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PROBLEMA 5- NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO THAIS M. SOUTO Objetivo 1- Evidenciar os motivos que levam as dificuldades de aprendizagem da criança no período escolar (relacionado com as parasitoses) DIFICULDADES DE APRENDIZADO A criança que apresenta dificuldades na escola causa inúmeras preocupações. Existe frustração e desapontamento dos pais e da própria criança, muitas vezes afetando o funcionamento familiar. O processo de aprendizado da criança não é uniforme nem linear, e é caracterizado por hesitações, tentativas de acerto e erro, regressões e progressos. Essa intrincada relação entre tantas variáveis exige observação atenta por parte do pediatra, porque é fundamental que sejam reconhecidas as variações normais dentro desse processo e diferenciadas de disfunção, dificuldade ou deficiência. O desempenho escolar não satisfatório é uma das queixas mais frequentes no consultório pediátrico, embora, na maioria das vezes, não apareça como a causa principal da consulta. Pode vir associada e mascarada com sintomas como mudanças no comportamento, nos hábitos de sono, alimentação, irritabilidade e/ou sintomas depressivos e mesmo queixas somáticas. É importante diferenciar causas de baixo rendimento escolar dos problemas específicos de aprendizado (PEA). Quase todas as vezes, crianças com PEA apresentam baixo rendimento escolar, mas isso não significa que todas as crianças com mau desempenho tenham PEA. Os diagnósticos individuais mais frequentes foram o de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) com 19%, os distúrbios de conduta (7%) e ansiedade (10%). A prevalência psiquiátrica variou de acordo com o distúrbio de linguagem, sendo mais alta em pacientes com distúrbios de recepção da linguagem, e a menor relacionada a problemas da fala (30%). TDAH O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é o transtorno neurocomportamental mais comum da infância, entre as condições crônicas de saúde mais prevalentes que afetam crianças em idade escolar, e o transtorno mental da infância mais extensamente estudado. O TDAH é caracterizado por desatenção, incluindo aumento da distraibilidade e dificuldade de sustentar a atenção; controle pobre do impulso e diminuição da capacidade autoinibitória; e superatividade motora e inquietação motora. As definições variam em diferentes países. As crianças afetadas comumente experienciam insucesso escolar, problemas com relacionamentos interpessoais com familiares e colegas, e baixa autoestima. O TDAH muitas vezes ocorre com outros transtornos emocionais, de linguagem, de comportamento e de aprendizagem. ETIOLOGIA: Mães de crianças com TDAH são mais propensas a apresentar complicações no parto, como toxemia, trabalho de parto prolongado e parto complicado. O uso de drogas maternas. Tabagismo materno, uso de álcool durante a gravidez e exposição pré-natal ou pós-natal ao chumbo são comumente ligados a dificuldades de atenção associadas com o desenvolvimento de TDAH. Corantes e conservantes alimentares têm sido associados de forma inconsistente com hiperatividade em crianças previamente hiperativas. Estudos genéticos têm implicado principalmente dois genes candidatos, o gene transportador de dopamina (DAT1) e uma forma particular do gene receptor de dopamina 4 (DRD4), no desenvolvimento de TDAH. Genes adicionais que possam contribuir para TDAH incluem DOCK2 associado a uma inversão pericêntrica 46N inv(3)(p14:q21) envolvida na regulação de citocinas, um gene de troca de sódio-hidrogênio, e DRD5, SLC6A3, DBH, SNAP25, SLC6A4 e HTR1B. Lesão cerebral grave traumática apresentaram início subsequente de sintomas significativos de impulsividade e desatenção. Anormalidades estruturais (funcionais) têm sido identificadas em crianças com TDAH sem lesão cerebral preexistente identificável. Elas incluem a desregulação do circuito frontal subcortical, volumes corticais pequenos nessa região, redução generalizada de pequeno volume em todo o cérebro e anormalidades do cerebelo. Estressores psicossociais da família também podem contribuir ou exacerbar os sintomas de TDAH. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: idade de 5-12 anos, começando antes dos sete anos, devendo estar presentes por pelo menos seis meses, presentes em duas ou mais situações e não ser secundário a outro transtorno. O DSM-IV identifica três subtipos de TDAH. O primeiro subtipo, transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, tipo predominantemente desatento, frequentemente inclui comprometimento PROBLEMA 5- NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO THAIS M. SOUTO cognitivo e é mais comum em meninas. Os outros dois subtipos, transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, predominantemente do tipo hiperativo-impulsivo, e transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, do tipo combinado, são mais comumente diagnosticados em meninos. As manifestações clínicas do TDAH podem mudar com a idade. Os sintomas podem variar de inquietação motora e comportamento agressivo e disruptivo, que são comuns em crianças pré-escolares, para desorganizado, distraído e desatento, que são mais típicos em adolescentes mais velhos e adultos. Diagnostico: de difícil interpretação em fase pre- escolar, porque distraibilidade e desatenção são consideradas muitas vezes normais no desenvolvimento durante esse período. Se caso realizar um bom exame físico e indicar entrevista clinica especifica, escalas de avaliação de comportamento. DISLEXIA A Dislexia do desenvolvimento é considerada um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração. Essas dificuldades normalmente resultam de um déficit no componente fonológico da linguagem e são inesperadas em relação à idade e outras habilidades cognitivas. (Definição adotada pela IDA – International Dyslexia Association, em 2002. Alguns sinais na Pré-escola Dispersão; Fraco desenvolvimento da atenção; Atraso do desenvolvimento da fala e da linguagem Dificuldade de aprender rimas e canções; Fraco desenvolvimento da coordenação motora; Dificuldade com quebra-cabeças; Falta de interesse por livros impressos. Alguns sinais na Idade Escolar Dificuldade na aquisição e automação da leitura e da escrita; Pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das palavras) e aliteração (sons iguais no início das palavras); Desatenção e dispersão; Dificuldade em copiar de livros e da lousa; Dificuldade na coordenação motora fina (letras, desenhos, pinturas etc.) e/ou grossa (ginástica, dança etc.); Desorganização geral, constantes atrasos na entrega de trabalho escolares e perda de seus pertences; Confusão para nomear entre esquerda e direita; Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas etc.; Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou longas e vagas; DIAGNOSTICO: Consultas Avaliação multidisciplinar Processamento auditivo e audiometria Treinamento auditivo em cabine Discalculia é um termo utilizado para se referir a um padrão de dificuldades caracterizado por problemas em processar informação numérica, aprender fatos matemáticos e desenvolver habilidades de cálculos. Já os problemas de aprendizagem estão relacionados à dificuldade do aluno com alguma função na vida escolar. Mas é importante salientar que isso não é causado pelo aspecto da educação, como alguém que tenha dificuldade de resolver aquela operação matemática. É bem diferente. Esses problemas de aprendizagem têm causas na atividade cerebral e são, erroneamente, minimizadas por muitos profissionais da educação. Alguns deles são bem conhecidos, tamanho o destaque que muitos veículos decomunicação têm dado a cada um deles. – Disgrafia: dificuldade na escrita que engloba também erros de ortografia e outras situações como troca e omissão de letras. PARASITOSES E RENDIMENTO ESCOLAR As parasitoses intestinais se constituem em um dos principais problemas de saúde pública, e mesmo com todos os avanços científicos e tecnológicos conquistados ao longo do tempo pela humanidade, as parasitoses intestinais ainda representam um grave problema social, principalmente em países em desenvolvimento, contribuindo para problemas relacionados à saúde e educação. As enteroparasitoses comprometem o estado nutricional de crianças e jovens parasitados e, por consequência, o crescimento e o desenvolvimento das funções cognitivas desses indivíduos, tornando-se um https://institutoneurosaber.com.br/?p=8600 https://institutoneurosaber.com.br/?p=8927 PROBLEMA 5- NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO THAIS M. SOUTO grave problema de saúde pública para os países mais afetados. As enteroparasitoses são mais frequentes, especialmente entre as crianças e causam desnutrição, anemia e atraso no crescimento. Muitos parasitismos intestinais causam obstrução intestinal como Ascaris lumbricoides e T. trichiura; anemia por deficiência de ferro Ancilostomídeos; prolapso retal T. trichiura; quadros de diarreia, sangramento intestinal e má absorção de nutrientes E. histolytia/díspar e Giardia lamblia. Embora não sejam altas as taxas de mortalidade relacionadas, as infecções parasitárias são um importante problema de saúde pública, o que pode ser demonstrado por suas elevadas prevalências, ampla distribuição geográfica e nível de comprometimento físico e intelectual dos indivíduos acometidos. As verminoses comprometem o estado nutricional, crescimento e função cognitiva de crianças e adolescentes nos países subdesenvolvidos, e, na idade escolar, sua ocorrência consiste em fator agravante da subnutrição, podendo levar à morbidade nutricional, que é, em geral, acompanhada da diarreia crônica, sendo fatores que irão refletir de forma direta no rendimento escolar, promovendo incapacitação física e intelectual dos acometidos. A presença de anemia associada a enteroparasitoses é resultante da subnutrição (Ascaris lumbricóides), da ação hematofágica (Ancylostoma sp.) e da ulceração das mucosas intestinais (Entamoeba histolytica), podendo originar constantes perdas sangüíneas no indivíduo, além do agravamento do quadro patológico dependendo da carga parasitária, da idade, do estado nutricional e fisiológico do organismo, bem como da associação com outras espécies parasitárias patogênicas. Dentro deste contexto a ocorrência da anemia em escolares torna-se comprometedora do comportamento, principalmente quanto à capacidade de atenção e rendimento escolar, diminuindo a habilidade para o aprendizado, ao mesmo tempo proporcionando repetência, idade inadequada da criança na série e evasão escolar. Indiscutível, portanto, a relação que há entre verminoses e o baixo rendimento dos alunos, que tem seu desenvolvimento físico e cognitivo comprometido, refletindo em altas taxas de evasão e fracasso escolar. OBEJTIVO 2 – Descrever as principais Enteroparasitoses que ocorrem na criança em período escolar na infância, agente etiológico, fisiopatologia, diagnostico, quadro clinico). ENTEROPARASITOSES Essas doenças têm como agentes etiológicos helmintos ou protozoários que durante o seu ciclo biológico evolutivo habitam o aparelho digestório. Têm como principal fonte de infecção o contato fecal-oral por meio de água e alimentos contaminados. As enteroparasitoses são infecções causadas por parasitas intestinais, sendo em sua maioria desencadeadas por protozoários e helmintos. É considerado um problema socioeconômico relevante, principalmente nas regiões subdesenvolvidas e em desenvolvimento, estando normalmente ligada a falta de saneamento básico e na escassez de higiene, contribuído desta forma, na manutenção do ciclo biológico e na disseminação dos parasitas. Os parasitas mais comuns de serem encontrados no território brasileiro são: Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Ancilostomideos, Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, Endolimax nana e Entamoeba coli. Algumas parasitoses podem ser assintomáticas e outras sintomáticas. VAMOS FOCAR SOMENTE EM: GIARDIASE, AMEBIASE, ASCARIDIASE, ENTEROBIASE, E TENIASE. ASCARIDÍASE (ASCARIS LUMBRICOIDES) É o helminto mais prevalente no mundo e o de maior letalidade no Brasil, devido às suas complicações graves. Morfologia: é o maior dos nematelmintos: fêmeas com 30 a 40 cm, machos com 15 a 30 cm, coloração leitosa. PROBLEMA 5- NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO THAIS M. SOUTO Local da infestação: intestino delgado, principalmente jejuno e íleo. De grande força muscular, prende-se no lúmen intestinal por assumir postura em U e exercer pressão contra as paredes. FISIOPATOLOGIA: Ovos de A. lumbricoides ingeridos eclodem no duodeno E AS LARVAS RESULTANTES PENETRAM NA PAREDE DO INTESTINO DELGADO, MIGRANDO PELA CIRCULAÇÃO PORTAL ATRAVÉS DO FÍGADO PARA O CORAÇÃO E PARA OS PULMÕES. As larvas se fixam nos vasos capilares alveolares, penetram nas paredes alveolares e ascendem à árvore brônquica para a orofaringe. São ingeridos e voltam ao intestino delgado, no qual se desenvolvem até vermes adultos, se acasalando e liberando ovos nas fezes. O ciclo de vida é completado em aproximadamente 2 a 3 meses; vermes adultos vivem 1 a 2 anos. Patogenia e manifestações clínicas: 1) Pelas larvas: A principal ação DAS LARVAS É NO PULMÃO: pneumonite larvária, com febre, tosse, expectoração, dispneia, eosinofilia periférica moderada ou intensa (síndrome de Löeffler – duração de uma ou duas semanas); 2) Vermes adultos: no intestino o quadro é assintomático, ou há sintomas inespecíficos. Quando ocorre infestação média (mais de 30 vermes), ou maciça (mais de 100 vermes) as manifestações são perigosas: a) Ação espoliadora – consumo de grande parte dos macronutrientes e micronutrientes ingeridos pela criança, desnutrição proteico-energética, baixa estatura, desenvolvimento comprometido; b) Suboclusão ou obstrução intestinal – é um quadro grave, letal em muitos casos e de incidência inaceitavelmente ainda elevada em nosso país. O enovelamento de grande número de parasitas obstrui o lúmen do intestino delgado. O paciente, em geral desnutrido, apresenta cólicas, distensão abdominal, anorexia, vômitos biliosos, desidratação e às vezes diarreia no início do quadro. É comum a criança eliminar as lombrigas pela boca, narinas ou ânus. Palpa-se massa cilíndrica na região periumbilical ou próximo aos flancos. Os ruídos hidroaéreos podem desaparecer, caso ocorra oclusão intestinal total ou íleo adinâmico. Pode ocorrer isquemia de alça, necrose, perfuração ou volvo do intestino. A visualização direta de vermes é possível na ultrassonografia abdominal. O corpo espiralado do verme do Ascaris no trato biliar dá um sinal clássico na imagem no ultrassom, chamado “sinal do olho de boi” ou “sinal de dupla sonda”. c) Migração do áscaris – pode causar quadros graves: 1) APENDICITE, POR INVASÃO DO APÊNDICE CECAL; 2) PANCREATITE HEMORRÁGICA, POR OBSTRUÇÃO DA AMPOLA DE VATER E DUCTO DE WIRSUNG; 3) COLESTASE E COLANGITE, POR OBSTRUÇÃO DA AMPOLA DE VATER E ÁRVORE BILIAR; 4) ABCESSO HEPÁTICO, PELA SUBIDA DOS VERMES ATÉ O INTERIOR DO PARÊNQUIMA DO FÍGADO; 5) ASFIXIA, POR OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS OU CÂNULA TRAQUEAL. DIAGNOSTICO: exame de fezes, identificação de vermes adultos que surgem do nariz, boca e reto. Exames radiológicos durante fase pulmonar ou intestinal, e presença de eosinofilia. TENÍASE (TAENIA SOLIUM E TAENIA SAGINATA) O homem é o hospedeiro definitivo destescitoides platelmintos, conhecidos como solitária. O HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO É O PORCO PARA O EMBRIÃO DA T. SOLIUM, E O GADO BOVINO DOMÉSTICO PARA O EMBRIÃO DA T. SAGINATA. Na fase adulta, as tênias habitam o intestino delgado do homem, onde podem viver por 3 a 25 anos. O homem pode entrar em contato com esse platelminto em duas formas evolutivas diferentes, podendo desenvolver dois tipos de patologias distintas: TENÍASE E CICTICERCOSE. FISIOPATOLOGIA: As tênias são achatadas dorsoventralmente e chegam ao comprimento de 3 a 10 metros, sendo a T. saginata mais longa que a T. solium. O escólex possui ventosas, e com estas o verme se fixa à mucosa do duodeno ou jejuno. Ela é hermafrodita e vive geralmente solitária no intestino do homem. Cada parte do corpo é denominada de proglotes, sendo que os distais são mais maduros e amarrotados com 30 a 80 mil ovos. Quando se desprendem, esses ovos são eliminados passivamente com as fezes e podem acabar contaminando pastagens. FORMAS EVOLUTIVAS Adulto: Tem uma cor branco leitosa com superfícies lisa e brilhante repleta de microvilosidades que são responsáveis pela nutrição e excreção desse parasita no intestino. A cabeça é o escoléx, depois dele temos um colo e depois o estróbilo que é o corpo constituído por várias proglótides. Tanto na sollium quanto na saginata temos no escolex 4 ventosas, mas apenas na sollium temos um rostro (coroa de acúleos) ajudando assim na distinção entre as duas espécies. No colo temos a PROBLEMA 5- NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO THAIS M. SOUTO estrobilização progressiva, ou seja, é lá que ocorre a produção das proglotes resultando em crescimento do parasita. Proglotes Maduras: Nelas podemos enxergar os órgãos reprodutores. Proglotes gravídicas: Não conseguimos ver com clareza as estruturas internas porque o útero está lotado de ovos com inúmeras ramificações do útero. Na saginata: Temos um maior numero de ramificações, com aspecto dicotômico, ou seja, temos ramificações em ambos os lados como em paralelo. Outra coisa interessante é que ela tem uma musculatura que permite que ela se movimente, podendo até ser eliminada nas fezes. Na sollium: O número de ramificações diminui e tem um aspecto dendrítico onde uma ramificação gera várias outras, como uma arvore. Ovos: Tem uma casca espessa com aspecto radiado, contendo no interior um embrião hexacanto com 3 pares de acúleos e dupla membrana. Já é liberado na forma infectante, por esse motivo existe possibilidade de reinfecção. Obs.: nos ovos, tanto a sollium quanto a saginata tem acúleos, mas nos adultos somente a sollium. CISTICERCO: É uma vesícula translucida com liquido claro. Já possui escolex e 4 ventosas, colo, rostelo. Fica em uma conformação invaginada, formando uma espécie de vesícula que só se desinvagina no intestino. PATOGENIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: assintomática. Porém, vários tipos de sintomas são a ela atribuídos: fadiga, irritação, cefaleia, tontura, bulimia, anorexia, náuseas, vômitos, dor abdominal (“dor de fome”), perda de peso, diarreia e/ou constipação, urticária, eosinofilia moderada ou intensa. Há inflamação no local de fixação do verme, no duodeno ou jejuno. É raro, mas pode ocorrer suboclusão intestinal, apendicite, colangite ou pancreatite. Todas estas manifestações são quase que exclusivas da teníase por T. saginata. O grande problema da T. solium é quando o homem se torna o hospedeiro intermediário. Isto ocorre pela ingestão dos ovos do meio externo ou pela auto- infestação, na qual as proglotes refluem ao estômago e liberam os ovos e estes liberam o embrião, ocorrendo então a migração por via circulatória até os tecidos. Assim é gerada a neurocisticercose e suas complicações. DIAGNOSTICO: exames de fezes, quando cisticercose se faz teste ELIZA, PCR, WB pois os mesmos estão alojados em tecidos. Ou exame de imagem. ENTEROBÍASE OU OXIURÍASE (ENTEROBIUS VERMICULARIS OU OXYURUS VERMICULARIS) A enterobíase é uma doença que, antes conhecida como oxiuríase, é provocada pelo parasito Enterobius vermiculares, antes OXIURUS VERMICULARES. É uma infecção intestinal provocada por helmintos e afeta todas as classes sociais. É bastante frequente na infância e causa muito incômodo provocado pelo prurido (coceira) característico. Morfologia: o macho tem menos de 5 mm de comprimento e a fêmea perto de 10 mm. Locais de infestação: principalmente o ceco e o reto. Patogenia e manifestações clínicas: o parasita pode provocar inflamação superficial na mucosa colônica e alguns sintomas, como náusea, cólica abdominal, tenesmo e puxo. Mas o sintoma predominante é o intenso prurido anal, pior à noite, pela presença das fêmeas no local. A criança pode ficar em desespero e apresentar insônia, tal o sofrimento induzido pelo prurido. Ocorre processo inflamatório na região anal. Nas meninas o verme pode migrar para a região genital e pode ser encontrado na vulva, uretra, vagina e até na cavidade peritoneal. Causa intenso prurido vulvar, corrimento, estimulação erótica e até complicações anexiais. FISIOPATOLOGIA: Oxiuríase é também denominada Enterobiose e se desenvolve a partir da ingesta do ovo do parasito, que eclodem no intestino grosso liberando larvas, que irão se maturar e chegar à fase adulta. Após a cópula os machos morrem e são eliminados com as fezes, e as fêmeas se fixam na região perianal, onde irão botar ovos. Diante disso, desenvolve-se um característico prurido anal, o qual por meio do ato de coçar pode desencadear uma infecção secundária. Diagnóstico: A confirmação diagnóstica da oxiuríase pode ser feita a partir de três técnicas simples: 1) procurar os vermes na região perianal duas a três horas após o indivíduo infectado estar dormindo; 2) tocar a pele perianal com fita adesiva transparente para coletar possíveis ovos de E. vermicularis ao redor do ânus na primeira hora da manhã, para observação PROBLEMA 5- NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO THAIS M. SOUTO em microscopia direta. O método da fita deve ser conduzido em três manhãs consecutivas logo após a pessoa infectada acordar e antes de fazer qualquer higiene; 3) devido ao prurido anal pode-se analisar amostras obtidas sob as unhas por microscopia. Os ovos e os vermes são muitas vezes escassos nas fezes, e assim o exame de amostras de fezes poucas vezes resulta positivo. PROTOZOÁRIOS AMEBÍASE (ENTAMOEBA HISTOLYTICA) O gênero Entamoeba alberga um conjunto de espécies comensais (presentes no intestino, mas não são causadoras de doenças) e outra apresenta padrões patogênicos. A E. histolytica é o agente etiológico da amebíase, importante problema de saúde pública, constituindo a segunda causa de mortes por parasitoses. A E. dispar é uma espécie que acomete o homem de forma assintomática, quadro denominado colite não-disentérica. Manifestações clínicas: são diversas formas clínicas: a) Amebíase assintomática: a grande maioria dos portadores de amebíase b) Amebíase intestinal: 1) colite não disentérica: cólicas abdominais, períodos de diarreia com fezes líquidas ou semi-líquidas, raramente com muco ou sangue, intercalados com períodos de acalmia; 2) colite disentérica (disenteria amebiana): após período de incubação em média de um mês, inicia-se febre moderada, distensão abdominal, flatulência, cólicas abdominais difusas ou na fossa ilíaca direita, disenteria com mais de 10 evacuações mucossanguinolentas por dia, tenesmo. Há inflamação e úlceras na mucosa colônica. Podem ocorrer distúrbios hidroeletrolíticos e desnutrição proteico- energética; 3) colite necrosante: a invasão do protozoário se estende para camadas mais profundas da parede do cólon, principalmente no hemi-cólon direito, ocorrendo úlceras profundas, isquemia, hemorragia, megacólontóxico, colite fulminante e às vezes perfuração. A mortalidade do quadro necrosante é elevada. Sua ocorrência parece depender de debilidades imunológicas e uso de imunossupressores. O quadro é fulminante, com febre alta, fácies toxêmica, sinais de choque hipovolêmico, sinais de peritonite, diarreia profusa sanguinolenta e com odor de ovo podre, mais de 20.000 leucócitos no hemograma e distúrbios metabólicos; 4) ameboma: é a formação de granuloma na mucosa no ceco, cólon ascendente ou anorretal, com edema e estreitamento do lúmen. As manifestações alternam momentos de diarréia e constipação intestinal. c) Amebíase extra-intestinal: ocorre mais nos adultos. MORFOLOGIA: Por ser patogênica, descreveremos as formas morfológicas da E. histolytica, que é estruturalmente semelhante à E. dispar. TROFOZOÍTO: Em culturas ou disenterias, os trofozoítos medem entre 20 e 30μm. Geralmente tem um só núcleo, bem nítido nas formas coradas e pouco visável nas formas vivas. Examinando a fresco, apresenta-se pleomórfico, ativo, alongado, com emissão contínua e rápida de pseudópodes, grossos e hialinos; costuma imprimir movimentação direcional, parecendo estar deslizando na superfície, semelhante a uma lesma. Quando proveniente de casos de disenteria, é comum encontrar eritrócitos no citoplasma; o trofozoíto não- invasivo ou virulento apresenta bactérias, grãos de amido ou outros detritos em seu citoplasma, mas nunca eritrócitos. Quanto a capacidade de invadir células ou não, os trofozoítos podem ser encontrados nas seguintes formas: Forma magna: é a forma invasiva, sendo a única capaz de invadir tecidos. Por ser hematófago, apresenta hemácias engolfadas em seu interior. Suas parasitoses são sintomáticas e não apresenta a capacidade de formar cistos. Apresenta-se apenas na espécie E. hitstolytica (por isso que esta é considerada patogénica), sendo um indicador de diagnóstico diferencial. Forma minuta: é a forma não-invasiva, apresentando apenas bactérias em seu interior. Suas parasitoses são assintomáticas e, por serem capazes de formar cistos, disseminam-se facilmente (uma vez que o portador não se tratar, por estar assintomático). Tanto a E. histolytica quanto a E. dispar podem apresentar esta forma e, por isso, não serve como meio de diagnóstico diferencial. O citoplasma apresenta-se em ectoplasma, que é claro e hialino, e endoplasma, que é finamente granuloso, com vacúolos, núcleos e restos de substâncias alimentares. A membrana nuclear é bastante delgada e a cromatina justaposta internamente a ela é formada por pequenos grânulos, uniformes no tamanho e na distribuição, dando ao núcleo um aspecto de anel ( PROBLEMA 5- NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO THAIS M. SOUTO aliança de brilhante). Na parte central do núcleo encontra-se o cariossoma, também chamado endossoma. E pequeno e com constituição semelhante à cromatina periférica. PRÉ-CISTO é uma fase intermediária entre o trofozoíto e o cisto. É oval ou ligeiramente arredondado, menor que o trofozoíto. O núcleo é semelhante ao do trofozoíto. CISTO São esféricos ou ovais, medindo 8 a 20μm de diâmetro. Os núcleos são pouco visáveis e variam de um a quatro. Os corpos cromatóides, quando presentes nos cistos, tem a forma de bastonetes ou de charutos, com pontas arredondadas. Encontramos também no citoplasma dos cistos regiões que se coram de castanho pelo lugol: são as reservas de glicogénio, também chamadas "vacúolos de glicogênio". Os cistos jovens são aqueles em que se encontram 1 a 3 núcleos, vacúolos de glicogênio e corpos cromatoides. Já os cistos maduros, encontramos 4 núcleos e raramente são encontrados vacúolo de glicogênio e corpos cromatóides. TRASMISSAO: ingesta de cistos maduros, em alimentos. DIAGNÓSTICO: o diagnóstico definitivo da infecção do trato intestinal depende da identificação de trofozoítas ou cistos nas amostras de fezes. GIARDÍASE (GIARDIA DUODENALIS, GIARDIA LAMBLIA) O gênero Giardia inclui flagelados parasitos do intestino delgado de mamíferos, aves, répteis e anfíbios, tendo sido, possivelmente, o primeiro protozoário intestinal humano a ser conhecido. A primeira descrição do trofozoíto tem sido atribuída a Anton van Leeuwenhoek (1681). As denominações Giardia lamblia, Giardia duodenalis e Giardia intestinalis têm sido empregadas como sinonímia, particularmente para isolados de origem humana. Em países em desenvolvimento, a giardíase é uma das causas mais comuns de diarreia entre crianças, que em consequência da infecção, muitas vezes, apresentam problemas de má nutrição e retardo no desenvolvimento. Manifestações clínicas: a maioria das crianças infectadas com Giardia não manifesta qualquer sintoma. Na dependência de se tratar de criança desnutrida, fisicamente debilitada por doenças primárias, ou exposta a contaminação ambiental intensa, então os sintomas aparecem. Há indícios de que a giardíase sintomática é mais provável de ocorrer na primeira infecção por este protozoário, sendo assintomáticas as recidivas posteriores. O segundo ano de vida parece ser o mais vulnerável para as formas graves da giardíase. O quadro clínico pode variar desde uma diarreia aguda, com fezes líquidas, autolimitada, até um quadro arrastado por semanas ou meses e de intensidade variável. A criança pode manifestar apenas sintomas dispépticos gerais, como náuseas, vômitos, distensão abdominal alta, dor abdominal difusa ou epigástrica, flatulência e anorexia, ou pode manifestar uma síndrome de má absorção muito semelhante à doença celíaca, que inclui diarreia crônica esteatorreica ou constipação, perda de peso, parada de crescimento, desnutrição proteico-energética, má absorção secundária de lactose, enteropatia perdedora de proteínas, edema, hipoproteinemía, deficiência de ferro, zinco, vitamina B12, ácido fólico, vitaminas A e E. MORFOLOGIA: O gênero Giardia apresenta duas formas evolutivas: o trofozoíto e o cisto. MORFOLOGIA DO TROFOZOÍTO: O trofozoíto tem formato de pêra, com simetria bilateral e mede 20µm de comprimento por 10µm de largura. É binucleado (diferentemente do cisto, que apresenta quatro núcleos). A face dorsal é lisa e convexa, enquanto a face ventral é côncava, apresentando uma estrutura semelhante a uma ventosa, que é conhecida por várias denominações: disco ventral, adesivo ou suctorial. Abaixo do disco, ainda na parte ventral, é observada a presença de uma ou duas formações paralelas, em forma de vírgula, conhecidas como corpos medianos. O trofozoíto possui ainda quatro pares de flagelos que se originam de blefaroplastos ou corpos basais situados nos pólos anteriores dos dois núcleos, a saber: um par de flagelos anteriores, um par de flagelos ventrais, um par de flagelos posteriores e um par de flagelos caudais. Abaixo da membrana citoplasmática do trofozoíto existem numerosos vacúolos que, acredita-se, tenham papel na pinocitose de partículas alimentares. Uma das hipóteses que explicava a adesão dos trofozoítos sobre as microvilosidades da mucosa era de que os batimentos dos flagelos ventrais seriam responsáveis pelo aparecimento de uma força de pressão negativa abaixo do disco, provocando sua adesão, que seria auxiliada pela franja ventrolateral. A observação da presença de proteínas contráteis no disco ventral sugeriu outra hipótese alternativa ou auxiliar para explicar tal adesão: essas proteínas estariam envolvidas na modulação da forma e do diâmetro do disco que, PROBLEMA 5- NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO THAIS M. SOUTO através de movimentos de contração e descontração, permitiria a adesão e o desprendimento dos trofozoítos na mucosa. MORFOLOGIA DO CISTO: O cisto é oval ou elipsóide, medindo cerca de 12µm de comprimento por 8µm de largura. No seu interior encontram-sedois ou quatro núcleos, um número variável de fibrilas (axonemas de flagelos) e os corpos escuros com forma de meia-lua e situados no pólo oposto aos núcleos. TRANSMISSÃO: ingesta de cistos maduros, pela ingestão de agua contaminada, alimentos, de pessoa em pessoa, através de contato homossexuais, dentre outros. Diagnóstico: pode ser clinico ou laboratorial. O laboratorial é o exame parasitológico de fezes, e o imunológico como culturas, imunofluorescência indireta e o método ELISA. QUADRO CLÍNICO GERAL DAS PARASITOSES INTESTINAIS Muitas das enteroparasitoses cursam com quadros clínicos inexistentes, assintomáticos e com progressão para cura espontânea, sendo grande parte nem mesmo diagnosticadas. Quando presente, o quadro clínico apresenta um padrão base e comumente pode afetar o desenvolvimento físico, intelectual e nutricional do paciente. Abaixo, relaciona-se as principais manifestações clínico-patológicas relacionadas às enteroparasitoses: • Prurido anal: típico de Enterobiose • Presença de parasitas nas fezes • Diarreia • Náuseas e vômitos • Dor abdominal • Dispepsia e epigastralgia • Distensão abdominal ou flatulência • Prurido cutâneo (clássico na infecção ativa por Necator americanus) • Tosse / crise asmatiforme (Síndrome de Loeffler – clássica da infecção pulmonar por Ascaris lumbricoides) • Dor de garganta • Eosinofilia • Anemia • Astenia • Anorexia Existem ainda outras manifestações importantes, características clássicas de algumas doenças que se apresentam de forma mais rara, como: • Obstrução intestinal ou perfuração intestinal: Ascaridíase • Anemia severa: Tricuríase • Síndrome de má absorção: Giardíase • Granulomas no intestino grosso, abcessos hepáticos e pulmonares: Amebíase • Neurocisticercose: Teníase • Hepatoesplenomegalia e cirrose: Esquistossomose DIAGNÓSTICO É de extrema importância a realização de uma anamnese detalhada analisando critérios clínicos e epidemiológicos, com olhar crítico para as condições de habitação, saneamento básico e higiene do paciente. Além disso, o padrão-ouro para o diagnóstico das parasitoses intestinais é o exame parasitológico de fezes, realizado utilizando três amostras coletadas em dias consecutivos ou alternados, que se faz necessário devido à eliminação intermitente dos cistos ou ovos. Como diagnósticos diferenciais, é importante destacar as enteroparasitoses, principalmente em quadros diarreicos, das infecções por rotavírus e por E. coli. Objetivo 3- Discorrer sobre a repercussão social das enteroparasitoses, bem como as condutas medicas, tratamento farmacológico e seu mecanismo de ação. TRATAMENTO DAS HELMINTÍASES PROBLEMA 5- NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO THAIS M. SOUTO Dependendo do seu mecanismo de ação, as drogas anti-helmínticas podem ser amplamente classificadas nas seguintes categorias: 1) LIGANTES DE BETA-TUBULINA: os benzimidazólicos, incluindo mebendazol e albendazol, que são drogas comumente usadas nesta categoria. Ao se ligarem seletivamente à beta-tubulina dos nematoides, eles inibem a formação dos microtúbulos, causando a ruptura do citoesqueleto, bem como má captação intestinal de glicose, e determina então inanição do verme; 2) AGENTES ESPÁSTICOS PARALISANTES: incluem o palmoato de pirantel e o levamisol, que são agonistas dos receptores nicotínicos de acetilcolina 3) AGENTE INDUTORES DE PARALISIA FLÁCIDA: a droga clássica é piperazina que inibe reversivelmente a transmissão neuromuscular no verme, sendo um agonista de GABA. 4) Nitazoxanida: é um novo composto de nitrotiazol benzamida com atividade no tratamento de várias infecções intestinais por protozoários e helmintos. No Brasil, está aprovada em bula pela ANVISA para crianças maiores de 12 meses de idade para os seguintes helmintos: Enterobius vermicularis, Ascaris lumbricoides, Strongyloides stercolaris, Ancylosto ma duodenale, Necator americanus, Trichuris trichiura, Taenia sp e Hymenolepis nana. A dose recomendada por idade varia: 12-47 meses: 100 mg, VO, 2x/dia por 3 dias; 4-11 anos: 200mg VO, 2x/dia por 3 dias; maiores de 11 anos: 500mg, VO, 2x/dia por 3 dias. ANTI-PROTOZOARIOS METRONIDAZOL É um derivado nitroimidazólico (assim como o tinidazol e o secnidazol), considerado fármaco de escolha para o tratamento da amebíase extraluminal. Destrói os trofozoitas mas não os cistos de E. Histolytica. Farmacodinâmica: Interage com o DNA resultando em inibição da síntese de proteínas e morte celular em organismos suscetíveis. Uso clínico: Para o tratamento da amebíase é usado via oral, de 500 a 750mg a cada 8 horas, por 7 a 10 dias. Toxicidade: Podem-se observar náuseas, vômitos, tontura, desconforto abdominal, gosto metálico e erupções cutâneas. Não deve-se ingerir álcool durante o tratamento ou dentro de 3 dias após a interrupção do tratamento devido ao efeito antabuse. SECNIDAZOL Farmacodinâmica: Causa dano ao DNA do organismo suscetível, impedindo a síntese proteica. Uso clínico: No tratamento da Amebíase intestinal o Secnidazol é usado via oral, na dose de 2g, dose única. Toxicidade: Os principais efeitos adversos são cefaleia, náusea e diarreia. Outros efeitos menos comuns são dor abdominal e vômitos. NITAZOXANIDA É um agente antiparasitário oral de amplo espectro, sintetizado na década de 1980. Usada principalmente no tratamento da diarreia causada pelo Cryptosporidium parvum e Giardia lamblia. Farmacodinâmica: Interfere na reação de transferência de elétrons dependente da enzima piruvato, essencial para o metabolismo anaeróbico em protozoários e espécies bacterianas. Uso clínico: A Nitazoxanida está disponível em comprimidos de 500mg e suspensão oral de 20mg/ml. No tratamento da amebíase é usado um comprimido, duas vezes ao dia por 3 dias ou, no caso da suspensão, 0,375ml (7,5mg) por kg, duas vezes ao dia, durante 3 dias. Toxicidade: Pode causar cefaleia, dor abdominal, náuseas e urina esverdeada. Menos comumente (<1%) ocorre diarreia, tontura, dispneia, erupção cutânea e urticária. PROBLEMA 5- NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO THAIS M. SOUTO ANTI-HELMINTICOS BENZIMIDAZÓLICOS Os benzimidazólicos são os principais anti-helmínticos de uso na prática clínica. Esse grupo inclui o mebendazol, tiabendazol e albendazol. Eles atuam por meio da inibição da polimerização da beta-tubulina helmíntica (constituinte do citoesqueleto dos vermes), com consequente redução do aporte da glicose necessário para geração de ATP. ALBENDAZOL Tem um amplo espectro de ação, sendo eficaz no tratamento da Ascaridíase, Enterobíase, Tricuríase, Neurocisticercose e Ancilostomíase. Tem ação precária na Estrongiloidíase. Farmacodinâmica: O Albendazol atua inibindo a formação da beta-tubulina, reduzindo a captação de glicose pelo verme e geração de ATP, que é essencial para a sua sobrevivência e reprodução. Os parasitas intestinais são imobilizados ou morrem lentamente e podem ser removidos pelo trato gastrointestinal. O fármaco apresenta também efeitos larvicidas na Doença Anti-helmínticos 13Hidática, na Cisticercose e na Ancilostomíase e efeito ovicida na Ascaridíase, Ancilostomíase e Tricuríase. Uso clínico: A via de administração é pela via oral e a posologia depende do que se deseja tratar. Encontra-se disponível sob a forma de comprimidos de 200 mg e suspensão de 40 mL, contendo 400 mg. MEBENDAZOL Assim como o Albendazol é usado para diversas parasitoses, entre elas ASCARIDÍASE, ANCILOSTOMÍASE, ENTEROBÍASE, TOXOCARÍASE E TRICURÍASE. • Farmacodinâmica: O mecanismo de ação é semelhante ao do Albendazol, inibindo a captação de glicose pelo verme. Uso clínico: A via de administração é oral e o tratamento também varia conforme a helmintíase a ser tratada. Encontra-sedisponível sob a forma de comprimidos de 100 mg e xarope contendo 100 mg/5mL. PRAZIQUANTEL O praziquantel é eficaz contra a maioria dos cestódeos e trematódeos que infectam os seres humanos, mas os nematódeos no geral não são sensíveis. Atualmente ele é usado principalmente no tratamento da Esquistossomose. Farmacodinâmica: O fármaco aumenta a permeabilidade da membrana celular ao cálcio, resultando em elevada contração, paralisia e morte dos vermes. Uso clínico: O praziquantel é a droga de escolha para todas as formas de Esquistossomose, assim como outros trematódeos e cestódeos. A dose varia de acordo com a parasitose a ser tratada. PIPERAZINA É um fármaco alternativo no tratamento da ASCARIDÍASE, com taxas de cura superiores a 90%. Não é eficaz no tratamento da Ancilostomíase, Tricuríase ou Estrongiloidíase. Farmacodinâmica: A Piperazina tem ação anticolinérgica na junção mioneural, provocando paralisia do verme que é então expulso pelo peristaltismo intestinal. Uso clínico: Na Ascaridíase a dose da Piperazina é de 75 mg/kg/dia, por via oral, durante 2 dias. Nas infecções maciças deve ser mantida por 3 a 4 dias ou repetida após uma semana. É usada também no tratamento não cirúrgico da obstrução intestinal pelo Ascaris lumbricoides. PAMOATO DE PIRANTEL É um anti-helmíntico de amplo espectro, eficaz no tratamento da ENTEROBÍASE, ASCARIDÍASE E ANCILOSTOMÍASE. Farmacodinâmica: Provoca a paralisia dos vermes pelo estímulo a receptores nicotínicos e inibição da colinesterase. Após a paralisia os vermes são expulsos pelo trato intestinal do hospedeiro. Uso clínico: é usado na dose de 11 mg/kg em dose única para tratamento da Ascaridíase e Enterobíase e por 3 dias para o tratamento da Ancilostomíase. Toxicidade: Os efeitos adversos são raros, leves e transitórios. Incluem náuseas, vômitos, diarreia, cólicas abdominais, sonolência, cefaleia e erupção cutânea. PAMOATO DE PIRVÍNIO É usado como droga alternativa no tratamento da ENTEROBÍASE. • Farmacodinâmica: O fármaco interfere na absorção de glicose exógena pelo intestino do E. vermicularis. • Uso clínico: É usado por via oral no tratamento da Enterobíase, 10 mg/kg, dose única. Quando possível deve ser repetido em 2 semanas. Toxicidade: O Pamoato de Pirvínio é um medicamento bem tolerado e os efeitos colaterais (náuseas, vômitos, cólicas) ocorrem em uma pequena proporção dos pacientes tratados. PROBLEMA 5- NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO THAIS M. SOUTO IVERMECTINA A Ivermectina foi introduzida inicialmente em 1981 para uso veterinário e hoje é um importante fármaco usado no tratamento das helmintíases em humanos. É a droga de escolha no tratamento da ESTRONGILOIDÍASE E ONCOCERCOSE. É UMA DROGA ALTERNATIVA NO TRATAMENTO DA LARVA MIGRANS CUTÂNEA, ASCARIDÍASE, ALÉM DE ESCABIOSE E PEDICULOSE. Farmacodinâmica: O mecanismo de ação da Ivermectina consiste na imobilização dos vermes por uma paralisia tônica da musculatura através da ativação de canais de cloro sensíveis ao glutamato. Uso clínico: A posologia da Ivermectina varia conforme a parasitose a ser tratada: Toxicidade: Os efeitos adversos geralmente resultam da morte das microfilárias e estão diretamente relacionados à carga parasitária e tempo de evolução da doença. Os mais comuns são: fadiga náusea, vômitos, dor abdominal e erupção cutânea. Proglotes Maduras: Nelas podemos enxergar os órgãos reprodutores. Proglotes gravídicas: Não conseguimos ver com clareza as estruturas internas porque o útero está lotado de ovos com inúmeras ramificações do útero. MORFOLOGIA: Por ser patogênica, descreveremos as formas morfológicas da E. histolytica, que é estruturalmente semelhante à E. dispar. TROFOZOÍTO: Em culturas ou disenterias, os trofozoítos medem entre 20 e 30μm. Geralmente tem um só núcleo, bem nítido nas formas coradas e pouco visável nas formas vivas. Examinando a fresco, apresenta-se pleomórfico, ativo, alongado, com emissão cont... Quando proveniente de casos de disenteria, é comum encontrar eritrócitos no citoplasma; o trofozoíto não-invasivo ou virulento apresenta bactérias, grãos de amido ou outros detritos em seu citoplasma, mas nunca eritrócitos. Quanto a capacidade de inva... ( Forma magna: é a forma invasiva, sendo a única capaz de invadir tecidos. Por ser hematófago, apresenta hemácias engolfadas em seu interior. Suas parasitoses são sintomáticas e não apresenta a capacidade de formar cistos. Apresenta-se apenas na espé... ( Forma minuta: é a forma não-invasiva, apresentando apenas bactérias em seu interior. Suas parasitoses são assintomáticas e, por serem capazes de formar cistos, disseminam-se facilmente (uma vez que o portador não se tratar, por estar assintomático).... O citoplasma apresenta-se em ectoplasma, que é claro e hialino, e endoplasma, que é finamente granuloso, com vacúolos, núcleos e restos de substâncias alimentares. A membrana nuclear é bastante delgada e a cromatina justaposta internamente a ela é fo... PRÉ-CISTO é uma fase intermediária entre o trofozoíto e o cisto. É oval ou ligeiramente arredondado, menor que o trofozoíto. O núcleo é semelhante ao do trofozoíto. CISTO São esféricos ou ovais, medindo 8 a 20μm de diâmetro. Os núcleos são pouco visáveis e variam de um a quatro. Os corpos cromatóides, quando presentes nos cistos, tem a forma de bastonetes ou de charutos, com pontas arredondadas. Encontramos també... TRASMISSAO: ingesta de cistos maduros, em alimentos. DIAGNÓSTICO: o diagnóstico definitivo da infecção do trato intestinal depende da identificação de trofozoítas ou cistos nas amostras de fezes.
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