medo e um sentimento de impotência, insegurança que acomete as mães logo após o parto. Essa condição pode se manifestar nos primeiros dias após o parto (de um a três dias). 
Esse sentimento, no entanto, não se trata da depressão pós-parto. Consiste, na verdade, num estado de ansiedade e instabilidade emocional.
Quais são as causas de baby blues?
As explicações para o baby blues são diversas. Essa condição está relacionada, principalmente, a alterações hormonais que ocorrem durante a gravidez e novamente após o nascimento do bebê.
Durante a gestação, a mulher produz muito estradiol. Após o parto, a queda da substância no organismo facilita sentimentos como tristeza e ansiedade. Outros hormônios produzidos pela glândula tireoide também podem cair bruscamente. 
Isso pode aumentar o cansaço e a sensação de tristeza. Mudanças no seu volume de sangue, pressão arterial, sistema imunológico e metabolismo podem contribuir para a fadiga e alterações de humor.
Sintomas de baby blues
· Maior sensibilidade emocional;
· Constante vontade de chorar;
· Comentários autodepreciativos;
· Insegurança;
· Impaciência;
· Ansiedade;
· Insônia;
· Mudança brusca de humor;
· Sensação de incapacidade de cuidar do bebê e outros;
· Indisposição.
Quanto tempo dura o baby blues?
O problema pode surgir nas primeiras 24h após o nascimento e pode durar até duas semanas. Pode estar relacionada, também, a questões emocionais e transtornos psiquiátricos que a paciente tinha antes da gestação.
Como é o tratamento para baby blues?
A cura do baby blues é espontânea. Após algumas semanas de adaptação, este quadro some e não há necessidade de medicação. Porém, existem algumas ações que podem amenizar os sintomas:
· Exponha seus sentimentos;
· Mantenha uma dieta equilibrada: É importante que a mãe tenha uma alimentação equilibrada enquanto estiver amamentando. Alimentos ricos em ômega 3 podem ajudam na manutenção e equilíbrio das funções cerebrais;
· Peça ajuda: Não há necessidade de dar conta de tudo principalmente no período pós-parto. Se tiver a chance, peça ajuda ao seu companheiro (a) e tente dividir atividades da rotina;
· Não espere ser perfeita: Tenha em mente que você não está sozinha: Não existe culpa em ter baby blues e qualquer mulher pode manifestar essa condição.
Qual a diferença entre baby blues e depressão pós-parto?
A principal diferença entre o Baby Blues e a Depressão é o tempo. Enquanto Baby Blues costuma durar aproximadamente 15 dias, causado apenas pelas alterações hormonais, a Depressão Pós-Parto não passa e são raros os momentos de felicidade.

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