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Letramento, abstração e de�ciência intelectual
A de�ciência intelectual, como o próprio nome já indica, está ligada a problemas no desenvolvimento da
capacidade cognitiva em maior ou menor grau. Um dos sinais que identi�cam a de�ciência intelectual em crianças
é ela ter grande di�culdade em abstrair, ou seja, essa criança não consegue utilizar um novo conhecimento paras
criar situações ou pensar em resoluções para problemas. 
A criança com de�ciência intelectual �ca restrita, na maioria das vezes, ao pensamento presente, concreto,
apenas reproduzindo aquilo que foi ensinado, sem conseguir criar relações entre o que foi aprendido e
outras situações hipotéticas. 
Uma das linhas de estudo que podem contribuir para se pensar acerca do trabalho com crianças de�cientes é a
teoria histórico-cultural de Vygotsky. Essa teoria tem como base a relação dialética entre o homem e o mundo e
entre o homem e ele próprio. Dessa forma, podemos entender que o indivíduo está em constante transformação,
em função da sua interação com o meio (BRAGA, 2020), fato que ocorre desde a mais tenra idade e continua ao
longo da vida.
Braga (2020) retoma as ideias de Vygotsky e comenta que a mediação é extremamente relevante, especialmente
nos primeiros anos de vida da criança, porque permite que seu desenvolvimento seja otimizado, potencializando
“não só o desenvolvimento cultural e das funções psicológicas superiores, como também o desenvolvimento físico
/ biológico” (BRAGA, 2020, p. 45).
Alfabetização na Perspectiva da Inclusão 
Letramento e o desenvolvimento da abstração
Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a
qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre
que possível, opte pela versão digital. Bons estudos!
Fonte: Shutterstock.
Drago (2012) traz, em seu artigo sobre a inclusão de uma aluna com Síndrome de Down, algumas sugestões sobre
como o trabalho para o desenvolvimento desse aluno pode ser efetivado. O trabalho de letramento para crianças
com de�ciência precisa ser diferenciado e deve ter como base práticas discursivas que façam parte da realidade
da criança. Esse aluno precisa ver sentido no que é ensinado para que sua aprendizagem se efetive.
Uma outra sugestão para esse trabalho com crianças com DI, conforme Bezerra e Araújo (2011), é o uso da
brincadeira, que é um instrumento facilitador do surgimento da abstração, da simbolização e da generalização.
Além disso, ela age estimulando o surgimento da linguagem e permite que a criança com DI aprenda a
dominar os mecanismos de regulação verbal, não só compreendendo e executando instruções verbais dadas
por outra pessoa, mas também consiga formular suas próprias regras.
Letramento, abstração e de�ciência sensorial
Primeiramente, temos que entender que, no caso dos de�cientes sensoriais, não há, necessariamente, um
problema cognitivo a ser levado em consideração. A questão, nesse caso, é como desenvolver a linguagem que se
expressa pela escrita e oralidade quando esses alunos têm di�culdades em ver ou ouvir.
O problema do desenvolvimento de crianças surdas está na falha da aquisição da linguagem oral. De que forma
isso se coloca como barreira? Precisamos considerar alguns fatores. A partir da perspectiva de autores, como
Vygotsky e Bakhtin, que consideram a linguagem como sendo uma construção social e histórica e que o discurso
se dá a partir da troca entre quem fala e quem ouve, se a criança não ouve e não fala, esse discurso não se efetiva.
Fonte: Shutterstock.
Teixeira (2016, p. 71) ao tratar do tema, comenta que o professor deve fazer o possível para propiciar “um
contexto de construções em que funções que se encontram emergentes ou que estão para se tornar
desenvolvimento efetivo num futuro próximo tornem-se consolidas”. De maneira complementar, a autora retoma
a noção de plasticidade neural, que possibilita a compensação das de�ciências dependendo das oportunidades de
desenvolvimento oferecidas a esse aluno.
Essa compensação não seria somente a troca de um sentido pelo outro, mas uma substituição que ocorra a
partir da linguagem. No caso do aluno surdo, ele se utilizará de uma linguagem visual que o auxiliará a fazer a
leitura de mundo (TEIXEIRA, 2016).
Vamos nos ater, agora, ao desenvolvimento do pensamento abstrato em cegos. Você já parou para pensar no
estigma que paira sobre os alunos surdos? Ele é o mesmo para alunos cegos? Você já reparou que a sociedade
encara o de�ciente auditivo como alguém limitado, ou com problemas cognitivos? E com relação aos cegos? Já
parou para pensar que eles não são geralmente vistos como incapazes? Veja que, mesmo quando tratamos de
de�ciência sensorial, estamos nos referindo a situações em que essas de�ciências são encaradas de forma
diferenciada pela sociedade.
É preciso ter em mente que a privação da visão impõe alguns limites para o cego, que precisará aprimorar o uso
de outros sentidos – como a audição – para captar informações que uma pessoa apreende pelo olhar. Segundo
Nunes e Lomônaco (2008), a falta de visão impõe caminhos diferenciados, já que a aquisição do conhecimento
depende de uma reorganização sensorial do cego em relação ao vidente.
Os cegos, por sua limitação, não devem ser vistos como incompletos ou imperfeitos, muito menos incapazes
de aprender. Eles têm as mesmas condições de aprendizagem que uma pessoa vidente, desde que lhes
sejam dadas as condições para esse desenvolvimento.
Como fazer com que esse aluno cego desenvolva seu potencial? Inicialmente, pensaremos que, para que uma
criança cega explore ao máximo seu potencial, o ideal é que ela seja estimulada desde cedo a participar do mundo
externo e, dessa forma, desenvolva seus outros sentidos (NUNES; LOMÔNACO, 2008).
Fonte: Shutterstock.
Outro ponto importante é pensar as atividades a partir do ponto de vista do
cego, e não de si mesmo, vidente. As atividades precisam ser adequadas a
essa situação e ao aluno. Novamente, aqui, reforçamos a importância de se
conhecer o aluno, suas di�culdades e seu potencial.
Vimos, nesta webaula, a importância do desenvolvimento do pensamento
abstrato para a formação do pensamento, processo esse mediado pela
linguagem. Vimos também o quanto o trabalho do professor nesse
desenvolvimento é relevante. Para que o processo seja bem-sucedido, é
preciso que o aluno com de�ciência ou TEA seja exposto aos mais diversos
estímulos e tenha contato constante com a cultura em que está inserido.
Dessa forma, ele será capaz de desenvolver sua observação do mundo que o cerca, bem como a capacidade
de saltar do pensamento concreto para o abstrato, tão relevante para uma boa atuação em seu meio social.

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