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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA [CABO FRIO] GESTÃO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ALUNO: DANIEL MALTEZ PORTELLA Matrícula: 20203301310 Trabalho da Disciplina Cultura e Contemporaneidade AVA.2 Tema: A Cultura Tradicional na Contemporaneidade no Brasil (Os Yanomamis) PROFESSOR: RONALDO DA COSTA FORMIGA RIO DE JANEIRO 2023 A antropologia contemporânea - ou, ao menos, parte significativa dela - passa hoje por transformações em sua agenda de pesquisa que foram caracterizadas como uma "virada ontológica". Tais transformações culminariam na substituição de um projeto de conhecimento pautado em explicar, interpretar ou compreender visões culturalmente informadas de um mundo dado por uma consideração analítica dos diferentes mundos habitados pelos nativos.1 À parte a polêmica que o recurso à noção de ontologia suscita atualmente no cenário antropológico, o ponto central desta orientação "ontológica" ancora- se em uma preocupação maior em "conceitualizar" (Holbraad 2010:33) Trata-se da mesma preocupação em "afiar" os conceitos antropológicos por meio da experiência etnográfica que tornou as noções de pessoa e humanidade preeminentes na etnologia amazônica. De fato, estes são temas privilegiados pelos americanistas já há algum tempo. Desde as considerações na década de 1970 sobre a inadequação do repertório conceitual proveniente dos trabalhos da antropologia social fundados em outras áreas etnográficas (tais como a África e o Pacífico) para a descrição das sociedades ameríndias (ver Overing Kaplan 1977), formularam-se alternativas teóricas que reconheciam a centralidade da "noção de pessoa e uma consideração do lugar do corpo humano na visão que as sociedades indígenas sul-americanas/amazônicas fazem de si mesmas" (Seeger, DaMatta & Viveiros de Castro 1987 [1979]:12). A mitologia yanomami nos oferece assim duas imagens divergentes de humanidade, ora uma condição imanente inclusivista, ora um atributo exclusivo e passível de ser fabricado. Os mitos dos Yaroripë apontam para o fundo humano (e perigoso) de tudo, enquanto a saga de Omama A corrida do ouro e o genocídio Durante a década de 1980, os Yanomami sofreram imensamente quando cerca de 40.000 garimpeiros brasileiros invadiram suas terras. Os garimpeiros atiravam neles, destruíam muitas aldeias, e os expuseram às doenças para as quais não tinham imunidade. Em apenas sete anos, vinte por cento dos Yanomami morreram. Depois de uma longa campanha internacional liderada por Davi Kopenawa Yanomami, pela Survival e pela Comissão Pró Yanomami (CCPY), a terra Yanomami no Brasil foi finalmente demarcada em 1992 e ficou conhecida como Parque Yanomami, e os garimpeiros foram expulsos. Um dos muitos garimpos espalhados pela Terra Indígena Yanomami. © FUNAI No entanto, após a demarcação, os garimpeiros voltaram para a área, provocando tensões. Em 1993, um grupo de garimpeiros entrou na aldeia de Haximu e assassinou 16 Yanomami, incluindo um bebê. Depois de um clamor nacional e internacional, um tribunal brasileiro condenou cinco garimpeiros por genocídio. Apenas dois deles estão cumprindo sentenças na prisão. Este é um dos poucos casos, em todo o mundo, onde um tribunal condenou os réus por genocídio. A invasão de garimpeiros à terra Yanomami continua. A situação na Venezuela é muito séria, e alguns Yanomami têm sido envenenados e expostos a ataques violentos. As autoridades pouco têm feito para resolver estes problemas. Os indígenas no Brasil ainda não têm assegurados os direitos à propriedade sobre as suas terras. O governo se recusa a reconhecer a propriedade das terras indígenas, apesar de ter assinado a Lei Internacional (Convenção 169 da OIT) que lhes garante o direito à terra. Além disso, várias pessoas dentro do cenário político brasileiro gostariam de ver o território Yanomami reduzido e aberto à mineração, a pecuária e a colonização. Milhares de garimpeiros trabalham ilegalmente na terra Yanomami, transmitindo doenças mortais, como a malária, e poluindo os rios e as florestas com mercúrio. Pecuaristas também estão invadindo e desmatando a fronteira leste de suas terras. A saúde dos Yanomami está debilitada e os serviços médicos essenciais não chegam a eles, especialmente na Venezuela. O Congresso Nacional brasileiro está debatendo um projeto de lei que, se aprovado, irá autorizar a mineração em grande escala em territórios indígenas. Isso será extremamente prejudicial para os Yanomami e para os outros povos indígenas do Brasil. Para Wagner, as diferenças mais fundamentais entre as sociedades - formuladas em termos de "estilos de criatividade" - decorreriam do modo como traçam suas distinções entre o inato e o artificial. Muitos "povos tribais" subsumiriam o "convencional" - suas normas, gramáticas, padrões de parentesco - sob a insígnia do dado, buscando a emergência de coisas/pessoas novas e singulares no decurso de ações diferenciantes que desafiariam essa convenção. Contrastivamente, os "ocidentais euro-americanos" assumiriam a convenção como aquilo a ser deliberadamente empreendido pela agência humana (as regras, o governo, em resumo, a nossa "cultura"), buscando controlar e coletivizar uma ordem inata imprevisível e particularizada. Mas como se trata de um duplo movimento, uma tradição diferenciante contrainventa a sua própria cultura coletiva motivante, enquanto uma tradição convencionalizante contrainventa uma natureza particularizada - esta, mais resistente do que motivante. A construção de sentido ao redor da hewë/opo xawarapë se dava a todo tempo: nas conversas entre as pessoas no cotidiano da casa e do trabalho, em reuniões com lideranças de outras comunidades e também na relação com os profissionais de saúde que trabalham na floresta. FONTE :https://www.scielo.br/j/mana/a/3msbkC5LmVw3rhqJwPwXHrD/?lang=pt https://www.scielo.br/j/ha/a/5RzHZjVqqzbgzT8xMZZD6YF/ https://vimeo.com/297923245https://vimeo.com/297923245 https://survivalbrasil.org/povos/yanomamihttps://survivalbrasil.org/povos/yanomami https://www.scielo.br/j/mana/a/3msbkC5LmVw3rhqJwPwXHrD/?lang=pt https://www.scielo.br/j/ha/a/5RzHZjVqqzbgzT8xMZZD6YF/ https://vimeo.com/297923245https://vimeo.com/297923245
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