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1
Profª Fernanda dos Santos Gentil
Controle Tecnológico de Concreto
Aula 1
Conversa Inicial
Diante da relevância do concreto para a área 
da construção civil, é de extrema importância 
o aprofundamento dos conhecimentos a 
respeito da composição e das características 
do concreto, devido a inúmeros fatores
É um material versátil 
É de fácil produção e manuseio
É um material durável
Em comparação com outros
componentes da construção civil,
é um dos mais econômicos
Controle Tecnológico do Concreto
O controle tecnológico do concreto tem 
como objetivo verificar se os materiais 
empregados na elaboração do concreto 
atendem às suas respectivas normas, 
como a NBR 12.655:2015
Tal norma estabelece condições
para propriedades do concreto fresco
e endurecido e suas verificações; 
composição, preparo e controle do 
concreto; aceitação e recebimento
do concreto
“O concreto para fins estruturais deve
ter definidas todas as características e 
propriedades de maneira explícita, antes
do início das operações de concretagem” 
(NBR 12.655:2015)
Considerando a execução do concreto
dosado em central, também é de extrema 
importância garantir a qualidade desse 
material em toda a sua cadeia de produção. 
Para reger tal controle, existe a NBR 
7.212:2012
1 2
3 4
5 6
2
Controle tecnológico:
as responsabilidades da cadeia
PROJETISTA CONCRETEIRA
LABORATÓRIO
DE
CONTROLE
CONSTRUTORA
Especificação das
características dos materiais
Conhecimento do
sistema construtivo
Atendimento às
normas técnicas
Integração entre
todos os projetistas
Execução de ensaios
normativos para avaliação
do concreto nos estados
fresco e endurecido
Equipamentos
Mão de obra qualificada
Agilidade
Confiabilidade
Procedimentos
Fornecer concretos que 
atendam às normas e 
especificações técnicas
Tecnologia
Equipe técnica
Equipamentos
Logística
Aquisição de concretos
que atendam às normas
e especificações técnicas, 
pagando preço justo
Correta aplicação
Respeito às características
Mão de obra qualificada
Procedimentos
Existem muitos fatores que influenciam
na qualidade final do concreto
Qualidade dos componentes
(cimento, água, agregados, aditivos) 
Dosagem
Homogeneidade e
mistura dos materiais
Processo de cura
Duração do material
Umidade
Temperatura 
Aplicação
Adensamento e ar aprisionado
Concreto
Segundo Mohamad et al. (2022)
O concreto é o material de construção
mais utilizado no mundo devido às suas 
vantagens únicas em relação a outros 
materiais
Os principais motivos de sua fama são
a excelente característica mecânica e o 
preço acessível do concreto
Estima-se que o concreto convencional 
produz cerca de 6 bilhões de toneladas
por ano em todo o mundo
O principal objetivo do concreto
“É oferecer materiais resistentes
e duráveis que combinados com 
tecnologia e aditivos permitissem
o desenvolvimento e inovação do 
material, com a finalidade de reforçar 
ou melhorar certas características, 
ampliando suas possibilidades de uso” 
(Restrepo, 2013, p.2)
7 8
9 10
11 12
3
No final do século XIX, os sistemas 
construtivos mais utilizados eram os 
alicerces de madeira e de alvenaria
A alvenaria era mais viável por 
proporcionar maior resistência
frente às estruturas de madeira,
as quais apresentavam problemas
de durabilidade e combustão
(Carvalho, 2008)
Origem do concreto Conforme Carvalho (2008)
Para a execução da alvenaria, era 
necessário buscar um material que 
contribuísse para a junção do sistema
Foi a partir desta necessidade que
foram desenvolvidas a argamassa
e seus aglomerantes
Observa-se este fato, primeiramente,
com as civilizações egípcias, que
utilizaram, juntamente com este 
instrumento, o gesso calcinado
A descoberta de procedimentos adequados 
possibilitou as construções de estruturas 
com rochas que passaram a ser usadas com 
tecnologias por volta de 2750 a.C. no Egito
Este componente permaneceu como líder dos 
materiais estruturais por 4.500 anos, até a 
chegada do aço e das armações metálicas
Os egípcios projetaram 
a Pirâmide de Khufu, 
considerada uma das 
sete maravilhas da 
antiguidade, com 147m 
de altura (Isaia, 2010)
Monika/Adobre stock
Outra civilização que proporcionou muitos 
benefícios para a sociedade foi a romana,
a qual foi responsável pela criação da 
indústria da construção
Os romanos descobriram um novo
material que ajudou no desenvolvimento
da engenharia, o opus caementicium,
que é composto por uma mistura de
cinza pozolânica com argamassa de cal
Opus caementicium é
“Uma espécie de pó que, por sua natureza, 
possibilita coisas admiráveis. Ocorre na 
região de Baias ou nos campos das cidades 
ao redor do monte Vesúvio. Misturado à 
cal e ao pedrisco, não somente confere 
firmeza a todo edifício, como, também,
ao se construírem diques no mar, 
solidificam embaixo d’água” (Pollio apud
Revista Tecnológica, 2008, p. 20)
13 14
15 16
17 18
4
A civilização romana utilizou o opus 
caementicium para a construção de 
aquedutos, termas, estradas e sistemas
de esgoto para dar vazão à água servida
para a população
Por mais que os povos gregos e
romanos, por meio de suas descobertas, 
proporcionassem o progresso das 
construções, eles guardaram em sigilo 
algumas fórmulas que contribuiriam
para a expansão de seus cimentos
Segundo Carvalho (2008)
Devido a este acontecimento, houve o 
declínio de suas civilizações, e suas 
fórmulas ficaram perdidas no tempo
Como consequência disso, no período da 
Idade Média, agravou-se a qualidade dos 
cimentos, e esse material praticamente 
teve que ser desenvolvido novamente
Com a origem do cimento romano, nos 
anos de 1824, Joseph Aspdin obteve a 
patente deste componente com o objetivo 
de produzir a pedra artificial
Aspdin estabeleceu esta descoberta com
o nome de cimento Portland, pois este 
material era semelhante à pedra calcária 
que era extraída nas pedreiras da 
Península de Portland
O cimento Portland foi utilizado com
grande sucesso na obra do primeiro
túnel sob o rio navegável Tamisa. 
Primeiramente, executaram o projeto
com o uso do cimento romano, mas
este material não suportou os esforços 
solicitantes, e, assim, houve o desabamento 
do teto, que matou trabalhadores
(Carvalho, 2008)
Na presença de água, o cimento Portland 
juntamente com os outros aglomerantes do 
concreto, forma uma pasta a qual envolve os 
agregados para produzir um material que, 
nos primeiros momentos, apresenta-se em 
um estado mais fluido. Com o passar das 
horas, a mistura endurece, adquirindo 
resistência mecânica para suportar os 
carregamentos solicitados (isaia, 2010)
Conforme Mehta e Monteiro (1994), 
diversos estudos e experimentos 
chegaram à conclusão de que a 
composição do concreto deveria conter 
Agregado miúdo (areia) que apresenta 
granulometria menor que 4,8 mm
Agregado graúdo (pedra brita) que 
apresenta tamanho maior que 4,8 mm
19 20
21 22
23 24
5
Cimento, que é um material fino e,
em contato com outros componentes,
passa a adquirir propriedades ligantes
A água é um componente de construção
que influencia diretamente na qualidade e 
segurança da obra. Ela está diretamente 
relacionada com a consistência do produto 
final
Com o desenvolvimento da tecnologia, 
surgiram os aditivos, que apresentam a 
capacidade de alterar as propriedades do 
concreto em estado fresco ou endurecido, 
ampliar as qualidades e minimizar os pontos 
fracos da mistura
A evolução do cimento Portland contribuiu 
para o surgimento do concreto armado,
que é um material feito, em seu interior,
de armações com barras de aço.
Essas armações são importantes
para resistir aos esforços de tração.
Esta descoberta iniciou, em 1849,
com Joseph Louis Lambot (Kaefer, 1998)
Outro pesquisador que contribuiu para o 
desenvolvimento do concreto armado
foi Joseph Monier, que estudou as 
características dos materiais para
poder combiná-los corretamente
(Carvalho, 2008)
Na metade do século XX, o concreto 
armado, em diversos países, proporcionou 
a construção dos materiais estruturais na 
construção civil
O concreto armado possibilitou o surgimento 
do concretoprotendido, que apresenta, por 
meio da tração de cabos de aço, pretensões 
que possibilitam a anulação das resultantes 
do carregamento (Isaia, 2010)
Com o passar do tempo, houve um aumento 
da demanda das construções, e o concreto 
passou a ser o material mais importante da 
cadeia produtiva da construção civil e o mais 
difundido em todas as partes do mundo 
(Instituto Brasileiro do Concreto, 2009)
Relação de produção de 
cimento no ano de 2020
22.489
20.850
6.060
4.917 4.100 3.243
1.866 1.718 987
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
P
ro
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çã
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es
 d
e 
to
n
.)
País
Fonte: Elaborado com base
em Mohamad et al. (2022)
25 26
27 28
29 30
6
Componentes do concreto
NorGal/Adobe stock
dule964/Adobe stock Swapan/Adobe stock wuttichok/shutterstock willyam/Adobe stock
Os agregados são responsáveis
pela massa unitária do concreto,
pelo módulo de elasticidade e pela 
estabilidade dimensional
Existem outros fatores que influenciam
na resistência do concreto, que são:
o tamanho, a forma, a textura da
superfície, a granulometria e a mineralogia
(Mehta; Monteiro, 1994)
Outro componente importante é a água,
a qual, se for utilizada em excesso, 
proporciona que as impurezas provenientes 
da água de amassamento afetem a 
resistência e o tempo de pega e contribui 
para que ocorra o fenômeno de eflorescência 
e a corrosão da armadura protendida 
(Mehta; Monteiro, 1994)
Em relação ao tipo de cimento,
é interessante mencionar que
a Portland Cement Association
(Associação de Cimento Portland) 
estabeleceu faixas de resistência
que levam em consideração o efeito
da relação água/cimento e os tipos
de cimentos sobre misturas de
concreto com e sem ar incorporado
(Mehta; Monteiro, 1994)
O concreto é um material que passa por algumas 
fases que se classificam em âmbitos e, entre 
eles, o âmbito macroscópico e o microscópico
O âmbito macroscópico está relacionado
com os agregados e a pasta endurecida.
A composição é considerada bifásica
O âmbito microscópico aborda a estrutura
do concreto de forma bastante complexa
e heterogênea nos quesitos porosidade, 
quantidade de água e tempo de hidratação 
(Vanderlei, 2014)
No âmbito microscópico está a zona de 
transição, que é considerada a terceira
fase. É o momento mais fraco e mais 
complexo da mistura e apresenta
grande volume de vazios
capilares e hidróxido
de cálcio, bem como
presença de microfissuras
(Vanderlei, 2014)
Jefferson Schnaider
31 32
33 34
35 36
7
Cimento Portland O cimento Portland é constituído, 
principalmente, de material calcário, 
como a pedra calcário, e de alumina e 
sílica encontradas sob a forma de argila 
(Neville, 2015)
Fabricação
Além do clínquer Portland e do gesso
para regular a pega do cimento Portland, 
também existe, na sua composição, adição
de uma ou mais matérias-primas, como 
escória granulada de alto-forno, materiais 
pozolânicos ou fíler calcário, levando em 
consideração o tipo de cimento a ser utilizado 
(Battagin; Battagin, 2017)
Processo de fabricação
Extração das
matérias-primas para
a produção do clínquer
Moagem da
matéria-prima, com posterior
mistura e queima em forno rotativo
a uma temperatura de ≈ 1.400 °C
O material sofre a sinterização e funde, 
formando bolas denominadas clínquers
Faizzamal/Shutterstock
Para finalizar a produção, o clínquer é 
resfriado, encaminhado para a moagem
final para alcançar a finura específica.
Nesta etapa, são incorporadas as demais 
matérias-primas em função do tipo do 
cimento, como sulfato de cálcio, escória
de alto-forno, materiais pozolânicos
e materiais carbonáticos
(Battagin; Battagin, 2017)
Elias Aleixo
Em outros tipos de forno 
a calcinação é feita 
dentro do forno rotatório
Resfriamento
do clínquer
Moagem Φ < 80 μm
Britagem Φ < 25 mm
Exploração de Jazida
Moagem final 
Φ< 80 μm
Estocagem do clínquer
No processo de fabricação "molhada" (wet) 
a mistura das matérias primas (c), a moagem (d) 
e a estocagem (k) são efetuadas com as 
matérias primas formando uma lama.
37 38
39 40
41 42
8
Existe, geralmente, a formação de quatro 
compostos químicos considerados os 
principais componentes do cimento
Composição química
COMPOSTO CONSTITUIÇÃO SÍMBOLOS
Silicato tricálcico 3CaO.SiO2 C3S Alita
Silicato dicálcico 2CaO.SiO2 C2S Belita
Aluminato tricálcico 3CaO.Al2O3 C3A Dendrites
Ferroaluminato tetracálcio 4CaO.Al2O3.Fe2O3 C4AF Ferrita
Fonte: Elaborado com base em Neville (2015)
Conforme Jordani (2020)
O silicato tricálcico (C3S) e o silicato 
dicálcico (C2S) são mais encontrados
nos clínqueres de cimento Portland
Ambos apresentam, na sua composição, 
pequenas quantidades de íons de 
magnésio, alumínio, ferro, potássio,
sódio e enxofre
As formas impuras desses silicatos são 
chamadas de alita e belita, respectivamente
A estrutura da belita é irregular, os vazios 
formados na sua composição são menores 
e, devido a isso, é considerada menos 
reativa do que a alita
Na composição do cimento, o C3S
encontra-se aproximadamente 75% 
exposto, exercendo funções importantes 
nas características de endurecimento,
como na taxa de desenvolvimento
da resistência nas primeiras idades.
Já o C2S é responsável pelo ganho
de resistência ao longo do tempo 
O aluminato tricálcico (C3A) é o principal 
aluminato do clínquer de cimento Portland
Os compostos C3A e ferroaluminato
tetracálcio (C4AF), em sua composição, 
apresentam quantidades relevantes de 
magnésio, sódio, potássio e sílica
Esses compostos apresentam grandes vazios 
estruturais na sua composição, contribuindo 
para que possuam alta reatividade
O silicato de cálcio hidratado (C-S-H) compõe 
entre 50 e 60% do volume de sólidos de uma 
pasta de cimento Portland hidratada, sendo 
responsável pelas suas propriedades 
mecânicas (Jordani, 2020)
Já o hidróxido de cálcio (CH), também 
chamado de portlandita, é encontrado na 
pasta de cimento aproximadamente entre 20 
e 25% do volume de sólidos. Diferentemente 
do C-S-H, ele apresenta pequena colaboração 
na resistência (Jordani, 2020)
Outros componentes químicos são
formados na produção do cimento,
como MgO (Óxido de magnésio), TiO2 
(Dióxido de Titânio), Mn2O3 (Óxido de 
manganês), K2O (óxido de potássio) e 
Na2O (óxido de sódio) – uma porcentagem 
reduzida de massa do cimento
43 44
45 46
47 48
9
A definição da palavra hidratação na área
da química do cimento está relacionada
ao conjunto de alterações que acontecem 
quando o cimento anidro é combinado
com a água (Jordani, 2020)
Cimento anidro: é todo aquele que ainda
não foi colocado em contato com a água e, 
dessa forma, ainda não foi hidratado para 
que ocorra a reação de endurecimento
Hidratação
As reações que transformam o cimento 
Portland em agente ligante acontecem
na pasta de água e no cimento, ou seja,
na presença de água, os silicatos
e aluminatos formam produtos de 
hidratação, que, com o passar do tempo, 
formam uma massa firme e resistente, 
conhecida como pasta de cimento 
endurecida (Neville, 2015)
A hidratação do cimento Portland pode 
ocorrer por meio de dois mecanismos
Dissolução-precipitação: refere-se à 
dissolução de compostos anidros em 
seus constituintes iônicos, formação
de hidratos na solução. Em virtude
da sua baixa solubilidade, há a 
precipitação de hidratos resultantes
da solução supersaturada
Topoquímico:
as reações ocorrem diretamente na 
superfície dos componentes do cimento 
anidro sem que os compostos estejam em 
solução. No caso, em estágios seguintes, 
quando a mobilidade iônica na solução se 
torna restrita, a hidratação da partícula 
residual de cimento pode ocorrer por 
reações no estado sólido (Lyra, 2010)
É quando acontece a mistura do cimento com 
a água, ocorrendo a dissolução dos sulfatos 
alcalinos que liberam íons K+, Na+ e SO42-
Também nesta etapa se inicia a dissolução 
das fases anidras C3S, C3A e C4AF
A hidratação das partículas é
responsável pela formação do
primeiro pico de liberação de calor
Hidratação – estágio inicial Neste estágio, forma-se uma camada de
C-S-H sobre as partículas de cimento, com 
liberaçãode íons Ca2+ e OH- em solução
Juntamente com os íons Ca2+ e SO42-
presentes na solução, acontecem
reações com C3A e C4AF dissolvidos
Há a formação de um gel amorfo, rico em 
aluminato, sobre a superfície dos grãos de 
cimento com o aparecimento de agulhas da 
fase etringita (AFt) sobre o gel e na solução 
(Lyra, 2010)
49 50
51 52
53 54
10
Ocorre a hidratação da cal livre (CaO) e uma 
reação de baixa intensidade com a alita
Nesta etapa, acontece o que se chama
de período dormente, ou seja, há uma 
desaceleração da velocidade das reações
em virtude da deposição de gel hidratado 
sobre os grãos, formando uma barreira
entre as fases anidras e a fase aquosa
Hidratação – período de indução O período dormente ocorre por um intervalo 
de tempo entre 30 minutos e 3 horas. 
Passado esse prazo, a barreira sobre
o grão de cimento se rompe e acaba 
coincidindo com a nucleação e o
crescimento de C-S-H e Ca (OH)2
(Lyra, 2010)
Nucleação é o “surgimento de pontos de 
precipitação de estruturas cristalinas ou 
amorfas na solução ou na superfície do 
material” (Maciel, 2017, p.21)
Ocorre uma intensa liberação de calor por 
parte do desenvolvimento da hidratação e 
uma rápida formação de C-S-H e hidróxido
de cálcio, com o decrescimento da 
concentração de íons Ca2+ na solução
Decaimento da concentração dos
íons SO42- em solução e ocorrência da 
dissolução total do sulfato de cálcio
Hidratação – estágio de aceleração
No período da aceleração, ocorre a 
pega, caracterizando o pico máximo 
de calor liberado (Lyra, 2010)
Adsorção é a ligação entre os íons ou 
outras unidades moleculares em uma 
superfície sólida (Maciel, 2017)
A taxa de reação decresce progressivamente,
e a hidratação passa a ser controlada pelo 
mecanismo de difusão iônica ou por reação 
topoquímica
A formação do C-S-H e do hidróxido de cálcio 
acontece de forma mais lenta, e a hidratação da 
belita passa a ser mais relevante (Lyra, 2010)
Difusão é o “transporte dos íons dissolvidos 
através da solução de poros entre as partículas 
das suspensões cimentícias” (Maciel, 2017, p.21)
Hidratação – estágio de desaceleração
Há reação da fase AFt com
o C3A e o C4AF, formando o 
monossulfoaluminato de cálcio (AFm)
O fim da hidratação é alcançado quando
os grãos de cimento se hidratam por 
completo ou, então, quando não existir
mais a presença de água para ocorrer 
reações de hidratação (Lyra, 2010)
Hidratação – estágio final
55 56
57 58
59 60
11
Conforme Neville (2015):
É a passagem de um estado
fluído para um estado rígido
Por meio da utilização do aparelho de Vicat, 
é possível medir a resistência à penetração 
de uma agulha na pasta de cimento
Tal ensaio é regulamentado
pela NBR 16.607:2017
Pega
A partir do tempo de pega do cimento,
é possível saber o tempo disponível para 
realizar o manuseio do material, a mistura, o 
transporte, o lançamento e o adensamento
Pega X Endurecimento
Endurecimento se refere o aumento de 
resistência de uma pasta de cimento
após ter ocorrido a etapa de pega
Em todo o processo de pega, há mudanças 
de temperatura na pasta de cimento
O início da pega apresenta uma rápida 
elevação da temperatura, e o final da pega 
é quando ocorre o pico da temperatura
A finura refere-se ao tamanho dos grãos do 
produto. Saber o seu diâmetro possibilita
ter o controle da velocidade da reação de 
hidratação, pois tais dimensões influenciam 
nas qualidades da pasta, da argamassa e do 
concreto
A finura é determinada como resíduo em 
peneiras padrão como a de malha n. 200 
(75 𝜇𝑚) e a de malha n. 325 (45 𝜇𝑚)
Módulo de finura
Quanto mais fino for o cimento, mais rápida 
será sua reação, melhor sua resistência nas 
primeiras idades, menor a exsudação,
menor a segregação e maior a coesão,
a impermeabilidade e a trabalhabilidade
A distribuição granulométrica do cimento: 
análise da área superficial do cimento pelo 
método Blaine de permeabilidade ao ar
(NBR 16.372:2015)
O calor de hidratação é a quantidade de 
calor, em Joules/grama ou caloria/grama 
de cimento não hidratado, que se desprende 
na hidratação completa a uma certa 
temperatura (Neville, 2015)
Calor de hidratação
61 62
63 64
65 66
12
Segundo Mehta e Monteiro (2008)
O calor de hidratação pode ser 
desfavorável quando se está trabalhando 
com estruturas de concreto-massa
O calor de hidratação pode ser favorável 
em concretagem no inverno, quando 
temperaturas ambientes podem estar 
baixas para fornecer energia de ativação 
para as reações de hidratação 
COMPOSTO
CALOR DE HIDRATAÇÃO
A UMA DADA IDADE
(cal/g)
3 dias 9 dias 13 dias
Silicato tricálcico (C3S) 58 104 122
Silicato dicálcico (C2S) 12 42 59
Aluminato tricálcico (C3A) 212 311 324
Ferroaluminato tetracálcio (C4AF) 69 98 102
Fonte: Elaborado com base em Mehta e Monteiro (2008).
O aumento do calor de hidratação 
proporciona a formação de maior 
quantidade de C3S e C3A e se obtém
um cimento mais fino
Haverá uma diminuição do calor de 
hidratação do cimento ao se adicionar, 
em sua composição, escórias, pozolanas
e cinzas volantes
Cimento CP I (cimento Portland comum)
Praticamente não é utilizado no Brasil
Muito utilizado nos Estados Unidos
Não possui qualquer tipo de adição na sua 
composição, apresenta apenas o gesso
É empregado em pesquisas quando se 
pretende observar o comportamento da 
pasta de cimento sem a influência das 
adições
Tipos de cimento
Cimento CP II (cimento Portland composto)
Mais empregado no Brasil
É semelhante ao CP I, diferindo apenas
na proporção de adições recebidas
CP II – F (cimento Portland Composto 
com adição de material carbonático)
CP II – E (cimento Portland Composto 
com adição de escória)
CP II – Z (cimento Portland Composto 
com adição de material pozolânico)
Cimentos
CP III (cimento Portland de alto-forno) 
e CP IV (cimento Portland pozolânico) 
Proporcionam ao concreto
menor calor de hidratação
Maior resistência ao ataque
por sulfatos e cloretos
Maior resistência à compressão em
idades mais avançadas e maior
resistência à tração e à flexão
67 68
69 70
71 72
13
Segundo Battagin e Battagin (2017),
ambos os cimentos:
Contribuem para maior estabilidade, 
durabilidade e impermeabilidade 
Apresentam, em suas composições, 
baixos teores de C3S e elevados teores 
de C2S
São recomendadas as seguintes
utilizações do cimento CP III e CP IV
(Battagin; Battagin, 2017)
Obras de concreto-massa, como
barragens e peças de grandes dimensões
Obras em contato com ambientes 
agressivos por sulfatos, terrenos
salinos, entre outros
Tubos e canaletas para condução
de líquidos agressivos, esgotos
ou efluentes industriais
Concretos com agregados reativos;
pilares de pontes ou obras submersas
em contato com águas correntes puras
Obras em zonas costeiras ou em água
do mar; pavimentação de estradas e
pistas de aeroportos
CP V – ARI
(cimento Portland de alta resistência inicial)
Cimento com maior teor de C3S
Material mais fino em comparação
com os demais cimentos
Apresenta maior teor de C3A,
o que proporciona ao concreto atingir
elevadas resistências já nas primeiras 
idades, (indústria de pré-moldados e 
aplicação de protensão)
Entretanto, com o passar dos dias, a 
velocidade da aceleração da resistência vai 
sofrendo um decréscimo, e os valores finais 
são próximos aos obtidos para os demais 
tipos de cimento a idades avançadas 
(Battagin; Battagin, 2017)
Recomenda-se a utilização do
cimento CP – RS (cimento Portland
resistente a sulfatos)
Em obras que estarão em contato com 
ambientes agressivos por sulfatos
Em tubos e canaletas para
condução de líquidos agressivos
(esgoto e efluentes industriais)
(Battagin; Battagin, 2017)
73 74
75 76
77 78
14
CP- BC
(cimento Portland de baixo calor de hidratação)
Apresenta taxas lentas de evolução de calor
É muito utilizado no interior de grandes 
estruturas de concreto, pois irá contribuir
para a diminuição da temperatura no interior 
dessas obras, evitando o aparecimento de 
fissuras de origem térmica
Gera até 260 J/g e até 300 J/g aos 3 dias
e 7 dias de hidratação, respectivamente 
(AssociaçãoBrasileira de Cimento Portland, 
2002)
CP-B (cimento Portland branco)
“É um tipo de cimento que se diferencia
dos demais pela coloração. A cor branca
é conseguida a partir de matérias-primas 
com baixos teores de óxidos de ferro e 
manganês e por condições especiais 
durante a fabricação, especialmente com 
relação ao resfriamento e à moagem do 
produto” (Associação Brasileira
de Cimento Portland, 2002 
https://cimento.org/cp-b-cimento-
portland-branco/)
DESIGNAÇÃO
NORMALIZADA SIGLA
CLASSE DE
RESISTÊNCIA
CLÍNQUER
+ 
SULFATOS
DE CÁLCIO
ESCÓRIA
GRANULADA
DE ALTO-FORNO
MATERIAL 
POZOLÂNICO
MATERIAL 
CARBONÁTICO
Cimento Portland Comum
CP I
25, 32 OU 40
95 - 100 0 - 5
CP I - S 90 - 94 0 0 6 - 10
Cimento Portland composto 
escória granulada de alto-forno CP II - E 51 - 94 6 - 34 0 0-15
Cimento Portland composto
com material pozolânico CP II - Z 71 - 94 0 6 - 14 0-15
Cimento Portland composto
com material carbonático CP II - F 75 - 89 0 0 11 - 25
Cimento Portland
de alto-forno CP III 25 - 65 35 - 75 0 0 - 10
Cimento Portland pozolânico CP IV 45 - 85 0 15 - 50 0 - 10
Cimento Portland de
alta resistência inicial CP V ARI 90 - 100 0 0 0 - 10
Cimento
Portland 
branco 
Estrutural
CPB
25, 32 OU 40 75 - 100 - - 0 - 25
Não estrutural - 50 - 74 - - 26 – 50
Fonte: Elaborado com base na NBR 16.697 (Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2018). Fonte: Associação Brasileira de Cimento Portland (2002).
Resistência aos 
28 dias (MPa)Tipo de cimento
Composição Adição
CP XX – X – R
60
50
40
30
20
10
R
es
is
tê
n
ci
a 
à 
co
m
p
re
ss
ão
 (
M
P
a)
1 3 7 28Idade (dias)
CP II
CP I-S
CP V
CP III
CP IV
Adições
A produção de cimentos Portland
com adições minerais apresenta
diversas vantagens técnicas
Maior durabilidade de
estruturas de concreto
Baixa permeabilidade
Resistência ao ataque
de cloretos e sulfatos
Prevenção das reações álcali-agregado 
79 80
81 82
83 84
15
Elevada resistência à compressão em 
idades posteriores, além de diversificar
as aplicações e características do cimento
As adições preservam o ambiente
ao aproveitar resíduos e diminuir
a extração de matéria-prima e as
emissões de gases de efeito estufa 
(Battagin; Battagin, 2017)
O sulfato de cálcio na forma de 
hemidratado é conhecido como
gesso na construção civil
O gesso é encontrado sob a
forma de gipsita (CaSO4.2 H2O)
Objetivo: aumentar o tempo de pega
e de endurecimento, como resultado
de sua ação em retardar algumas das 
reações de hidratação
Sulfato de cálcio
Ihor Matsiievskyi/Shutterstock
O ferro fundido (gusa) e a escória líquida
são produzidos a partir do tratamento em 
alto-forno de minério de ferro
As escórias líquidas resfriadas com água 
(granuladas) ou com aspersão de ar e água 
formam nódulos vítreos e apresentam 
propriedades hidráulicas latentes
Escória de alto-forno
A adição da escória de
alto-forno no cimento 
Portland proporciona 
melhorias em algumas 
propriedades do cimento: 
maior durabilidade e
maior resistência em
idades mais avançadas
(Battagin; Battagin, 2017)
Marina Gordejeva/Adobe stock
Os materiais pozolânicos são 
silicosos ou sílico-aluminosos, 
tendo pouca ou nenhuma 
atividade aglomerante, mas, 
finamente pulverizados e na 
presença de água, reagem 
com o hidróxido de cálcio
à temperatura ambiente, 
formando produtos com 
capacidade cimentante 
(Oliveira, 2010)
Materiais pozolânicos
hcast/Adobe stock
O fíler calcário é um material
carbonático finamente dividido,
que tem a finalidade de tornar
os concretos e as argamassas
mais trabalháveis, pois suas partículas 
apresentam dimensões adequadas para
se posicionar entre os grãos dos demais 
componentes do cimento, funcionando como 
um lubrificante (Battagin; Battagin, 2017)
Fíler calcário
RHJ/Adobe stock
85 86
87 88
89 90
16
Aditivos
Os aditivos químicos são produtos usados
em pequenas quantidades nos concretos
de cimento Portland e contribuem para a 
ocorrência de modificações nas propriedades 
da mistura
O intuito da utilização dos aditivos é obter 
um produto com maior qualidade, ou seja, 
dependendo da necessidade, com maior 
trabalhabilidade, com maior resistência
às solicitações mecânicas e químicas,
mais duráveis e até mais econômicos
(NBR 11768:2011)
A utilização do ar incorporado
Facilita o lançamento do concreto 
Aumenta a coesão
Diminui a exsudação
Impede a sedimentação dos grãos
inertes presentes nos agregados
Incorporadores de ar
Obstrui possíveis passagens por
onde a água poderia percolar,
rompendo a aderência matriz-agregado
Melhora a durabilidade do concreto
no sentido da diminuição de sua 
permeabilidade
Reduz a resistência mecânica do concreto
O aditivo redutor de água reduz a quantidade 
de água necessária para a obtenção de um 
concreto de certa consistência
Tais aditivos empregados no concreto
no estado endurecido aumentam as 
resistências mecânicas pela redução
do fator água/cimento para a mesma 
trabalhabilidade (Fioratti, 2022)
Redutores de água Na utilização desses aditivos no concreto
no estado fresco, as contribuições são
(Fioratti, 2022)
Redução do consumo de água
para a mesma plasticidade
Aumento da plasticidade para a
mesma quantidade de água de mistura 
Para o mesmo abatimento (slump),
o concreto usualmente apresenta melhor 
trabalhabilidade, menor segregação e, 
consequentemente, melhores condições
de adensamento e bombeamento
91 92
93 94
95 96
17
O princípio desses aditivos é o aumento
das propriedades mecânicas e a redução
da porosidade provenientes da diminuição
da quantidade de água aplicada no preparo 
do concreto
Os concretos com a presença desses
aditivos são mais densos e, dessa forma,
são mais resistentes a elementos agressivos
(Fioratti, 2022)
Dispersantes – fluidificantes
Segundo Fioratti (2022), a utilização dos 
retardadores de pega
Possibilita o não aparecimento de juntas 
frias nas concretagens de grande porte
Proporciona a existência de resistências 
homogêneas em todas as seções, em 
concretagens de grandes volumes 
Permite que haja concretagem
em dias de altas temperaturas
Modificadores de pega
Conforme Fioratti (2022)
A utilização dos aceleradores do tempo
de pega contribui para que os materiais 
apresentem uma evolução rápida das 
resistências nas primeiras idades, entretanto, 
as resistências finais sofrem uma redução
Há também o aumento da variação de
volume e diminuição da resistência do
material aos sulfatos
Pode contribuir para o aparecimento
da corrosão de barras de aço quando o 
recobrimento de concreto é insuficiente
Tais aditivos têm a capacidade de tornar
o concreto praticamente impermeável
Absorção capilar: são substâncias que,
na presença da cal liberada no processo
de hidratação do cimento, fixam-se tanto 
nas paredes dos poros quanto nas de 
pequenos capilares e, ao secar, formam 
uma fina película, contribuindo para
que o concreto seja repelente à água
Impermeabilizantes
Os aditivos com a atuação de reduzir a 
porosidade são pós muito finos que têm 
como objetivo obstruir a passagem de
água pelos poros ou pelas fissuras
(Fioratti, 2022)
São responsáveis por produzir a expansão
do concreto durante o período da hidratação
Existem dois tipos: geradores de
gás e estabilizadores de volume
O alumínio em pó é um dos mais
usuais aditivos geradores de gás.
É muito empregado nos reparos
de estruturas com a finalidade
de melhorar a aderência do aço
Expansores
97 98
99 100
101 102
18
Os aditivos estabilizadores de
volume reagem com o cimento
durante o processo de hidratação,
o qual tem um comportamento
expansivo no material utilizado, com
o objetivo de compensar a retração
(Fioratti, 2022)
103

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