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Universidade de Vassouras Nutrição MITOS OU VERDADES NA ALIMENTAÇÃO PARA A GESTANTE Professora: Isabela Bonomo Matéria: Materno infantil Aluna: Lara Dias, Keuly Oliveira,Ana Carolina Maricá 2023 Introdução: A gestação é responsável por diversas alterações fisiológicas, anatômicas e bioquímicas que ocorrem para suprir as necessidades metabólicas aumentadas e permitir ao corpo da mulher adaptar-se ao desenvolvimento fetal e ao parto. O consumo alimentar tem impacto direto na saúde materno fetal e sua realização de forma adequada durante a gestação é importante, uma vez que a demanda energética e nutricional tende a aumentar. O hábito alimentar brasileiro é um reflexo dos padrões socioculturais introduzidos pela imigração de diferentes grupos étnicos, dessa forma, há algumas superstições e proibições quanto ao consumo de alimentos, isolados ou em misturas, em certas etapas da vida ou estados fisiológicos, como por exemplo, menstruação, gestação e amamentação. Pessoas que acreditam nos tabus alimentares se privam do consumo de alimentos importantes para a sua nutrição, contribuindo para o agravamento de problemas nutricionais. Tabus: Proteínas: Destaca se a restrição de alguns tipos de proteína como: pato, carne de porco, frutos do mar, peixe, ovos, carne de caça e alguns tipos de galinhas, que pode vir a causar hemorragia, inflamação, má formação fetal, entre outras associações de problemas de saúde no feto e na mãe, como o desenvolvimento da “mola” (doença trofoblástica gestacional). Contudo, esse macronutriente é de extrema importância durante o período gestacional, pois a demanda energético proteica está associada com a produção de novos tecidos materno fetal, como o desenvolvimento da placenta e expansão do volume sanguíneo, e com o maior gasto energético, em função da massa corporal aumentada. A necessidade de proteínas eleva-se para 71g diárias durante esse período. Café: Ele é apontado, também, como um alimento que sofre restrições durante o período gestacional, com relatos de que pode “causar nervoso no bebê”. É importante destacar que essa bebida possui efeitos protetores como antioxidantes, anti inflamatórios, anti tumorais e quimioprotetores, entretanto, apresenta consequências em marcadores específicos neuronais (HNK1, N CAM, IGM), demonstrando alterações na formação do tubo neural. Desta forma, somente deve ser realizado o consumo de doses menores do que 150 mg/dia, 2 xícaras . Canela (Cinnamomum verum): Enfatiza se que a mesma é evitada para que não ocorra sangramentos indesejados e abortos. O uso é contraindicado pois pode causar relaxamento uterino, dessa forma, o seu uso como planta medicinal com finalidade terapêutica necessita de precauções, visto que contêm princípios ativos que podem causar transtornos no período gestacional. Frutas ácidas/amargas: Existem alguns tabus relacionados a algumas frutas, predominantemente o cupuaçu e o limão, no qual, as gestantes acreditavam ser causadoras de hemorragia, anemia e terem efeito abortivo para as mulheres que possuem “útero frágil”. Grávida deve comer muita salada crua: O maior problema relacionado à ingestão de salada crua é o risco de infecção por toxoplasmose. Aproximadamente 54% das gestantes são suscetíveis a esta doença (têm IgG e IgM negativos). A toxoplasmose é uma doença parasitária, geralmente assintomática e, quando contraída durante a gestação, pode levar ao retardo mental, cegueira no recém- nascido e até mesmo abortos. As formas de transmissão incluem contato com as fezes de gatos infectados, ingestão de vegetais e carnes contaminadas. Portanto, as grávidas que não são imunes à toxoplasmose devem evitar vegetais crus em restaurantes. Em casa quando bem higienizados (usando solução com cloro) podem ser consumidos. Análise crítica: Com o avanço da tecnologia, ficou mais fácil o repasse de notícias falsas. Mas muito além disso, pode-se observar um reflexo dos padrões socioculturais introduzidos pela imigração de diferentes grupos étnicos, dessa forma, há algumas superstições e proibições quanto ao consumo de certos alimentos, principalmente durante a gravidez. Nesse momento, além das alterações fisiológicas, a gestante está aberta para receber “dicas” de parentes, e de outras fontes não tão confiáveis. Visto isso, entende -se a importância de um acompanhamento nutricional , para que algum problema relacionado à alimentação não venha acontecer e se por ventura ocorra seja revertido da forma correta. Além da importância de políticas públicas relacionadas à educação nutricional dessas gestantes. A formulação de cartilhas educacionais sobre esse assunto, é um dos avanços que podem ser muito eficazes Seria ideal que fossem ofertadas gratuitamente na rede pública de saúde. Essa seria mais uma medida preventiva de educação nutricional, a fim de evitar problemas tanto na mãe quanto no feto. Referências: 1. Luz AMH, Berni NI de O, Selli L. Mitos e tabus da maternidade: um enfoque sobre o processo saúde-doença. Rev Bras Enferm [Internet]. 2007Jan;60(Rev. Bras. Enferm., 2007 60(1)):42–8. Available from: https://doi.org/10.1590/S0034-71672007000100008 HTTPS://WWW.BDM.UFPA.BR:8443/BITSTREAM/PREFIX/5264/1/TCC_CONSTRU CAOTECNOLOGIAEDUCACIONAL.PDF. CONSTRUÇÃO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL SOBRE CRENÇAS E TABUS ALIMENTARES NO PERÍODO GESTACIONAL. Disponível em: https://www.bdm.ufpa.br:8443/bitstream/prefix/5264/1/TCC_ConstrucaoTecnologiaE ducacional.pdf. Acesso em: 1 abr. 2023. https://doi.org/10.1590/S0034-71672007000100008
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