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Responsabilidades do Engenheiro 10 10.1 Noções de Responsabilidade Civil 10.2 Da Responsabilidade Civil do Engenheiro 10.3 Da Responsabilidade Ambiental 98 99 101 98 M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. DIREITO E ÉTICA OLÁ PESSOAL! Hoje vamos analisar as responsabilidades do engenheiro, que passa pelas responsabilidades civil e ambiental. VAMOS LÁ? 10.1 NOÇÕES DE RESPONSABILIDADE CIVIL Responsabilidade Civil é a obrigatoriedade de reparar dano material ou moral, causado a outro em decorrência da prática de um ato ilícito. A Responsabilidade Civil pode se dar de duas formas: 01_Contratual; 02_Extracontratual ou Aquiliana; O ART. 186 DO CÓDIGO CIVIL DISPÕE QUE: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. O Código Civil estende o conceito de ato ilícito para entender, no seu artigo 187, que Também comete ato ilícito o titular de um direito que ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelos seus fins econômicos ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Trata-se do abuso. Para ensejar uma conduta, ato ilícito, que cause dano ou prejuízo a outrem é necessária a obser- vância de três elementos, quais sejam: " " " " 99 M aterial p ara u so exclu sivo d os alu n os d a R ed e d e E n sin o D octu m . P roib id a a rep rod u ção e o com p artilh am en to d ig ital, sob as p en as d a lei. DIREITO E ÉTICA 01_A Culpa; 02_Nexo de causalidade; 03_Dano. Importante ressaltar a possibilidade da responsabilidade civil de terceiros (responsabilidade civil indireta). Segundo O ARTIGO 932 DO CÓDIGO CIVIL, há hipóteses em que uma outra pessoa, não aquela causadora do dano, será responsabilizada pela respectiva indenização. O terceiro, assume a responsabilidade civil sobre aquele dano causado, mesmo que não tenha praticado o ato ilícito Por exemplo: Responsabilidade dos pais sobre os atos dos filhos menores que estiverem sob sua autoridade ou companhia. Ainda, importante ressaltar que sendo nexo de causalidade um dos elementos que caracterizam a responsabilidade civil, há hipóteses de excludentes, quais sejam: 01_Culpa exclusiva da vítima; 02_Culpa exclusiva de terceiro; 03_Caso fortuito; 04_Força maior. 10.2 DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ENGENHEIRO Assim como qualquer outro profissional, o engenheiro responde civilmente pelos prejuízos que causar a outra pessoa. Falamos da incidência da legislação vigente como o CÓDIGO DE ÉTICA DA CATEGORIA e a LEI Nº 5.194/66, que regula o exercício da profissão, além das resoluções pertinentes. O dever de indenizar surge pela inobservância dos deveres legais lá elencados, dentre os quais se destacam: 01_A responsabilidade pela solidez e construção da obra - quando do engenheiro civil; 02_Pelos materiais; 100 M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. DIREITO E ÉTICA 03_Pelos danos a terceiros; e ainda, 04_A responsabilidade contratual. O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (LEI Nº 8.078/90) trata da responsabilização de pro- fissionais liberais, como os engenheiros. O ARTIGO 14, §4º dispõe: A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada me- diante a verificação de culpa. Trata-se da responsabilidade subjetiva, que permite ao profissional buscar demonstrar a inexis- tência da intenção (culpa) de causar dano. Importante que se diga que a obrigação assumida pelo engenheiro pode ser: 01_DE MEIO: O profissional deve utilizar todo o seu conhecimento técnico e específico, porém acontecem adversidades que não depende da vontade do engenheiro, e por essa razão a respon- sabilidade é subjetiva. 02_DE RESULTADO: o profissional se compromete a cumprir aquele determinado resultado. A responsabilidade do engenheiro pode se subdividir em diferentes espécies: 01_RESPONSABILIDADE CONTRATUAL: Trata-se de responsabilidade que advém de contrato firmado entre as partes para a execução de um determinado trabalho, sendo fixados os direitos e obrigações de cada uma. Na perspectiva do engenheiro civil, por exemplo, há a responsabilidade pela solidez e segurança da construção. SEGUNDO O CÓDIGO CIVIL VIGENTE, EM SEU ARTIGO ART. 618, nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções conside- ráveis, o empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo. " " " " 101 M aterial p ara u so exclu sivo d os alu n os d a R ed e d e E n sin o D octu m . P roib id a a rep rod u ção e o com p artilh am en to d ig ital, sob as p en as d a lei. DIREITO E ÉTICA Imperioso destacar, entretanto, que se a obra apresentar problemas de solidez e segurança e ficar constatado erro do profissional, este será responsabilizado, independente do prazo transcorrido. 02_RESPONSABILIDADE PELOS MATERIAIS, sendo a escolha destes de competência exclusiva do profissional: Não por outro motivo, que os profissionais, com o intuito de salvaguarda, façam a especificação desses materiais por meio do “Memorial Descritivo”, determinando tipo, marca e peculiaridade, observados os critérios exigíveis de segurança. 03_RESPONSABILIDADE POR DANOS A TERCEIROS, comumente observadas em edificações que, para a sua construção, acabam por impactar em vizinhos. Tais danos devem também ser reparados, uma vez que parte-se do pressuposto de que cabe ao profissional tomar todas as providências necessárias para que seja preservada a segurança, a saúde e o sossego de terceiros. Cumpre destacar que os prejuízos causados são de responsabilidade do profissional e do proprie- tário, de forma solidária, podendo o lesado acionar tanto um como o outro. Essa responsabilidade estende-se, ainda, ao subempreiteiro, naquilo em que for autor ou co-autor da lesão. 10.3 DA RESPONSABILIDADE AMBIENTAL Por fim, importante que se lance luz sobre a responsabilidade ambiental, sendo ela um conjunto de atitudes de sustentabilidade, voltado para o desenvolvimento sustentável do planeta. A RESOLUÇÃO N° 1002, de 26 de novembro de 2002, que veio a adotar o Código de Ética Profis- sional da Engenharia, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia prevê que a profissão deve ser exercida: Com base nos preceitos do desenvolvimento sustentável na intervenção sobre os ambientes natural e construído, e na incolumidade das pessoas, de seus bens e de seus valores. " " 102 M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. DIREITO E ÉTICA Traz, ainda, em seu ARTIGO 9º, V, ser dever do profissional ante o meio Orientar o exercício das atividades profissionais pelos preceitos do desen- volvimento sustentável. O dano ambiental afeta a qualidade de vida e o patrimônio natural das gerações atual e futuras, sendo passível de responsabilização. A responsabilidade por danos ao meio ambiente está esta- belecida no sistema jurídico brasileiro, entre os direitos sociais, mais especificamente no ART. 225, § 3º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL que diz que: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futurasgerações. Vai além para estabelecer que As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeita- rão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e adminis- trativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. A legislação ambiental brasileira adota a responsabilidade objetiva, isto é, independe da existên- cia de culpa, bastando para a responsabilização o nexo de causalidade (ARTIGO 14 DA LEI Nº 6.938/1981). Importante que se dê destaque a um importante marco legal quando o assunto é preservação do meio ambiente. Fala-se da LEI Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. A responsabilização trazida pela referida lei se dá de forma severa, na medida em que não aplica a prescrição ao dano ambiental; existindo, ainda, a possibilidade de ação retroativa para toda a " " " " " " 103 M aterial p ara u so exclu sivo d os alu n os d a R ed e d e E n sin o D octu m . P roib id a a rep rod u ção e o com p artilh am en to d ig ital, sob as p en as d a lei. DIREITO E ÉTICA cadeia de arrolados, incluindo profissionais responsáveis por projeto, execução e fiscalização de empreendimentos nos quais houve dano ao meio ambiente. A LEI Nº 9.605/1998 também inver- te o ônus da prova, passando o acusado a ser responsável pela sua produção. Chegamos, assim, ao final desta unidade! Não deixem de acessar os materiais complementares! ATÉ A PRÓXIMA! 104 M at er ia l p ar a u so e xc lu si vo d os a lu n os d a R ed e d e E n si n o D oc tu m . P ro ib id a a re p ro d u çã o e o co m p ar ti lh am en to d ig it al , s ob a s p en as d a le i. DIREITO E ÉTICA RESUMO: Nesta unidade pudemos construir noções básicas de responsabilidade civil, sendo esta a obriga- toriedade de reparar dano material ou moral, causado a outro em decorrência da prática de um ato ilícito. Vimos, ainda, a aplicação dessa responsabilidade ao engenheiro. Por fim, abordamos a respon- sabilidade ambiental, sendo esta um conjunto de atitudes de sustentabilidade, voltado para o desenvolvimento sustentável do planeta. 105 M aterial p ara u so exclu sivo d os alu n os d a R ed e d e E n sin o D octu m . P roib id a a rep rod u ção e o com p artilh am en to d ig ital, sob as p en as d a lei. DIREITO E ÉTICA REFERÊNCIA: RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: Responsabilidade Civil: v. 4. 20. ed. São Pau- lo: Saraiva, 2003. TARTUCE, Flavio. Manual de Direito Civil: Única Ed. São Paulo: ed. Método. COSTA, Judith Martins. Os Fundamentos da Responsabilidade Civil. Disponí- vel em http://notasdeaula.org/apoio/9/responsabilidade_civil/responsabilida- de_civil_texto1.pdf Acesso em 28 de maio de 2019. BENJAMIN, Antônio Herman V. Responsabilidade Civil pelo Dano Ambiental. Disponível em https://core.ac.uk/download/pdf/16032162.pdf Acesso em 28 de maio de 2019. CREMASCO, Marco Aurélio.A RESPONSABILIDADE SOCIAL NA FORMAÇÃO DE ENGENHEIROS. Disponível em https://docs.ufpr.br/~rtkishi.dhs/TH045/ TH045_02_Cremasco.pdf Acesso em 28 de maio de 2019. FACCHINI NETO, Eugênio. Da Responsabilidade Civil no Novo Código. Disponí- vel em https://juslaboris.tst.jus.br/bitstream/handle/20.500.12178/13478/2010_ facchini_neto_responsabilidade_civil.pdf?sequence=9&isAllowed=y Acesso em 28 de maio de 2019 SOUSA, Adriano Aldrey Pereira Sousa. CRUZ, Diana Bárbara Portela Cruz. CORREA, Magno Pereira Correa. GOMES, Claudemir. A Responsabilidade Am- biental na Formação do Engenheiro Civil. Disponível em http://sou.undb.edu. br/public/publicacoes/rev._ceds_n._3_-_a_reponsabilidade_ambiental_na_for- macao_do_engenheiro_civil_-_adriano_sousa_diana_cruz_magno_correa.pdf Acesso em 21 de maio de 2019.
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