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Resumo por @olhaelanamed O pediatra deve trabalhar com a visão de integralidade da criança, que abrange as predisposições genéticas, as influências ambientais e os determinantes sociais da saúde. Dentre os determinantes sociais da saúde, destacam-se situações de vida e segurança alimentar, riscos ambientais, adaptações à gravidez, violência por parceiro íntimo, uso de tabaco, drogas e álcool pela mãe e fatores de proteção, referentes ao grau de informação, constelação familiar e tradições culturais. Por meio da vigilância do desensenvolvimento neuropscimotor (DNPM), o pediatra pode identificar transtornos comportamentais e do desenvolvimento, como o transtorno do espectro autista (TEA), que demanda intervenções precoce por equipe multidisciplinar para resgatar e melhorar o prognóstico. Na consulta deve-se verificar a situação vacinal, investigar as rotinas de refeições e de sono e observar a dinâmica familiar, para avaliar a relação entre pais e filhos, os vínculos parentais, manifestações de afeto, estabelecimento de limites ou permissividade e sinais que possam sugerir estresse tóxico, o qual pode causar danos irreversíveis ao DNPM da criança e aumentar os ricos para doenças orgânicas. Perguntar sobre o tempo diário de exposição a TV e outras tecnologias -> Pode levar a deficiências visuais, auditivas e posturais, disturbios do sono, alterações do humor, isolamento, agressividade, depressão, redução da capacidade cognitiva e produtiva, deficit de atenção, problmas de linguagem e transtornos ligados ao sedentarismo, como obesidade. (Controle do conteúdo e estabelecimento de limite de tempo) - Puericultura é o conjunto de ações pediatricas de monitoramento de situações da rotina que resultam em estratégias de promoção da saúde e prevenção de doenças. São objetivos da consulta na primeira semana de vida, segundo o MS (BRASIL, 2012): − Observar as relações familiares; − Facilitar o acesso ao serviço de saúde; − Possibilitar ou fortalecer o vínculo das famílias com as equipes de saúde; − Escutar e oferecer suporte emocional nessa etapa de crise vital da família (nascimento de um filho); − Estimular o desenvolvimento da parentalidade; − Orientar a família sobre os cuidados com o bebê; − Identificar sinais de depressão puerperal; − Promover o aleitamento materno exclusivo até o 6º mês de vida; − Prevenir lesões não intencionais; e − Identificar sinais de perigo à saúde da criança. Consulta dos 2 aos 4 anos de idade Época em que as crianças refinam as habilidades adquiridas nos 2 primeiros anos de vida e apresentam grande plasticidade neuronal, o que permite um vasto aprendizado. Nessa fase a criança aprende pela observação e imitação, faz grandes avanços na linguagem verbal, aprende a expressar seus sentimentos e adquire habilidades motoras, noções sobre o autocuidado, autonomia na alimentação e controle de esfíncteres, que possibilitará encerrar o uso de fraldas. Antes brincava sozinha, agora aprende a conviver em grupo. Puericultura do escolar: Consultas dos 5 aos 10 anos de idade: A partir do 5º ano passam a ser visitas anuais, aumentando a responsabilidade do pediatra, que precisa, nesta oportunidade, observar a capacidade da criança em seguir novas direções, avaliar suas habilidades de linguagem, nível de maturidade e capacidade motora. Resumo por @olhaelanamed Maior controle da habilidade social (escola, trabalhos em grupo) Devem obedecer às regras, se dar bem com seus pares e evitar extrapolações no comportamento. A partir dos 7 anos, aumenta a interatividade com os amigos e a criança começa a migrar do “Mundo em família” para o “mundo dos amigos”. A criança começa a mostrar seu desenvolvimento cognitivo e desenvolve suas forças e habilidades de comunicação para traçar uma trajetória de independência madura e autônoma. O superego recém-formado, ou consciência, permite a compreensão de regras, relacionamentos e costumes sociais. 7 a 8 anos a criança começa a olhar fora da família para novas ideias e atividades. Oportunidade boa para atividades coletivas, esportivas ou artísticas. 9 a 10 começa a fase da puberdade, desensolvimento da mama e testículos. Maioria dos amigos é do mesmo sexo, e tem grande importância na sua vida. Adolescência (10 aos 19 anos), período de grandes transformações físicas, psicológicas e sociais. Prioridades para consulta dos 5 e 6 anos: − Determinantes sociais de saúde: avaliar o contexto social da criança na − família e na escola. A segurança é fundamental; casos de violência em casa e na escola são frequentes nesta faixa etária. Observar o comportamento da criança na consulta, tentar o diálogo iniciando de modo lúdico. Agitação ou apatia são sinais de alerta − Desenvolvimento da saúde mental: é fundamental orientar os pais a − estabelecer regras e limites para uso das telas, hora de acordar, dormir e refeições. Reforçar que esta é a idade que a criança tem explosões de raiva, quer dominar as situações em casa e na escola. O objetivo é respeito acima de tudo. − Responsabilidade: a escola cobra rotina nas tarefas escolares e lições de casa, e os pais devem se envolver neste triângulo criança – escola – família − Avaliar crescimento e desenvolvimento: atenção para troca das curvas de crescimento; usar OMS, 2006, 5 a 19 anos. Também é importante nesta fase o uso das curvas de IMC. É tempo de avaliar a saúde bucal; nesta fase, normalmente as crianças iniciam a perda dos dentes de leite. Pode haver um atraso na erupção dos dentes definitivos e perda de espaço para os novos. Recomendar uma visita ao odontopediatra − Recomendações importantes: educação alimentar com limites para bebidas açucaradas, lanches, salgadinhos, fast food e junk food. Estimular atividades físicas com a recomendação de, no mínimo, 1 h/dia, com limitação ao uso de telas a 2 h/dia − Higiene do sono: limites para hora de dormir, sem uso de telas por, no mínimo, 1 h antes de iniciar o sono; evitar bebidas que contenham cafeína Prioridades para consulta dos 7 e 8 anos − Determinantes sociais de saúde: avaliar o temperamento da criança. É hora de intervir em caso de relatos de atitudes violentas ou submissas. Solicitar avaliação dos coordenadores escolares sobre o comportamento da criança, assim como dos pais sobre a rotina em casa. Sempre pesquisar casos de bullying − Desenvolvimento da saúde mental: avaliar o comportamento em casa, na escola e junto aos amigos − Responsabilidade: reforçar sempre o termo responsabilidade para os pais e para a criança − Avaliar crescimento e desenvolvimento: monitorar utilizando as curvas de crescimento e IMC − Recomendações importantes: sempre reforçar a importância da educação alimentar, higiene do sono e prática de Resumo por @olhaelanamed atividade físicas, e reduzir ao máximo o tempo de tela Atenção dos pais para os jogos utilizados no celular e sites acessados na internet Prioridades para consulta dos 9 e 10 anos − Estadiamento de Tanner: é hora de começar a trabalhar com as tabelas de Tanner − Importante tabular as curvas de crescimento e IMC − Radiografia de mãos e punho esquerdo para avaliação da idade óssea pode ser útil em alguns casos. − Avaliar a estrutura emocional da família e do pré-adolescente, assim como sua inserção no ambiente escolar. − É hora de os pais conhecerem, os amigos têm grande influência nesta época da vida − O estirão puberal e as mudanças na composição corporal, além do desenvolvimento gonadal, dos órgãos de reprodução, das características sexuais secundárias e dos sistemas e órgãos internos. Ocorre grande variabilidade no tempo de início, na duração e na progressão do desenvolvimento puberal. Considera-se atraso puberal a ausência de caracteres sexuais secundários em meninas a partir dos 13 anos; e em meninos a partir dos 14 anos. A monitoração do desenvolvimentopuberal é feita pela classificação de Tanner, que estudou e sistematizou a sequência dos eventos puberais em ambos os sexos, em 5 etapas; quanto ao sexo feminino, considera o desenvolvimento mamário e a distribuição e a quantidade de pelos púbicos; no sexo masculino, o aspecto dos órgãos genitais e também a quantidade e a distribuição dos pelos púbicos.. O adolescer é um processo natural de transformações físicas, biológicas e psíquicas em que ocorrem mudanças típicas no comportamento em busca de identidade de si mesmo, em busca de próprios modelos a despeito de padrões de relacionamento sociais e familiares vividos 1º CONSULTA: 7-10 dias Anamnese: tipo de parto, peso ao nascer, IG, índice de APGAR, intercorrências e antecedentes familiares Exame físico completo: 1. Peso, comprimento e perímetro cefálico 2. Desenvolvimento social e psicoafetivo 3. Estado geral 4. Face 5. Pele 6. Crânio 7. Olhos 8. Orelhas e audição 9. Narix 10. Boca 11. Pescoço 12. Tórax 13. Abdome 14. Genitália 15. Anus e reto 16. Sistema osteoarticular 17. Coluna vertebral 18. Avaliação neurológica Situações de vulnerabilidade: ✓ Criança residente em área de risco; ✓ Baixo peso ao nascer (inferior a 2.500g); ✓ Prematuridade (menos de 37 semanas gestacionais); ✓ Asfixia grave ou Apgar menor do que 7 no 5º minuto; ✓ Internações/intercorrências; ✓ Mãe com menos de 18 anos de idade; ✓ Mãe com baixa escolaridade (menos de oito anos de estudo); ✓ História familiar de morte de criança com menos de 5 anos de idade. Motilidade intestinal alterada – hiperperistaltismo colônico e pressão retal aumentada. Fala a favor dessa hipótese, a ação efetiva de alguns antiespasmódicos Resumo por @olhaelanamed cujos efeitos colaterais, às vezes graves, impedem seu uso terapêutico. Hormônios intestinais – a motilina, que exagera a peristalse intestinal, parece estar aumentada nos lactentes que sofrem de cólicas. Excesso de ar intragastrintestinal – a aerofagia poderia ser causa, mas também pode ser conseqüência do choro. O uso de antiflatulentos, como a simeticona (freqüentemente utilizada na prática), não se mostrou mais eficaz que o placebo, em estudo multicêntrico randomizado, o que fala contra essa hipótese. O excesso de gases também foi atribuído a uma má absorção fisiológica e transitória da lactose, mas as primeiras pesquisas não foram confirmadas Tipo de aleitamento – não se verificou diferença significativa entre crianças em aleitamento materno e as que recebem mamadeira, embora um estudo tenha mostrado que o pico da freqüência de cólicas era mais precoce nas crianças em aleitamento artificial (duas semanas de vida) do que nas amamentadas (seis semanas de vida). Wessel, Cobb, Jackson, Harris – Regra do três: Choro excessivo e inconsolável por mais de 3 horas por dia, com ocorrência de, no mínimo, 3 vezes por semana, e que desaparecem por volta do 3º mês de idade Existe uma tendência do bebê apresentar comportamentos de inquietude, irritação e choro no período compreendido das 18h às 24h Dentre elas destacam-se imaturidade do trato intestinal, hiper tonicidade congênita, alergias, tensão dos pais e meio-ambiente Até o 3º mês de vida o sistema nervoso e aparelho digestivo ainda estão em fase de adaptação ao ambiente extra-uterino Leite de vaca desencadeia o aparecimento de sintomas de cólica no bebê Com o objetivo de verificar nas amostras de leite humano a presença da Imunoglobulina Bovina (IgG) presente no leite de vaca ingerido pela mãe e o desenvolvimento da cólica no bebê. Identificaram em 29 mães que tinham bebês com cólica altos níveis de IgG (0,42mg/ml), quando comparados ao grupo de 30 mães de bebês sem cólica (0,32mg/ml). Os resultados sugerem que a Imunoglobulina Bovina (IgG) pode estar envolvida na etiologia da cólica do lactente. Estudando as relações entre a ingestão de alguns alimentos comprovou-se um risco relativo (RR) de 2,0 para o leite de vaca; 1,7 para cebola; 1,5 para chocolate; 1,3 para repolho e brócolis; 1,2 para couve-flor e 0,7 para carnes vermelhas, identificando uma associação significativa destes alimentos com os sintomas da cólica do lactente Clifford, Campbell, Speechley e Gorodzinsky(16) concluíram que mães empregadas ou que freqüentam escola em período integral durante a gravidez apresentam menor chance de que seus bebês venham a apresentar cólica. Bebês filhos de mães casadas ou que mantém relacionamento marital, quando comparados aos nascidos de mães solteiras, tiveram 70% menos chance de desenvolver cólica. Os autores afirmam que tais fatores estão diretamente associados ao grau de ansiedade materna - O emprego de música para o bebê em um estudo mostrou eficaz (porém, amostra pequena) Referencia: Kosminsky FS, Kimura AF. Cólica em recém- nascido e lactente: revisão da literatura. Ver Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2004 ago;25(2):147-56. | Murahovschi: Cólica do lactente SBP Detecção de um grupo de indivíduos com probabilidade elevada de apresentarem determinadas patologias. Teste do Pezinho ✓ Teste realizado a partir da coleta de sangue do RN para triagem de algumas doenças. ✓ Momento da coleta: 48h de vida a 30 dias (ideal – 3 a 5 dias). Doenças investigadas: Fenilcetonúria Resumo por @olhaelanamed Erro inato do metabolismo, de herança autossômica recessiva, cujo defeito metabólico (geralmente na fenilalanina hidroxilase), leva ao acúmulo de fenilalanina no sangue e aumento da excreção urinária de ácido Fenilpirúvico e fenilalanina. Quadro clínico: atraso do DNPM, deficiência mental, padrão autista, convulsões, odor característico na urina Triagem: dosagem de fenilalanina Diagnóstico: nova dosagem (dosar tirosina, dosagem urinária de pteridinas) Hipotireoidismo Hipotireoidismo congênito ocorre quando a glândula tireoide do RN não é capaz de produzir quantidades adequadas de hormônios tireoidianos, resultando em redução generalizada dos processos metabólicos. Classificação: ✓ Primária – quando a falha ocorre na glândula tireoide; ✓ Secundária – quando ocorre deficiência do TSH hipofisário; ✓ Terciária – quando ocorre deficiência do TRH hipotalâmico; ✓ Resistência periférica à ação dos hormônios tireóideos. Triagem: ✓ Alternativa 1: dosar TSH. Se TSH > 20 mUI/L, dosar T4 e TSH ✓ Alternativa 2: dosar T4 livre. SE < p10, medir TSH Diagnóstico: dosagem de T4 livre e TSH no soro Tratamento: reposição de levotiroxina ✓ O T4 é mantido entre 10 e 16mg/dl durante o 1° ano de vida. ✓ TSH é mantido abaixo de 5 mU/L. Hemoglobinopatias Doença falciforme, beta talassemias, alfa talassemias Triagem: Eletroforese por Focalização Isoelétrica (FIE) e Cromatografia Líquida de Alta Resolução (HPLC). Confirmação: análise de uma segunda amostra nas duas metodologias. Fibrose cística Doença hereditária severa mais comum, autossômica recessiva, que afeta especialmente pulmões e pâncreas, num processo obstrutivo por aumento da viscosidade do muco. A criança pode ficar assintomática de meses a anos. Triagem: dosagem de IRT (Tripsina Imuno Reativa) em pa+9pel filtro. Confirmação: nova dosagem de IRT e se positivo – eletrólitos no suor ou análise de DNA. Hiperplasia adrenal Síndromes transmitidas de forma autossômica recessiva que se caracterizam por diferentes deficiências enzimáticas na síntese dos esteroides adrenais: 21-hidroxilase responde por cerca de 95% dos casos As manifestações clínicas dependem da enzima envolvida e do grau de deficiência enzimática (total ou parcial). 21-Hidroxilase: Forma clássica perdedora de sal, forma clássica não perdedora de sal e forma não clássica Triagem: quantificação da 17-hidroxi-progesterona. ✓ 2x o p99 – testes confirmatórios ✓ p99, porém < 2x o p99 – repetir teste Exames confirmatórios: dosagem de 17-OHP (radioimunoensaio ou espectrometria de massa), cortisol, androstenediona, testosterona,sódio e potássio. Deficiência de biotunidase Doença metabólica hereditária na qual há um defeito no metabolismo da biotina. Quadro clínico: inicia-se na 7ª semana com distúrbios neurológicos e cutâneos, crises epiléticas, hipotonia, microcefalia, atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, alopecia e dermatite eczematoide. Resumo por @olhaelanamed Triagem: teste qualitativo - detectar a atividade da enzima biotinidase. Exame confirmatório: quantitativo – dosagem quantitativa da atividade da biotinidase ✓ Profunda: < 10% ✓ Parcial: entre 10 e 30% Tratamento: reposição de biotina Teste do olhinho A avaliação da visão é inicialmente feita através da inspeção e pesquisa do reflexo vermelho da retina, com o uso de oftalmoscópio (triagem ocular neonatal ou “Teste do Olhinho”). Deve ser realizado ainda na maternidade, sendo de fácil execução. Utiliza-se um oftalmoscópio, guardando a distância de 30 cm dos olhos do bebê, em ambiente escurecido. Através dele é possível detectar alterações que comprometem a transparência dos meios oculares tais como alterações do cristalino (catarata), alterações da transparência da córnea (glaucoma), condições que levam à alteração da transparência do vítreo desencadeadas por infecções (toxoplasmose), alterações da transparência do vítreo por tumor intraocular (retinoblastoma) ou descolamentos de retina tardios. Caso sejam identicadas alterações, o bebê deve ser encaminhado ao especialista para esclarecimento diagnóstico e conduta (BRASIL, 2013- c). É importante salientar que a criança deve ser testada 2 a 3 vezes ao ano até a idade de 3 anos Teste do Coraçãozinho Esse teste deve ser realizado na maternidade, tendo como objetivo a detecção precoce de cardiopatias. Nesse teste são medidos os batimentos cardíacos e a oxigenação através de oxímetro. Deve-se realizar oximetria de pulso nos recém-nascidos, em membro superior direito e um dos membros inferiores, antes da alta da unidade neonatal, entre as primeiras 24 a 48 h de vida do bebê. A saturação periférica deve ser maior ou igual a 95% em membro superior direito e membro inferior e a diferença entre as medidas deve ser menor que 3%; Caso a saturação seja menor que 95% ou a diferença entre as medidas de membro superior direito e membro inferior seja maior ou igual a 3%, deve-se realizar nova mensuração em 1 h. Sendo confirmada a alteração, deve-se realizar o ecocardiograma em até 24 h. Sendo confirmada a presença de cardiopatia, o recém-nascido será encaminhado ao serviço de referência para tratamento e seguimento. Teste Neonatal Auditivo Esse exame tem for finalidade a identfiicação precoce de deficiências auditivas em neonatos e lactentes. É um exame indolor, realizado por medidas fisiológicas e eletrofisiológicas da audição. A triagem auditiva por Emissões Otoacústicas Evocadas (EOAE), também conhecida como “Teste da Orelhinha”. Especial atenção aos neonatos com as seguintes características: História familiar de surdez permanente iniciada na infância; ✓ Permanência na UTI por período superior a 5 dias, ou aqueles expostos (independente do tempo de internação) à: ventilação extracorpórea, ventilação assistida, exposição a drogas ototóxicas (aminoglicosídeos e/ou diuréticos de alça); hiperbilirrubinemia; anóxia perinatal grave; Apgar neonatal de 0 a 4 no primeiro minuto ou 0 a 6 no segundo minuto; peso inferior a 1,5 kg. ✓ Infecções congênitas: toxoplasmose, citomegalovírus, herpes, sílis, AIDS, Zika. ✓ Anomalias craniofaciais comprometendo orelhas e osso temporal; ✓ Síndromes genéticas expressas por deficiência auditiva; ✓ Distúrbios neurodegenerativos; ✓ Infecções bacterianas ou virais pós-natais como citomegalovírus, herpes, sarampo, varicela e meningite. ✓ Traumatismo craniano. ✓ Quimioterapia. Resumo por @olhaelanamed O teste deve ser feito nas primeiras 48 h de vida ou no máximo no primeiro mês de vida da criança, devendo ser realizado em duas fases: teste e reteste. É importante seguir o seguinte protocolo (BRASIL, 2012- b): Para os neonatos e lactentes sem indicador de risco, utiliza-se o exame de Emissões Otoacústicas Evocadas (EOAE). Caso não se obtenha resposta satisfatória (falha), deve-se repetir o teste de EOAE ainda nesta etapa de teste. Caso a falha persista, deve-se realizar de imediato o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (Peate-Automático ou em modo triagem). Para os neonatos e lactentes com indicador de risco, utiliza-se o teste de Peate-Automático ou em modo triagem. Nas consultas de puericultura é importante observar o desenvolvimento da criança considerando-se a escala para acompanhamento do desenvolvimento da audição e da linguagem. Sendo detectadas alterações, deve-se encaminhar a criança ao serviço especializado para diagnóstico e seguimento. Teste da Linguinha O Projeto de Lei nº 4832/2012, que “Obriga a realização do protocolo de avaliação do frênulo da língua dos bebês, em todos os hospitais e maternidades do Brasil”, foi transformado na Lei nº 13.002 de 20 de junho de 2014. Com a aplicação desse protocolo é possível identificar se o frênulo lingual limita os movimentos da língua, que são importantes para sugar, mastigar, engoli e falar. Com a aprovação dessa lei, o Brasil torna-se o primeiro país a oferecer esse teste em todas as maternidades. Língua presa é uma alteração comum, mas muitas vezes ignorada. Ela está presente desde o nascimento, e ocorre quando uma pequena porção de tecido, que deveria ter desaparecido durante o desenvolvimento do bebê na gravidez, permanece na parte de baixo da língua, limitando seus movimentos. Diagnosticar e indicar o tratamento precoce das limitações dos movimentos da língua causadas pela língua presa que podem comprometer as funções exercidas pela língua: sugar, engolir, mastigar e falar. Entende-se por referência e contra referência a articulação entre as unidades de saúde que são capazes de encaminhar ou receber os usuários do SUS, sendo que por referência compreende-se o trânsito do nível menor para o de maior complexidade. Inversamente, a contra referência compreende o trânsito do nível de maior complexidade para o de menor complexidade. As unidades ficam sem nenhuma informação sobre o que acontece com o paciente quando o tratamento do mesmo é feito nos níveis secundários e terciários o que dificulta o tratamento do mesmo quando retorna a sua unidade de origem ficando clara a inexistência da contra referência que implica descontinuidade do 4 cuidado, e consequentemente, baixa resolubilidade dos casos e meios dos serviços públicos de saúde Para as Unidades Básicas exige-se a referência, por isso, considera-se que nesse âmbito funcionam razoavelmente. Já a contra-referência é incipientes em relação aos encaminhamentos para as especialidades e internações, permitindo afirmar que praticamente inexistem. São os clientes que trazem alguma informação à Unidade de origem. É fundamental haver uma comunicação entre as equipes de AP para estabelecer uma linha de cuidado integral e longitudinal do paciente. Para efetivar essa ação, é necessário implementar fluxos de referenciamento bem delineados, que estabeleçam quais são os pacientes que precisam ser avaliados pelo serviço especializado e quais são aqueles que não têm necessidade de atendimento em outro nível de atenção e podem ser manejados pela Atenção Primária. Além disso, é essencial o preenchimento correto do encaminhamento, contendo além das particularidades de cada quadro clínico, os seguintes Itens: Resumo por @olhaelanamed - Identificação do (a)paciente (nome completo, endereço, telefone, idade, Cartão Nacional de Saúde – CNS); - Nome da mãe; - Sinais e sintomas; - Exame físico; - Resultado de exames relevantes, com a respectiva data; - Medicamentos em uso e tratamentos prévios da condição (com dose e posologia). REF: Os desafiosda referência e contra referência em saúde no município de Campo Maior- PI. Resumo por @olhaelanamed Problema 2 Morfofisiologia da Mama na Lactação Mamogênese: Ocorre durante todo o período gestacional e se refere ao crescimento e desenvolvimento da glândula mamária, que torna a mulher capaz de produzir leite. Durante a gestação, há o aumento do tecido adiposo, da vascularização das mamas, da rede de células mioepiteliais que envolvem os alvéolos e também os lóbulos. . Além da atuação do estrogênio e progesterona, a prolactina também entra em ação, sendo ela a responsável pela produção do leite nas células alveolares. Estrogênio: desenvolvimento dos ductos galactóforos Progesterona: desenvolvimento dos alvéolos Prolactina: Produção de leite (síntese e secreção) Ocitocina: ejeção de leite A partir da 16ª semana gestacional a mulher já pode produzir colostro. Estrogênio e Progesterona exercem papel inibitório da ejeção do leite, inibem a produção de ocitocina. No trabalho de parto, ocorre fisiologicamente o aumento da concentração de ocitocina, que é responsável pela contração uterina e ocorre queda de estrogênio e progesterona. Após o parto, a prolactina é produzida em picos, cada vez que a criança mama. A criança suga o leite armazenado e não o produzido naquele momento. Lactogênese e Lactopoese: Lactogênese: síntese Lactopoese: manutenção da produção Lactogênese: Se refere a síntese de leite pelas células alveolares e sua secreção no lúmen do alvéolo. Sabe-se que a mama lactante é constituída por uma camada única de células cuboidais alveolares produtoras de leite, formando o alvéolo. Esse alvéolo é envolto por células mioepiteliais (musculo liso) com função contrátil. Um alvéolo está dentro de um lóbulo, com outros alvéolos, e esses lóbulos estão conectados por ductos lactíferos. Os ductos se iniciam nos líbulos com um calibre mais fino e vão aumentando, formando ampolas – locais onde o leite fica armazenado. 48h pós parto inicia-se a produção de leite. Nos primeiros dias trata-se do colostro Resumo por @olhaelanamed Lactopoese: Diz respeito à manutenção da lactação já estabelecida e depende da duração e frequência da amamentação. Nessa fase, a sucção e a pega adequada são essenciais, tendo em vista que, com o aleitamento, as concentrações de prolactina se manterão elevadas durante as primeiras 8 a 12 semanas. Prolactina começa a reduzir com o tempo Ejeção do leite: Passagem do leite do lúmen alveolar para o sistema de ductos, até ductos maiores e ampola, culminando na liberação do leite pelos mamilos. Nesse momento, além da sucção induzir a produção de prolactina, ela também induz a ocitocina para a ejeção do leite. A ocitocina será produzida nos neurônios magnocelulares do núcleo paraventricular (PNV) e supraóptico (SON) do hipotálamo. São secretados em vesículas, descendo por meio do axônio até serem armazenados na neuro-hipófise, para depois serem liberados na corrente sanguínea, processo desencadeado principalmente pelo estímulo da sucção. A ocitocina também pode ser liberada mediante a estímulos condicionados, tais como a visão, olfato e escutar o choro de uma criança; além disso, fatores de ordem emocional podem ser fatores que estimulam (motivação, autoconfiança e tranquilidade) ou desestimulam (estresse físico e psicológico, ansiedade, medo, insegurança) a liberação de ocitocina – nesses casos, acontece a produção de prolactina, portanto há a produção do leite, no entanto ele não consegue ser ejetado devido à inibição do hormônio responsável por esse processo. Reflexo neuroendócrino na lactação: Durante a sucção, os mecanorreceptores no mamilo sofrem uma deformação, de maneira que, assim que o estimulo chega à medula (por meio dos nervos torácicos IV, V e VI), esses sinais chegam ao hipotálamo e apresentam três projeções neurais, apresentados na figura TIPOS DE ALEITAMENTO MATERNO É muito importante conhecer e utilizar as defi nições de aleitamento materno adotadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e reconhecidas no mundo inteiro (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2007a). Assim, o aleitamento materno costuma ser classificado em: • Aleitamento Materno Exclusivo – quando a criança recebe somente leite Aleitamento materno exclusivo materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos. • Aleitamento Materno Predominante – quando a criança recebe, além do Aleitamento materno predominante leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais. Resumo por @olhaelanamed • Aleitamento Materno – quando a criança recebe leite materno (direto da mama Aleitamento materno ou ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos. • Aleitamento Materno Complementado – quando a criança recebe, além Aleitamento materno complementado do leite materno, qualquer alimento sólido ou semi-sólido com a finalidade de complementá- lo, e não de substituí-lo. Nessa categoria a criança pode receber, além do leite materno, outro tipo de leite, mas este não é considerado alimento complementar. • Aleitamento materno misto ou parcial – quando a criança recebe leite Aleitamento materno misto ou parcial materno e outros tipos de leite. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. No segundo ano de vida, o leite materno continua sendo importante fonte de nutrientes. Estima-se que dois copos (500ml) de leite materno no segundo ano de vida fornecem 95% das necessidades de vitamina C, 45% das de vitamina A, 38% das de proteína e 31% do total de energia. Além disso, o leite materno continua protegendo contra doenças infecciosas A principal proteína do leite materno é a lactoalbumina e a do leite de vaca é a caseína, de difícil digestão para a espécie humana. A concentração de gordura no leite aumenta no decorrer de uma mamada. Assim, o leite do final da mamada (chamado leite posterior) é mais rico em energia (calorias) e sacia melhor a criança, daí a importância de a criança esvaziar bem a mama. O leite do início da mamada, o chamado leite anterior, pelo seu alto teor de água, tem aspecto semelhante ao da água de coco. Porém, ele é muito rico em anticorpos. Já o leite do meio da mamada tende a ter uma coloração branca opaca devido ao aumento da concentração de caseína. E o leite do final da mamada, o chamado leite posterior, é mais amarelado devido à presença de betacaroteno, pigmento lipossolúvel presente na cenoura, abóbora e vegetais de cor laranja, provenientes da dieta da mãe. O leite humano possui numerosos fatores imunológicos que protegem a criança contra infecções. A IgA secretória é o principal anticorpo, atuando contra microorganis- 21CADERNOS DE ATENÇÃO BÁSICA mos presentes nas superfícies mucosas. Os anticorpos IgA no leite humano são um refl exo dos antígenos entéricos e respiratórios da mãe, ou seja, ela produz anticorpos contra agentes infecciosos com os quais já teve contato, proporcionando, dessa maneira, proteção à criança contra os germens prevalentes no meio em que a mãe vive. A concentração de IgA no leite materno diminui ao longo do primeiro mês, permanecendo relativamente constante a partir de então Resumo por @olhaelanamed Além da IgA, o leite materno contém outros fatores de proteção, tais como anticorpos IgM e IgG, macrófagos, neutrófi los, linfócitos B e T, lactoferrina, lisosima e fator bífi do. Este favorece o crescimento doLactobacilus bifi dus, uma bactéria não patogênica que acidifi ca as fezes, difi cultando a instalação de bactérias que causam diarréia, tais como Shigella, Salmonella e Escherichia coli. Com relação às proteínas o que mais diferencia o leite de vaca do leite humano (LH) é o tipo e quantidade deste nutriente. O leite de vaca possui três vezes mais proteína que o LH, sobrecarregando os rins quando consumido em alta quantidade, aumentando a excreção de cálcio pela urina. O leite de vaca possui ainda uma proteína potencialmente alergênica, a betalactoglobulina. ▪ LEITE EM PÓ: Produto obtido por meio da desidratação do leite da vaca, deve conter somente compostos próprios do leite. Não é indicado para crianças menores de 1 ano. ▪ FÓRMULA INFANTIL: Alimento artificial indicado para bebês recém-nascidos até os 6 meses de idade quando não é possível que ocorra a amamentação ou ela é insuficiente. O órgão responsável pela regulamentação e aprovação das fórmulas infantis é a ANVISA ▪ FÓRMULA DE SEGMENTO: Alimento artificial para bebês de 6 meses a 1 ano quando não é possível que ocorra a amamentação ou ela é insuficiente. ▪ COMPOSTO LÁCTEO: Resultante da mistura de leite e outros ingredientes lácteos e não lácteos, possui também açúcar e aditivos alimentares. Não é indicado para crianças menores de 1 ano. O órgão responsável pela regulamentação e aprovação dos compostos lácteos é o MAPA (: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil). ALIMENTAÇÃO NO 1ºANO DE VIDA 10 PASSOS ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL Passo 1 - Dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento Passo 2 - Ao completar 6 meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais Passo 3 - Ao completar 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes) três vezes ao dia, se a criança estiver em aleitamento materno. Passo 4 - A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de refeição da família, em intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite da criança. Passo 5 - A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher; iniciar com a consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da família. Passo 6 - Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida. Passo 7 - Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições. Resumo por @olhaelanamed Passo 8 - Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas, nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação Passo 9 - Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação adequados Passo 10 - Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação. Região Centro-Oeste 1. Galinhada com cenoura e salsinha. 2. Cozidão para criança. 3. Maria Isabel com beterraba. 4. Mojica (mandioca, peixe e temperos). 5. Quibebe de abóbora, frango desfiado e arroz com feijão. , Curvas de Crescimento A utilização de referenciais de crescimento, gráficos inclusive, na prática clínica visa basicamente contribuir para: 1. Analisar a normalidade, ou não, do crescimento alcançado; 2. Elaborar o diagnóstico de estado nutricional; 3. Acompanhar a evolução do crescimento e do estado nutricional. Caso a criança tenha nascido prematura, é preciso corrigir a sua idade, diminuindo da idade atual o tempo que faltou para completar 40 semanas ou 9 meses de Gestação. Até quando utilizar idade corrigida? Até 2 anos de idade cronológica Até 3 anos, se Idade Gestacional (IG) < 28 semanas Resumo por @olhaelanamed Como calcular? Primeiro calcular: 40 semanas menos IG do nascimento em semanas = esse é o tempo que faltou para a IG de termo; Ex: 40 sem - 28 sem = 12 sem (corresponde a 3 meses) Depois: Descontar da idade cronológica Ex: criança com 6 meses (Idade cronológica) - 3 meses(desconto) = 3 meses de idade gestacional corrigida Desenvolvimento social Desenvolvimento de habilidades e atitudes pessoais frente ao meio sociocultural. • Olhar o examinador e segui-lo em 180º = 4 meses • Sorrir espontaneamente = 2 meses • Leva mão a objetos = 5 meses • Apreensão a estranhos = 10 meses • Dar tchau = 14 meses • Bater palma = 11 meses • Imita atividades diárias = 16 meses Desenvolvimento Motor Controle dos movimentos do corpo (movimentos grosseiros até movimentos finos). • Sustento cefálico = 4 meses • Sentar com apoio = 6 meses • Sentar sem apoio = 7 meses • Pinça superior = 10 meses • Em pé com apoio = 10 meses • Andar sem apoio = 15 meses Desenvolvimento da Linguagem Envolve meios de comunicação verbais e não verbais (gestos, vocalizações, palavras). • Lalação = 6 meses • Primeiras palavras = 12 meses • Palavra frase = 18 meses • Junta duas palavras = 2 anos • Frases gramaticais = 3 anos Jean Piaget: •Sensório-motor (0 a 2 anos); •Pré-operatório (2 a 7/8 anos); •Operatório-concreto (8 a 11 anos); •Operatório-formal (12 anos em diante) LICENÇA MATERNIDADE É considerado um direito fundamental, portanto, é previsto na nossa Constituição Federal. • A proteção à maternidade está no rol dos direitos sociais, juntamente com a educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, entre outros direitos sociais, conforme se lê no dispositivo de lei: • Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que é a lei específica e responsável por reger as relações trabalhistas no setor privado, é possível extrair, efetivamente, quais normas direcionam o empregador a garantir a proteção à maternidade. Assim sendo, a mulher grávida faz jus a determinados direitos, como: ✓ (i) a não demissão por justa causa (somente por estar grávida ou de ter contraído matrimônio) ✓ (ii) direito à licença-maternidade de 120 dias sem prejuízo do emprego e do salário integral que recebe trabalhando normalmente. ✓ (iii) ser afastada de atividades insalubres em grau máximo, recebendo IGUALMENTE O valor adicional de insalubridade, enquanto durar a gestação ✓ (IV) dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para a realização de, no mínimo, seis consultas médicas e demais exames complementares. ✓ (V) É igualmente possível fazer jus à licença- maternidade quando tratar-se de adoção ou guarda judicial sob tutela da mulher. ✓ O direito à licença-maternidade não depende do estado civil da mulher, como também não Resumo por @olhaelanamed se vincula ao nascimento com vida do filho (pode o filho nascer morto e ela ficar de licença maternidade desde que demonstre a CERTIDÃO DE óbito - isso por que na lei não se prevê expressamente o nascimento com vida. Parágrafo único ‐ Quando o exigir a saúde do filho, o período de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a critério da autoridade competente. BIOSSEGURANÇA Os dois ambientes mais importantes que exigem medidas de biossegurança mais rígidas em creches e pré-escolas são o berçário e a sala de banho e troca. BERÇÁRIO As crianças menores de 1 ano são mais vulneráveis as intercorrências de saúde e ao mesmo tempo seu desenvolvimento exige que explorem o ambiente intensamente, levando objetos na boca e manipulando diversos materiais. Considerando esses aspectos, o ambiente, os brinquedos e outros objetos devem estar limpos e livres de resíduos tóxicosde produtos químicos. - Prever formas de comunicação com os pais, cadernos ou fichas que informem diariamente a rotina do bebê, como alimentação, sono, evacuações, uso de medicamentos, etc. - Os brinquedos devem ser coloridos, adequados à idade e lavados frequentemente com água e sabão, esta frequência aumenta na vigência de infecção na turma. - Berços de uso individual, identificados com o nome da criança. Manter distância de 50 cm entre eles e as paredes, diminuindo assim o risco de transmissão de 9 doenças respiratórias. Limpos com água e sabão semanalmente e sempre que necessário. Não deixar brinquedos grandes no berço, pois estes podem ser utilizados como degrau pelas crianças. - Os colchões de berço devem ser de material impermeável, limpos semanalmente e desinfetados com álcool a 70% quando na presença de fluidos corpóreos (fezes, urina ou vômito). Usá-los sempre revestidos com lençol. SALA DE BANHO E TROCA - Piso e paredes de material lavável, preferencialmente de cor clara - Trocador instalado na altura adequada, confortável para o profissional em tal atividade. Limpos com água e sabão diariamente e desinfetados com álcool a 70% entre cada troca de fralda. Devem ser protegidos com lençol descartável, cueiro, ou lençol da própria criança. JAMAIS DEIXAR A CRIANÇA SOZINHA NO TROCADOR, NEM POR POUCOS MINUTOS, os bebês se movem, às vezes, com uma velocidade muito maior do que se espera, e podem virar (efeito alavanca). - A banheira plástica deve ser limpa com água e sabão e desinfetada com álcool a 70% após cada uso, substituí-la por uma nova quando estiver danificada (o plástico áspero dificulta a limpeza). - Prever 1 banheira para cada 10 crianças. - Lavatório específico para lavagem de mãos dos funcionários preferencialmente com sabonete líquido e papel toalha. - Os colchonetes para atividade no chão devem ser limpos com álcool a 70% diariamente. - O cadeirão de alimentação deve ser limpo com água e sabão após utilização. - As estruturas metálicas ou sintéticas do carrinho e do bebê conforto devem ser limpas com água e sabão, a capa de tecido deve ser lavada quinzenalmente e sempre que necessário. - Dar preferência para fraldas descartáveis. Se forem de pano, jogar as fezes no vaso sanitário, embalar em sacos plásticos e enviar para serem lavadas na casa da criança preferencialmente. Esclarecer aos pais que a lavagem de fraldas em instituições coletivas acarreta risco de transmissão de doenças. - Prever um local tranqüilo, com cadeiras confortáveis, para as mães amamentarem. ASPECTOS IMUNOLÓGICOS E MATURAÇÃO DO TRATO DIGESTIVO Resumo por @olhaelanamed Jejuno e Duodeno abrigam comunidade bacteriana caracterizada por bactérias Gram +, derivadas dos alimentos ingeridos. Essa população bacteriana proporciona uma série de contribuições chave para a saúde do hospedeiro, tais como: • Melhora da digestão; • Auxílio no desenvolvimento do sistema imune; • Limita a colonização patogênica através de competição por espaço e nutrientes. A participação da microflora no sistema imune inclui: • Ativação: qualquer perturbação no estabelecimento da microflora refletirá no equilíbrio da microbiota, e, consequentemente na ativação do sistema imune; • Modulação: as Bifidobacterias por exemplo estimulam a resposta imune protetora; • Regulação: supressão da resposta imune por meio de tolerância oral, com redução das respostas humoral e celular. Relação microbiota x hospedeiro pode ser: Simbiótica Patológica Comensal A composição do GALT inclui os seguintes componentes, a saber: • Tecido linfoide difuso: apêndice cecal e folículos linfoides solitários; • Tecido linfoide organizado: placas de Peyer e células M Imunidade inata É constituída por barreiras químicas e físicas, tais como: • Epitélio, acidez gástrica, camada de muco, microbiota intestinal; • Células fagocitárias: granulócitos, macrófagos, células NK; • Sistema complemento e citocinas. O epitélio intestinal é composto por 4 linhagens de células: • Enterócitos: responsáveis pela absorção • Células caliciformes: regulam a produção de muco • Células enteroendócrinas • Células de Paneth: produção de peptídeos antimicrobianos (lisozimas, a-defensinas, fosfolipase A2 e lecitina) Imunidade adaptativa Este sistema envolve os linfócitos, os quais proporcionam proteção duradoura após exposição ao antígeno, e, se dividem 2 grupos, a saber: • Humoral: mediada por linfócitos B e anticorpos produzidos por eles; • Celular: mediada por linfócitos T e citocinas. Imunidade Humoral: Caracterizada pela produção de IgA no epitélio e sua secreção no lúmen intestinal -> sintetizada na lâmina própria em resposta à ativação dos linfócitos T das placas de Peyer. IgA polimérica: Resistente a proteólise intraluminal e é importância na tolerância IgA pode formar imunocomplexos com os antígenos alimentares ou com patógenos, neutralizando-os e evitando sua penetração. Inibe a proliferação viral dentro do enterócito e neutraliza as enterotoxinas. A IgA pode também atuar a nível intraepitelial e subepitelial, captando os antígenos que atravessam a barreira intestinal. A criança apresentará o mesmo número de células produtoras de IgA do adulto quando atingir 1-2 anos, período que a microbiota se torna semelhante à do adulto Imunidade Celular A imunidade celular é mediada pelos linfócitos T e seus subprodutos. Os linfócitos T CD4+ são classificados em 2 subtipos, e são relacionados da seguinte forma com a inflamação da mucosa intestinal, a saber: • Tipo Th1, caracteriza-se por inflamação transmural e granulomatosa, como no caso da Doença de Crohn; Resumo por @olhaelanamed • Tipo Th2 é caracterizada por inflamações superficiais com exsudato celular inflamatório agudo e edema da mucosa, como ocorre na colite ulcerativa Para evitar responder aos antígenos da dieta e à microbiota, o sistema imune do intestino exerce uma ação de supressão, que envolve tanto a tolerância oral, quanto o equilíbrio entre a resposta Th1/Th2, que são importantes fatores para evitar uma resposta imune inapropriada. Um dos mecanismos existentes para promover o equilíbrio entre tolerância e imunidade envolve a presença das células T reguladoras (Treg), que podem suprimir ativamente respostas antígeno-específicas. As células Treg são importantes no controle da resposta imune a antígenos do próprio indivíduo, evitando a autoimunidade e para manter a tolerância. Barreira de Permeabilidade Intestinal e suas possíveis alterações: O intestino constitui a maior interface entre o ser humano e o meio ambiente, e a existência de uma barreira intestinal intacta é, portanto, essencial na manutenção da saúde e na prevenção de doenças. A barreira intestinal possui vários componentes imunológicos e não imunológicos, sendo que a barreira epitelial é um dos componentes não imunológicas mais importantes. A hiperpermeabilidade desta barreira pode contribuir para a patogênese de várias doenças gastrointestinais incluindo a alergia alimentar, doença inflamatória intestinal e doença celíaca. DESENVOLVIMENTO DO TRATO GASTROINTESTINAL No primeiro dia de vida ocorre rápida colonização do intestino do RN com microrganismos provenientes da microbiota materna e do ambiente. Os primeiros colonizadores pertencem aos gêneros Escherichia e Enterococcus. Posteriormente, aparecem bactérias dependentes de anaerobiose dos gêneros Bifidobacterium e Bacteriodes. Ou seja, as primeiras bactérias são anaeróbias facultativas (Staphylococcus, Streptococcus, Enterococcus, Enterobacter) que contribuem para o desenvolvimento de ambiente anaeróbio no intestino, que, assim, permite a instalação de anaeróobios obrigatórios (Bifidobacterium, Bacteriodes, Clostridium, Eubacterium). Com a introdução de alimentos complementares ao leite materno na dieta do lactente observa-se um importanteimpacto sobre a microbiota intestinal, caracterizado pela diminuição da participação de bifidobacterias (que, no entanto, se mantêm predominantes) e pelo aumento da diversidade com maior participação de bactérias dos gêneros Bacterioides e Clostridium. A colonização do tubo digestivo do RN e do lactente depende de alguns fatores, especialmente do tipo de parto e de alimentação. Ao longo dos dois primeiros anos de vida observa-se que o parto por cesária se associa com maior abundância de firmicutes e menor de bacteriodetes. Ao longo do primeiro semestre de vida constata-se que a instalação dos bacteriodetes ocorre em uma fase mais tardia. No fm dos dois anos de vida a abundância relativa dos constituintes da microbiota é semelhante tanto nos nascidos por parto normal como por cesárea. Observou-se também eu os níveis circulantes de citocinas produzidas por linfócitos T auxiliadores são menores nos nascidos por cesárea. Deve ser destacado que a microbiota fecal das mães de crianças nascidas por parto cesárea e vaginal não era diferente. Sugere-se que bactérias da microbiota intestinal da mãe alcançariam o leite materno por meio de translocação a partir da luz intertinal e do transporte pela via sanguínea, o que caracteriza uma via interna enteromamária. Outra via possível é a entrada das bactérias do tecido cutâneo da mãe na glândula mamária através do mamilo. Estima-se que 800ml de leite materno podem conter até 105 a 107 unidades formadoras de colônias. As bactérias que vem sendo identicidas em amostras de leite materno pertencem principalmente aos gêneros: Lactobacillus, Staphylococcus, Enterococcus e Bifidobacterium. Resumo por @olhaelanamed Dermatite de Fraldas ✓ É a dermatite de contato por irritante primário (DCIP) mais frequente na infância. Ocorrendo em cerca de 7 a 50% dos lactentes, com pico entre 9 e 12 meses de idade. ✓ Multifatorial: Oclusão, maceração, fricção e os microrganismos, associados aos irritantes presentes na urina e nas fezes. ✓ Oclusão: produz aumento da umidade local e da permeabilidade da pele, além de propiciar a proliferação de fungos e bactérias. Provoca aumento do Ph cutâneo, aumento da atividade de enzimas como as ureases bacterianas, proteases fecais, lipases e sais biliares, que potencializam o poder de irritação dessas substâncias. ✓ Hiper-hidratação: Não só pelas fraldas que geram umidade, mas pela ureia urinária e situações como febre; torna a pele mais sensível e suscetível a fricção ✓ A ureia é convertida por bactérias em amônia, que eleva o pH cutâneo -> o que aumenta a atividade das proteases e lipases fecais (fatores importantes na etiopatogenia da dermatite) ✓ No início poupa as dobras e afeta mais as superfícies convexas, como glúteos, grandes lábios e coxas. ✓ Existe uma associação da dermatite com a superinfecção por cândida albicans, staphylococcus aureus, micro-organismos da flora cutêanea e intestinal ✓ As lesões iniciam-se com eritema e evoluem com maceração, escoriações, pápulas, erosões e ulcerações na sua forma mais grave (dermatite papuloulcerativa de Jacquet). ✓ Pápulas salientes e firmes, de coloração vermelho-escura ou violácea, que sucedem uma fase vésico-erosiva-ulcerativa. As ulcerações são ovais ou redondas, com fundo raso e de configuração crateriforme. Pode regredir com atrofia e hiperpigmentação. Nos meninos, as úlceras podem ocorrer na glande e meato urinário, levando a desconforto e disúria; Lesão em “W” ✓ Diagnóstico eminentemente clínico ✓ Candida albicans: fator agravante frequente Resumo por @olhaelanamed ✓ Dermatite irritativa primária: Dermatites das marés (mais branda) e Dermatite de Sevestre-Jacquet (mais severa) Classificação: ✓ Forma leve ou por fricção: eritema, descamação, aspecto brilhante da pele e, eventualmente, pápulas. As lesões estão tipicamente localizadas nas regiões convexas cobertas pelas fraldas, poupando as dobras. ✓ Forma moderada: lesões pápulo-erosivas ou maceradas que se tornam violáceas (violetas) e liquenificadas (é resultado de atrito ou fricção crônicos). ✓ Forma grave ou ulcerativa: conhecida como dermatite amoniacal é a forma mais grave de dermatite de fraldas. Vista mais comumente em crianças abaixo de dois anos, geralmente inicia-se entre o primeiro e o segundo mês de vida e, se não devidamente controlada, pode recorrer até que a criança não use mais fraldas. Caracteriza-se por pápulas com ulcerações apicais que variam de profundidade e são denominadas úlceras de Jacquet, localizadas nas regiões convexas da área das fraldas, dispostas em W, face interna das coxas, glúteos e glande ou vulva. Tratamento: ✓ A orientação médica principal na dermatite da fralda é a preventiva, que consiste na escolha adequada da fralda, frequência de trocas, limpeza e uso de produtos de barreira (vaselina, lanolina e óxido de zinco) a fim de reduzir o contato da pele com a urina e as fezes. A higienização deve ser frequente, mas não excessiva nem agressiva (fricção), e pode ser feita com sabão de coco ou sabonetes neutros ✓ É recomendável, na limpeza da área da fralda, lavar em água corrente para melhor remoção de resíduos e uma possibilidade é o uso até três vezes ao dia de compressas frias com solução de Burow (acetato de alumínio e água_)1:30, que confere efeito calmante, antisséptico e secativo. ✓ Se o eritema persistir, pode-se associar corticóide tópico de baixa potência, como hidrocortisona a 1%, no máximo duas vezes ao dia por dois a sete dias a fim de aliviar a inflamação ✓ Contudo, se a dermatite não melhora, mantendo eritema intenso e pústulas, a suspeita principal é de infecção por Candida. Nesse caso, se poderá adicionar duas vezes ao dia por sete a 15 dias creme com ação antifúngica, como cetoconazol, nistatina a 100.000U/g ou nitrato de miconazol 1% tópico, que são eficazes e seguros. O corticóide pode ser revezado com o antifúngico, aplicando-os antes do creme barreira. ✓ Já infecções bacterianas são mais raras com as fraldas descartáveis do que eram com as de pano e podem ser tratadas com neomicina, gentamicina ou mupirocinatópicas a 2%. Esta última, entretanto, não deve ser utilizada em mais de 20% da superfície corporal pelo risco de nefrotoxicidade. Frisar que os antibióticos orais podem agravar o quadro por afetar a flora intestinal Resumo por @olhaelanamed 3 Resumo por @olhaelanamed Cabeça e Vias Aéreas Superiores. Comparada ao resto do corpo, a cabeça da criança é proporcionalmente maior do que a do adulto. O peso da cabeça pode causar uma flexão aguda da coluna cervical em crianças com baixo tônus, e esta flexão tende a obstruir a passagem de ar. Neste sentido, é interessante saber que a hiperextensão cervical facilita a passagem de ar. Apesar da cabeça ser maior, a passagem nasal é proporcionalmente menor do que a de um adulto. Isto torna a intubação nasal em crianças mais difícil e arriscada. A laringe encontra-se anatomicamente mais superior no pescoço do que nos anos seguintes, a glote localiza-se entre C3 e C4 e é mais afunilada do que a de um adulto. A epiglote infantil é mais longa, menos flexível e mais horizontal. Desta forma, durante a deglutição a laringe provê uma conecção direta com a nasofaringe. Isto cria duas passagens praticamente separadas, uma para a respiração e outra para alimentação, permitindo a criança que respire e alimente-se ao mesmo tempo (HUMBERTO, 2008). Estrutura anatômica das vias aéreas. Apesar do tamanho reduzido, a via aérea da criança é relativamente maior se comparada à via aérea de um adulto. A via aérea distal é relativamente mais estreita e não está totalmente formada na criança até 5 anos de idade, levando a um grande aumento na resistência da viaaérea periférica nesta faixa etária. Além do tamanho da via aérea, o suporte cartilaginoso da traqueia, essencial para a estabilidade da via aérea de condução, não se encontra totalmente desenvolvido na criança. Após o nascimento, esta cartilagem aumenta em número até os dois meses de idade e em área total durante toda infância. Esta relativa fraqueza do suporte cartilaginoso nos lactentes pode levar a uma compressão dinâmica da traqueia em situações associadas a um alto fluxo expiratório e aumento da resistência da via aérea, tais como: bronquiolite, asma, ou mesmo durante o choro (Kercsman, 1999). Outro fator importante é a respiração predominantemente nasal até o 6 mês de vida, devido à lingua ser relativamente grande e a mandíbula relativamente pequena e arredondada, obstruindo a orofaringe e impossibilitando a respiração bucal. Assim, os recémnascidos e lactentes estão susceptíveis a dificuldades respiratórias na presença de obstrução nasal ou nasofaríngea. Além disso, as narinas opõem uma resistência ao fluxo aéreo que corresponde de 11 a 41% do total, não diminuindo com o crescimento (Malinowski, 2000). Outra característica importante é que o brônquio fonte direito é mais inclinado na criança do que no adulto. A mucosa das vias aéreas superiores do lactente, especialmente da laringe, é fina e facilmente traumatizada por processos mecânicos (intubação ou aspiração contínua), causando edema e obstrução nessas áreas. Em crianças maiores, os tecidos linfoide adenoideano e tonsilar são proeminentes e podem contribuir para a obstrução das vias aéreas (KERCSMAN, 1999; ESPOSITO, 2005) Resumo por @olhaelanamed Tipos de Imunidade Imunização ativa: Confere imunidade mediante administração de antígeno. Natural – Consequência de uma infecção; Artificial – Consequência de uma vacinação. Imunização Passiva: Confere imunidade mediante a administração de anticorpos específicos. Natural – Consequência da passagem passiva de anticorpos da mãe para o feto. Artificial – Transferência de anticorpos de uma pessoa imune para outra não imune (aplicação de imunoglobulina). Imunização adotiva: É aquela em que a imunidade é mediada por células, ou seja, a transferência de imunidade é feita pela infusão de células linfoides de um doador imune para um receptor normal geneticamente semelhante. Imunização ativa-passiva combinada É o tipo de imunização utilizada quando se deseja uma proteção que seja imediata, mas que também seja durável, como contra a raiva ou o tétano. Porém, as respostas a um componente podem interferir no do outro, o que é resolvido com algumas saídas como a Vacinas com Agentes Vivos Atenuados Vacinas com agentes inativos ou com Frações Vantagens − Precisam se replicar para serem efetivas − Resposta imune similar a da infecção natural − Necessitam de menor nº de doses para imunizar − Imunidade duradoura − Não causam doença mesmo na situação de imunossupressão − Interferência mínima dos anticorpos circulantes Desvantagens − Mantém patogenicidade, podendo causar doença e reações severas são possíveis de ocorrer; − Interferência pela presença de ACs circulantes e do estado imunológico; − Interferência importante do calor e da luz − Menos efetivas que as vacinas vivas porque resposta imune predominantemente humoral, − Necessitam de múltiplas doses para imunizar − Título de anticorpos declina com o tempo (dose “booster”) Resumo por @olhaelanamed administração em locais ou períodos diferentes, ou melhorar a resposta. TIPOS DE VACINA Microrganismos mortos ou frações: Não ocorre replicação, com menos efeitos colaterais e menor estimulação imunológica; necessita, às vezes, de diversas doses. Microrganismos atenuados: Ocorre replicação no organismo, podendo levar a sintomas leves da doença. Tipos de Vacinação Vacinação Combinada: Dois agentes ou mais são administrados na mesma preparação (DTP, dT e anti-pólio) Vacinação Associada: Misturam-se as vacinas no momento da aplicação (Tetravalente) Vacinação Simultânea: Duas ou mais vacinas administradas em diferentes vias, em um mesmo atendimento. Intervalo entre as vacinas: ✓ Inativado/Inativado: NENHUM ✓ Atenuado/Inativado: NENHUM ✓ Atenuado/Atenuado: MÍNIMO 15 DIAS/Ideal 30 dias Vias de administração: ✓ Oral ✓ Intradérmica (músculo deltóide) ✓ Subcutânea (músculo deltóide) ✓ Intramuscular: − Região deltóide − Região glútea − Região da face ântero-lateral da coxa − Composição: bacilos vivos atenuados do Mycobacterium bovis − Protege contra as formas graves da tuberculose − Via de administração: ID, na inserção do deltóide direito Agente Vivo Atenuado Agentes inativados Fracionadas de base protéica (subunidades) Fracionadas de base polissacarídea BCG Pólio (Salk) Hepatite B Haemophilus Influenze Pólio (Sabin) Pertussis (coqueluche) Toxóide diftérico Pneumococo Sarampo Raiva Toxóide tetânico Meningococo Caxumba Hepatite A Influenza Rubéola Pertussis acelular Febre Amarela Varicela Rotavírus Resumo por @olhaelanamed − Contra-indicações: imunossupressão/AIDS, gravidez e peso de nascimento inferior a 2000g − Esquema vacinal: dose única para a população em geral; e dose de reforço para comunicantes de hanseníase (máximo: < 5 anos) − Eventos adversos: abscessos cutâneos frios ou quentes, linfadenopatia regional não supurada, reação quelóide − Protege contra Hepatite B − Composição: antígeno de superfície do vírus − Via de administração: IM − Eventos adversos: locais, de pouca intensidade e sistêmicos − Contra-indicações: reação anafilática à dose anterior, ou a algum componente da vacina. Composição e apresentação • Contém os 3 tipos de poliovírus inativados obtidos em cultura celular; • Apresentada sob a forma de solução injetável Via de administração: IM Eventos adversos mais comuns • Locais: eritema discreto no local da aplicação • Sistêmicos: febre moderada − composição: vírus vivo atenuado − via de administração: oral − esquema básico: 2 doses de reforço − aos 15 meses e 4 anos − efeitos adversos: déficit motor − contra-indicações: Adiar na presença de diarréia grave e/ou vômitos intensos. − composição: toxóide diftérico, toxóide tetânico e bact. mortas Pertussis (DPT), + polissacarídeo capsular H. influenzae (Tetra), + Hepatite B (Penta) − via de administração: IM profunda − efeitos adversos: dor, eritema e enduração local, mal-estar, sonolência, irritabilidade e febre; raramente: choro prolongado e convulsões. − Contra-indicações: doença neurológica ativa; o -quadro neurológico após a dose anterior. − composição: vírus atenuado − via de administração: oral − reações adversas: mal-estar, diarréia e febre. − Complicação: Invaginação intestinal (com a vacina usada anteriormente): dor abdominal, obstrução intestinal, náuseas, vômitos, distensão, sangue nas fezes Contra-indicações: ✓ Imunodeficiência ✓ Uso de medicamentos imunossupressores ✓ Alergia ✓ Doença do aparelho gastrointestinal (crônica) ✓ Idade − Protege contra a influenza (gripe) causada por um dos 3 ou 4 sorotipos − Composição: vírus fracionados, ou subunidades, obtidos em cultura de ovos embrionados − Idade de aplicação: 6 meses e 1 reforço na primeira dose. − Via de administração: IM ou SC − Esquema vacinal: dose única anual, preferencialmente no outono, nas regiões de clima temperado − Eventos adversos: dor local, febre, mal estar e mialgia − Contra-indicações: reação anafilática à proteína do ovo ou aos componentes da vacina e doenças febris agudas ✓ VACINA TRIVALENTE Uma cepa viral semelhante ao vírus A/California/ 7/2009 (H1N1). Uma cepa viral semelhante ao vírus A/Hong Kong/ 4801/2014 (H3N2). Uma cepa viral semelhante ao vírus B/Brisbane/ 60/2008. ✓ VACINA QUADRIVALENTEAs três cepas contidas na vacina trivalente. Uma cepa viral semelhante ao vírus B/Phuket/ 3073/2013. − Protege contra a Febre Amarela Resumo por @olhaelanamed − Composição: vírus vivos atenuados − Via de administração: SC − Esquema vacinal: 9 meses; reforço: 4 anos − Contra-indicações: anafilaxia após ingestão de ovo de galinha, e as restrições para formulações com vírus vivos − Eventos adversos: no local, ardência, dor, edema e vermelhidão. Podem surgir febre, mialgia e cefaléia − Protege contra sarampo, rubéola e caxumba/ varicela − Composição: vírus vivos atenuados − Via de administração: SC − Esquema vacinal: dose única, com reforço entre 4 e 6 anos. − Atenção especial às mulheres em idade fértil (SRC) − Contra-indicações: reação anafilática após ingestão de ovo de galinha, gravidez, uso de hemoderivados nos 3 últimos meses − Composição e apresentação: Polissacarídeo do meningococo C conjugado a toxóide tetânico ou CRM197. − Via de administração: IM profunda − Eventos adversos: ✓ Locais: eritema, enduração e dor ✓ Sistêmicos: febre baixa e irritabilidade − Imunização ativa de crianças de 2 meses a < de 24 meses de idade contra doença invasiva e otite média aguda causadas por Streptococcus pneumoniae sorotipos 1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F. − administrada por injeção intramuscular. − Reações Adversas Muito comum: eritema, endurecimento/edema, dor/sensibilidade aumentada no local da injeção, diarréia, vômito, febre Composição e apresentação: culturas celulares em fibroblastos humanos e inativadas pela formalina. Via de administração: IM, dose de 0,5 ml Eventos adversos • Locais: Dor, eritema ou edema • Sistêmicos: febre e fadiga ocorrem em menos de 5% • Vacina tetravalente recombinante contra o HPV (tipos 6, 11, 16 e 18) de PPV de L1 • Dose: 2 doses com intervalo de 6 meses. • Efeitos adversos: febre, mialgia, prostração. ✓ Pessoas com imunodeficiência congênita ou adquirida ✓ Pessoas com neoplasias malignas ✓ Pessoas em tratamento com corticosteróides (em doses imunossupressoras), outros imunosupressores ou radioterapia ✓ Pacientes submetidas a transfusão de sangue ou plasma nos últimos 3 meses ✓ Gravidez (exceto as indicadas. Ex: tétano, influenza) ✓ Doenças agudas febris graves ✓ Recém-nascidos menores de 2.000g Desenvolvimento imunológico A Imunidade Inata tem papel primordial nos primeiros anos de vida, pois a resposta adaptativa está em processo de maturação, o que só se completa após a primeira década. Um desequilíbrio nutricional da mãe, tanto em deficiência quanto em excesso, podem também ter um efeito considerável na imunidade neonatal e na maturação imunológica no início da vida. O estresse nutricional nas mães induz elevada estimulação do eixo hipotálamo-hipófise- adrenal, o que resulta em redução do peso do timo fetal, que por sua vez leva a apoptose de timócitos e de células B e T imaturas. Imunidade Inata Granulócitos (principalmente neutrófilos), células apresentadoras de antígenos, células NK e células T γδ Resumo por @olhaelanamed As principais citocinas da imunidade inata são interferon α, β e γ, fator de necrose tumoral (TNF) e interleucinas (1, 6, 10, 12, 15, 18) É a resposta principal no início da vida, dependem dela. Neutrófilos neonatais têm defeitos tanto quantitativos quanto qualitativos. Expressam TLR4 em níveis mais baixos que os adultos, já a expressão de TLR2 é praticamente igual a do adulto. A sinalização por meio das vias MyD88 é deficiente em neonatos após estimulação tanto de TLR2 quanto de TLR4. Essa resposta diminuída é atribuída a altos níveis de adenosina no sangue neonatal, o que aumenta os níveis de AMP cíclico (cAMP), levando à inibição da secreção de TNF- α estimulada por TLR Neutrófilos neonatais expressam baixos níveis de L- selectina na superfície celular e Mac-1 (CD11b/CD18), o que ocasiona uma redução de 50% na transmissão dessas células para locais de infecção. Essa resposta quimiotática prejudicada ocorre devido ao influxo de cálcio intracelular reduzido e à polimerização alterada de actina, limitando a capacidade dos neutrófilos de deformar e penetrar no revestimento endotelial vascular. Ademais, os neutrófilos neonatais não produzem adequadamente as redes neutrofílicas (NETs), importantes na destruição de bactérias extracelulares. Além disso, o sistema NADPH oxidase e a capacidade de gerar radicais hidroxila também não atuam perfeitamente nos granulócitos neonatais. Os componentes do sistema complemento são expressos inicialmente no feto durante a gravidez e aumentam, atingindo os níveis de adulto ao longo dos primeiros 12 a 18 meses de vida. As proteínas C encontradas no feto sob condições fisiológicas desempenham um papel crítico na capacidade de neutralização dos anticorpos e protegem o feto do sistema imunológico materno. Recém Nascidos expressam as frações C3, C4 e complemento hemolítico total (CH50). As células NK são importantes nas infecções virais. Elas estão em maior quantidade no recém nascido do que em adultos, com expressão aumentada do receptor inibitório CD94/NKG2A. Apresentam uma reduzida capacidade funcional se comparada a adultos. As células T γδ são uma das primeiras a responder a infecções por Mycobacterium tuberculosis e Listeria monocytogenes. Elas liberam grandes quantidades de IFN-γ e exibem uma função citotóxica. São encontradas no timo e no sangue do cordão umbilical.2,4 De maneira geral, as células T γδ neonatais apresentam baixa capacidade de proliferação, produção de citocinas frente a estimulação e produzem menores proporções de perforina e granzima B. Imunidade Adaptativa Existem dois subconjuntos distintos de células T que expressam os receptores de células T (TCRs) α/β e γ/δ. As células que expressam TCRs γ/δ no fígado fetal não migram para o timo para maturação, mas desempenham um papel importante na proteção contra infecções microbianas em um estágio inicial de desenvolvimento. As células T α/β migram para o timo para maturação, resultando em timócitos TCR+ de linhagem T CD4+ ou T CD8+, o que está associado ao posterior reconhecimento de antígenos e ativação de células T. Estudos experimentais de células T CD4+ neonatais demonstram polarização para respostas T helper 2 - Th2 (IL- 4, IL-5, IL-10) com uma produção diminuída de citocinas Th1 (IFN-γ, IL-2 e TNF-α). Por outro lado, as células Th17 desempenham um papel importante no desenvolvimento de imunidade a infecções bacterianas e fúngicas em nível de mucosa e pele. Experimentos usando células do sangue do cordão umbilical mostraram que neonatos têm uma frequência muito baixa ou ausência completa de células Th17. Em resumo, de modo geral, os linfócitos B e T naïves são programados de maneira diferente em neonatos em comparação com seus correspondentes encontrados em adultos. Os recém-nascidos exibem uma suscetibilidade aumentada a infecções decorrente da imaturidade de seus linfócitos, incluindo um baixo número de células T de memória efetora, secreção reduzida de citocinas Th1 e reduzida força de sinalização do receptor de células B. Por alguns meses após a concepção, o lactente está sob influência da IgG materna, que diminui ao longo dos primeiros meses. Após os 2 anos de idade, a resposta adaptativa começa a se organizar, com completo Resumo por @olhaelanamed funcionamento após a primeira década de vida. A imunidade celular é exercida pelos linfócitos T com seus subtipos T helper (CD3+ e CD4+) e T citotóxicos (CD3+ e CD8+). Os linfócitos T helper apresentam ainda dois subtipos, conforme seu padrão de produção de citocinas: Th1, que modula a imunidade celular, e Th2, que estimula a imunidade humoral. As propriedades fundamentais da imunidade celular são a produção de citocinas e a atividade citotóxica. As citocinas mais importantes da imunidade adaptativa são IL-2,4, 5, 10 e 13 e INF γ β e TGF β.4 A produção das citocinas está desviada para o perfil de resposta Th2 até um ano de idade. A produção de IL-12 que ativa linfócitos T CD4 para o perfil Th1 está atrasada no recém-nascido.6 O déficit na resposta Th1 visto no neonato confere prejuízo na função de citotoxicidade. Imunidade Humoral: O período compreendido entre a queda dos anticorpos maternos e a produção sustentada de anticorpos próprios é chamado hipogamaglobulinemia transitória ou fisiológica. Ocorre entre o terceiro e o quinto meses de vida, com resolução completa entre dois e cinco anos. Para que ocorra o “switch” de classe, ou seja, que o linfócito B apresente outras classes de imunoglobulinas em sua superfície, é necessária a interação com linfócitos T CD4. Na interação entre o linfócito T CD4 padrão Th2 e o linfócito B, ocorre produção de citocinas e, de acordo com o predomínio de algumas delas, o linfócito B produz uma ou outra classe de imunoglobulina. No recém-nascido essa interação está prejudicada. Por volta do 4º mês, as concentrações de IgG total começam a se elevar: é este o momento em que a produção de IgG pela criança supera o consumo da IgG materna. Entretanto, as concentrações de IgG da criança só atingirão as concentrações do adulto por volta de 8 anos de idade. igA secretora presente no leite materno é muito importante para proteção gastrointestinal do RN contra rotavírus, E.Coli e retrovírus. Gestantes vacinadas para meningococo, influenza e pneumococo apresentam maiores concentrações de IgA secretoras específicas para esses microrganismos no leite materno e redução do risco de desenvolvimento de doenças nos lactentes. Os HMO (da sigla em inglês, human milk oligosaccharides) são carboidratos de estrutura complexa sintetizados pela mama com função prebiótica, isto é, de favorecer a proliferação e o estabelecimento de bactérias benéficas no trato gastrintestinal de lactentes amamentados. Sua composição varia conforme os grupos sanguíneos maternos. Por sua complexidade e variabilidade, não é possível sintetizar HMO com estrutura semelhante aos presentes no leite materno SISTEMA LINFÁTICO DA CRIANÇA É um sistema aberto, sem bomba central em que a linfa se move num só sentido e com baixa pressão. Produzem, armazenam e transportam células do sistema imunológico. Esse sistema inclui: medula óssea, gânglios linfáticos, vasos e capilares linfáticos, amígdalas, adenóides, baço e timo. Linfa: Líquido esbranquiçado ou amarelo claro de composição comparável à do plasma sanguíneo, que circula nos vasos linfáticos e transporta leucócitos e possui macromoléculas que não conseguem ser reabsorvidas pelos capilares venosos. Dois terços de toda a linfa provem do fígado e do intestino. Os gânglios são pequenos órgãos em forma de feijão localizados ao longo do sistema linfático. Armazenam linfócitos e distribuem-se em cadeias Resumo por @olhaelanamed ganglionares, encontradas no pescoço, axila, fossa poplítea, região inguinal e envolvidos por grandes vasos sanguíneos. Baço: órgão esponjoso, que funciona como “filtro” de sangue (remove hemácias defeituosas, plaquetas e leucócitos que perderam a função) O timo está localizado a meio do tórax, logo atrás ao esterno e próximo do coração. Ao nascimento pesa de 10 a 35 g e cresce até à puberdade, com peso máximo de 20 a 50 g. Daí por diante sofre atrofia progressiva vindo a pesar pouco mais de 5 a 15 g no idoso. O sistema de circulação linfática exerce uma função protectora, com a produção complementar de anticorpos e promove a maturação de linfócitos e órgãos linfóides como o baço e gânglios linfáticos pela produção de timosina (hormona do timo com ação na maturação dos linfócitos T). ✓ Vasos linfáticos de fundo oco: conduzem a linfa ✓ Amigdalas ou Tonsila Palatina: ricas em glóbulos brancos. ✓ Linfonodos: filtram a linfa e combatem microrganismos. ✓ Timo :Produz hormônio timosina, que estimula a maturação dos linfócitos ✓ Baço: degrada hemácias envelhecidas, é rico em linfonodos. ✓ Apêndice: rico em células de defesa ✓ Medula óssea: Produção de células sanguíneos Pneumonia Adquirida na Comunidade As infecções respiratórias agudas (IRA) são doenças que acometem qualquer segmento do trato respiratório no período de até 7 dias de duração. Correspondem a 25% de todas as doenças e mortes entre crianças nos países em desenvolvimento. A maioria das crianças tem 4-6 infecções respiratórias agudas por ano, principalmente nas áreas urbanas. Cerca de 2-3% das IRA evoluem para infecção do parênquima pulmonar, das quais 10-20% evoluem para óbito. A principal IRA do parênquima pulmonar é a pneumonia adquirida na comunidade (PAC). Esta é definida como a presença de sinais e sintomas de pneumonia em criança previamente saudável, devido a infecção contraída fora do hospital. A PAC é responsável por 15% de todas as mortes de crianças menores de 5 anos, principalmente nos países em desenvolvimento, contabilizando cerca de 800mil óbitos em 2017. Principais fatores de risco para PAC: ✓ Desnutrição ✓ Baixa idade ✓ Comorbidade e gravidade da doença ✓ Baixo peso ao nascer ✓ Permanência em creche ✓ Episódios prévios de sibilos e pneumonia ✓ Ausência de aleitamento materno, ✓ Vacinação incompleta Resumo por @olhaelanamed ✓ Variáveis socioeconômicas e ambientais Etiologia: Idade Patógeno (ordem de frequência) RN < 3 dias Streptococcus grupo B, Gram negativo (E. Coli), Listeria sp. (pouco comum) RN > 3 dias Staphylococcus aureus, Staphilococcus epidermidis e Gram negativos 1 a 3 meses VSR, Chlamydia trachomatis, Ureaplasma urealyticum 1 mês a 2 anos Vírus, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenza tipo b, H. influenza não tipável, S. aureus. 2 a 5 anos Vírus, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenza tipo b, H. influenza não tipável, Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumoniae, S. aureus. 6 a 18 anos Vírus, Streptococcus pneumoniae, M. Pneumoniae, C. pneumoniae, H. influenza não tipável, S. aureus. Vírus + comum (90% das PAC no primeiro ano de vida e metade dos casos na idade escolar), Bactéria + grave (Pneumococo é o principal agente bacteriano da PAC) Crianças que apresentam alto risco de infecção por pneumococo: ✓ Infectadas pelo vírus HIV ✓ Erros inatos da imunidade ✓ Imunodeficiências adquiridas ✓ Cardiopatas ✓ Nefropatas ✓ Pneumopatas crônicas (incluindo asma grave) ✓ Diabéticas ✓ Com Hemoglobinopatias (principalmente anemia falciforme) ✓ Asplenia congênita ou adquirida ✓ Fístula liquórica ✓ Cirrose hepática Quadro clínico: Principais sinais e sintomas: Febre, tosse, frequência respiratória elevada (taquipneia) e dispneia, de intensidade variáveis. Sintomas gripais são comuns, bem como otite média. Algumas crianças apresentam dor abdominal, principalmente quando há envolvimento dos lobos pulmonares inferiores. Em crianças pequenas dificilmente se encontram alterações localizadas à ausculta respiratória. A sibilância ocorre em IRA do trato respiratório inferior, geralmente na bronquiolite viral aguda, raramente na PAC. Consolidação alveolar, pneumatoceles, derrames pleurais e abscessos sugerem etiologia bacteriana. O padrão intersticial está mais frequentemente associado a vírus Mycoplasma pneumoniae ou Chlamydia pneumoniae (causadores das pneumonias atípicas) Na criança com IRA, a frequência respiratória (FR) deve sempre ser pesquisada visando ao diagnóstico de PAC. Na ausência de sibilância, as crianças com tosse e FR elevada (taquipneia) devem ser classificadas como tendo PAC. Os seguintes pontos de corte para taquipneia são utilizados: < 2 meses: FR ≥ 60 irpm; 2-11 meses: FR ≥ 50 irpm; 1-4 anos: FR ≥ 40 irpm. Bacteriana: Tosse produtiva, febre alta, dor abdominal ou torácica, prostração, hiporexia. Viral: Inicio mais gradativo com cefaléia, mal estar,
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