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PROBLEMA 06 NASCIMENTO E CRESCIMENTO

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PROBLEMA 6- NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
THAIS MARTINS SOUTO 
MEDICINA DO ADOLESCENTE 
OBJETIVO 
1- ELUCIDAR AS CARACTERÍSTICAS BIOPSICOSSOCIAIS 
BEM COMO AS DIFERENTES ETAPAS DA PUBERDADE 
COM ENFOQUE NA ESCALA DE TUNNER. 
-DESCREVER COMO OCORRE O ESTIRAO DE CRESCIMENTO 
-APRESENTAR A ESCALA DE TUNNER DE ACORDO COM AS 
FASES DE DESENVOLVIMENTO NA ADOLESCENCIA. 
-ABORDAR SOBRE AS MUDANÇAS COMPORTAMENTAIS 
NO PERIODO DE ADOLESCENCIA 
A Organização Mundial de Saúde define como 
adolescência a faixa etária entre 10 e 19 anos, um período 
da vida caracterizado por intenso crescimento e 
desenvolvimento e por transformações anatômicas, 
fisiológicas, psicológicas e sociais. A puberdade, 
conceitualmente, tem sua origem na realidade biológica, 
compreendendo o conjunto das transformações 
somáticas que marcam o final da infância, sobretudo o 
surgimento dos caracteres sexuais secundários. Já o termo 
adolescência pode ser entendido como o processo 
cultural de passagem da infância para a vida adulta. 
A adolescência processa-se em três fases distintas: 
ADOLESCÊNCIA INICIAL, MÉDIA E TARDIA. Cada uma 
dessas fases é marcada por uma série de características 
específicas. 
 
A sequência de alterações somáticas e fisiológicas deu 
origem: À ESCALA DA MATURIDADE SEXUAL OU 
ESTÁGIOS DE TANNER. 
ESTADIAMENTO DE TANNER OU ESTADIAMENTO 
PUBERAL: criada em 1962, por um médico inglês: J.M. 
Tanner. • Método visual. • Ferramenta utilizada 
diariamente durante a descrição do exame físico de 
crianças e adolescentes. • Descreve a MATURAÇÃO 
SEXUAL em meninos e meninas. • Padroniza e simplifica a 
descrição do exame físico. • Pode permitir diagnósticos de 
patologias como: • PUBERDADE PRECOCE, RAPIDAMENTE 
PROGRESSIVA OU RETARDADA. 
CLASSIFICAÇÃO: 
• Meninas: • Mamas - M1 a M5 • Pêlos - P1 a P5 
• Meninos • Genitais - G1 a G5 • Pêlos - P1 a P5 
 
PUBERDADE PRECOSE 
É quando ocorre o desenvolvimento dos caracteres 
sexuais secundários antes dos 8 anos nas meninas e antes 
dos 9 nos meninos. Causas:  Hormonais: Aumento 
precoce dos hormônios sexuais (devido ao uso de alguns 
medicamentos ou pela produção das próprias glândulas; 
pituitária e ovários nas meninas e testículos nos meninos 
 Genéticas  Ambientais (estado de saúde, nutrição): 
meninas que tiveram mães que menstruaram cedo 
tiveram puberdade precoce;  Idiopáticas: sem causa 
determinada. 
Em crianças com puberdade precoce verdadeira 
(desenvolvimento das mamas antes dos 8 anos em 
meninas, crescimento dos testículos e pênis antes dos 9 
anos em meninos), ocorre um estirão de crescimento 
precoce em uma idade jovem e, com o tempo, o 
resultado é a baixa estatura por causa do fechamento 
prematuro das placas de crescimento. 
 
ATRASO PUBERAL (OU PUBERDADE TARDIA) 
É a falta de desenvolvimento dos caracteres sexuais 
secundários aos 13 anos nas meninas e 14, nos meninos, 
sendo mais frequente em meninos. Bom, como sabemos, 
o desenvolvimento puberal ocorre devido à reativação da 
secreção do hormônio hipotalâmico liberador de 
gonadotrofinas (GnRH) que estimula a síntese hipofisária 
dos hormônios luteinizante (LH) e do folículo estimulante 
(FSH), com consequente síntese de estradiol, pelos 
ovários, e de testosterona, pelos testículos. No entanto, 
quando ocorre alguma deficiência na produção ou 
liberação desses hormônios, tem-se o quadro de atraso 
puberal. Se houver atraso puberal, o crescimento em 
altura pode diminuir consideravelmente. Se o atraso 
não for patológico, o estirão do crescimento do 
adolescente ocorrerá mais tarde com compensação do 
crescimento, com a altura subindo as linhas do percentil 
e a criança alcança a estatura determinada 
geneticamente. 
 
 
Nas meninas, o primeiro sinal visível de puberdade e 
marco do estágio 2 é o aparecimento dos botões 
mamários, entre 8 e 12 anos de idade. A menarca ocorre 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-em-crian%C3%A7as/puberdade-precoce
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-em-crian%C3%A7as/puberdade-tardia
 PROBLEMA 6- NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
THAIS MARTINS SOUTO 
tipicamente entre 2 e 2,5 anos mais tarde, perto do pico 
da velocidade de crescimento em altura. As alterações 
menos óbvias incluem o aumento dos ovários, do útero, 
dos lábios vulvares e do clitóris e o espessamento do 
endométrio e da mucosa vaginal. Nos meninos, o 
primeiro sinal visível de puberdade e marco do estágio 2 
é o aumento dos testículos, que começa 
aproximadamente aos 9 anos, seguido pelo crescimento 
do pênis durante o estágio Tanner G3. Uma aceleração 
acentuada do crescimento ocorre no início da puberdade 
em ambos os sexos, no entanto, os picos de velocidade só 
são alcançados no estágio 3 ou 4 de Tanner. Os meninos 
tipicamente atingem o pico de crescimento cerca de dois 
ou três anos mais tarde que as meninas, porém, no 
estágio de Tanner mais tardio, continuam a crescer 
linearmente por aproximadamente mais dois a três anos 
depois que as meninas param. 
 
O ESTIRÃO DO CRESCIMENTO começa distalmente, 
com o aumento das mãos e pés, seguido pelos braços e 
pernas e finalmente tronco e tórax. 
Crescimento esquelético linear: Na puberdade, há uma 
fase de crescimento rápido, com aceleração e posterior 
desaceleração, até, finalmente, o término do processo de 
crescimento. O estirão de crescimento ou estirão puberal 
é composto, portanto, pelo período de aceleração da 
velocidade de crescimento (VC), até atingir um valor de 
pico (PVC), e subsequente desaceleração até o término 
do crescimento. O PVC no sexo masculino pode chegar a 
valores de 10-12 cm/ano e, no sexo feminino, de 8-10 
cm/ano. O estirão puberal não ocorre de maneira 
uniforme. Inicia-se pelos membros, seguindo uma direção 
distal-proximal, ou seja, pés e mãos, inicialmente, 
seguindo-se pernas e membros superiores, conferindo ao 
corpo do adolescente um aspecto desarmônico ou de 
desproporcionalidade, que volta a ser harmônico e 
proporcional ao término do estirão, após o crescimento do 
tronco, principal responsável pela estatura final do 
indivíduo. 
O estirão de crescimento em meninos geralmente ocorre 
por volta dos 12 aos 16 anos, com um pico normalmente 
entre 13 e 14 anos de idade; pode-se esperar um 
ganho > 10 cm no ano do pico de crescimento. O estirão 
de crescimento em meninas geralmente ocorre por volta 
de 9½ e 13½ anos de idade, com o pico tipicamente entre 
11 e 12½ anos de idade; pode-se esperar um ganho de 9 
cm no ano do pico de crescimento. 
 
Embora ainda persistam dúvidas sobre a complexa 
dinâmica da ATIVAÇÃO PUBERAL, sabe-se que esse 
momento se inicia após a reativação de neurônios 
hipotalâmicos, que secretam, de uma maneira pulsátil 
bastante específica, o hormônio liberador de 
gonadotrofinas (GnRH). A secreção desse resulta na 
consequente liberação também pulsátil dos hormônios 
luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH) pela 
glândula hipófise. Isso ocorre inicialmente durante o sono 
e, mais tarde, estabelece-se em ciclo circadiano. 
 
FACILITADORES DA RELAÇÃO MÉDICO-ADOLESCENTE 
Sigilo: O adolescente precisa estar seguro do caráter 
confidencial da consulta, mas ficar ciente também das 
situações em que o sigilo pode ser rompido. Isso, no 
entanto, deve ocorrer com o conhecimento do paciente, 
transmitindo-se à família apenas o que for necessário. 
Saber ouvir: Deve-se estar preparado não só para ouvir 
com atenção e interesse o que o adolescente tem a dizer, 
mas também ter sensibilidade suficiente para apreender 
outros aspectos do que se passa com ele e que lhe são 
difíceis de expressar verbalmente. 
Tempo: O atendimento ao adolescente demanda tempo e 
certo grau de paciência, e, dependendo das questões em 
curso, quase sempre se faz necessário mais de um contato. 
A identidade do médico: O adolescente precisa perceber 
no médico alguém que inspire confiançae respeito, e não 
que se pareça com seus pais e seus companheiros. Não é, 
portanto, interessante adotar comportamentos 
semelhantes aos dos jovens nem atitudes características 
de um pai substituto. 
Família: Em algumas circunstâncias, a família pode desejar 
conversar com o médico sem a presença do adolescente, 
o que deve ser permitido, obedecendo-se aos mesmos 
critérios confidenciais adotados para o primeiro e 
respeitando-se o acordo de sigilo estabelecido com ele. De 
qualquer forma, com mais ou com menos participação e 
presença familiar, o adolescente deve estar no centro do 
atendimento médico, seja na consulta, seja no 
acompanhamento de seu tratamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PROBLEMA 6- NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
THAIS MARTINS SOUTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PROBLEMA 6- NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
THAIS MARTINS SOUTO 
OBJETIVO 2- DISCORRER OS DISTURBIOS ALIMENTARES 
MAIS COMUNS NA ADOLESCENCIA. 
 
TRANSTORNOS ALIMENTARES 
Os transtornos alimentares constituem uma forma de 
autoagressão em que o alimento é utilizado como forma 
de suprir outras faltas psíquicas, seja pelo excesso, seja 
pela escassez que pode chegar ao risco de morte. 
O comportamento alimentar se define como “respostas 
comportamentais ou sequenciais associadas ao ato de 
alimentar-se, maneira ou modos de se alimentar, 
padrões rítmicos da alimentação”. Esse tipo de 
comportamento é influenciado por condições sociais, 
demográficas e culturais, pela percepção individual e dos 
alimentos, por experiências prévias e pelo estado 
nutricional. 
A influencia da mídia, e a busca pelo estereótipo, a perda 
de peso é induzida por métodos inadequados, como jejum 
e exercício físico intenso, e o ganho de massa muscular é 
estimulado por exercícios físicos excessivos, alimentação 
inadequada e uso de anabolizantes. 
Quando o começo do TA (transtorno alimentar) ocorre 
durante a adolescência, tais transtornos prejudicam as 
relações sociais e familiares, e a idealização suicida torna-
se mais comum. O início da atividade sexual antes dos 16 
anos também é mais frequente em adolescentes com TA. 
Além disso, jovens do sexo feminino com histórico de TA 
apresentam mais chances de aborto ou gravidez. 
 
ANOREXIA NERVOSA 
Segundo o DSM V, a anorexia nervosa é uma doença 
psíquica com consequências físicas devastadoras, 
caracterizada pela perda de peso e distorção da imagem 
do corpo, com medo obsessivo de ganhar peso, que se 
manifesta por de privar o corpo do alimento. Mais 
comum ao final da adolescência e no adulto jovem, 
embora possa surgir em qualquer idade e em ambos os 
sexos, é mais diagnosticada em mulheres, em 90% dos 
casos. Nelas, a parada da menstruação acompanha o 
quadro. São sinais diagnósticos para a anorexia: 
 • PERDA DE PESO ACIMA DE 15% PESO IDEAL; 
• MEDO DE ENGORDAR; 
• ALTERAÇÃO DA PERCEPÇÃO DA IMAGEM DO CORPO; 
• PARADA DA MENSTRUAÇÃO NAS MULHERES. 
A anorexia é responsável pela mais alta taxa de 
mortalidade entre os transtornos psiquiátricos, sendo 
que a cada 5 mortes prematuras em pessoas com anorexia 
nervosa, 3 são por suicídio. As características psiquiátricas 
pré-mórbidas dos pacientes com AN podem incluir 
excessiva dependência, imaturidade do desenvolvimento 
e isolamento. 
Os indivíduos podem ter palpitações, fraqueza, tontura, 
dispneia e dores no peito. São encontrados sinais físicos, 
como pulso fraco e irregular e vasoconstrição periférica, 
juntamente com bradicardia, hipotensão postural e 
outras arritmias eletrocardiográficas. As medidas do 
pulso podem não passar de 20 batimentos/minuto e são 
comuns várias anormalidades eletrocardiográficas, 
incluindo baixa voltagem, inversão e achatamento das 
ondas T e depressão de ST, bem como arritmias 
supraventriculares e ventriculares, algumas precedidas 
por um intervalo QT prolongado. A diminuição do débito 
cardíaco e o prolapso da valva mitral podem decorrer de 
atrofia miofibrilar. Cansaço, falta de energia, e 
intolerância ao frio, podem ser causadas por disfunção 
do eixo hipotálamo-hipofisário-supra-renal. 
A densidade óssea pode ficar anormalmente baixa, 
resultando em dor óssea durante exercícios e risco a 
fraturas. Pele seca, perda de cabelos. Dentre outros 
problemas importantes. 
 
BULIMIA 
Define-se como COMPULSÃO ALIMENTAR COMBINADA A 
FORMAS INAPROPRIADAS DE TENTAR INTERROMPER O 
AUMENTO DE PESO, COMO OS VÔMITOS PÓS-
PRANDIAIS E USO DE LAXANTES, LEVANDO A DISTÚRBIOS 
FÍSICOS, PSÍQUICOS E SOCIAIS. É caracterizada por 
episódios repetidos de compulsão alimentar, seguidos de 
comportamentos compensatórios, acompanhada de 
sentimentos de culpa e autodepreciação, em uma forma 
clara de dano a si mesmo. Os critérios diagnósticos para a 
bulimia segundo o DSM V, classificada pelo CID 10 como 
F50.2, são: 
• EPISÓDIOS RECORRENTES DE COMPULSÃO 
ALIMENTAR; 
• COMPORTAMENTOS INAPROPRIADOS 
COMPENSATÓRIOS PARA PREVENIR O GANHO DE PESO; 
• FREQUÊNCIA DE AO MENOS 1 VEZ/SEMANA, POR 3 
MESES; 
 • AUTOAVALIAÇÃO INDEVIDAMENTE INFLUENCIADA 
PELO PESO E ASPECTO CORPORAL. 
Os fatores de risco para BN incluem fatores familiais, com 
obesidade dos pais, abuso de álcool e transtornos 
afetivos, bem como críticas, por parte de familiares, 
sobre o peso corporal ou os hábitos alimentares. 
As complicações físicas incluem: Fraqueza e irritabilidade 
como efeito colateral da desidratação, sofrimento e 
distúrbio de motilidade gastrointestinal em decorrência 
dos vômitos e do abuso de laxantes, menstruações 
irregulares e problemas de fertilidade, caries dentarias e 
edema da glândula parótida, além de problemas cardíacos 
decorrentes do abuso de ipeca. A depressão e o 
diagnóstico psicológico que ocorre mais comumente nas 
pacientes com BN e pode preceder o distúrbio alimentar 
ou vir após ele. Os distúrbios de ansiedade, 
 PROBLEMA 6- NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
THAIS MARTINS SOUTO 
especificamente o transtorno da ansiedade generalizada e 
a fobia social, também ocorrem juntamente com a BN. 
 
TRATAMENTO: É necessária uma avaliação pré-
tratamento minuciosa para determinar o nível inicial de 
cuidados. 
Anorexia Nervosa> Está indicada a hospitalização em 
muitos casos. As indicações para hospitalização incluem a 
constelação de riscos. O aconselhamento nutricional pode 
ajudar a determinar um peso alvo saudável e a fornecer 
aos pacientes e suas famílias informações educacionais 
apropriadas sobre dieta, níveis de exercício e os riscos de 
curto e longo prazos dos distúrbios alimentares. A 
internação psicoterapêutica para abordar conflitos e 
defesas psicodinâmicos, distorções cognitivas, papeis 
familiares e obsessões pode ser muito útil se integrada a 
outros aspectos do tratamento. 
Bulimia Nervosa> Para a BN, está indicada hospitalização 
quando a paciente tiver sintomas graves que não 
respondam ao tratamento ambulatorial, problemas 
clínicos gerais (anormalidades metabólicas, hematêmese, 
alterações de sinais vitais, vômitos incontroláveis), 
potencial suicida, desequilíbrios psiquiátricos 
independentes do distúrbio alimentar que exijam 
internação ou abuso grave de substâncias psicoativas 
concomitantes. A decisão de internar uma paciente com 
BN num hospital psiquiátrico ou clínico depende das 
condições médicas gerais da paciente, das habilidades e 
capacidades da equipe de controlar a paciente e da 
existência de programas ambulatoriais, parciais e pós-
intervenção intensiva apropriados para satisfazer as 
necessidades clínicas e psiquiátricas da paciente. 
Aconselhamento nutricional, terapia farmacológica, 
terapia psicodinâmica, terapia interpessoal. 
 
 
 
COMPULSÃO ALIMENTAR 
Segundo o DSM V, os episódios de compulsão alimentar 
estão associados a 3 ou mais dos seguintes itens: 
 • comer muito mais rapidamente que o normal; 
• comer até se sentir desconfortável; 
•comer grandes quantidades de alimento sem estar com 
fome; 
• comer sozinho por sentir vergonha da quantidade que 
está comendo; 
• sentir-se desapontado consigo mesmo, depressivo ou 
culpado depois do exagero alimentar. 
A compulsão alimentar é um TANE (transtorno alimentar 
não especifico ), que se caracteriza pela ingestão de uma 
quantidade de alimentos maior que a maioria das pessoas 
ingeriria em um pequeno intervalo de tempo, ao menos 
duas vezes por semana, por seis meses seguidos, 
acompanhado do sentimento de falta de autocontrole. 
Durante esses episódios, os indivíduos sentem uma perda 
do controle sobre o quê ou o quanto comem e, ao final, 
sentem-se culpados e depressivos. 
 
Dentre os fatores de risco para os TA, destacaram-se a 
mídia e os ambientes social e familiar. A influência da 
mídia e do ambiente social foi associada, principalmente, 
ao culto à magreza. Já no âmbito familiar, o momento das 
refeições mostrou-se fundamental na determinação do 
comportamento alimentar e no desenvolvimento de seus 
transtornos. Os TA se associaram a problemas nutricionais 
(déficit no crescimento e ganho de peso), à saúde bucal 
(queilose, erosão dental, periodontites e hipertrofia das 
glândulas salivares) e aos prejuízos sociais. 
 
OBESIDADE 
A obesidade está associada à ocorrência de hipertensão 
arterial, dislipidemia e resistência insulínica (RI), levando 
ao aumento de fatores de risco cardiovascular, piora da 
qualidade de vida e aumento do índice de mortalidade 
no adulto jovem. 
A obesidade corresponde ao excesso de gordura e é uma 
doença multifatorial que ocorre devido a fatores 
genéticos e ambientais. A maioria dos pacientes 
apresentam a obesidade exógena (95-98%) e apenas um 
percentual muito baixo tem como causa a obesidade 
síndromes genéticas (PRADER-RILI E BARDER VIEDL), 
tumores como craniofaringe ou distúrbios endócrinos 
(hipotireoidismo, síndrome de Cushing). 
Vem aumentando sua incidência principalmente por conta 
das mudanças de estilo de vida e hábitos alimentares: 
sedentarismo, e consumo de alimentos industrializados 
(alto teor calórico, de acucares e gordura). 
Filhos de mae obesas e Diabetes gestacional tem maior 
risco de desenvolver sobrepeso e obesidade na infância, 
levando pra vida adulta. O desmame precoce, a 
 PROBLEMA 6- NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
THAIS MARTINS SOUTO 
introdução inadequada de alimentos, sono reduzido e os 
distúrbios na dinâmica familiar também contribuem para 
este problema na infância, além disso, o risco da criança 
ser obesa aumenta em função da obesidade dos pais. 
A adolescência é um período critico que a obesidade pode 
surgir ou se agravar, devido ao aumento fisiológico do 
tecido adiposo principalmente nas mulheres, maior 
consumo de fast foods e por instabilidade emocional. A 
obesidade desenvolvida na infância e adolescência tende 
a permanecer na vida adulta, aumentando a morbi-
mortalidade desses indivíduos. 
FISIOPATOLOGIA: é um disturbio do metabolismo 
energetico em que occorre um armazenamento excessivo 
de energia, sob forma de triglicérides, no tecido adiposo. 
Quando há um equilibrio entre a ingestao e o gasto 
energético, o peso é mantido. Assim, os fatores causas da 
obesidade estao relacionados à excessiva ingesta de 
energia, reduzindo gasto ou alterações na regulação desse 
balanço energético. 
A LEPTINA é uma proteina produzida e secretada por 
adipocitos maduros. Atua como um sinal de saciedade, os 
obesos apresentam niveus mais elevados de leptina, 
devido a reduçao da sensibilidade a essa proteina. 
O NEUROPEPTIDEO Y é um neurotransmissor liberado 
pelo hipotalamo que tem efeito contrario ao da leptina, 
aumentando a ingesta alimentar, a concentração serica da 
insulina, diminui a atividade simpatica, reduzindo desta 
forma a energia liberada e aumentando os estoques de 
triglicérides nos adipocitos. 
 
DIAGNÓSTICO 
Métodos antropométricos, em crianças calcula o índice 
PESO/ESTATURA (P/E), que é a relação entre o peso 
encontrado e o peso ideal para a idade altura no percentil 
50 (P50), multiplicado por 100. Considera sobrepeso 
quando estiver maior que 110% e menor que 120%, e 
obesidade igual ou maior que 120%. 
Em crianças acima de 2 anos e adolescentes, é mais 
adequado utilizar o INDICE DE MASSA CORPORAL (IMC), 
que é a relação entre o peso em quilos e a estatura em 
metros ao quadrado. O IMC acima do percentil 85 (P85) e 
abaixo do percentil 95 é considerado sobrepeso, a partir 
de P95 como obesidade. Acima de 99 Obesidade severa. 
Existem outros métodos que são a impedância bioelétrica, 
infra-vermelho e o DEXA. 
Repercussões: 
 Hiperinsulinemia: ocorre devido ao 
desenvolvimento de resistência a insulina; 
 Hipercolesterolemia: nos obesos há um aumento 
dos níveis de colesterol totais e LDL, com maior 
risco de desenvolvimento de aterosclerose. 
 A gordura central aumenta o risco pra diabetes, 
doenças cardiovasculares, e HA. 
 Complicações ortopédicas: ocorrem 
principalmente pelo trauma nas articulações pelo 
excesso de peso; 
 Alterações na função pulmonar: diminuição do 
volume residual e do volume expiratório máximo; 
 Alterações dermatológicas: estrias, tendencia a 
infecções fúngicas nas dobras e acantose 
nigricans. 
 
TRATAMENTO 
Abordagem multidisciplinar, com nutricionista, psicólogo, 
e educador físico. Importante investigar as repercussões 
da obesidade supracitadas, para tratamento adequado. 
Nos casos de dislipidemias, os pacientes são orientados a 
restringir o consumo de gorduras saturadas e colesterol, 
dando preferencia a gorduras poli-insaturadas, aos 
carboidratos complexos e fibras. Os regimes são 
contraindicados, pois levam a perda do tecido muscular e 
diminuição da velocidade do crescimento. O uso de 
medicamentos é contraindicado, a atividade física e o 
acompanhamento ao psicólogo é fundamental. 
A distribuição da gordura corpórea, e não somente o 
excesso global (segundo o IMC), tem grande importância 
no desenvolvimento de comorbidades relacionadas à 
obesidade. O acúmulo de gordura em diferentes órgãos, 
especialmente a intra-abdominal, predispõe ao 
desenvolvimento de RI e de dislipidemia. 
Hiperandrogenismo e manifestações puberais: A 
obesidade exógena está associada a processo de 
maturação mais rápido, com aceleração do crescimento e 
desencadeamento da puberdade mais precocemente. As 
primeiras manifestações de puberdade podem ocorrer 
mais precocemente em crianças obesas, porém a idade da 
menarca mudou muito pouco. O rápido ganho de peso 
parece estar associado às mudanças no padrão de 
desenvolvimento da adrenarca. Essas mudanças seriam 
mediadas pela ação da enzima 11-beta-esteroide-
desidrogenase nos adipócitos, sob estímulo da leptina. O 
tecido adiposo é o principal local de metabolismo dos 
esteroides sexuais, e grande parte da testosterona 
circulante em mulheres jovens é derivada desse tecido. Na 
presença de obesidade abdominal, ocorrem alterações 
qualitativas e quantitativas na secreção de androgênios, 
redução na concentração de globulinas transportadoras 
de esteroides sexuais (SHBG) e estado hiperinsulínico. 
Uma das hipóteses para explicar essas alterações seria o 
distúrbio que causaria fosforilação excessiva no receptor 
de insulina e modularia a enzima regulatória da 
biossíntese androgênica, provocando tanto o 
hiperandrogenismo como a RI. 
 
 
 PROBLEMA 6- NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
THAIS MARTINS SOUTO 
OBJETIVO 3- ACLARAR AS CAUSAS E 
CONSEQUENCIAS DO USO DE DROGAS ILICITAS E 
LICITAS NA ADOLESCENCIA. 
O uso de substâncias lícitas (como álcool e tabaco) ou 
ilícitas (como heroína, cocaína e LSD) era predominante 
entre indivíduos adultos. No entanto, a partir da década 
de 1960, observou-se aumento crescente do uso e abuso 
de substâncias entre adolescentes e, mais recentemente, 
entre pré-adolescentes. E isto reflete diretamente em seu 
desenvolvimentoe processo de crescimento. 
Abuso de substâncias: padrão inadaptado de uso de 
substância(s) que leva a comprometimento clínico ou 
angústia importantes, manifestado por 1 ou mais das 
seguintes situações, nos últimos 12 meses: uso recorrente 
da substância resultando em falhas no cumprimento de 
suas obrigações na escola, no trabalho ou em casa; uso 
recorrente da substância em situações que sejam 
fisicamente perigosas; problemas legais recorrentes 
relacionados ao uso da substância; uso contínuo da 
substância apesar de problemas sociais e interpessoais 
repetidos. 
Dependência de substâncias: segundo o DSM, um 
indivíduo pode ser diagnosticado como apresentando 
distúrbio de uso de substâncias ou dependência de 
substâncias quando apresenta ao menos 2 dos seguintes 
sintomas ou situações: 
 • falha em executar suas obrigações maiores em razão do 
uso da substância; 
• uso em situações fisicamente perigosas; 
• uso continuado apesar de problemas sociais ou 
interpessoais recorrentes; 
 • tolerância; 
• abstinência; 
• consumo da substância em grandes quantidades ou por 
períodos maiores do que o pretendido inicialmente; 
• desejo persistente pela substância e esforços 
malsucedidos no sentido de cortar ou diminuir seu 
consumo; 
• grande volume de tempo gasto em atividades 
necessárias para obter a substância, usá-la ou recuperar-
se de seus efeitos; 
• redução ou abandono de atividades de convívio social, 
de lazer ou de trabalho em razão do uso da substância; 
 • uso continuado da substância, mesmo sabendo ter 
problema físico ou psicológico persistente ou repetido 
causado ou exacerbado pelo consumo da substância. 
 
SUBSTÂNCIA PSICOATIVA: substância química que afeta o 
sistema nervoso central (SNC) e modifica o 
comportamento e os processos mentais. Alterações de 
funcionalidade neuronal, comportamento, humor, 
percepção e consciência. 
Alucinógenos (enteogênicos; psicodélicos; 
psicotomiméticos): substâncias caracterizadas sobretudo 
por sua habilidade em produzir alterações de percepção. 
Podem afetar profundamente a consciência interferindo 
em todas as modalidades sensoriais. 
Entactógeno: substâncias que causam efeitos pró-sociais, 
emocionais e sensoriais nos usuários, como 3,4-
metilenodioximetanfetamina (MDMA) ou ecstasy e outras 
estruturas químicas próximas. 
Fissura (craving): segundo a Classificação Internacional de 
Doenças (CID-10), é definida como um desejo forte ou 
compulsão para fazer uso de uma substância, como 
álcool ou outras drogas. 
Disforia: estado de humor desconfortável e não 
prazeroso, como tristeza, ansiedade, irritabilidade ou 
inquietude. Etimologicamente, é o oposto de euforia. 
Tolerância: é o processo farmacológico caracterizado pela 
necessidade de consumir doses cada vez maiores de uma 
substância psicoativa para que o indivíduo apresente os 
efeitos desejados. Pode ser causada, em parte, pelo 
metabolismo aumentado da substância (tolerância 
farmacocinética), mas se deve principalmente a alterações 
neuroadaptativas no cérebro. 
Síndrome de abstinência (dependência física, 
dependência fisiológica): resulta da administração ou uso 
prolongado de uma substância e manifesta-se quando seu 
uso é descontinuado. 
EPIDEMIOLOGIA 
Os dados epidemiológicos mais recentes sobre o uso de 
substâncias na adolescência são preocupantes no Brasil e 
no mundo. O álcool e o cigarro são as drogas mais 
prevalentes, a maconha é a droga ilícita mais comumente 
usada, a prevalência do uso de drogas varia conforme a 
idade, sexo, região, raça e outros fatores. Adolescentes 
mais jovens tendem a relatar menos o uso da maioria das 
drogas do que os adolescentes mais velhos, com exceção 
dos inalantes. (2004). 
Os meninos tendem a ter maior numero em prevalência e 
duração de usos de drogas, em áreas rurais a bebedeira e 
o cigarro prevalecem. O uso de metanfetamina e de 
heroína se tornou popular entre os adolescentes brancos 
pobres de zonas rurais e adolescentes suburbanos. 
DIAGNÓSTICO 
O Comitê sobre Abuso de Substâncias da Academia 
Americana de Pediatria (AAP) considera que o abuso de 
substâncias por adolescentes possa ser, talvez, o 
diagnóstico pediátrico mais falho. 
Alguns sinais de alerta podem sugerir que o adolescente 
tenha problemas relacionados a álcool e outras 
substâncias: 
 problemas escolares (piora nas notas, falta às 
aulas); 
 PROBLEMA 6- NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
THAIS MARTINS SOUTO 
 problemas de saúde (acidentes, “resfriados” 
frequentes, tosse crônica, dor torácica, sintomas 
alérgicos); 
 problemas familiares (perda de interesse nas 
atividades familiares, não trazer amigos para casa, 
atrasos não explicados ao chegar em casa após a 
escola, respostas evasivas sobre suas atividades, 
desaparecimento de objetos de valor da casa, 
tratar mal os irmãos); 
 problemas com os companheiros (abandono dos 
velhos amigos, novos amigos desconhecidos, 
preferência por festas nas quais os pais não 
participam, chamadas telefônicas estranhas). 
 
PATOGÊNESE 
O processo de crescimento físico e desenvolvimento que 
caracteriza a puberdade pode ser afetado adversamente 
pelo uso de drogas. Um terço das meninas adolescentes 
que usam heroína tem amenorreia secundaria, as 
anfetaminas interferem no sono, e o no aumento da 
secreção de gonadotrofina no começo da adolescência. O 
álcool priva o organismo de proteínas necessárias, 
atrapalhando no estirão de crescimento puberal. 
COMPLICAÇÕES 
Riscos psicológicos, assim como físicos. Os jovens podem 
praticar furtos, arrombamentos, distribuição de drogas ou 
prostituição com a finalidade de conseguir o dinheiro 
necessário para comprar drogas ou álcool. Os atos de 
delinquência se associam mais frequente ao uso recente 
de drogas ilícitas. Com a diminuição da capacidade de 
julgamento aumento os casos de gravidez na 
adolescência, e doenças sexualmente transmissíveis, 
incluindo HIV, bem como à violência física e traumas. 
TRATAMENTO 
Inicialmente precisa da aceitação do paciente e da família, 
nos casos agudos busca se um tratamento inicial mais 
brando. Há uma variedade de programas de tratamento 
para o uso crônico está disponível para pacientes 
internados e ambulatoriais. Os CAPS (Centros de 
Assistência Psicossocial) dão suporte e apoio, prestam 
cuidado de atenção psicossocial, e tratamento aqueles 
que são internados, buscando trazer de volta a sociedade 
a pessoa sem vícios e com maior humanidade possível. 
Dentre outros tratamentos também com uso de 
medicamentos. 
Álcool: é uma das substâncias mais utilizadas por 
adolescentes. É considerado responsável por mais injúrias 
físicas e mortes em jovens do que aquelas produzidas por 
todas as drogas ilícitas somadas. É um depressor do SNC, 
mas que apresenta efeitos iniciais euforizantes. Em doses 
elevadas, leva a progressivo rebaixamento do sensório, 
podendo chegar à depressão respiratória. Antes disso, 
principalmente nos bebedores iniciantes, ocorre a 
evolução clássica para incoordenação motora (ataxia), 
diplopia, fala arrastada, náuseas e vômitos. 
Tabaco: A prevalência do tabagismo em idade precoce é 
particularmente grave à luz dos recentes achados de que 
fumar durante a infância ou a adolescência pode danificar 
o DNA nos pulmões, aumentando o perigo de câncer de 
pulmão, mesmo em pessoas que posteriormente param 
de fumar. Além disso, jovens que começam a fumar aos 11 
anos têm duas vezes mais chances do que outros jovens 
de apresentar comportamentos de risco, como andar em 
um carro com um motorista que bebeu; levar facas ou 
armas para a escola; usar inalantes, maconha ou cocaína. 
Maconha (cannabis): A planta Cannabis sativa (maconha, 
marijuana). A forma mais comum se dá pelo consumo de 
cigarros (“baseado”), no qual fragmentos da planta 
dessecada são fumados. O princípio ativo da planta com 
propriedades psicoativas é o delta-9-tetra-hidrocanabinol 
(THC), presente em uma concentração em torno de 10% 
no cigarro. Outro derivadoda planta, a resina chamada 
haxixe, apresenta concentrações acima de 10%, e o óleo 
de haxixe, mais concentrado, acima de 20% de THC. Os 
efeitos do consumo de um cigarro de maconha (THC) são 
relaxamento e leve estado de euforia, com melhora do 
humor e aumento de apetite (“larica”). Como ocorrem 
prejuízos cognitivos, na tomada de decisões e na 
percepção de tempo, há favorecimento da ocorrência de 
injúrias físicas (trauma) e acidentes de trânsito 
envolvendo o usuário. Pode produzir efeitos 
desagradáveis como ansiedade, disforia e até 
desencadeamento de surtos psicóticos em adolescentes 
predispostos (comorbidades). 
COCAÍNA: A cocaína é um alcaloide da planta Erythroxylun 
coca. As formas mais utilizadas são o pó (hidrocloreto de 
cocaína), cheirado, aplicado em mucosas ou injetado, e o 
crack (ou “pedra”), que é fumado. Atingindo seus efeitos 
psicoativos em torno de 10 a 15 minutos, e em 2 a 3 
minutos quando injetada. O crack, fumado com auxílio de 
 PROBLEMA 6- NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
THAIS MARTINS SOUTO 
cachimbos artesanais ou improvisados, permite o acesso 
rápido da cocaína ao SNC a partir da circulação pulmonar, 
com pico de efeito psicoestimulante em cerca de 1 
minuto. A exposição à cocaína produz uma síndrome 
simpaticomimética típica, com agitação, taquicardia, 
hipertensão arterial, sudorese, tremores e midríase, 
acompanhada de efeitos subjetivos como euforia, 
redução do sono e do apetite e disposição aumentada 
para atividades físicas (mesmo trabalho penoso) e 
sexuais. Algumas vezes, pode haver efeitos indesejáveis, 
como agitação extrema, agressividade e surtos 
psicóticos. Complicações orgânicas graves, neurológicas 
(hemorragia intracraniana) e cardíacas (vasoespasmo 
coronariano, infarto agudo). 
Os usuários de crack têm também dano pulmonar em 
graus variados, caracterizando o chamado “pulmão do 
crack”. A abstinência, descrita em todas as formas de uso, 
é caracterizada por intensa disforia pós-consumo, seguida 
de fissura importante. Nas situações agudas de agitação e 
agressividade, sedação com diazepínicos e, se necessário, 
haloperidol deve ser tentada. As manifestações cardíacas, 
quando restritas ao vasoespasmo coronariano, costumam 
responder a nitratos e sedação com diazepam. 
Complicações cardíacas graves e hemorragias do SNC 
demandam acompanhamento e manejo especializado. 
Inalantes: Os inalantes são compostos voláteis, 
pertencentes a variados grupos químicos, que estão 
presentes em uma infinidade de produtos de uso 
doméstico e industrial. Os efeitos iniciais do consumo são 
semelhantes aos da embriaguez alcoólica (euforia, 
agitação, rubor facial) podendo seguir-se de tontura, 
náuseas, vômitos e alucinações. 
ALUCINÓGENOS: O LSD produz efeitos alucinógenos 
importantes com doses mínimas, sendo consumido, às 
vezes, a partir de pequenos pedaços de papel (selos, 
figuras adesivas) ou comprimidos. 
O ecstasy é uma anfetamina com propriedades 
alucinógenas, apresentando alguma similaridade 
estrutural com a mescalina. Consumida na forma de 
comprimidos, produz euforia, aumento de energia e 
busca de contato físico (entactógeno), além de 
manifestações simpaticomiméticas, como taquicardia, 
agitação, hipertensão arterial, hipertermia e sudorese. 
A ketamina, um analgésico dissociativo usado em 
anestesiologia humana e veterinária, com propriedades 
alucinógenas. Sua ação se dá nos receptores NMDA 
glutamato, bloqueando estímulos visuais, dolorosos e 
auditivos, levando a uma virtual privação dos sentidos e 
estado onírico, podendo chegar a despersonalização 
(sensação de sair do próprio corpo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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