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Medicina Veterinária Patologia Especial e Diagnóstico Post Mortem Rebeca Meneses @RebecaWoset ALTERAÇÕES METABÓLICAS DO TECIDO ÓSSEO OSTEOPOROSE Em um conceito morfopatogenético, a osteoporose é uma doença metabólica generalizada, caracterizada por menor aposição óssea, decorrente de insuficiência ou inatividade osteoblástica. A osteoporose é desencadeada por qualquer fator que interfira na atividade do osteoblasto e, subsequentemente, na síntese da matriz orgânica. Os hormônios de crescimento, tireoidianos e sexuais são importantes para a atividade dos osteoblastos, de tal modo que a deficiência desses hormônios causa deficiência da síntese de matriz óssea. A osteoporose também pode ser causada por deficiência proteica, tanto primária ou dietética quanto secundária a distúrbios gastrintestinais, como no parasitismo intestinal, má absorção e enterite crônica. Além disso, a deficiência proteica também pode resultar em hipotireoidismo, o que contribui para agravar o quadro, já que a deficiência dos hormônios tireoidianos também causa osteoporose. A inatividade física (desuso ou imobilização) também é uma causa importante de osteoporose. A atividade física promove alterações no metabolismo ósseo por efeito direto, via força mecânica, ou por efeito indireto, promovido por fatores hormonais. A deficiência de vitamina C pode causar osteoporose nas espécies que não a sintetizam, como humanos, primatas e cobaias. As alterações macroscópicas e radiológicas da osteoporose dependem do grau da doença. Pode haver fragilidade óssea seguida de fraturas patológicas, redução da espessura da cortical de ossos longos e vértebras e alargamento do canal medular. Radiologicamente, há redução da quantidade de osso, mas o pouco osso presente apresenta radiopacidade normal, já que não há comprometimento da mineralização óssea. À microscopia, a osteoporose caracteriza-se por trabéculas finas, fragmentadas e escassas, corticais adelgaçadas e, às vezes, descontínuas e hipotrofia e hipoplasia osteoblástica. O periósteo também se apresenta delgado e hipocelularizado. OSTEODISTROFIA FIBROSA GENERALIZADA Pode ser definida como uma doença metabólica caracterizada por maior reabsorção óssea. Essa doença é manifestação do hiperparatireoidismo primário ou secundário (renal e nutricional). O hiperparatireoidismo secundário mais frequente é induzido por tentativa de reverter a hipocalcemia. Em decorrência da hipocalcemia, há secreção excessiva de PTH, que aumenta a reabsorção óssea. A perda óssea é progressiva e sua reversibilidade varia conforme a causa da hipocalcemia. O hiperparatireoidismo secundário renal (HSR) é desencadeado pela insuficiência renal crônica, e o hiperparatireoidismo secundário nutricional (HSN) pode ser ocasionado por deficiência de cálcio e/ou excesso de fósforo. ALTERAÇÕES NÃO METABÓLICAS DOS OSSOS FRATURAS Decorrem da submissão do osso a um estresse de curta duração. Quando as fraturas ocorrem em um osso normal, são denominadas traumáticas. Caso o osso seja anormal, com resistência diminuída por doenças metabólicas, inflamatórias, neoplásicas ou degenerativas, as fraturas sucedem sem que seja necessário aplicar ao osso estresse superior ao fisiológico e se denominam fraturas espontâneas ou patológicas. Quanto à extensão, à forma e à natureza, as fraturas podem ser classificadas em: fechadas (os tecidos de revestimento adjacentes ao osso permanecem intactos), compostas ou expostas (os tecidos de revestimento sofrem solução de continuidade, expondo o osso ao meio ambiente), completas (há separação completa dos fragmentos fraturados), incompletas (a Medicina Veterinária Patologia Especial e Diagnóstico Post Mortem Rebeca Meneses @RebecaWoset descontinuidade do osso não é completa), cominutiva (o osso se parte em vários fragmentos) e por compressão (as extremidades dos fragmentos ósseos estão comprimidas uma dentro da outra). ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS DO OSSO OSTEÍTE Osteíte é a inflamação de um osso ou parte dele. Está confinada ao tecido conjuntivo vascular do osso (periósteo, tecido conjuntivo vascular intracortical, cavidade medular). Conforme sua origem, pode ser classificada em periostite (periósteo) e osteomielite (cavidade medular). OSTEOMIELITE A osteomielite, osteíte hematogênica que se inicia na medula óssea, geralmente seus agentes provocam septicemia e morte mesmo antes de que a lesão óssea se torne evidente. Os animais jovens são os mais afetados e exceções desse fato são as osteítes secundárias às micoses profundas e à infecção por Leishmania infantum (sinonímia Leishmania chagasi), em cães. Uma das formas mais frequentes de osteomielite é a espondilite (osteíte vertebral), envolvendo um ou dois corpos vertebrais, que tende a ser supurada. As causas mais comuns desse processo são Trueperella (Arcano-bacterium) pyogenes, em bovinos, e Brucella spp., em suínos e cães. Nesse tipo de osteíte, a expansão do processo inflamatório se dá em direção transversa ao corpo da vértebra, resultando em fratura e colapso (diminuição ou inibição repentina da função). Os agentes da osteíte hematogênica, quase sempre microrganismos piogênicos, originam-se de focos primários em outros órgãos (Trueperella pyogenes, Klebsiella, Escherichia coli e Streptococcus em bovinos; Salmonella em equinos; micoses sistêmicas em cães; Brucella em suínos; e tuberculose em todas as espécies). O primeiro evento que ocorre nas osteítes é a necrose, causada pelo efeito combinado de toxinas bacterianas difusíveis e isquemia por vasculite e/ou oclusão vascular, seguida pela remoção do osso necrosado. O sequestro ósseo ocorre quando o osso necrótico fica envolto pela inflamação e isolado do conjuntivo viável, o que compromete a remoção da necrose óssea por osteoclasia. Esta alteração é mais comum nas osteítes agudas e supurada. O sequestro pode ser revertido com a eliminação da infecção, possibilitando que o tecido de granulação envolva o osso, refazendo o contato deste com o tecido conjuntivo viável. ALTERAÇÕES NEOPLÁSICAS DOS OSSOS OSTEOSSARCOMA É um tumor maligno que se origina do mesênquima e cujas células produzem osteoide ou tecido ósseo mineralizado. Os osteossarcomas são as neoplasias do esqueleto mais comuns em cães e gatos, mas são raros em outras espécies. A maior parte dos osteossarcomas desenvolve-se a partir da região metafisária dos ossos longos. Em cães, o osteossarcoma é considerado a neoplasia óssea mais comum, acometendo, mais frequentemente, o esqueleto apendicular das raças de grande porte e de idade mediana. ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS DAS ARTICULAÇÕES Artrite é a inflamação das estruturas intra- articulares, podendo ser infecciosa ou não infecciosa. Em animais domésticos, é quase sempre infecciosa, mas, em cães de companhia, costuma não ser. Quando os microrganismos penetram na articulação, desenvolve-se sinovite (Figura 11.30); portanto, toda artrite é, primariamente, uma sinovite, que se expande para as outras estruturas articulares, bainhas e tendões (artrite e tendovaginites são simultâneas). Os microrganismos alcançam a articulação por penetração direta através de feridas, a partir de Medicina Veterinária Patologia Especial e Diagnóstico Post Mortem Rebeca Meneses @RebecaWoset focos de infecção nos tecidos adjacentes e por disseminação hematogênica. A maior parte das artrites infecciosas é hematogênica e poliarticular. Primeiro é poliarticular mas depois de um período o processo é abortado em muitas articulações, e torna-se ativo e progressivo em outras. INDICAÇÕES Quer mais materiais de Medicina Veterinária por um preço baratinho? Adquira o “Pack de Resumos de Clínica Médica de Pequenos Animais” com 15% de DESCONTO com o cupom PASSEIDIRETO ! De R$ 22,90 por R$ 19,50. 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Bases da patologia em veterinária. 6 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018.