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Direito Administrativo - CAS 2023

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DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
1 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
2 
 
AUTORIDADES 
 
Governador do Estado do Rio de Janeiro 
Exmº Sr Cláudio Bonfim de Castro e Silva 
Secretário de Estado de Polícia Militar 
Exmº Sr Coronel PM Luiz Henrique Pires 
Subsecretário de Estado de Polícia Militar 
Ilmº Sr Coronel Carlos Eduardo Sarmento da Costa 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
Ilmº Sr Coronel PM Ary Jorge dos Santos 
Comandante do CFAP 31 de Voluntários 
Ilmº Sr Coronel PM Marcelo André Teixeira da Silva 
Comandante do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar 
Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Alexandre Moreira Soares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
3 
 
ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR – CAS 2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 Estamos vivendo a era da tecnologia, na qual a informação está cada dia mais 
latente e veloz em nossa rotina diária. Este curso tem por objetivo, aperfeiçoar os 2º 
Sargentos da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Para tal, o Curso ocorrerá na 
modalidade a distância, disponibilizado no ambiente virtual de aprendizagem, por intermédio 
da Escola Virtual, no Centro de Educação a Distância da Polícia Militar (CEADPM). 
 É fundamental o seu empenho no curso, pois você terá autonomia de estudos e de 
horários, mas também é necessário disciplina e dedicação para o êxito dessa jornada, pois 
depende do esforço coletivo e também individual para que tenhamos policiais cada vez mais 
qualificados, bem treinados e aperfeiçoados para cumprirmos nossa missão, buscando cada 
vez mais a excelência de nossas ações. 
 O bom treinamento envolve aspectos físicos e cognitivos, na era da informação e 
da tecnologia, precisamos nos aprimorar cada vez mais a fim de garantir uma tropa 
consciente, respeitosa, pautada em valores morais e institucionais, garantindo assim o 
cumprimento de suas funções com dignidade e excelência. 
 Esperamos que você aproveite ao máximo os conhecimentos adquiridos através 
deste curso e busque uma reflexão acerca de suas funções perante a sociedade, seus 
companheiros de profissão. Que seja um momento de repensar as práticas e fortalecer seu 
vínculo profissional, ampliando cada vez mais seus conhecimentos para lidar com as 
particularidades de ser um Policial Militar no Estado do Rio de Janeiro. 
 
Desejamos a todos bons estudos! 
 
Ary Jorge dos Santos - Coronel PM 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
Marcelo André Teixeira da Silva - Coronel PM 
Comandante do CFAP 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
4 
 
 
Desenvolvedores 
 
CFAP 
 
Supervisão Geral e Coordenação Pedagógica 
CAP PM Ped Patrícia Kalife Paiva 
 
Equipe Técnica 
CB PM Juliana Pereira de Carvalho 
 
Conteudista 
Divisão de Ensino CFAP 31 Vol 
 
Coautor 
MAJ PM Paulo Sérgio Macedo Filho 
 
CEADPM 
 
Supervisão Geral EAD 
CAP PM Ped Vania Pereira Matos da Silva 
Equipe Técnica 
SUBTEN PM Willian Jardim de Souza 
2º SGT PM Edson dos Santos Vasconcelos 
SD PM Lucas Almeida de Oliveira 
SD PM Diogo Ramalho Pereira 
SD PM Jorge Pereira Victorino 
SD PM Daniel Moreira de Azevedo Júnior 
SD PM Alexandre Mendes da Silva 
 
Diagramação 
2º SGT PM Alan dos Santos Oliveira 
3º SGT PM Michele Pereira da Silva de Oliveira 
Design Instrucional 
3º SGT PM Michele Pereira da Silva de Oliveira 
Filmagem e Edição de Vídeo 
CB PM Renan Campos Barbosa 
SD PM Alexandre dos Reis Bispo 
 
Designer Gráfico / Diagramação Interativa 
CB PM Leonardo da Silva Ramos 
Suporte ao Aluno 
1º SGT PM Anderson Inácio de Oliveira 
CB PM Tainá Pereira de Pereira 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
5 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 6 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA ........................................................ 7 
ATOS ADMINISTRATIVOS ............................................................................ 18 
PODERES ADMINISTRATIVOS – PRERROGATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA ........................................................................................................ 27 
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .............................................. 33 
CONTROLE ADMINISTRATIVO .................................................................... 34 
SERVIDORES PÚBLICOS – GESTORES PÚBLICOS / TEORIA DA 
IMPUTAÇÃO .................................................................................................. 40 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO ................................................... 46 
DIREITO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR MILITAR – CONTROLE DA 
ADMINISTRAÇÃO.......................................................................................... 59 
CONCLUSÃO ................................................................................................. 66 
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA .................................................................... 67 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
6 
 
INTRODUÇÃO 
 
Caro Policial, vamos aprender o que é o Direito Administrativo 
e sua importância para melhor execução das suas funções? 
 
 
O Direito Administrativo é um ramo do Direito Público, que foi criado com o advento da 
Revolução Francesa em função da formação do Estado Moderno. A finalidade do Direito 
Administrativo foi de estabelecer a regulação da atuação do novo modelo que se torna 
instrumento profissional no atendimento dos legítimos interesses sociais. Daí o referencial de 
toda a sua atuação e emprego ser dirigida ao administrado (cidadão), dentro dos parâmetros e 
diretrizes que passam a reger a forma de condução dos negócios públicos. A Administração 
Pública surge como instrumento concreto do Estado Moderno na busca e realização dos 
interesses coletivos, em que seus agentes, gestores públicos, encontrarão as diretrizes e 
princípios que nortearão suas condutas; pois, neste modelo, a referência é o Princípio da 
Legalidade: “O agente só pode realizar o que a lei autoriza”. Nesse sentido, a importância do 
Direito Administrativo é fornecer aos gestores públicos conhecimento técnico com a finalidade 
de desenvolver habilidades e atitudes que permitam a melhor execução de suas funções, bem 
como a percepção de suas responsabilidades dentro do modelo estabelecido; demonstrando, 
principalmente, a quem deve ser dirigido, e em benefício de que público as atividades do Estado 
deverão alcançar. Por fim, a disciplina Noções de Direito Administrativo tem por objetivo 
apresentar ao Policial Militar, em linhas gerais, o papel da administração pública, suas 
prerrogativas, atividades e as suas possíveis responsabilidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
7 
 
 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA 
 
 
 
 
Organização Administrativa - Introdução 
 
Você sabia que a Administração Pública busca atender os 
interesses públicos da sociedade em geral, e nessa busca, a 
organização do Estado vem tornando cada vez mais complexa, 
já que os interesses dessa sociedade são heterogêneos? 
 
 Com objetivo de atender esse novo perfil da sociedade, no decorrer da década de 1990 
foram inseridas diversas alterações legislativas, buscando reduzir o aparato estatal, buscando 
uma melhoria nos resultados, delegando certas atribuições a particulares, ficando o Estado com 
aquelas essenciais para harmonizar os interesses tão distintos da sociedade, como por exemplo, 
elaboração de leis, definição de políticas públicas, onde a presença do Estado seja necessária 
por imposição legal ou pela necessidade do exercício do poder de autoridade, como o poder de 
polícia. 
 Porém para iniciarmos é necessário compreender que o termo Administração Pública 
pode ser empregado em dois sentidos diversos: 
1. No sentido subjetivo ou formal são as pessoas jurídicas,os órgãos e os agentes 
públicos que exercem atividades administrativas, como órgãos públicos, empresas 
públicas, autarquias, fundações e sociedade de economia mista. 
2. No sentido objetivo ou material é a própria função ou atividade administrativa 
desenvolvida, como poder de polícia, serviços públicos, fomento e intervenção do 
Estado no domínio econômico. 
 
 
 
• Conceituar Administração Pública;
• Compreender os princípios infraconstitucionais.
Ao final desta aula você deverá:
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
8 
 
Desconcentração e Descentralização 
 
 A organização administrativa se efetiva através de duas técnicas, chamadas de 
desconcentração e descentralização. 
 Na desconcentração existe uma especialização de funções dentro da própria estrutura 
estatal, sem que implique em criação de nova pessoa jurídica; é um centro de competências que 
está dentro de uma mesma estrutura hierárquica, sendo conhecido como órgãos públicos. 
 Já a descentralização representa a transferência da atividade administrativa para outra 
pessoa, física ou jurídica, integrante ou não do aparelho estatal, que no momento oportuno será 
estudado. 
 
Administração Direta 
 
 Em seu sentido subjetivo compreende os Entes Federativos (União, Estados, DF e 
Municípios) e seus respectivos órgãos. O Ente atua por meios de seus órgãos de maneira 
centralizada, isto é, uma distribuição interna de atividades dentro de uma mesma pessoa jurídica, 
criando os órgãos públicos. 
 
Órgão Público 
 
 São repartições internas do Estado, criadas a partir da desconcentração 
administrativa e necessária a sua organização, sendo justificada pela necessidade de 
especialização, tornando a atuação estatal mais eficiente. 
 Entre as principais características do órgão público é não ter personalidade 
jurídica própria, podendo existir tanto na Administração direta quanto na indireta. 
 
 
 
 
 
Características 
 A criação e a extinção de um órgão público dependem de lei, em regra, sendo de 
iniciativa do Chefe do Executivo; já seu funcionamento será estabelecido por decreto do 
chefe do Executivo. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
9 
 
 O órgão público não tem capacidade processual, isto é, não 
pode demandar ou ser demandado em juízo; a exceção são os órgãos 
públicos que atuam em defesa do consumidor ou aqueles que são 
órgãos de cúpula da hierarquia administrativa, atuando em defesa de 
suas prerrogativas institucionais, como por exemplo, um conflito entre a 
prefeitura e a câmara de vereadores, órgãos de cúpula, respectivamente 
do Executivo e Legislativo do Município. 
 
 
Classificação dos órgãos 
 Os órgãos públicos podem ser classificados a partir de diversos critérios, quanto à 
posição que o órgão ocupa na escala governamental ou administrativa; em relação ao 
enquadramento federativo; quanto a composição e em relação as atividades que preponderante 
são exercidas pelos órgãos públicos. 
 
Quanto à posição que o órgão ocupa na escala governamental ou 
administrativa: 
 
a) Órgãos independentes 
 São órgãos originários da Constituição e representativo dos Poderes do Estado 
(Legislativo, Executivo e Judiciário); 
 Não se subordinam a nenhum outro órgão público, e somente submetendo-se 
ao controle recíproco previsto no teto constitucional. 
 
b) Órgãos autônomos 
 Imediatamente subordinados aos órgãos independentes, isto é, aso chefes dos 
órgãos independentes. 
 Desenvolve as funções de planejamento, supervisão, coordenação e controle, 
como Ministérios, Secretária estaduais e municipais, por exemplo, a SEPM. 
 Ampla autonomia administrativa e financeira. 
 
c) Órgãos superiores 
 Estão subordinados a uma chefia. 
 São órgãos que não tem autonomia administrativa e financeira. 
 Possui o poder de direção e controle sobre assuntos específicos de sua 
competência, como por exemplo, coordenadorias dentro da SEPM. 
 
d) Órgãos subalternos 
 Aquele que se encontram na base da pirâmide, com reduzido poder de decisão. 
 São órgãos de mera execução, como os batalhões. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
10 
 
 
 
Em relação ao enquadramento federativo: 
 
 
a) Órgãos federais 
 Integrantes da Administração Federal (exemplo: Presidência da República, 
Ministérios, Congresso Nacional) 
 
b) Órgãos estaduais 
 Integrantes da Administração Estadual (exemplo: Governadoria, Secretarias 
estaduais, Assembleia Legislativa) 
 
c) Órgãos distritais 
 Integrantes da Administração Distrital (exemplo: Governadoria e Câmara 
Distrital) 
 
d) Órgãos municipais 
 Integrantes da Administração Municipal (exemplo: Prefeitura, Secretarias 
municipais, Câmara dos Vereadores) 
 
Quanto a composição: 
 
 
a) Órgãos singulares ou unipessoais 
 Quando compostos por um agente público, como a chefia do Executivo. 
 
b) Órgãos coletivos ou pluripessoais 
 Quando compostos por mais de um agente público, 
como os Conselhos do Ministério Público e Conselho 
Nacional de Justiça. 
 
 
Em relação as atividades que preponderante são exercidas pelos órgãos 
públicos: 
 
a) Órgãos ativos 
 Órgãos responsáveis pela execução concreta das decisões administrativas, 
como órgão responsável pela execução de uma obra pública. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
11 
 
b) Órgãos consultivos 
 Órgãos responsáveis pelo assessoramento de outros órgãos, como a 
procuradoria 
 
c) Órgãos de controle 
 Órgãos que fiscalizam as atividades de outros órgãos, como TCE. 
 
Administração Indireta 
 
 Compreende as entidades administrativas que exercem funções administrativas a partir 
da descentralização legal, e que estão vinculados ao respectivo Ente Federativo, como: 
a) As autarquias 
b) As empresas públicas (e suas subsidiárias) 
c) As sociedades de economia mista (e suas subsidiárias) 
d) As fundações públicas 
 
Autarquia 
 Pessoa jurídica de direito público, criada por lei e integrante da administração Pública 
Indireta, que desempenha atividade típica de Estado, como IBAMA, INSS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Características 
 A criação é através de lei de iniciativa do chefe do Executivo, sendo que sua 
personalidade jurídica começa a vigência da lei criadora. 
 A autarquia deve exercer atividades típicas de 
Estado, como aquelas que exercem poder de 
polícia, sendo vedado a autarquia 
desempenhar atividades econômicas. 
 O patrimônio das autarquias é constituído por 
bens públicos, na forma do art. 98, CC. 
 As mesmas têm imunidade tributária e 
prerrogativas processuais, no primeiro caso é a 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
12 
 
vedação de instituição de imposto sobre o patrimônio, a renda e os serviços d autarquias, 
desde que vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes; já em 
relação as prerrogativas processuais, a autarquia é enquadrada no conceito de Fazenda 
Pública e goza das mesmas prerrogativas, como prazos dobrados para todas as suas 
manifestações. 
 
 Classificação 
a) Quanto a vinculação federativa das autarquias: 
 Monofederativas – quando integrantes da Administração Indireta de um Ente 
federado determinado (autarquias federais, 
estaduais, distritais ou municipais). 
 Plurifederativas – quando a autarquia integrar ao 
mesmo tempo a Administração Indireta de dois ou 
mais Entes federados, como por exemplo, 
associação pública. 
 
b) Em relação ao campo de atuação ou ao objeto: 
 Autarquias assistenciais ou previdenciárias - INSS 
 Autarquias de fomento - SUDENE 
 Autarquias profissionais ou corporativas – CRM, CREA 
 Culturais ou de ensino - UFRJ 
 Autarquias de controle ou de regulação – ANP 
 
c) Quanto aos regimes jurídicos: 
 Autarquias comuns ou ordinárias – são as autarquias em geral, responsáveis 
pela execução de atividades administravas tradicionais e típicas de Estado. 
 Autarquias especiais – são as agências reguladoras. 
 
 
Agências Reguladoras 
 
 
Você já ouviu falar de agênciasreguladoras? Sabe o que é? Vamos 
aprender? 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
13 
 
 As agências reguladoras existem 
desde 1929, no modelo de organização 
administrativa americano, com objetivo de ter 
um corrigir falhas de mercado. No Brasil, as 
agências reguladoras foram instituídas em 
1990, com a diminuição da intervenção 
estatal na economia brasileira. 
Então podemos afirmar que as agências 
reguladoras são autarquias com regime jurídico especial, dotado de autonomia reforçada em 
relação ao Ente central, tendo em vista dois fundamentos principais: 
a) Despolitização – conferindo o tratamento técnico e maior segurança jurídica ao setor 
regulado. 
b) Necessidade de celeridade na regulação de determinadas atividades técnicas. 
 
 Atividade regulatória 
 As agências reguladoras envolvem o exercício de três atividades diversas, entre as 
quais: administrativa, poder normativo e judicante. 
 No poder administrativo um exemplo clássico é o exercício do poder de polícia; já em 
relação poder normativo, as agências reguladoras têm a prerrogativa de editar atos normativos, 
dentro dos limites e atribuições da agência reguladora. 
 Já em relação ao poder judicante é a possibilidade resolver conflitos entre os agentes 
regulados, porém não afastando a possibilidade de buscar a tutela jurisdicional. 
 
 Classificação 
 Além de regular os serviços concedidos aos particulares, outra atribuição das agências 
reguladoras é a necessidade de controle de determinadas atividades que são relevantes para a 
sociedade. Nesse caminho podemos classificar as agências reguladoras, quanto ao tipo de 
atividade regulada ou a partir da quantidade de setores regulados. 
 
a) Quanto ao tipo de atividade regulada. 
 Agências reguladoras de serviços públicos concedidos 
Exemplos: ANEEL, ANATEL, ANTT 
 
 Agências reguladoras de atividades econômicas em 
sentido estrito. 
Exemplos: ANP, ANCINE 
 
b) Quantidade de setores regulados. 
 Agência reguladoras monossetoriais 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
14 
 
Exemplos: ANEEL, ANATEL, neste caso, é possível constatar que a agência 
regula um único setor, como de energia elétrica ou telecomunicações. 
 Agência reguladora plurissetoriais 
Exemplos: AGESC (Agência Reguladora de Serviços Públicos de Santa 
Catarina), no caso desta agência, todos os serviços delegados pelo Ente 
estadual aos particulares são fiscalizados por esta autarquia especial. 
 
 Características 
 Tem autonomia administrativa, com a estabilidade reforçada dos dirigentes, 
impossibilidade de recurso hierárquico impróprio. 
 Os dirigentes das agências reguladoras têm mandato fixo, não coincidente com 
o mandato do chefe do Executivo, buscando diminuir a influência política, e 
assim, reafirmando o papel de uma autarquia especial técnica. 
 Em decorrência dessa característica o chefe do Executivo não pode exonerar o 
dirigente, sendo que os mesmos só perdem o cargo em três situações 
específicas: 
a) Renúncia; 
b) Sentença transitada em julgado 
c) Processo administrativo, com observância da 
ampla defesa e do contraditório, conforme art. 
9º, da lei 9986/2000. 
 
 Impossibilidade de recurso hierárquico impróprio, isto 
é, é quando o recurso é encaminhado para pessoa jurídica diversa daquela que 
proferiu a decisão recorrida. Então nas agências regulatórias o objetivo é que a 
decisão final na esfera administrativa seja da autarquia regulatória. 
 
 Autonomia financeira e as taxas regulatórias. 
Já que encaminham propostas orçamentárias ao Ministério ao qual estão 
vinculadas e podem instituir taxas regulatórias que terão a natureza de tributo, 
quando a finalidade da agência regulatória for regular atividades econômicas, 
enquanto terá natureza de taxa quando for regular a prestação de serviços 
públicos. 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
15 
 
Empresas Estatais: Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista 
 
 
Você saberia dizer o que são empresas estatais? 
 
 
 Empresas estatais 
 É toda e qualquer entidade, civil ou comercial, sob controle acionário do Estado, é o 
gênero, sendo as espécies: as empresas públicas, as sociedades de economia mista, suas 
subsidiárias e as demais sociedades controladas pelo Estado. 
 
 Empresa pública 
 É uma pessoa jurídica de direito privado, integrante da Administração Indireta, criada por 
autorização legal, sob qualquer forma societária admitida em direito, que prestam serviços 
públicos ou executam atividades econômicas. 
 
 Sociedade de Economia Mista 
 É uma pessoa jurídica de direito privado, integrante da Administração Indireta, criada por 
autorização legal, sob a forma sociedade de sociedade anônima, que presta serviços públicos 
ou executa atividades econômicas. 
 
 Empresa Pública x Sociedade Economia Mista – As Diferenças 
Diferença Empresa Pública 
Sociedade de Economia 
Mista 
Composição do Capital É formado por capital público. 
Formada por capital público e 
privado, mas o controle 
acionário é do Estado. 
Forma societária 
Pode ser revestida por 
qualquer forma societária 
admitida em direito. 
São sociedade anônimas. 
Foro competente para 
julgamento de litígios 
O foro competente é a Justiça 
Federal para as empresas 
públicas federais, as demais, 
o foro competente é a Justiça 
Estadual. 
O foro competente é a Justiça 
Estadual, é a regra. Poderá ir 
para a Justiça Federal, se a 
União intervier como 
assistente ou oponente ou 
para julgar mandado de 
segurança contra ato 
praticado por sociedade de 
economia mista federal. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
16 
 
 Características em comum 
 Criação 
Para a sua criação deve ser por uma lei específica, porém o início da personalidade 
jurídica ocorrerá com a inscrição dos atos constitutivos no respectivo registro (art. 45, 
CC). 
 
 Objeto 
Podem desenvolver atividades econômicas ou prestação de serviços públicos. 
 
 Regime de pessoal 
O regime é celetista (CLT), porém a demissão 
desses empregados deverá ser motivada, visto 
o respeito aos princípios constitucionais da 
moralidade e impessoalidade. 
 
 
 Patrimônio 
O patrimônio é privado, porém sofre modulações do direito público, visto que aquelas 
empresas ou sociedade de economia mista que prestam serviço público a limitação do 
patrimônio, como a penhora, não pode atingir os bens que estiverem afetados ao serviço 
público e forem necessários a sua continuidade. 
Os bens privados das empresas estatais podem ser adquiridos por usucapião, 
independentemente da natureza do serviço ou atividade econômica desempenhados. 
 
Fundações Públicas 
 
 
Você sabia que as fundações públicas são entidades ligadas à 
Administração Indireta, instituída por lei, com objetivo de exercer 
atividades sociais, sem fins lucrativos? 
 
 
As fundações públicas devem se destinar às 
atividades que de alguma forma tenham um fim 
coletivo, como relacionadas à assistência social, 
médica e hospitalar, educação e ensino, pesquisa e 
atividades culturais, todas de relevo coletivo o que 
justifica a vinculação de bens e recursos públicos para 
sua realização. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
17 
 
 O regime de pessoal daqueles que trabalham nas fundações públicas é estatutário; já 
em relação ao patrimônio é composto por bens públicos. 
 O foro processual das fundações públicas será o foro destinado ao ente federativo 
instituidor, ou seja, Justiça Federal para as fundações públicas criadas pela União e, Justiça 
Estadual para as que forem criadas pelos Estados e Municípios, excetuando-se os casos de 
falência, acidentes de trabalho e as demandas sujeitas à Justiça Eleitoral.N no 
Em re 
 
Terceiro Setor 
 São entidades da sociedade civil sem fins lucrativos, que 
desempenham atividades de interesse social, mediante 
vínculo formal de parceria com o Estado. O terceiro setor 
está situado entre o Estado e o mercado, executando 
atividadessociais e recebendo benefícios públicos. 
Entre as entidades do terceiro setor podemos 
indicar: os serviços sociais autônomos (sistema S); as 
organizações sociais (OS); as organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs). 
 
 Serviços sociais autônomos – Sistema S 
 Criados pelas Confederações privadas, após autorização legal, para exercer atividades 
de amparos para determinadas categorias profissionais, através das contribuições 
sociais. 
 Os exemplos são SESI, SENAI, SENAC 
 
 Organizações Sociais (OS) 
 São entidades privadas que celebram contratos de 
gestão com o Estado para cumprimentos de 
determinadas metas de desempenho e 
recebimento de benefícios públicos. 
 
 Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPS) 
 Entidades privadas que não exercem 
atividades lucrativas e desempenham 
atividades sociais especialmente citadas 
pela lei, devendo atender um dos objetivos 
previstos na lei 9.790/99, que são: 
a) Promoção da assistência social; 
promoção da cultura, defesa e 
conservação do patrimônio histórico e 
artístico; promoção gratuita da educação; promoção gratuita da saúde; 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
18 
 
promoção da segurança alimentar e nutricional; defesa, preservação e 
conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; 
promoção do voluntariado; promoção do desenvolvimento econômico e social e 
combate à pobreza; experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio 
produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; 
promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria 
jurídica gratuita de interesse suplementar; promoção da ética, da paz, da 
cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais; 
estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e 
divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam 
respeito às atividades mencionadas neste artigo; estudos e pesquisas para o 
desenvolvimento, a disponibilização e a implementação de tecnologias voltadas 
à mobilidade de pessoas, por qualquer meio de transporte. 
 
 Características 
 São criadas pela iniciativa privada. 
 Não possuem finalidade lucrativa. 
 Não integram a Administração Pública Indireta 
 Prestam atividade privadas de relevância social 
 Possuem vínculo legal ou o negocial com o estado 
 Recebem benefícios públicos. 
 E relação ao regime de pessoal todos são celetistas 
(CLT), porém a contratação deve ser através de processo seletivo objetivo, observando 
os princípios da impessoalidade e moralidade. 
 Os bens são privados, porém os bens adquiridos com recursos públicos repassados pelo 
Poder Público sofrem as limitações do regime público. 
 As imunidades tributárias são estendidas as instituições privadas de educação de 
assistencial social, em relação aos impostos sobe patrimônio, renda e serviços 
relacionados com as suas finalidades. 
 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 
Sargento, agora que já estudamos administração direta e indireta. 
Que tal estudarmos os atos administrativos? Vamos lá? 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
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Conceitos 
 
A manifestação unilateral da vontade da Administração Pública e seus delegatórios que 
buscam produzir efeitos jurídicos com objetivo de implementar o interesse público. Uma outra 
forma de conceituar ato administrativo é como sendo a exteriorização da vontade de agentes da 
Administração Pública ou de seus delegatários, nessa condição, que, sob regime de direito 
público, vise à produção de efeitos jurídicos, com o fim de atender ao interesse público. 
Ao analisar o conceito deve ser levado em consideração três 
pontos fundamentais para a caracterização do ato administrativo. É 
necessário que a vontade emane de agente da administração pública ou 
dotado de prerrogativas desta. Que seu conteúdo propicie a produção de 
efeitos jurídicos com o fim público. Por fim, deve toda essa categoria de atos 
serem regidos basicamente pelo direito público. 
 
Elementos 
O ato administrativo praticado sem a observância dos elementos formadores ou 
requisitos de validade estará contaminado de vício de legalidade, fato que o deixará sujeito à 
anulação, bastando tão somente a inobservância de um deles, que são: competência, objeto, 
forma, motivo e finalidade. 
 
 Competência 
 A competência é a prerrogativa atribuída pelo 
ordenamento jurídico às entidades administrativas e aos 
órgãos públicos, habilitando os seus agentes públicos 
para o exercício da função pública. Dessa maneira, o 
agente poderá exercer legitimamente suas atividades. 
 
 
 Características 
 Irrenunciabilidade: o agente público não pode renunciar à prática de ato que é de sua 
competência (relembramos: trata-se de um poder-dever). Tal característica tem caráter 
relativo em função dos institutos da delegação e da avocação. 
• Explicar o direito administrativo à luz daCRFB/88;
• Associar a atividade policial aos princípios.
Ao final desta aula você deverá:
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
20 
 
 Inderrogabilidade: um agente (ou órgão público) não pode transferir a outro, por acordo 
ou por assentimento das partes da Administração envolvidas, atribuições típicas que são 
de sua exclusiva competência. 
 Improrrogabilidade: o agente só pode praticar os atos para os quais a lei lhe conferiu 
competência, ressalvadas as hipóteses de delegação e avocação. 
 Imprescritibilidade: As competências devem ser exercidas a qualquer tempo, salvo, é 
claro, nos casos em que a lei estabelece prazos para a Administração. 
 
CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA 
 
a) Em razão da matéria 
 As matérias são distribuídas conforme a especificidade 
da função para sua melhor execução, por exemplo 
Secretaria de Educação, Secretaria de Saúde. 
 
b) Em razão do território 
 As funções administrativas são distribuídas, em razão, do território, permitindo 
uma maior aproximação entre o administrado e a Administração Pública. O 
exemplo pode ser as subprefeituras, as seccionais de órgãos públicos. 
 
c) Em razão da hierarquia 
 As matérias podem ser distribuídas a partir da posição hierárquica do agente 
público. O exemplo são as matérias de atribuição exclusiva de uma determinada 
autoridade. 
 
d) Em razão do tempo 
 Algumas funções administrativas só podem ser exercidas, em determinado 
período de tempo. O exemplo clássico é o exercício do mandato eletivo, onde 
aquele só poderá praticar seus atos de ofício durante o exercício do mandato. 
 
Delegação e Avocação 
 
a) Delegação de competência é quando a norma autorizar que um 
agente transfira a outro, normalmente em plano hierárquico inferior, 
funções que originariamente lhe são atribuídas. 
b) Avocação, quando o delegante atrai para a sua esfera decisória 
a prática de ato objeto de delegação, sendo esse um meio de evitar 
decisões concorrentes e eventualmente contraditórias. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
21 
 
 Objeto 
 É a alteração no mundo jurídico que o ato administrativo se propõe a processar. Significa, 
como informa o próprio termo, o objetivo imediato da vontade exteriorizada pelo ato, a proposta 
do agente que manifestou a vontade com vistas a determinado alvo. 
 O objeto deve ser lícito, isto é, em conformidade com ordenamento jurídico, também 
deve ser possível (realizável concretamente) e por fim, moral (de acordo com os padrões éticos 
ou morais) 
 
Discricionariedade e Vinculação 
A vontade do agente, exteriorizada pelo ato 
administrativo, tem que reproduzir, às vezes, a própria vontade 
do legislador. Em outras situações, é a lei que permite ao agente 
que faça o delineamento do que pretende com sua manifestação 
de vontade. 
Quando se trata de atividade vinculada, o autor do ato 
deve limitar-se a fixar como objeto desse o mesmo que a lei 
previamente já estabeleceu. Aqui podedizer-se que se trata de 
objeto vinculado. 
Em outras hipóteses, é permitido ao agente traçar as linhas que limitam o conteúdo de 
seu ato, mediante a avaliação dos elementos que constituem critérios administrativos. Constitui 
a parte variável do ato, sendo possível a fixação de termos, condições e modos. Nesse caso 
estamos diante de objeto discricionário. 
 
 Forma 
 É a forma é o meio pelo qual se exterioriza a vontade, é o revestimento externo do ato 
administrativo para a produção de efeitos jurídicos. 
A vontade, tomada de modo isolado, reside na mente como elemento de caráter 
meramente psíquico, interno. Quando se projeta, é necessário que o faça através da forma. Por 
isso a forma é elemento que integra a própria formação do ato. Sem sua presença, o ato não 
completa o ciclo de existência. 
 
Princípio da Solenidade das Formas 
 
Você sabia que no Direito Privado é consagrado o princípio da 
liberdade das formas, o que reforça a autonomia de vontade entre 
particulares e que no Direito Administrativo vigora o princípio da 
solenidade das formas e que nesse princípio exige que o agente 
público atenda as formalidades legais para a edição dos atos? 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
22 
 
A solenidade das formas funciona como garantia para o administrado, trazendo a certeza 
que o agente praticou o ato de acordo com o estabelecido em lei, sob pena de vício de legalidade 
suficiente para a sua invalidação. 
Ocorre situações que a própria vontade administrativa permite que a Administração 
Pública possa exteriorizar suas vontades por outros meios como é o caso de gestos (guardas de 
trânsito), palavras (atos de polícia de segurança pública) ou sinais (semáforos e placas de 
trânsito), esses meios, porém, são excepcionais. 
 
 Motivo 
O motivo é a situação de fato ou de direito que gera a vontade 
do agente quando pratica o ato administrativo. O motivo é a causa do 
ato. 
 
 
Motivo discricionário (motivo de fato) e motivo vinculado (motivo de direito) 
 
a) Motivo de direito (vinculado): 
 É a situação de fato eleita pela norma legal como ensejadora da vontade 
administrativa, é por exemplo, quando o servidor atinge determinada idade 
prevista em lei, o mesmo é aposentado compulsoriamente, restando ao 
administrador cumpri-la; 
 É uma escolha do legislador. 
 
b) Motivo de fato (discricionário) 
 É a própria situação de fato ocorrida sem descrição na norma legal, um exemplo 
é a dispensa da licitação em determinados casos que a lei prevê; neste caso o 
administrador pautado nos princípios constitucionais poderá atuar conforme 
oportunidade e conveniência, já que a lei não determinou de maneira taxativa a 
adoção de determinada medida. 
 É uma escolha do administrador. 
. 
Motivo e Motivação 
 
 
O motivo é a situação de fato por meio da qual ocorre a manifestação de vontade 
da Administração. A motivação é a justificativa do pronunciamento tomado, 
exprime de modo expresso e textual todas as situações de fato que levaram o 
agente à manifestação da vontade. 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
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Teoria dos Motivos Determinantes 
Baseia-se no princípio de que o motivo do ato administrativo deve sempre guardar 
compatibilidade com a situação de fato que gerou a manifestação da vontade. 
Mesmos naqueles atos que não exijam motivação do ato administrativo, caso o 
administrador o faça, a validade da medida dependerá da citada correspondência com a 
realidade. 
 
 Finalidade 
 A finalidade do ato administrativo é o atendimento do interesse público. A finalidade é o 
resultado do ato. Um exemplo é quando a Vigilância Sanitária apreende em estabelecimentos 
comerciais produtos impróprios para o consumo; a finalidade do ato de apreender esses produtos 
é a proteger a saúde das pessoas. 
 
Desvio de Finalidade 
 O atendimento de interesses meramente privado, em desacordo com a legislação, é 
conhecido como desvio de poder, que acarreta nulidade do ato. 
 
Finalidade e Objeto 
A finalidade e o objeto podem ser considerados como vetores do resultado do ato, mas 
o objeto representa o fim imediato, ou seja, o resultado prático a ser alcançado pela vontade 
administrativa. A finalidade, ao contrário, reflete o fim mediato, o interesse coletivo que deve o 
administrador perseguir. 
 
Atributos 
 
Os atributos são qualidades ou características dos atos 
administrativos, enquanto que os requisitos dos atos administrativos 
constituem condições que devem ser observadas para sua validação. Os 
atributos podem ser entendidos como as características inerentes aos atos 
administrativos. 
Os atributos dos atos administrativos são: presunção de 
legitimidade, imperatividade, autoexecutoriedade e tipicidade; sendo que o 
segundo e terceiro atributos são observáveis somente em determinadas espécies de atos 
administrativos. 
 
Presunção de Legitimidade 
 
Os atos administrativos presumem-se editados em conformidade com ordenamento 
jurídico (presunção de legitimidade), bem como as informações nele contidas presumem-se 
verdadeiras (presunção de veracidade), visto que os agentes públicos estão sujeitos ao princípio 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
24 
 
da legalidade, a necessidade de cumprimento de certas formalidades, atendimento do interesse 
público. 
A presunção de legitimidade tem o caráter relativo, isto é, admite-se prova em contrário. 
Um dos efeitos que a presunção de legitimidade são a autoexecutoriedade dos atos 
administrativos, visto que editado o ato, o administrado é obrigado a cumpri-los. 
 
Imperatividade 
 
A imperatividade traduz a possibilidade de a administração pública, unilateralmente, criar 
obrigações para os administrados, ou impor-lhes restrições. 
Este atributo não está presente em qualquer ato administrativo, mas apenas naqueles 
atos que implicam obrigação para o 
administrado, ou que são a ele impostos, e 
devem ser por ele obedecidos, sem 
necessidade de seu consentimento, como é 
nos casos punitivos e no exercício do poder 
de polícia. 
Em decorrência do atributo da 
presunção de legitimidade, presente em todos os atos administrativos, os atos caracterizados 
pela imperatividade podem ser imediatamente imposto aos particulares a partir de sua edição. 
 
Autoexecutoriedade 
 
Atos autoexecutórios são os que podem ser materialmente implementados pela 
administração, diretamente, inclusive mediante o uso da força, se necessária, sem que a 
administração precise obter autorização judicial prévia. 
A autoexecutoriedade não é um atributo presente em todos os atos administrativos. 
Afirma-se que ela é qualidade própria dos atos inerentes ao exercíciode atividades típicas da 
administração, quando está atuando na condição de poder público. 
A necessidade de defesa ágil dos 
interesses da sociedade justifica essa 
possibilidade de a administração agir sem prévia 
intervenção do Poder Judiciário, especialmente no 
exercício do poder de polícia. A presteza requerida 
evidentemente faltaria, se fosse necessário 
recorrer ao Judiciário toda vez que o particular 
opusesse resistência às atividades administrativas contrárias a seus interesses. 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
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Tipicidade 
 
É o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas 
previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Esse atributo, corolário do 
princípio da legalidade, teria o condão de afastar a possibilidade da administração praticar atos 
inominados. Dessa forma, para cada finalidade que a administração pretenda alcançar, deve 
existir um ato típico definido em lei. 
Como consequências desse atributo, temos a representação de uma garantia para o 
administrado, pois impede que a administração pratique um ato, unilateral e coercitivo, sem 
prévia previsão legal, e afasta também a possibilidade de ser praticado um ato totalmente 
discricionário; pois a lei, ao prever oato, já define os limites em que a discricionariedade poderá 
ser exercida. 
 
Extinção dos Atos Administrativos 
 
 
Você saberia dizer como são extintos os atos 
administrativos? 
 
 
 Os atos administrativos são extintos em determinado momento, podendo essa extinção 
ser de diversas maneiras, como uma extinção natural, subjetiva, objetiva, por manifestação de 
vontade do particular ou por manifestação de vontade do Estado. 
 Entre as principais estão as manifestações de vontade do particular e do Estado, 
podendo ser elencados, a recusa e renúncia no caso do particular e caducidade, cassação, 
anulação e revogação, pelo Estado. 
Recusa 
 
 É a extinção do ato administrativo antes da produção de seus efeitos. 
 
 
Renúncia 
 
 É a extinção do ato administrativo por vontade unilateral do particular. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
26 
 
 
Caducidade 
 
 É a extinção do ato administrativo quando a situação nele contemplada 
não é mais tolerada pela nova legislação, tornando-se ilegal, em virtude da 
alteração legislativa. É importante ressaltar que a caducidade somente irá incidir 
sobre os atos discricionários e precários, que não geram direito subjetivo aos particulares, já que 
os atos vinculados geram direito adquirido ao administrado. 
 
Cassação 
 
 É quando o ato administrativo por descumprimento das condições 
fixadas pela Administração ou ilegalidade superveniente imputada ao 
beneficiário do ato, como por exemplo, cassação de licença profissional ou 
cassação a licença para dirigir. 
 
Anulação 
 
 É a invalidação do ato administrativo editado em desconformidade com 
a legislação vigente, como por exemplo, conceder uma licença ao particular que 
não preenche os requisitos. 
 A competência para anulação do ato fundado na ilegalidade pode ser por qualquer um 
dos três Poderes, sendo quando for a anulação oriunda do Poder que a editou está exercendo o 
seu poder de autotutela. O ato anulado deve se submeter aos princípios do contraditório e ampla 
defesa. 
 Importante ressaltar que a Administração Pública tem o dever de anular o ato 
administrativo que viola o ordenamento jurídico, sendo que tal anulação tem o caráter vinculado. 
 
Revogação 
 
 É a extinção do ato administrativo legal por razões de conveniência e 
oportunidade do administrador, isto é, daquele que editou o ato; como por 
exemplo, a concessão ou não de determinado espaço público para particulares. 
É importante ressaltar que o ato revogado era válido, porém o administrador entendeu 
como inoportuno ou inconveniente, ponderando os interesses por parte do administrador. 
Também importante perceber que são impostos limites a revogação dos atos 
administrativos, sendo que alguns atos administrativos são irrevogáveis, como por exemplo: 
a) Os atos vinculados; 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
27 
 
b) Os atos que exauriam seus efeitos ou com prazo expirado; 
c) Os atos preclusos no processo administrativo – é quando no 
decorrer do ato; 
d) Os atos que geram direitos adquiridos – são aqueles atos que 
geram direitos adquiridos, tendo em vista o art. 5º, XXXVI, CF 
e) Os meros atos administrativos – as exemplos certidões, 
atestados, pareceres, pois os efeitos desses atos estão 
estabelecidos em lei. 
 
Convalidação dos Atos Administrativos 
 
 É o salvamento do ato administrativo que apresenta vícios sanáveis, produzindo efeitos 
retroativos, preservando o ato ilegal anteriormente editado. 
 Na convalidação os vícios sanáveis são aqueles relacionados à competência, à foram e 
ao objeto, quando este último for plúrimo, isto é, mais de um objeto. De forma contrária, os vícios 
relativos ao motivo, finalidade, ao objeto (quando for único) e à falta de congruência entre motivo 
e resultado do ato administrativo não admitem convalidação. 
 
 
PODERES ADMINISTRATIVOS – PRERROGATIVAS DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 
 
 
Você saberia dizer quais são as prerrogativas da 
administração pública? 
 
 
 
São prerrogativas instrumentais conferidas aos agentes públicos para que, no 
desempenho de suas atividades, alcancem o interesse público. Trata-se de um poder-dever, já 
que seu exercício é irrenunciável. 
• Empregar o poder de polícia com a devida observância dos
princípios administrativos e constitucionais;
Ao final desta aula você deverá:
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
28 
 
Esses poderes são exercidos pelos administradores públicos nos termos da lei, com 
observância dos princípios jurídicos e respeito aos direitos e garantias fundamentais, o devido 
processo legal, as garantias do contraditório e da ampla defesa, a garantia da inafastabilidade 
da tutela judicial, etc. 
 
Excesso e Desvio de Poder 
 
É quando o agente público utiliza os poderes 
administrativos de forma abusiva. Esse abuso de poder pode 
ocorrer de duas formas: 
a) Excesso de poder 
 É quando a atuação do agente extrapola a competência estipulada em lei. 
b) Desvio de poder 
 É quando o agente pretende alcançar finalidade diversa do interesse público. 
 
Espécies de Poderes Administrativos 
 
 
Sargento, vamos estudar as espécies dos poderes 
administrativos? 
 
 As espécies dos poderes administrativos são: regulamentar (normativo); 
de polícia, disciplinar, hierárquico, vinculado e discricionário. 
 
Poder Regulamentar ou Normativo 
 
 É a prerrogativa reconhecida à Administração Pública para editar atos administrativos 
gerais para fiel execução das leis, isto é, complementando o sentido da lei. 
 
Poder Hierárquico 
 
A hierarquia é uma relação de subordinação 
administrativa entre agentes públicos, que pressupõe a 
destruição e o escalonamento vertical de funções no 
interior das organizações. As relações de natureza 
hierárquica, entre superior-subordinado, são típicas da 
organização administrativa, não havendo, entretanto, 
hierarquia entre diferentes pessoas jurídicas, nem entre 
os Poderes da República, nem mesmo entre a administração e os administrados. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
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Como decorrência do poder hierárquico temos as prerrogativas exercidas pelo superior 
sobre os seus subordinados, que são as de dar ordens, fiscalizar, controlar, aplicar sanções, 
delegar e avocar competências. 
As prerrogativas de dar ordens, permite ao superior hierárquico que assegure o 
adequado funcionamento dos serviços sob sua responsabilidade, dando ordens diretas, verbais 
ou escritas, como também edita os atos administrativos ordinatórios, como ordens de serviço, 
portarias, instruções, circulares internas, que obrigam os agentes subordinados a executar as 
tarefas neles disciplinadas. 
 
Poder Vinculado 
 
É aquele de que dispões a administração para a prática de atos administrativos em que 
é mínima ou inexistente a sua liberdade de atuação, é o poder de que ela se utiliza quando 
pratica atos vinculados. 
Com relação aos atos vinculados, não cabe à administração fazer juízo de oportunidade 
e conveniência, nem escolher seu conteúdo. O poder vinculado apenas possibilita à 
administração executar o ato vinculado nas estritas hipóteses legais, observando o conteúdo 
rigidamente estabelecido na lei. 
Assim, o poder vinculado é mais um dever da administração pública, do que um poder, 
pois quando pratica um ato vinculado a administração está muito mais cumprindo um dever do 
que exercendo uma prerrogativa. 
 
Poder Discricionário 
 
É conferido à administração para a 
prática de atos discricionários. É aquele em que 
o agente administrativo dispõe de uma razoável 
liberdade de atuação, podendo valorar a 
oportunidade e conveniência da prática do ato, 
quanto ao seu motivo e escolher dentro dos 
limites legais o seu conteúdo. 
O poder discricionário tem como núcleo 
a autorização legal para que o agente público decida, nos limites da lei, acerca da conveniência 
e da oportunidade de praticar, ou não, um ato administrativo. Sendo, portanto, o núcleo essencialdo poder discricionário o denominado mérito administrativo. 
Diante de um caso concreto, a administração, nos termos e limites da lei, decidirá, 
segundo seus critérios de oportunidade e conveniência administrativas, a conduta, dentre as 
previstas na lei, mais condizente com a satisfação do interesse público. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
30 
 
Observe-se que, também, tem fundamento no poder discricionário a 
revogação de atos discricionários que a administração pública tenha praticado e 
que num momento posterior, passe a considerar inoportunos ou inconvenientes. 
Quanto aos limites do poder discricionário, além do próprio conteúdo da 
lei, os princípios jurídicos administrativos, sobretudo os da razoabilidade e da 
proporcionalidade. A extrapolação dos limites legais, assim como a atuação 
contrária aos princípios administrativos, configura arbitrariedade, caso em que, por ser um ato 
ilegal ou ilegítimo, poderá ser anulado. 
 
Poder Disciplinar 
 
O poder disciplinar é um poder-dever que possibilita à administração 
pública punir internamente as infrações funcionais de seus servidores e punir 
infrações administrativas cometidas por particulares a ela ligados mediante 
algum vínculo jurídico específico. 
Quando a administração aplica uma sanção disciplinar a um agente 
público, essa atuação decorre imediatamente do poder disciplinar e 
mediatamente do poder hierárquico. Entretanto, quando a administração 
pública aplica uma sanção administrativa a alguém que descumpriu um contrato administrativo, 
há exercício do poder disciplinar, mas não existe liame hierárquico. Nesses casos, o poder 
disciplinar não está relacionado ao poder hierárquico. 
Não se deve confundir o poder disciplinar da administração pública com o poder punitivo 
do Estado, que é exercido pelo Poder Judiciário e diz respeito à repressão de crimes e 
contravenções tipificadas nas leis penais. 
 
Poder de Polícia 
 
 É a prerrogativa reconhecida à Administração Pública para 
restringir e condicionar, com fundamento na lei, o exercício de direitos com 
o objetivo de atender o interesse público. O conceito do poder de polícia 
está previsto no art. 78, CTN. 
 
Art.78. Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública 
que, limitando ou disciplinando o direito, interesse ou liberdade, regula a 
prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público 
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da 
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas 
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade 
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
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Polícia Administrativa x Polícia Judiciária 
 
a) A polícia administrativa se exaure em si mesma, a judiciária é 
preparatória para a atuação do Poder Judiciário. 
b) A polícia administrativa atua sobre atividades, bens e direitos 
dos indivíduos e a judiciária sobre os próprios indivíduos. 
c) O caráter de polícia administrativa é basicamente preventivo, 
enquanto a judiciária é predominante repressiva. 
 
O Ciclo do Poder de Polícia 
a) Ordem 
 É a norma legal que estabelece as restrições e as condições para o exercício 
das atividades privadas. 
 
b) Consentimento 
 É anuência do Estado para que o particular desenvolva determinada atividade 
ou utilize a propriedade particular. 
 O consentimento pode ser: licença ou autorização. 
 A licença é quando o ato é vinculado, por meio do qual a Administração 
reconhece o direito do particular. 
 A autorização é o ato discricionário pelo qual a Administração, após avaliar a 
conveniência e oportunidade, faculta o exercício de determinada atividade 
privada ou utilização de bens, sem criação, em regra, de direito subjetivos ao 
particular. 
 
c) Fiscalização 
 É verificado do cumprimento, pelo particular, da ordem e do consentimento de 
polícia. 
 
d) Sanção 
 É a medida coercitiva aplicada ao particular que descumpre a ordem de polícia 
ou os limites impostos no consentimento de polícia. 
 
Características do Poder de Polícia 
 
a) Discricionariedade 
 É a liberdade conferida pelo legislador ao administrador para escolher, por 
exemplo, o melhor momento de sua atuação ou sanção mais adequada ao caso 
concreto quando há previsão legal de duas ou mais sanções para determinada 
infração. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
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b) Coercibilidade 
 O ato de poder de polícia impõe restrições ou 
condições que devem ser obrigatoriamente 
cumpridas pelos particulares. 
 
c) Autoexecutoriedade 
 É a prerrogativa conferida à Administração para implementar os seus atos, sem 
a necessidade de manifestação prévia do Poder Judiciário. 
 
Delegação do Poder de Polícia 
 O poder de polícia é monopólio do Estado, sendo exercido pelas pessoas jurídicas de 
direito públicos (Entes federados, autarquias e fundações estatais de direto público) e seus 
respectivos servidores. Porém, em situações excepcionais, esse poder pode ser delegado a 
pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, como por exemplo, aos comandantes de 
aeronaves, conforme o Código Brasileiro de Aeronáutica. 
 Mas quando se fala em delegação devemos fazer a remissão ao ciclo de polícia, já que 
a posição jurisprudencial é que as fases do consentimento e fiscalização de polícia podem ser 
delegadas a terceiros, ficando afastada a ordem e sanção de polícia; mas ainda existem posições 
que o poder de polícia não pode ser delegado, deve ser exercido integralmente pela 
administração pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
33 
 
 
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 
 
Você sabia que a Administração Pública deve exercer suas 
funções administrativas, sempre em prol do interesse público? 
 
 
 
 Porém existe a necessidade no Estado Democrático de Direito de verificar se a 
Administração Pública está exercendo suas funções nos limites impostos pelo ordenamento 
jurídico. Daí surgindo os controles realizados pela própria administração ou por órgãos externos. 
 
Espécies de Controle 
 
 As espécies de controle podem ser classificadas por diversos critérios. Iremos apresentar 
alguns critérios. 
 
Quanto ao órgão que exerce responsável pelo controle 
 
a) Controle interno ou autocontrole 
 É o controle realizado pelo próprio Poder Executivo. 
b) Controle externo 
 É o controle exercido pelo Poder Judiciário e pelo Poder 
Legislativo, com auxílio do Tribunal de Contas. 
c) Controle social 
 É implementada pela sociedade civil, por meio da participação popular no 
planejamento, acompanhamento e avaliação das políticas públicas. 
 
 
• Guiar toda a atividade policial com foco naCRFB/88;
• Montar, corrigir e reelaborar, se preciso for, novas formas de
abordagem policial, na busca de maiores aperfeiçoamentos pessoal
e profissional.
Ao final desta aula você deverá:
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
34 
 
Quanto ao momento do controle 
 
a) Controle prévio 
 É o controle realizado antes da publicação do ato administrativo. 
b) Controle posterior 
 É o controle realizado sobre o ato administrativo, após finalizado. Seu objetivo é 
desfazê-lo, se ilegal, inconveniente ou inoportuno, corrigi-lo ou confirma-lo. 
 
Controle de legalidade e controle de mérito 
 
a) Controle de legalidade 
 É verificado no âmbito interno, na autotutela ou no controle externo, da 
compatibilidade formal do ato administrativo com a legislação infraconstitucional. 
 
b) Controle de mérito 
 É avaliação da conveniência e da oportunidade relativos ao motivo e objeto, que 
ensejaram a edição do ato administrativo discricionário. 
 
 
CONTROLE ADMINISTRATIVO 
 
 
 
Você já ouviu falar sobre controle administrativo? Vamos 
aprender? 
 
 
 É a prerrogativa que tem à Administração Pública para fiscalizar e corrigir sua própriaatuação, utilizando critérios de legalidade ou de mérito. Esse controle é conhecido como 
autotutela, podendo ser exercido em quaisquer um dos Poderes constituídos, no exercício das 
• Desenvolver uma maior consciência da ética na gestão da coisa pública;
• Desenvolver a consciência da importância de sua profissão na busca do
interesse público.
Ao final desta aula você deverá:
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
35 
 
suas atribuições administrativas exercem sobre seus próprios atos; de forma provocada ou de 
oficio. 
 
Controle Legislativo 
 
 É exercido pelo Poder Legislativo sobre atos do 
Poder Executivo, a partir de critérios políticos e 
financeiros e nos limites do texto constitucional. 
 Os casos de controle são os seguintes: sustação 
de atos normativos, convocação de autoridade e 
requisição de informações, autorização e 
aprovação de ato administrativos, comissões 
parlamentares de inquérito (CPI), julgamento do chefe do Executivo e controle financeiro. 
 
Tribunal de Contas 
 É um órgão que tem por objetivo a fiscalização financeira e orçamentária a parir de três 
critérios: legalidade, legitimidade e economicidade. 
 As suas atribuições são consultivas, fiscalizadora, julgadora, registro, sancionadora, 
corretiva e ouvidoria. 
Controle Jurisdicional 
 
 É apreciação pelo Poder Judiciário 
dos atos administrativos oriundos do próprio 
poder, bem como d 
o Legislativo e Executivo. 
 O controle jurisdicional sobre os atos 
do Poder Legislativo ou do Executivo é 
apenas nos aspectos de legalidade. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
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Instrumentos de Controle Judicial da Administração Pública 
 
 
 
Sargento, vamos estudar os instrumentos de controle judicial 
da administração pública? 
 
 
 
Habeas Corpus 
 
 É uma ação constitucional que tem por objetivo corrigir ou evitar violência ou coação em 
sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abusou de poder. 
 Pode ser dividido em habeas corpus preventivo ou repressivo. 
 O habeas corpus será preventivo quando houver ameaça de violência ou coação de 
locomoção, onde será expedido o “salvo-conduto”. 
 O habeas corpus será repressivo quando cessar a efetiva violência ou coação à 
liberdade de locomoção, é chamado de “alvará de soltura”. 
 A legitimidade ativa, isto é, qualquer 
pessoa, nacional ou estrangeira, poderá 
impetrar em seu nome ou de terceiros, sem 
necessidade de representação ou 
assistência. 
 Na legitimidade ativa a pessoa que sofre 
a ameaça é chamada de paciente e aquela 
que impetra o habeas corpus é chamada 
de impetrante. 
 Não tem prazo para impetrar o habeas 
corpus, desde que verificada a lesão ou ameaça de lesão à liberdade de locomoção do 
indivíduo. 
 A competência será delimitada dependendo da qualificação da autoridade coatora ou do 
paciente. 
 A legitimidade passiva são as autoridades ou particulares responsáveis pela ilegalidade, 
que são chamados de coatores. 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
37 
 
Mandado de Segurança 
 
 É ação constitucional que tem por 
objetivo proteger direito líquido e 
certo, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data, contra atos 
ilegais ou abuso de poder praticados 
pelo Estado ou por seus delegatários. 
 
 Espécies de Mandado de Segurança 
 
a) Quanto ao momento de impetração 
 Mandado de segurança preventivo – quando houver ameaça (justo receio) de 
lesão ao direito líquido e certo. 
 Mandado de segurança repressivo – quando buscar reparar a lesão efetiva ao 
direito líquido e certo. 
 
b) Em relação ao objeto da impugnação e dos legitimados 
 Mandado de segurança individual – defende direito líquido e certo do próprio 
impetrante. 
 Mandado de segurança coletivo – é impetrado defender direitos coletivos e 
individuais homogêneos, líquidos e certos. 
 A legitimidade ativa para os mandados de segurança individual é da pessoa 
física (nacional ou estrangeira) ou jurídica; já para o mandado de segurança 
coletivo é pelos partidos políticos com representação no Congresso Nacional; 
organizações sindicais, entidades de classe e associações legalmente 
constituídas, por no mínimo um ano. 
 A legitimidade passiva atualmente é da autoridade coatora, bem como, da 
pessoa jurídica. A autoridade coatora é o agente público que exerce a função 
pública. 
 O prazo é 120 dias a partir da ciência do interessado, do ato impugnado. 
 A competência para o julgamento depende, em regra, da qualificação da 
autoridade coatora (federal, estadual, distrital ou municipal), levando em 
consideração a função exercida pela autoridade coatora. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
38 
 
Mandado de Injunção 
 
 É uma ação constitucional que tem por objetivo suprir omissão normativa 
e efetivar o exercício dos direitos e liberdades constitucionais das 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
 
 
 
 
 Espécies de mandado de injunção 
 
a) Mandando de injunção individual 
 A finalidade é efetivar direitos, liberdade e prerrogativas constitucionais do 
impetrante. 
b) Mandado de injunção coletivo 
 Já em relação ao mandado de injunção coletivo é impetrado para defender 
direitos coletivos e individuais homogêneos 
 A legitimidade ativa é de todos aqueles prejudicados pela ausência de norma 
reguladora, entre eles: as pessoas físicas e jurídicas, o Ministério Público, partido 
político e organização sindical, entidade de classe ou associação, nos mesmos 
moldes do mandado de segurança coletivo. 
 A legitimidade passiva – é da autoridade ou órgão público responsável pela 
omissão legislativa, sendo essa posição majoritária. 
 A competência para o processo e julgamento de mandado de injunção depende 
do órgão o da autoridade responsável pela edição da norma regulamentadora 
faltante. 
 
Habeas Data 
 
 É uma ação constitucional que tem por objetivo assegurar 
o conhecimento, retificação ou anotação de 
informações relativas à pessoa do impetrante, 
constantes de registros ou banco de dados de 
entidade governamental ou de caráter público. 
 A legitimidade ativa – qualquer pessoa, física ou jurídica, 
nacional ou estrangeira. 
 A legitimidade passiva – são as entidades governamentais ou de caráter público. 
 A qualquer momento pode impetrar o habeas data, não estabelecendo prazo 
fatal. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
39 
 
 A competência para julgar dependerá da autoridade ou do órgão que recusou a 
fornecer informações ao impetrante. 
 
Ação Popular 
 
 É uma ação constitucional que pode ser 
proposta por todo e qualquer cidadão com 
objetivo de invalidar atos e contratos 
administrativos considerados ilegais e lesivos 
ao patrimônio público, à moralidade 
administrativas, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural. 
 A legitimidade ativa – é de qualquer cidadão, é aquele que se encontra no pleno 
gozo de seus direitos políticos ativos. 
 A legitimidade passiva – são os entes da Administração Direita e Indireta; 
entidades privadas com participação do Estado ou que recebam subvenção dos 
cofres públicos, autoridades, funcionários ou administradores que tenham 
aprovado, praticado ou ratificado o ato impugnado e os beneficiários diretos do 
ato. 
 O prazo prescricional é de 05 (cinco) anos, ressalvadas as hipóteses de 
ressarcimento ao erário. 
 A competência é do juiz de 1ª instância, federal ou estadual, dependendo da 
origem do ato impugnação, não se aplicado o foro por prerrogativa de função às 
ações populares. 
 
Ação Civil Pública 
 
 É um instrumento processual que tem por objetivo prevenir ou reprimir danos 
causados a qualquer interesse difuso ou coletivo. 
 A legitimidade ativa – é restrita ao 
Ministério Público, Defensoria 
Púbica, aos Entes federados e as 
entidades da Administração Pública 
Indireta e as associações 
constituídas, há pelo menos 01 (um) 
ano. 
 A legitimidade passiva – é toda equalquer pessoa física ou jurídica, de direito público ou de direito privado, 
responsável pela ameaça ou lesão aos interesses e direitos coletivos tutelados 
pela lei. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
40 
 
 Em relação ao prazo a lei é omissa, ficando o prazo prescricional de 05 (cinco) 
anos, no mesmo sentido na Ação Popular. 
 A competência deve ser proposta no foro do local onde correr o dano, perante a 
Justiça Estadual, salvo nos casos que a União, autarquias federais e as 
empresas públicas federais estejam nas condições de autoras, rés, assistente e 
oponente, sendo que a partir daí a competência será da Justiça Federal. 
 
SERVIDORES PÚBLICOS – GESTORES PÚBLICOS / TEORIA 
DA IMPUTAÇÃO 
 
 
 
 
Agentes Públicos: Conceito e Classificação 
 
 
Você saberia dizer o significado da expressão agentes públicos? 
 
 
 
Conceito 
 
A expressão agentes públicos tem sentido 
amplo. Significa o conjunto de pessoas que, a 
qualquer título, exercem uma função pública como 
prepostos do Estado. Essa função pode ser 
remunerada ou gratuita, definitiva ou transitória, 
política ou jurídica. Tais agentes quando atuam no mundo jurídico estão de alguma forma 
vinculados ao Poder Público. O Estado só se faz presente através das pessoas físicas que em 
seu nome manifestam determinada vontade, e é por isso que essa manifestação volitiva acaba 
por ser imputada ao próprio Estado. São todas essas pessoas físicas que constituem os agentes 
públicos. 
 
 
• Dialogar com os problemas, na busca, sempre, menos graves para
suasolução.
Ao final desta aula você deverá:
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
41 
 
Classificação 
 
Sendo quantitativa e qualitativamente tão abrangente a categoria dos agentes públicos, 
há que se reconhecer a existência de grupamentos que guardem entre si algum fator de 
semelhança. 
Para melhor compreensão, torna-se necessário agrupar os 
agentes públicos em categorias que denotem referenciais básicos 
distintivos. Trata-se de classificação de natureza didática, relevante 
para a formação de um sistema lógico de identificação: 
 
 Agentes Políticos 
São aqueles aos quais incumbe a execução das diretrizes traçadas pelo Poder Público. 
São estes agentes que desenham os destinos fundamentais do Estado e que criam as 
estratégias políticas por eles consideradas necessárias e convenientes para que o Estado atinja 
os seus fins. 
Caracterizam-se por terem funções de direção e orientação estabelecidas na 
Constituição e por ser normalmente transitório o exercício de tais funções. Como regra, sua 
investidura se dá através de eleição, que lhes confere o direito a um mandato, e os mandatos 
eletivos caracterizam-se pela transitoriedade do exercício das funções, como deflui dos 
postulados básicos das teorias democráticas e republicana. Por outro lado, não se sujeitam às 
regras comuns aplicáveis aos servidores públicos em geral; a eles são aplicáveis normalmente 
as regras constantes da Constituição, sobretudo as que dizem respeito às prerrogativas e à 
responsabilidade política. São eles os Chefes de Estado (Presidente, Governadores e Prefeitos), 
seus auxiliares (Ministros e Secretários Estaduais e Municipais) e os membros do Poder 
Legislativo (Senadores, Deputados e Vereadores). 
 
 Agentes Particulares Colaboradores 
Esta categoria de agentes públicos, 
embora sejam particulares, executam certas 
funções especiais que podem se qualificar 
como públicas, sempre como resultado do 
vínculo jurídico que os prende ao Estado. 
Alguns deles exercem verdadeiro munus 
público, ou seja, sujeitam-se a certos encargos 
em favor da coletividade a que pertencem, 
caracterizando-se, nesse caso, como 
transitórias as suas funções. São exemplos: os jurados e pessoas convocadas para serviços 
eleitorais. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
42 
 
 Servidores Públicos 
A categoria dentre os agentes públicos que contém a maior quantidade de integrantes, 
formando uma grande massa dos agentes do Estado, desenvolvendo, em consequência, as mais 
variadas funções. Tais agentes se vinculam ao Estado por uma relação permanente de trabalho 
e recebem, a cada período de trabalho, a sua correspondente remuneração. 
As categorias de servidores públicos são classificadas em: Servidores Públicos Civis e 
Militares; Servidores Públicos Comuns e Especiais; Servidores 
 
 
Deveres dos Servidores 
 
Sargento, agora que você já sabe o conceito e a 
classificação dos agentes públicos. Saberia dizer quais são 
os deveres dos servidores? 
 
Os regimes jurídicos modernos impõem uma série de deveres 
aos servidores públicos como requisitos para o bom desempenho de 
seus encargos e regular funcionamento dos serviços públicos. Há duas espécies de deveres 
funcionais: os gerais, que se aplicam a todos os servidores, e os especiais, que obrigam a 
determinadas classes ou em razão de determinadas funções. Quanto aos deveres gerais, são 
classificados ainda em internos e externos, conforme se dirijam à conduta do servidor no 
desempenho de suas atribuições ou ao seu procedimento na vida privada. São eles: 
 
Dever de lealdade 
 
Também denominado dever de 
fidelidade, exige de todo servidor a maior 
dedicação ao serviço e o integral respeito às 
leis e às instituições constitucionais, 
identificando-o com os superiores interesses do 
Estado. Se o servidor agir contra os fins e objetivos legítimos da Administração, incorre em 
infidelidade funcional, ensejadora da mais grave penalidade, que é a demissão. 
 
Dever de obediência 
 
Impõe ao servidor o acatamento às ordens legais de seus superiores e sua fiel execução. 
Está assentado no princípio disciplinar que informa toda organização administrativa. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
43 
 
Dever de conduta ética 
 
Decorre do princípio constitucional da 
moralidade administrativa e impõe ao servidor 
público a obrigação de jamais desprezar o 
elemento ético de sua conduta. De acordo com 
o Código de ética profissional do servidor 
público civil federal (Decreto 1.171/94), a 
dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a 
consciência dos princípios morais são primados 
maiores que devem nortear o servidor público. O dever de honestidade aqui se inclui. 
a) Assiduidade: É a regularidade do cumprimento das obrigações funcionais. Os estatutos 
deverão conter uma disciplina de faltas, limitando-as por períodos e estabelecendo os 
critérios de justificação. 
b) Sigilo: Impõe ao servidor o dever de nada divulgar acerca 
de assuntos de que tinha conhecimento em razão de 
suas funções ou, mesmo, acidentalmente, apresentem 
ou não caráter confidencial ou secreto. 
c) Probidade: é a particularização do dever ético geral do 
servidor público, sendo que a lei federal nº. 8.429/92 
define os atos de improbidade administrativa, simples e qualificados (arts. 9º, 10º, 10-A 
e 11º), estabelecendo-lhes penas específicas, independentemente das cominadas em 
outros diplomas. 
d) Boa conduta: Dever externo. O servidor deve manter sempre correção de atitudes, 
decoro em seus hábitos e dignidade de procedimento. A sua vida íntima não revela 
senão na medida em que não se torne escandalosa. 
e) Proibição de intermediação: Compreende-se na proibição a aceitação, a qualquer título, 
de gratificações, propinas e gorjetas oferecidas pelas partes. 
 
Outros deveres 
 
São aqueles especificados nos estatutos, onde procura adequar a conduta do servidor 
ao serviço que lhe é cometido. Dentre as restrições que a função pública impõe aos seus 
exercentes destacam-se a de se sujeitarem aos impedimentos estabelecidos para o 
desempenho do cargo. Nesse sentido, é permitido ao Poder Público impedir contratos de seus 
servidores com a Administração, estabelecer incompatibilidades entre o exercício do cargo ou 
da função e certas atividades públicas ou particulares, impor exigências de residência no local 
do trabalho e quaisquer outros requisitos de eficiênciae moralidade do serviço público, desde 
que não afronte os direitos fundamentais do servidor, resguardados pela CF/88. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
44 
 
 
 
 
 
 
Direitos dos Servidores 
 
 
Você já estudou os deveres dos servidores? Que tal 
aprender também seus diretos? 
 
 
 
Direito à função pública 
 
Surge com a estabilidade ou com a vitaliciedade (esta em grau mais elevado, como 
direito ao cargo público), consiste em não poder ser discricionariamente, senão por ato material 
e formalmente vinculado, dela desprovido; 
 
Direito ao exercício 
 
É espécie do gênero direito ao trabalho; seria incompatível com a dignidade do homem 
e com o interesse público que a Administração resolvesse manter, por considerações 
inconfessáveis, o servidor em indefinido afastamento. O afastamento tem seus pressupostos 
fixados em lei. Além do mais, é do exercício que derivarão os demais direitos funcionais, entre 
os quais a percepção ordinária dos vencimentos. 
Os direitos que se fundam no exercício são de várias espécies: a contagem do tempo 
de serviço, para vários efeitos, a estabilidade, as férias, as licenças e a percepção da 
remuneração, acumulação de cargos e funções, acessibilidade. O direito ao amparo social e a 
dignidade do status integram o elenco, consagrando-se, no que respeita à função pública, certos 
princípios gerais do trabalho (art. 39, § 2º, CF). Entre outros, podemos citar o direito à assistência, 
à previdência, à associação, à petição, direito à defesa e direito de representação. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
45 
 
 
A Constituição da República, ao cuidar do 
servidor público (arts. 37 a 41), detalhou seus direitos, 
indicando especificadamente os que lhe são extensivos 
dentre os reconhecidos aos trabalhadores urbanos e 
rurais (art. 7º, CF). 
 
Responsabilidade dos Servidores – Civil, Penal e Administrativa 
 
Responsabilidade Civil 
 
Você sabia que a responsabilidade civil é a imputação, ao 
servidor público, da obrigação de reparar o dano que tenha 
causado à Administração ou a terceiro, em decorrência de 
conduta culposa ou dolosa, de caráter comissivo ou omissivo? 
 
 
Para imputar-se a responsabilidade civil ao servidor é preciso que haja a comprovação 
do dano causado, seja lesada a Administração, seja o terceiro. Sem o dano inexiste 
responsabilização. Cumpre também que haja a comprovação de que o 
servidor agiu com culpa civil, isto é, por meio de comportamento doloso 
ou culposo. 
Se o dano for causado à Administração, o servidor público é 
responsável direto com relação a ela. Contudo, se causa danos a 
terceiros, pode o servidor responder diretamente, sendo acionado pelo 
lesado, ou indiretamente, por meio do direito de regresso assegurado à 
Administração, caso em que esta já terá sido acionada diretamente pela 
vítima. 
 
Responsabilidade Penal 
 
A responsabilidade penal do servidor é a que decorre de conduta que a lei penal tipifica 
como infração penal. 
O servidor pode ser responsabilizado apenas penalmente, mas se o ilícito penal acarretar 
prejuízo à Administração será também civilmente responsável. 
Os crimes contra a Administração são basicamente os dos artigos 312 a 326 do código 
penal – crimes praticados por funcionário público contra a Administração Pública. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
46 
 
Diga-se, por oportuno, que a responsabilidade penal pode ser, ou não, pertinente à 
função administrativa. Quando está fora de sua função pública, a eventual prática de ilícito penal 
pode não causar nenhuma influência no âmbito da Administração. 
 
 
Responsabilidade Administrativa 
 
Quando o servidor pratica um ilícito administrativo, a ele é atribuída responsabilidade 
administrativa. O ilícito pode verificar-se por conduta comissiva ou omissiva e os fatos que o 
configuram são os previstos na legislação estatutária. 
A responsabilidade administrativa deve ser apurada em processo administrativo, 
assegurando-se ao servidor o direito à 
ampla defesa e ao contraditório, bem 
como a maior margem probatória, a fim de 
possibilitar mais eficientemente a 
apuração do ilícito. Constatada a prática 
do ilícito, a responsabilidade importa a 
aplicação da adequada sanção 
administrativa. 
Os servidores públicos podem ser responsabilizados civil, penal e administrativamente, 
sendo assegurado aos servidores, o direito à ampla defesa e ao contraditório, cabendo ao Estado 
na constatação do ilícito, a ação regressiva em face do mesmo. 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
 
 
Conceito 
 
A responsabilidade civil tem sua origem no Direito Civil. Consubstancia-se na obrigação 
de indenizar um dano patrimonial ou moral decorrente de um fato humano. É modalidade de 
obrigação extracontratual e, no direito privado, a regra geral é a necessidade de estarem 
presentes os seguintes elementos: 
• Compreender a responsabilidade estatal no direito positivo brasileiro;
• Identificar as causas de excludentes e atenuantes.
Ao final desta aula você deverá:
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
47 
 
 
a) Uma atuação lesiva culposa ou dolosa do agente; a regra geral no direito privado 
é a exigência de caracterização de culpa em sentido amplo na conduta; a culpa em 
sentido amplo abrange o dolo (intenção) e a culpa em sentido estrito (negligência, 
imprudência ou imperícia); 
b) A ocorrência de um dano patrimonial ou moral; e 
c) O nexo de causalidade entre o dano havido e a conduta do agente, o que significa 
ser necessário que o dano efetivamente haja decorrido da ação do agente (ou de 
sua omissão ilícita, se fosse o caso de o agente ter o dever de agir). 
 
Responsabilidade Estatal no Direito Positivo Brasileiro 
 
No direito brasileiro a 
responsabilidade civil da Administração 
Pública evidencia-se na obrigação que tem o 
Estado de indenizar os danos patrimoniais ou 
morais que seus agentes, atuando em seu 
nome, ou seja, na qualidade de agentes 
públicos, causem à esfera juridicamente 
tutelada dos particulares. Traduz-se, na 
obrigação de reparar economicamente danos 
patrimoniais, e com tal reparação se exaure. 
Não se confunde a responsabilidade civil com as responsabilidades administrativas e 
penais, sendo essas três esferas de responsabilização, em regra, independentes entre si, 
podendo as sanções correspondentes ser aplicadas separada ou cumulativamente de acordo 
com cada caso. A responsabilidade penal resulta da prática de crimes ou contravenções 
tipificadas em lei prévia ao ato ou conduta. Já a responsabilidade administrativa decorre de 
infração, pelos agentes da Administração Pública, das leis e regulamentos administrativos que 
regem seus atos e condutas. 
Causas Excludentes e Atenuantes 
 
No âmbito da responsabilidade objetiva o nexo de causalidade é o fundamento da 
responsabilidade civil do Estado, sendo que esta deixará de existir ou incidirá de forma atenuada 
quando o serviço público não for a causa do dano ou quando estiver aliado a outras 
circunstâncias, ou melhor delineando, quando não for a causa única. 
Como hipóteses das causas excludentes da responsabilidade podemos apontar a 
ocorrência do caso fortuito ou força maior, ou culpa exclusiva ou concorrente da vítima. 
No caso fortuito ou força maior ocorre um acontecimento imprevisível, inevitável e 
estranho a vontade das partes, provocado pelo homem ou pela força da natureza. Visualiza-se 
DIREITO ADMINISTRATIVO – CAS 2023 
48 
 
que não sendo imputável a Administração, não pode incidir a responsabilidade do Estado, pois 
não há um nexo de causalidade entre o dano e o comportamento da Administração. 
Já quando houver culpa da vítima, deve-se analisar se é uma culpa exclusiva da 
mesma ou concorrente com a do Poder Público, pois no primeiro caso, o Estado não responde 
e no segundo (culpa concorrente) atenua-se a sua responsabilidade, que se reparte com a da 
vítima. 
A Constituição autoriza a ação regressiva da

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