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fisioterapia reumato

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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Interpretar os exames complementares em reumatologia.
 > Realizar a avaliação da dor e das capacidades físicas.
 > Aplicar questionários, escalas e testes funcionais de interesse da fisio-
terapia em reumatologia.
Introdução
As doenças reumatológicas apresentam um carácter crônico e progressivo, 
o que implica a necessidade de um diagnóstico rápido e o acompanhamento dos 
pacientes de forma sistemática. Tanto o diagnóstico quanto o acompanhamento 
dos pacientes pode ser feito por meio de avaliações funcionais e subjetivas, 
ou, ainda, por meio de exames de imagem e laboratoriais.
Alguns exemplos de avaliações funcionais e subjetivas são as escalas para 
avaliar intensidade da dor, capacidade funcional (desempenho muscular, am-
plitude de movimento, equilíbrio estático e dinâmico, condicionamento car-
diorrespiratório), transtornos emocionais, níveis de atividade das doenças, etc. 
Entre os exames de imagem estão a ultrassonografia, a ressonância nuclear 
magnética, a tomografia computadorizada e a radiografia; já entre os labora-
toriais estão a pesquisa e a detecção de autoanticorpos. 
Avaliação 
fisioterapêutica 
em reumatologia
Gabriela Souza de Vasconcelos
Neste capítulo, você vai conhecer os exames de imagem e laboratoriais 
utilizados para o diagnóstico e o acompanhamento das doenças reumatológicas, 
as avaliações da intensidade da dor e da capacidade funcional, bem como 
questionários, escalas e testes especiais que podem ser aplicados ao longo 
da intervenção fisioterapêutica. 
Exames complementares em reumatologia
As doenças de origem reumatológicas apresentam manifestações musculoes-
queléticas associadas com sinais e sintomas de doenças sistêmicas. Em função 
disso, os diagnósticos clínico e cinético-funcional dessas doenças se tornam 
um desafio, uma vez que equívocos no diagnóstico desses pacientes pode 
repercutir de forma negativa no tratamento, seja clínico ou fisioterapêutico. 
Dessa forma, o diagnóstico das doenças reumatológicas deve levar em 
conta as informações obtidas a partir de manifestações clínicas e alterações 
presentes nos exames de imagem e laboratoriais. Além de contribuírem com a 
determinação do diagnóstico, esses exames auxiliam na avaliação da extensão 
da lesão, no prognóstico e no acompanhamento dos pacientes. 
Entre os exames de imagem utilizados na área de reumatologia é possível 
destacar a ressonância nuclear magnética, a tomografia computadorizada, 
a ultrassonografia, a radiografia, a cintilografia óssea e a densitometria 
óssea. Já entre os exames laboratoriais, estão pesquisa e identificação de 
autoanticorpos, detecção de antígenos de histocompatibilidade humana e 
dosagem e caracterização de crioglobulinas. A seguir, veja com mais detalhes 
alguns desses exames (CARVALHO et al., 2014).
Exames de imagens
Ressonância nuclear magnética
O exame de ressonância nuclear magnética (RNM) tem alta capacidade de 
diferenciar tecidos, podendo ser utilizado em todas as partes do corpo humano 
e explorar aspectos anatômicos e funcionais. A RNM é um exame não invasivo, 
que permite avaliar imagens nos planos transversal, coronal, sagital e oblíquos.
Avaliação fisioterapêutica em reumatologia14
Na avaliação do exame musculoesquelético, a RMN pode ser muito útil, 
pois produz imagens com excelente contraste entre tecidos moles (músculos, 
tendões, ligamentos, cápsulas, cartilagem articular, fibrocartilagem, medula 
óssea) e o osso. Dessa forma, a RNM pode contribuir para o diagnóstico e o 
prognóstico de diversas doenças reumatológicas, como artrite reumatoide, 
espondiloartropatias, artrite por cristais (gota, condrocalcinose), artrite 
séptica, artrites degenerativas, além das miopatias inflamatórias. 
Além disso, a RNM é o exame que apresenta a melhor sensibilidade na 
detecção da inflamação sinovial ativa, e isso pode fazer diferença na evolução 
de doenças, sobretudo no que se refere às artropatias, pois possibilita o 
diagnóstico e o tratamento precoces. 
Tomografia computadorizada
A tomografia computadorizada (TC) é mais sensível que os exames radiográ-
ficos por ser isenta de superposições. A TC é capaz de mostrar diferenças 
entre os tecidos moles e ósseos. Em doenças reumáticas, a TC costuma ser 
aplicada nas avaliações da coluna vertebral e discos intervertebrais (este-
nose de canal medular, espondilólise, espondilolistese e hérnias discais); 
em estudos articulares; para exclusão de situações que podem simular doença 
articular (trauma pélvico, fraturas acetabulares discretas e pequenos frag-
mentos intra-articulares); na detecção de erosões, osteofitose, subluxação, 
anquilose; e na avaliação da interface osso-prótese.
Ultrassonografia
O exame de ultrassonografia é muito utilizado em reumatologia, pois apre-
senta relativo baixo custo, rápida execução, ausência de exposição à radiação 
ionizante, capacidade de formar imagens em diferentes planos e quantificação 
de anormalidades em articulações e tecidos moles. 
A partir da ultrassonografia é possível detectar tendinites, bursites, lesões 
da cartilagem, erosões ósseas e inflamações articulares não diagnosticadas 
durante o exame físico, especialmente em pequenas articulações, como 
mãos e pés.
Por isso, a ultrassonografia é um método aplicado para detectar sinais 
e sintomas associados com doenças reumatológicas como a artrite reuma-
toide, entesites periféricas, osteoartrite, esclerodermia e das vasculites de 
grandes e pequenos vasos. Além de ser utilizado para guiar a aplicação de 
medicamentos nas infiltrações articulares e periarticulares. 
Avaliação fisioterapêutica em reumatologia 15
Radiografia
A radiografia é o exame de imagem mais antigo e o mais barato entre os 
demais métodos utilizados em reumatologia. Esse exame de imagem pode 
ser utilizado para o diagnóstico e para o acompanhamento da evolução 
do paciente, desde que a condição/doença seja óssea, pois ele mostra as 
estruturas dos tecidos moles de forma parcial. Por isso, não é recomendado 
para diagnóstico e acompanhamento de lesões e doenças que acometem os 
tecidos moles.
Geralmente, as incidências solicitadas para adequada avaliação são ante-
roposterior e perfil. Na impossibilidade da incidência anteroposterior, faz-se a 
oblíqua. Além disso, é frequente avaliar bilateralmente o segmento acometido 
para fim de comparação, em especial nos estágios iniciais e em crianças.
As radiografias podem ser aplicadas para detectar e acompanhar sinais 
e sintomas de diversas doenças reumatológicas, como osteoporose, osteo-
artrose, gota, artrite reumatoide, acondroplasia, displasias ósseas, outras 
anormalidades congênitas dos ossos, raquitismo, fraturas e/ou fissuras 
ósseas e espondiloartropatias. 
Exames laboratoriais
Pesquisa e identificação de autoanticorpos
Os autoanticorpos consistem em imunoglobulinas capazes de reconhecer 
antígenos presentes nas células e nos órgãos do indivíduo. Os autoanti-
corpos circulantes podem ser encontrados em indivíduos com condições 
inflamatórias crônicas, como as doenças reumatológicas, e, até mesmo, 
em indivíduos saudáveis. 
As doenças reumatológicas, em sua grande maioria, apresentam autoan-
ticorpos, e, por isso, esse tipo de exame é utilizado para detectar a presença 
de doenças ou acompanhar a evolução delas. 
Esse exame laboratorial é realizado por diferentes técnicas, como imu-
nodifusão dupla, contraimunoeletroforese, hemaglutinação passiva e ELISA 
(do inglês enzyme-linked immunosorbent assay — enzimaimunoensaio). Veja, 
no Quadro 1, os principais testes para autoanticorpos investigados em reu-
matologia e as respectivas doenças que eles conseguem detectar.
Avaliação fisioterapêutica em reumatologia16
Quadro 1. Testes para autoanticorpos utilizados para a detecção de doenças 
reumatológicas
Testes para autoanticorpos Doenças reumatológicas
Anticorpos antinúcleo (AAN) Maioria das doenças reumáticas (lúpus 
eritematoso sistêmico, esclerose 
sistêmica, artrite reumatoide, artrite 
reumatoide juvenil, síndrome de Felty,cirrose biliar primária, síndrome de 
Sjögren, dermatomiosite, entre outras), 
além de condições inflamatórias crônicas 
e neoplasias.
Anticorpos antiDNA nativo Lúpus eritematoso sistêmico.
Anticorpos antinucleossomo Lúpus eritematoso sistêmico.
Anticorpos contra antígenos 
nucleares extraíveis (antiENA)
Lúpus eritematoso sistêmico, polimiosite, 
esclerose sistêmica, doença mista do 
tecido conjuntivo.
Anticorpos anticitoplasma de 
neutrófilos (ANCA)
Granulomatose de Wegener.
Fator reumatoide Artrite reumatoide, artrite reumatoide 
juvenil, síndrome de Sjögren.
Anticorpos antifilagrina, 
antiprofilagrina e antipeptídeos 
citrulinados
Artrite reumatoide.
Anticorpos antirribossomal P 
(antiP)
Lúpus eritematoso sistêmico, hepatite 
autoimune tipo 1.
Anticorpos antiPM/Scl Síndrome de superposição de polimiosite, 
esclerose sistêmica.
Detecção de antígenos de histocompatibilidade humana
Os antígenos leucocitários humanos (HLA, do inglês human leococyte antigen) 
consistem em proteínas presentes na superfície celular codificadas por genes 
do complexo de histocompatibilidade principal. A caracterização de antígenos 
HLA tem sido utilizada para detectar doenças reumatológicas. Por exemplo, 
existe forte associação entre o alelo HLA-B27 com a espondilite anquilosante 
e artropatias reativas do tipo síndrome de Reiter.
Avaliação fisioterapêutica em reumatologia 17
Esse teste laboratorial é realizado pelas técnicas de microlinfocitotoxici-
dade, citometria de fluxo e por reação em cadeia da polimerase. Da mesma 
forma que os autoanticorpos, os antígenos HLA podem ser encontrados em 
indivíduos saudáveis e, por isso, é um exame complementar no diagnóstico 
das doenças reumatológicas.
Dosagem e caracterização de crioglobulinas
As crioglobulinas são imunoglobulinas que precipitam em temperaturas 
abaixo de 37°C e tornam a entrar em solução quando reaquecidas. Elas podem 
ser divididas em três tipos de acordo com a composição de imunoglobuli-
nas: I (alta concentração de imunoglobulina), II e III (baixas concentrações 
de imunoglobulina). A crioglobulina do tipo I está associada com doenças 
linfoproliferativas; a do tipo II está relacionada com doenças reumatológi-
cas, como síndrome de Sjögren e hepatite C; e a do tipo III está associada 
com doenças imunes e processos infecciosos crônicos. Valores superiores a 
80 μg/mL são considerados patológicos (CARVALHO et al., 2014). 
Como é possível observar, existem diversos exames de imagem e labo-
ratoriais utilizados para o diagnóstico de doenças reumáticas. Todavia, eles 
não excluem a importância de correlacionar os achados dos exames com os 
achados clínicos e cinético-funcionais. Isso também é justificado pelo fato 
de que muitas pessoas saudáveis apresentam alterações em exames de 
imagens e laboratoriais e, no entanto, não estão acometidas por doenças 
reumatológicas. 
Avaliação da dor e das capacidades físicas 
em reumatologia
Em geral, o primeiro contato do fisioterapeuta com o paciente é caracterizado 
pela avaliação cinético-funcional. Nas doenças reumatológicas isso não é 
diferente, e a avaliação cinético-funcional detalhada e criteriosa deve con-
templar diversos aspectos da vida do paciente, como identificação, avaliação 
da queixa principal e da duração dos sintomas, história clínica da doença 
atual, informações complementares, avaliação de antecedentes pessoais e 
familiares, exame físico e análise de exames complementares (CARVALHO 
et al., 2014).
Avaliação fisioterapêutica em reumatologia18
O exame físico consiste na observação e na palpação de estruturas que 
possam estar alteradas e causando os sinais e os sintomas relatados pelo 
paciente. Dois aspectos do exame físico são importantes na avaliação cinético-
-funcional de pacientes com doenças reumatológicas: a intensidade da dor e 
a capacidade funcional. Esses dois aspectos podem ser mensurados e ana-
lisados de diferentes formas, as quais você verá com mais detalhes a seguir.
Intensidade da dor
A intensidade da dor é uma mensuração subjetiva, que parte da autoavaliação 
do paciente em relação à percepção do seu estado geral e das experiências 
pregressas com dor e disfunções. Dessa forma, não existe um exame ou 
um teste específico para mensurar a intensidade da dor, o que existem são 
escalas simples, de baixo custo e de fácil utilização.
As escalas mais comumente utilizadas para avaliar a intensidade da dor 
são a escava visual analógica (EVA) e a escala numérica de dor. A EVA é uma 
linha reta de 10 cm, cuja extremidade esquerda é 0, que representa sem dor, 
e a extremidade direita é 10, que representa a pior dor possível. A partir dessa 
referência, o paciente marca na linha onde ele considera que se encontra 
a intensidade da sua dor, e, após, o fisioterapeuta mede com uma régua 
(CORBACHO; DAPUETO, 2010). 
A escala numérica de dor tem a mesma referência que a EVA, a diferença 
entre elas é que na numérica o paciente consegue visualizar os números e 
marcar exatamente o número que ele considerou. 
As duas escalas podem ser aplicadas em repouso ou em movimentos 
específicos que sejam de interesse da fisioterapia. Além disso, como elas 
são simples e práticas, podem ser aplicadas na avaliação cinético-funcional e 
periodicamente durante os atendimentos, como forma de comparar e avaliar 
a evolução do quadro cinético-funcional do paciente em relação aos sintomas 
dolorosos.
Capacidade funcional
A capacidade funcional diz respeito à habilidade do paciente em desempenhar, 
de forma independente, suas atividades de vida diária (AVD) e atividades 
instrumentais de vida (AIVD). Para isso, é preciso que ele tenha mobilidade 
articular preservada, bom desempenho muscular, equilíbrio e propriocepção, 
assim como condicionamento cardiorrespiratório. 
Avaliação fisioterapêutica em reumatologia 19
Dessa forma, é possível avaliar a capacidade funcional de diferentes 
maneiras, por meio de testes funcionais e especiais, como amplitude de 
movimento, desempenho muscular, padrão da marcha, atividades funcionais, 
além de questionários/escalas que conseguem abranger diversos critérios 
da capacidade funcional. A seguir, veja alguns testes com detalhes.
 � Amplitude de movimento: a amplitude passiva, ativa e/ou ativoassistida 
deve ser mensurada em pacientes reumatológicos e pode ser feita por 
meio de goniômetros manuais ou digitais, flexímetro, inclinômetros, 
entre outros dispositivos (O´SULLIVAN; SCHMITZ, 2010).
 � Desempenho muscular: o desempenho muscular de diferentes gru-
pos musculares pode ser avaliado por meio de escalas manuais de 
graduação da força muscular (escala muscular de Kendall), dinamo-
metria isocinética, dinamometria manual, dinamometria de preensão 
manual, eletromiografia de superfície, testes especiais e funcionais, 
como sentar e levantar (desempenho dos membros inferiores) e rosca 
bíceps (desempenho dos membros superiores), entre outros testes 
(O´SULLIVAN; SCHMITZ, 2010).
 � Padrão de marcha: a marcha é uma das funções essenciais para o 
paciente conseguir desempenhar suas atividades. Por isso, o fisiotera-
peuta deve avaliar o padrão de marcha do paciente e, caso necessário, 
determinar as alterações que precisam ser corrigidas com o tratamento 
fisioterapêutico. A avaliação da marcha consiste em solicitar que o 
paciente caminhe da forma mais natural possível enquanto o fisiote-
rapeuta observa possíveis alterações nos planos frontais e sagitais 
(O'SULLIVAN; SCHMITZ, 2010).
 � Atividades funcionais: o fisioterapeuta deve solicitar que o paciente 
realize movimentos funcionais além da marcha, como sentar e levantar, 
subir e descer degraus, alcançar objetos, levar alimentos à boca, entre 
outros, para identificar se existem alterações motoras que precisam 
ser corrigidas (O´SULLIVAN; SCHMITZ, 2010).
A partir das informações obtidas por meio das escalas de dor e dos tes-
tes para avaliar a capacidade funcional, o fisioterapeuta terá condições de 
determinar os objetivos e os recursos fisioterapêuticos mais adequados 
para cadapaciente. Além disso, cada doença reumatológica pode acometer 
segmentos e articulações diferentes, o que faz com que a necessidade da 
Avaliação fisioterapêutica em reumatologia20
aplicação desses testes também esteja relacionada com a especificidade de 
cada quadro cinético-funcional e com o histórico do paciente, relatado na 
primeira parte da avaliação cinético-funcional.
Leia mais sobre avaliação da intensidade da dor e da qualidade de 
vida por meio da escala visual analógica da dor e do questionário de 
qualidade de vida SF-36 em pacientes com doenças reumáticas osteoarticulares, 
como osteoartrite, espondilite anquilosante ou artrite reumatoide no artigo “Dor 
e qualidade de vida em indivíduos com doenças reumáticas osteoarticulares”, 
disponível no site da Revista Inspirar Movimento & Saúde. 
Questionários, escalas e testes funcionais 
aplicados em reumatologia
Para complementar a avaliação cinético-funcional de pacientes com doenças 
reumatológicas, existem diversos questionários, escalas e testes funcionais 
e especiais que podem ser aplicados. Esses questionários, escalas e testes 
têm objetivos específicos e diversos, sendo que a necessidade de suas apli-
cações deve estar associada com as informações obtidas nas etapas iniciais 
da avaliação cinético-funcional.
Em relação à área de reumatologia, os questionários, escalas e testes 
funcionais e especiais pretendem avaliar a capacidade funcional (desem-
penho muscular, desempenho cardiorrespiratório, equilíbrio, amplitude de 
movimento), qualidade de vida, presença de transtornos emocionais (ansie-
dade, depressão, cinesiofobia, catastrofização), nível de atividade da doença 
reumática, entre outros aspectos. 
Alguns exemplos de escalas e de testes especiais e funcionais que avaliam 
a capacidade funcional são: HAQ (do inglês Health Assessment Questionnaire 
— Questionário de Avaliação da Saúde) (diversos aspectos da capacidade fun-
cional), teste de sentar e alcançar (amplitude de movimento e flexibilidade dos 
músculos posteriores do membro inferior), teste de caminhada de 6 minutos e 
teste Timed up and go (TUGT — condicionamento cardiorrespiratório), Escala 
de Equilíbrio Funcional de Berg e Bateria de Testes de Guralnik (equilíbrio e 
propriocepção), entre outros exemplos.
Avaliação fisioterapêutica em reumatologia 21
A qualidade de vida, por exemplo, pode ser avaliada por meio dos ques-
tionários Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey (SF-36) e 
Medical Outcomes Study 12-item Short-Form Health Survey (SF-12). Para avaliar 
depressão pode ser aplicado o Beck Depression Inventory (BDI), e para avaliar 
a ansiedade do paciente pode ser utilizado o Beck Anxiety Inventory (BAI). 
A cinesiofobia pode ser mensurada por meio do Tampa Scale for Kinesiophobia, 
e a catastrofização por meio da Escala de catastrofização de dor.
Esses são alguns exemplos de questionários, escalas e testes especiais e 
funcionais utilizados em paciente de reumatologia. Veja a seguir a descrição 
e aplicação de alguns deles.
Capacidade funcional
 � Health Assessment Questionnaire (HAQ): pode ser aplicado para avaliar 
a capacidade funcional dos pacientes com doenças reumatológicas, 
por meio das seguintes categorias: vestimenta e presença física, acor-
dar, alimentar-se, andar, higiene, alcance, pegada e outras atividades 
do dia a dia (CORBACHO; DAPUETO, 2010). 
 � Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey (SF-36): 
avalia capacidade funcional e qualidade de vida do paciente com doença 
reumatológica por meio de oito dimensões do SF-36: função física, 
função social, papel físico, papel emocional, saúde mental, vitalidade, 
dor corporal, saúde geral (ALVES et al., 2012).
 � Medical Outcomes Study 12-item Short-Form Health Survey (SF-12): 
versão reduzida do SF-36, avalia a capacidade funcional e qualidade 
de vida do paciente por meio de 12 itens advindos das oito dimensões 
do SF-36 (CORBACHO; DAPUETO, 2010). 
 � Teste de sentar e alcançar: avalia a amplitude de movimento articular 
da cadeia muscular posterior dos membros inferiores. O paciente 
deve estar sentado com o membro inferior a ser avaliado estendido 
e, em seguida, deve ser orientado a tentar alcançar o pé (flexionando 
o tronco) até o limite da amplitude articular. O fisioterapeuta medirá 
a distância alcançada (SANTANA et al., 2014).
 � Teste de Caminhada de 6 minutos (TC6M): avalia a capacidade funcional e 
o condicionamento cardiorrespiratório do paciente. Em um percurso de 
20 a 50 metros, o paciente será orientado a caminhar a maior distância 
possível durante seis minutos. Além de cronometrar, o fisioterapeuta 
também irá medir a distância percorrida (SANTANA et al., 2014).
Avaliação fisioterapêutica em reumatologia22
 � Bateria de Testes de Guralnik ou Short Physical Performance Battery 
(SPPB): avalia a capacidade funcional combinando dados de equilíbrio 
estático de testes de velocidade da marcha e de força de membros in-
feriores (teste de sentar e levantar), além refletir o planejamento motor 
e as estratégias cognitivas. O paciente será orientado a permanecer 
nas seguintes posições por 10 segundos: em pé com os pés juntos, 
em pé com um pé parcialmente à frente e em pé com um pé totalmente 
à frente. Após, ele deverá ser orientado a caminhar, em passo habitual, 
uma distância de 4 metros, enquanto o fisioterapeuta cronometra o 
tempo. Por fim, ele será orientado a levantar e se sentar em uma cadeira 
5 vezes consecutivas o mais rápido que conseguir. Para cada etapa do 
teste, o fisioterapeuta atribuirá notas de acordo com o desempenho 
do paciente (LOURENÇO; ROMA; ASSIS, 2015).
Transtornos emocionais
 � Beck Depression Inventory (BDI): avalia sintomas depressivos e pode 
ser utilizado em pacientes com doenças reumatológicas. Por meio de 
21 questões, pontuadas de 0 a 3, a depressão pode ser classificada em 
leve (0 a 18 pontos), moderada (19 a 29 pontos) e grave (30 a 62 pontos) 
(TROCOLI; BOTELHO, 2016).
 � Beck Anxiety Inventory (BAI): avalia sintomas de ansiedade por meio 
de 21 questões, também pontuadas de 0 a 3. A ansiedade pode ser 
classificada como leve (0 a 15 pontos), moderada (16 a 25 pontos) 
ou grave (26 a 63 pontos) (TROCOLI; BOTELHO, 2016).
 � Tampa Scale for Kinesiophobia (TSK): avalia a cinesiofobia (medo do 
movimento), que pode estar relacionada com a cronicidade dos sin-
tomas. Por meio de 17 questões, pontuadas de 1 a 4, a cinesiofobia do 
paciente pode ser classificada como leve (17 a 34 pontos), moderada 
(35 a 50) ou grave (51 a 68) (TROCOLI; BOTELHO, 2016).
 � Escala de catastrofização de dor: avalia o nível de catastrofização do 
paciente, por meio de 13 itens, pontuados de 0 a 4 e subdivididos em 
três subescalas: ruminação (4 itens), magnificação (3 itens) e desânimo 
(6 itens). Os pacientes com valores superiores a 24 são considerados 
como catastrofizadores e abaixo de 15 pontos como não catastrofi-
zadores (BALIZA; LOPES; DIAS, 2014).
Avaliação fisioterapêutica em reumatologia 23
Todos esses questionários, escalas e testes funcionais e especiais po-
dem ser utilizados para complementar as informações obtidas na avaliação 
cinético-funcional e, consequentemente, contribuir com a elaboração do plano 
de tratamento fisioterapêutico dos pacientes com doenças reumatológicas. 
Além disso, a reaplicação desses questionários, escalas e testes funcionais 
e especiais ao longo do tratamento fisioterapêutico permitirá avaliar a efe-
tividades dos recursos fisioterapêuticos escolhidos, bem como determinar 
o momento da alta do paciente. 
Neste capítulo, portanto, você pôde observar que as doenças reumatoló-
gicas apresentam caráter crônico, progressivo e degenerativo, o que acarreta 
uma série de prejuízos aos indivíduos, diminuindo a capacidade funcional e a 
qualidade de vida. Dessa forma, inúmeros exames de imagem e laboratoriais 
têm sido utilizados para complementar as avaliações clínicas, com o intuito 
de realizar o diagnóstico clínico o mais breve possível.
Além dos exames de imageme laboratoriais, diversos questionários, 
escalas e testes funcionais podem ser aplicados aos pacientes para avaliar 
o comportamento dos sintomas, mas também para acompanhar a evolução 
clínica e cinético-funcional frente aos tratamentos clínicos e fisioterapêuticos 
que estão sendo recomendados aos pacientes com doenças reumatológicas.
Referências
ALVES, A. M. B. et al. Avaliação de instrumentos de medida usados em pacientes com 
fibromialgia. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 52, n. 4, 2012. Disponível em: https://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042012000400003. Acesso 
em: 29 abr. 2021.
BALIZA, G. A.; LOPES, R. A.; DIAS, R. C. O papel da catastrofização da dor no prognóstico 
e tratamento de idosos com osteoartrite de joelho: uma revisão crítica da literatura.  
Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 17, n. 2, 2014. Disponível em: https://
www.scielo.br/scielo.php?pid=S1809-98232014000200439&script=sci_abstract&tlng=pt. 
Acesso em: 29 abr. 2021.
CARVALHO, M. A. P. et al. Reumatologia: diagnóstico e tratamento. 4. ed. São Paulo: 
AC Farmacêutica, 2014.
CORBACHO, M. I.; DAPUETO, J. J. Avaliação da capacidade funcional e da qualidade 
de vida de pacientes com artrite reumatoide. Revista Brasileira de Reumatolo-
gia, v. 50, n. 1, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0482-
-50042010000100004&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 29 abr. 2021.
LOURENÇO, M. D. A.; ROMA, I.; ASSIS, M. R. D. Correlation among functionality and 
balance assessment instruments in rheumatoid arthrits patients. Revista Brasileira 
de Educação Física e Esporte, v. 29, n. 3, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/
scielo.php?pid=S1807-55092015000300345&script=sci_abstract&tlng=en. Acesso em: 
29 abr. 2021.
Avaliação fisioterapêutica em reumatologia24
O’SULLIVAN, S. B.; SCHMITZ, T. J. Fisioterapia: avaliação e tratamento. 5. ed. São Paulo: 
Manole, 2010.
SANTANA, F. S. D. et al. Avaliação da capacidade funcional em pacientes com artrite 
reumatoide: implicações para a recomendação de exercícios físicos. Revista Brasi-
leira de Reumatologia, v. 54, n. 5, 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.
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2021.
TROCOLI, T. O.; BOTELHO, R. V. Prevalência de ansiedade, depressão e cinesiofobia em 
pacientes com lombalgia e sua associação com os sintomas da lombalgia. Revista 
Brasileira de Reumatologia, v. 56, n. 4, 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042016000400330&lng=pt&nrm=iso&tln
g=pt. Acesso em: 29 abr. 2021.
Leitura recomendada
ZANIN, C. et al. Dor e qualidade de vida em indivíduos com doenças reumáticas osteo-
articulares. Revista Inspirar Movimento & Saude, v. 16, n. 2, 2018. Disponível em: https://
www.inspirar.com.br/wp-content/uploads/2018/04/revista-inspirar-ms-46-585-2018.
pdf. Acesso em: 29 abr. 2021.
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Avaliação fisioterapêutica em reumatologia 25
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