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Aula 4 - renal

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Aula 4 – Doenças renais 
O equilíbrio da química interna de nossos corpos se deve em grande parte ao trabalho dos rins. 
Nossa sobrevivência depende do funcionamento normal destes órgãos vitais. (SBN) 
 
Anatomia e funcionamento dos rins 
1. Quais são as principais funções dos rins? 
Excretam e conservam água e vários compostos químicos; 
▪ Manutenção do balanço hídrico, da osmolaridade, das concentrações de eletrólitos (ex.: sódio, 
potássio, cloreto, cálcio, magnésio e fosfato) 
▪ Manutenção do estado acidobásico do organismo 
▪ Excreção de produtos finais do metabolismo, como ureia, ácido úrico, fosfatos e sulfatos, e também 
de outras substâncias, fármacos e drogas 
▪ Produção e secreção de hormônios e enzimas envolvidas: 
▪ hemodinâmica sistêmica e renal (renina, angiotensina II, 
prostaglandinas e bradicinina) 
▪ Maturação de hemácias 
▪ Medula óssea (eritropoietina) 
▪ Balanço de cálcio e fósforo 
▪ Metabolismo ósseo (por conta da ativação da vitamina D) 
 
Segundo a SBN: 
 Eliminação de toxinas do sangue por um sistema de filtração; 
 Regulação da formação do sangue e dos ossos; 
 Regulação da pressão sanguínea; 
 Controle do delicado balanço químico e de líquidos do corpo 
 
2. Como é formado o trato urinário? 
 
O trato urinário normalmente é formado por dois rins, dois ureteres, uma bexiga e 
uma uretra, conforme demonstra a figura. Os rins (normalmente dois) estão 
localizados na porção posterior do abdome e suas extremidades superiores estão 
localizadas na altura dos arcos costais mais inferiores (10ª a 12ª costelas torácicas). 
 
O rim direito quase sempre é menor e está situado um pouco abaixo do rim 
esquerdo. Os rins se movimentam (para baixo e para cima) de acordo com a 
respiração da pessoa. 
 
3. Como os rins participam da formação dos ossos e de parte do sangue? 
 
A formação de ossos sadios e a produção dos glóbulos vermelhos no sangue necessitam 
da função normal de nossos rins. Primeiramente, por serem grandes responsáveis pela 
regulação das concentrações de cálcio e de fósforo no sangue, assim como por 
produzirem uma forma ativa da Vitamina D, fundamental para o perfeito funcionamento 
de todo sistema que regulariza a formação óssea. 
Nutrição no adulto e no idoso II – Fase I 
Em segundo lugar os rins produzem um hormônio chamado de eritropoetina, que ajuda na maturação 
dos glóbulos vermelhos do sangue e da medula óssea e, na sua ausência, pode ocorrer anemia. 
 
4. Como os rins conseguem eliminar as toxinas? 
 
De maneira muito parecida ao trabalho de filtros, os rins trabalham para conservar o corpo livre de 
toxinas, porém essa tarefa é bastante complexa. Os rins agem como um filtro onde os furos devem 
ter tamanhos muito específicos, pois, se muito grandes, substâncias que deveriam permanecer em 
nosso corpo são eliminadas, como as proteínas. Já se os furos começam a diminuir demais, substâncias 
que deveriam ser eliminadas, como as toxinas, começam a ser retidas. 
 
Todo nosso sangue é filtrado várias vezes ao dia, fazendo com que o 
sangue que chega aos rins através da artéria renal volte limpo ao coração e, 
assim, todas as toxinas sejam eliminadas na forma de urina. 
Quando os rins não funcionam apropriadamente, as toxinas se acumulam no 
sangue, pois o “filtro” não está funcionando corretamente. É importante 
lembrar também que se o tamanho do “filtro” reduzir a ponto de não passar 
mais nem água, o indivíduo para de urinar, fazendo com que as toxinas se 
acumulem ainda mais rapidamente em nosso corpo. 
 
Esta retenção de toxinas resulta em uma condição muito séria conhecida como uremia. Os 
sintomas da uremia incluem náuseas, debilidade, fadiga, desorientação, dispneia e edema nos braços 
e pernas. Há toxinas que se acumulam no sangue e que podem ser usadas para avaliar a gravidade do 
problema. As principais substâncias mais comumente usadas para este propósito atualmente se 
chamam ureia e creatinina. A enfermidade dos rins está associada frequentemente com níveis elevados 
de ureia e de creatinina, porém nem sempre é essa a maneira de realizar um diagnóstico precoce do 
acometimento renal, pois essas substâncias podem se elevar apenas tardiamente em algumas 
enfermidades renais. 
 
5. E a pressão sanguínea? Também é alterada pelos rins? 
 
Ao contrário do que muitos pensam, a pressão alta sanguínea (hipertensão) pode ser a 
causa ou também a consequência de uma enfermidade renal. O controle da pressão arterial 
sanguínea também é uma função dos rins. Estes órgãos controlam as concentrações de 
sódio e a quantidade de líquidos no corpo e, quando os rins falham e não cumprem com 
estas funções vitais, a pressão sanguínea pode se elevar e ocasionar inchaço (edema). 
 
Os rins também secretam uma substância que se chama renina, substância que estimula a produção 
de um hormônio que eleva a pressão sanguínea. Quando os rins não funcionam, bem a renina é 
produzida em excesso e isto pode resultar em hipertensão. A hipertensão prolongada danifica os 
vasos sanguíneos, causando assim falha renal. 
 
6. Quais são as principais relações dos minerais com as doenças renais? 
 
Pacientes renais tem dificuldade de excretar água, potássio, cálcio, magnésio e fósforo. 
Existe tendência de reter fósforo, magnésio e potássio, diminuir a absorção intestinal 
de cálcio e desenvolver deficiência de vitaminas B, C, folato e vitamina D ativa (calcitriol). 
 
✓ A quantidade de fósforo eliminada pelos rins é determinada pelo equilíbrio entre os processos de 
ultrafiltração e reabsorção. 
 
✓ À medida que a função renal e a TFG entram em declínio, a regulação do fósforo é mantida por uma 
queda compensatória da taxa de reabsorção tubular de fósforo mediada pelo PTH. Entretanto, quando 
os níveis de TFG forem <25mL/min, o PTH não consegue mais aumentar a excreção de fósforo, 
estabelecendo a hiperfosfatemia, que perturba a interação cálcio, vitamina D e PTH. 
 
✓ Além disso, os baixos níveis de vitamina D ativa e o conseqüente tratamento com vitamina D têm-se 
estímulo da absorção tanto de cálcio quanto de fósforo e a absorção de cálcio do dialisato em pacientes 
em diálise peritoneal, contribuindo para a sobrecarga de cálcio em pacientes IRC. Essa sobrecarga é 
um fator de risco para calcificação metastática e de tecido cardíacos e vasculares, o que constitui 
ameaça à vida. 
 
Doença Renal Crônica 
 
7. Defina a patologia: 
 
É um distúrbio progressivo e irreversível, resultante de alterações que envolvem a estrutura e 
funcionalidade renal por mais de 3 meses, podendo ser baseada em componentes: 
• Anatômico ou estrutural (cistos, proteinúria, por exemplo); 
• Funcional (redução da taxa de filtração glomerular – TFG); 
 
Indivíduos que por um período igual ou maior que 3 meses apresentem TFG < que 60 mL/min/1,73m³ 
com lesão estrutural e/ou funcional evidenciada, é considerado um portador de DRC. 
 
8. Quais são os principais estágios? 
 
 
 
9. Quais são as principais causas da DRC? 
 
• Fatores nutricionais. Estima-se que > 24% dos casos de DRC em países 
industrializados sejam atribuídos a fatores nutricionais, principalmente naqueles 
casos que ocorrem antes dos 50 anos. 
 
• Hipertensão e Diabete Melito (DM) destacam-se como causas de DRC no Brasil e 
no mundo, representando até 70% dos casos da doença 
 
 
Etiologias de menor frequência 
▪ Glomerulonefrites crônicas; 
▪ Pielonefrites e nefropatias crônicas; 
▪ Doenças autoimunes (vasculite, lúpus); 
▪ Doenças obstrutivas crônicas (litíase renal); 
▪ Doenças hereditárias (doença renal policística, síndrome de Alport, etc) 
 
10. Quais são os principais fatores de risco para desenvolver DRC? 
 
 
Risco elevado 
• HAS 
• DM 
• DCV 
• Idosos 
• Histórico familiar de DRC 
• Obesidade 
• Tabagismo 
 
Risco moderado 
• Proteinúria 
•Transplantados renais com rejeição crônica 
• Exposição a drogas neurotóxicas 
• Infecção sistémica e neoplasias 
 
 
11.Quais são os principais sinais e sintomas da DRC? 
 
❖ Neurológicos centrais 
❖ Neurológicos periféricos 
❖ Cardiovascular e pulmonares 
❖ Dermatológicos 
❖ Gastrointestinais 
❖ Metabólicos e Hormonais 
❖ Hematológicos e Imunológicos 
 
Gastrointestinais Metabólicos e hormonais Hematológicos e Imunológicos 
 
• Anorexia 
• Náusea e vômito 
• Sangramento digestivo
 
 
• Distúrbios minerais e ósseos 
• Desnutrição energético-
proteica 
• Intolerância a glicose 
• Dislipidemia 
• Hipercatabolismo 
 
 
 
• Anemia 
• Disfunção de linfócitos 
• Imunodeficiência 
• Infecções 
• Inflamação 
 
▪ Alteração na homeostase do órgão 
▪ Desequilíbrio na regulação ácido-base 
▪ Redução da taxa de filtração glomerular 
▪ Toxicidade urêmica 
▪ Distúrbios metabólicos, hormonais e hidro-eletrolíticos 
▪ Imunodeficiências 
▪ As concentrações plasmáticas de vitaminas solúveis e das vitaminas E, A e selênio 
▪ Depressão profunda do sistema antioxidante. 
▪ A ativação de vitamina D está prejudicada = hiperparatireoidismo secundário 
▪ Em estágios mais avançados, diversos distúrbios metabólicos: estresse oxidativo sistêmico e 
inflamação com graves alterações no músculo esquelético, tecido adiposo e composição corporal. 
12. Quais são os principais impactos nutricionais de pacientes com DRC? 
 
Até 48% são desnutridos. 
 
Redução da ingestão alimentar Aumento do catabolismo proteico 
 
• Redução do paladar 
• Inflamação crônica 
• Restrição alimentar excessiva 
• Polimedicamentos 
• Aspectos psicológicos 
• Diminuição da qualidade de vida 
• Sedentarismo 
• Uremia 
• Tratamento 
 
 
• Resistência à insulina 
• Acidose metabólica 
• Comorbidades pré-existentes 
• Inflamação crônica 
• Hipermetabolismo 
 
▪ Sua prevalência é de até 10% nos pacientes em estágio 3-5 não dependentes de diálise 
▪ Nos pacientes na mesma fase, dependentes de diálise, sua prevalência chega até 38% 
▪ Indicativo de pior desfecho clínico, menor sobrevida, maior número de hospitalização e pior 
qualidade de vida, principalmente nos pacientes em diálise. 
▪ Avaliação Nutricional (ATENÇÃO) 
 
13. Quais são as formas de tratamento da DRC? 
 
Tratamento conservador Diálise 
 
• Tratamento conservador 
• Retardar o ritmo de progressão da disfunção 
• Prevenir as complicações 
• Tratar as comorbidades 
• Preparar o paciente para TRS 
 
 
• Constitui a substituição da função renal até ser 
possível a realização do transplante 
 • Contempla tanto a hemodiálise (HD) quanto a 
diálise peritoneal (DP) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Funcionamento da diálise 
Um cateter é implantado cirurgicamente através do 
abdome e dentro da cavidade peritoneal. 
 
▪ O dialisado, que contém uma alta concentração de 
dextrose, é instalado dentro do peritônio, onde a difusão 
leva os produtos de degradação do sangue para o 
dialisado, através da membrana peritoneal; a água 
movimenta-se por osmose; 
 
 
 
Avaliação nutricional em pacientes submetidos a Diálise 
 
▪ Deve ser capaz de detectar, diagnosticar e classificar pacientes em risco nutricional 
▪ Favorecer intervenção especializada 
▪ Monitorar o estado nutricional e resposta clínica frente as Intervenções 
• Não existe um padrão nutricional, protocolo ou ferramentas únicas para avaliação 
• Paciente apresenta condições clínicas heterogêneas e dinâmica 
 
 
Métodos subjetivos 
▪ Avaliação antropométrica 
▪ Avaliação da composição corporal 
▪ Avaliação bioquímica 
▪ Avaliação do consumo alimentar 
 
 
Métodos objetivos 
 
 
• Avaliação subjetiva global 
 
 
▪ O peso corporal é uma medição complicada na DRC e requer cuidados clínicos interpretação. 
 
▪ Devido aos distúrbios hídricos, a presença de edema e ascite devem ser 
desconsiderados, priorizando o “peso seco” 
 
▪ Independentemente do estágio da DRC, o peso corporal deve ser medido 
frequentemente, pois mudanças repentinas, pode indicar risco. 
 
▪ O IMC isolado não é suficiente para estabelecer um diagnóstico de 
desnutrição proteico-calórica, a menos que o IMC seja muito baixo (<18kg/ m2) 
 
▪ Na ausência de edema, sugere-se o uso de medidas de dobras cutâneas para avaliar a gordura 
corporal 
 
 ▪ O DXA é considerado o padrão ouro para avaliar a composição corporal em pacientes com DRC, 
porém pode ser influenciado por fatores relacionados ao estado de hidratação. 
▪ Em adultos em HD, as avaliações do peso, por DXA ou BIA são melhor obtidas após a sessão, devido 
os níveis dos compartimentos e de fluído do corpo estarem equilibrados. 
 
▪ A força de preensão manual (handgrip) pode ser utilizado como indicador de desnutrição energético 
proteico e funcionalidade relacionado a MM. 
 
▪ A Avaliação Subjetiva Global de 7 pontos é uma ferramenta válida para compor a avaliação do estado 
nutricional e a ferramenta Malnutrition Inflammation Score (MIS) também pode ser usada, 
preferencialmente em pacientes em HD 
 
▪ Parâmetros bioquímicos podem compor a avaliação nutricional e não devem ser usados isoladamente 
 
Avaliação laboratorial 
 
 
 
Tratamento conservador 
 
▪ Controle da pressão arterial e manutenção da DM através da hemoglobina glicada, 
retardam a progressão da DRC 
 
▪ Controle da ingestão proteica, restrição na ingestão de sódio, tratamento da 
dislipidemia, correção da acidose metabólica, prevenção e/ou tratamento da 
obesidade e desnutrição são aspectos importantes. 
 
 
Tratamento nutricional 
 
▪ Deve promover a recuperação ou manutenção do estado nutricional 
▪ Necessária no início da DRC 
▪ Atenuar as alterações hormonais, metabólicas e hidroeletrolíticas 
▪ Mesmo sendo um assunto polêmico em relação a quantidade de restrição proteica, é preciso sugerir 
direcionamento para prescrição 
 
▪ 250 g de proteína são catabolizados, produzindo uréia e toxinas urêmicas. Com o declínio funcional, 
existe acúmulo dessas substâncias no sangue e prejuízo progressivo da função do Órgão 
 
▪ Ingestão de proteínas pode minimizar as toxinas do metabolismo proteico, melhorar a hemodiânica 
renal, atenuar os sintomas clínicos e adiar a necessidade de iniciar o tratamento HD. 
 
 
Recomendações de proteína 
 
 
Não há evidências suficientes para recomendar um tipo específico de proteína (planta x animal) em 
termos dos efeitos sobre o estado nutricional. 
 
Recomendações de energia 
 
 
Pacientes com obesidade ou com mais de 60 anos de idade, é preferível receber aporte energético 
de 25 a 30 kcal/kg/ 
Atender as necessidades energéticas é importante para contribuir com a adequação do balanço 
nitrogenado, mesmo com ingestão proteica diminuída. 
 
Tratamento nutricional (dialítico) 
▪ Oferta proteica < 1,0 g/kg/d está associada a menor sobrevida 
▪ A glicose absorvida do dialisato deve ser subtraída do valor energético total 
 
Intervenção e nutrientes específicos 
 
 
 
 
Cálcio 
 
• Não se tem uma recomendação ideal, segura e 
estabelecida. Recomenda-se que a ingestão não 
seja superior a 2.000 mg/d 
 
• Pacientes em uso de vitamina D, especialmente 
na forma de calcitriol, tem uma tendência a ter 
hipercalemia, necessário monitoramento regular 
 
 
Ferro 
 
• As recomendações são similares aos valores 
para indivíduos saudáveis 
 
• A suplementação é necessária quando a 
ingestão é reduzida ou se tem deficiência 
 
 
 
• A restrição de proteína, potássio e fósforo pode interferir na ingestão de algumas vitaminas 
• Nos procedimentos dialíticos, ocorrem perdas de vitaminas hidrossolúveis, principalmente vitamina C e 
do complexo B 
• Na maioria das vezes, vitamina C e B devem ser suplementadas 
• Vitamina D deve ser prescrita pelo médico conforme condição osteometabólica do paciente e pela 
elevada prevalência de hipovitaminose D 
• A suplementação de vitamina A e K devem ser realizada apenas em casos de deficiência 
 
 
Soja 
▪ A Food and Drug Administration dos EUA sugeriu que a ingestão de 25g/d de proteína de soja (PTS)pode prevenir o risco de doença cardíaca coronária devido a níveis séricos de lipídios e lipoproteínas 
reduzidos. 
▪ Em pacientes com DRC, a PTS podem ter resultados positivos devido a uma variedade de mecanismos 
clínicos 
▪ Estudos em roedores demonstraram que a PTS retarda o desenvolvimento e progressão da DRC, 
quando comparada a proteína animal por meio de efeitos favoráveis na TFG. 
▪ Uma dieta vegetariana foi associada a uma significativa redução nos níveis de fosfato sérico e FGF-
23 em pacientes com DRC em tratamento conservador. 
Intervenção nutricional 
▪ A intervenção nutricional deve atender às necessidades individualizadas de proteína e energia na dieta 
alimentar. 
▪ Com base na preferência do paciente, é preciso certificar-se que a fonte proteica atenda seus 
requerimentos e forneça aminoácidos adequados 
▪ Sugere-se a prescrição de dieta mediterrânea e uma alimentação saudável a base de frutas e 
hortaliças, mesmo com os ajustes dietéticos e as devidas restrições. 
Importante  Carambola e subprodutos NÃO devem ser consumidos, devido composto neurotoxico 
Terapia Oral, Enteral e Parenteral 
14. Como será realizada? 
 
Para pacientes com DRC em estágio 3-5 ou pós transplante: 
▪ Em risco de ou com perda energética/proteica (hipercatabolismo intenso) 
▪ Perda de peso progressiva; 
▪ IMC < 20kg/m² ou perda > que 10% do peso seco em 6 meses (pacientes e HD) 
▪ Ingestão de energia e proteína suficientes para atender às necessidades nutricionais, mesmo sob 
aconselhamento dietético 
Sugere-se suplementação oral por um mínimo de 3 meses 
 
▪ Dependendo da necessidade, TNO pode ser prescrita de 2 a 3x/dia; 
▪ Preferível ingerir o TNO após as refeições; 
▪ Pode ser consumido para aumentar oferta enérgica e proteica durante a diálise; 
▪ Levar em consideração preferência, adesão e tolerabilidade 
 
Tratamento conservador Diálise 
✓ TNO específico 
✓ Hipercalórico 
✓ Baixo teor ou normalidade de eletrólitos 
✓ TNO padrão 
✓ TNO específico 
✓ TNO hiper/hiper 
 
Para pacientes com DRC em estágio 1-5: 
▪ Ingestão cronicamente inadequada para atender às necessidades nutricionais 
▪ Não adesão a TNO e ao aconselhamento dietético; 
▪ Não evolução do estado nutricional 
Sugere-se terapia nutricional enteral. Na impossibilidade da via enteral, a nutrição parenteral. 
 
Terapia Nutricional Parenteral Intradialítica 
▪ Pode ser uma estratégia para otimizar adequação calórica e proteica em pacientes desnutridos que 
não toleram ou apresentam impossibilidade da VO ou TNE; 
▪ Alternativa quando a NE ou TNO não é suficiente 
▪ Usada apenas em pacientes sob HD; 
▪ Utiliza o mesmo acesso para administrar a solução parenteral; 
▪ Pode ser adminstrada durante a HD; 
▪ Não representa uma forma de nutrição completa, mas sim, complementar. 
 
Doença Renal Agúda 
 
15. Qual a incidência e prevalência? 
 
➢ A incidência é em torno de 8 a 20% nos pacientes hospitalizados e de 35% a 50% nos pacientes de 
UTI 
➢ Nesses pacientes, até 6% evoluem com a necessidade de diálise, com altas taxas de mortalidade 
➢ Os fatores nutricionais, alterações metabólicas, estado próinflamatório, pró-oxidante e o 
hipermetabolismo também contribuem com altas taxas de mortalidade 
 
16. Como pode ser definida? 
 
Redução aguda da função renal em horas ou dias. 
➢ 1. Diminuição do ritmo de filtração glomerular e/ou do volume urinário 
➢ 2. Distúrbios no controle do equilíbrio hidro-eletrolítico e ácido-básico 
 
LRA pré-renal 
• Redução do fluxo plasmático renal e do ritmo de filtração glomerular 
• Principais causas: hipotensão arterial, hipovolemia, hemorragia, insuficiência cardíaca congestiva e 
cirrose hepática descompensada 
 
LRA renal (Intrínseca ou estrutural) 
• Afetam diretamente o parênquima rena (néfrons), ou seja, a unidade funcional do órgão 
• Principal causa: Necrose tubular aguda (NTA) isquêmica e/ou tóxica 
• Fatores de risco: sepse, antibiótico nefrotóxico, quimioterápicos, mieloma, doenças vasculares, etc. 
 
LRA pós-renal (obstrutiva) 
• Relacionada a limitação da passagem de urina por obstrução na pelve renal, ureter, bexiga ou uretra 
• Principais causas: obstruções, cálculos, traumas, coágulos tumores e fibrose retroperitoneal 
Diferentemente da DRC, os sintomas na DRA são mais intensos e aparecem mais rapidamente. 
 
Avaliação Nutricional 
17. Quais são os principais pontos a serem avaliados? 
 
❑ Edema 
❑ Imobilização 
❑ Ausência de consciência podem comprometer os métodos de avaliação nutricional. 
❑ A avaliação antropométrica pode superestimar os valores de dobras e circunferências, bem como, 
do peso, devido presença do edema 
❑ Qualquer paciente hospitalizado e principalmente aqueles que ficam por > de 48h na UTI, deve ser 
rastreado para desnutrição. 
❑ NRS 2002, NUTRIC 
❑ Histórico do paciente com: Relato de perda de peso não intencional Diminuição do desempenho 
físico antes da admissão no hospital Exame físico, Avaliação geral da composição corporal Massa 
muscular e força. 
 
Recomendações Nutricionais 
 
 
 
O alvo é minimizar o catabolismo do paciente e promover estímulo anabólico. Um balando 
nitrogenado (BN) menos negativo é uma meta desejável a esses pacientes 
 
❑ Para cada aumento de 1g/d no BN, houve aumento de 21 a 31% na probabilidade de sobrevida para 
pacientes em diálise e DP respectivamente. 
 
▪ Para os pacientes em DP, é indicado, descontar a quantidade de glicose proveniente do dialisato. 
 
A consideração pode ser feita por cálculo: 
 
%de glicose absorvida = [(Glic1 –Glic2)/Glic1]x100 
 
Glic 1 = glicose infundida (em gramas) em 24h 
Glic 2 = glicose drenada (em gramas) em 24h 
 
▪ Em geral, considera-se uma absorção de 35% de glicose infundida para pacientes com DRA em DP 
 
Terapia nutricional oral 
▪ A via oral é a preferível. 
▪ TNO hiper/hiper é uma alternativa viável para complementar o suporte energético e proteico e não 
apresenta contraindicações 
▪ Recomendações gerais – VO 
▪ Ajustar a ingestão de cálcio entre 800 a 1000 mg/d 
▪ Ajustar a ingestão de oxalato entre 40 a 50 mg/d 
▪ Ingestão de sódio < 2,4 g/d 
▪ Manter uma boa ingestão hídrica (2L/d) 
▪ Monitorar desfecho da intervenção e estado nutricional 
 
Terapia nutricional enteral e parenteral 
▪ Para pacientes hospitalizados, o suporte nutricional precoce deve ser fornecido em menos de 48 horas 
a partir de admissão hospitalar. 
▪ Quando a ingestão oral não for possível, manter precocidade no suporte, porém com NE 
▪ Em caso de contra-indicações para VO, TNO ou NE, a NP deve ser considerada dentro de três a sete 
dias e deve ser usada em casos de pacientes gravamente desnutridos 
▪ A nutrição hipocalórica (não excedendo 70% de EE) deve ser administrado na fase inicial da doença 
aguda. 
▪ Após 3º, a entrega calórica pode ser aumentada até 80 e 100% do gasto de energia medido 
▪ Pelo menos 75% das necessidades calculadas de proteína e caloria devem ser alcançadas a fim de 
reduzir o risco de desfechos adversos. 
 
Sugere-se para pacientes não dialíticos uma fórmula: 
▪ Normocalórica e normoproteica na fase aguda 
▪ Hipercalórica e normoproteica após a fase aguda 
 
Sugere-se para pacientes dialíticos uma fórmula: 
▪ Hipercalórica e hiperproteica fase aguda e pós aguda 
 
Conclusões 
 
✓ Doença IRA e DRC proporcionam importantes consequências metabólicas e nutricionais 
 
✓ As alterações não afetam apenas a funcionalidade do órgão, mas sim alterações sistêmicas, 
envolvendo efeitos negativos no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios, órgãos e demais 
sintomas, com efeitos pró-inflamatório 
 
✓ O suporte nutricional deve ser individualizado e adaptado à gravidade do hipercatabolismo e da 
doença de base, comorbidades. 
 
✓ A terapia nutricional deve atender a necessidade clínica e contribuir com estado nutricional 
adequado nas diferentes fases da doença, sendo essencial durante o tratamento 
 
✓ Durante a evolução da doença, osrequisitos e a utilização de diferentes nutrientes mudam 
significativamente, o monitoramento e reavaliação são fundamentais para efetividade terapêutica 
 
✓ Restrição proteica não significa proibição e sim adaptação conforme a realidade do 
Paciente 
 
 
Cálculos renais (nefrolitíase) 
18. Descreva a fisiopatologia da doença: 
 
Sua formação de cálculos renais é um processo complexo, que consiste em saturação; 
supersaturação; nucleação; crescimento ou agregação de cristais; retenção de 
cristais; e formação de cálculo na presença de promotores, inibidores e formadores de 
complexos na urina. 
 
Os cálculos de cálcio são os mais comuns: 60% dos cálculos consistem em oxalato 
de cálcio, 10% em oxalato de cálcio e fosfato de cálcio, e 10% em fosfato de cálcio. 
Outros cálculos incluem 5% a 10% de cálculos de ácido úrico, 5% a 10% de estruvita 
e 1% de cistina. 
 
19. Quais são os fatores de risco e a prevalência? 
 
Obesidade, o diabetes mellitus e a síndrome metabólica têm levado a taxas crescentes 
de nefrolitíase; A obesidade é o preditor mais forte de recidiva de cálculos nos indivíduos 
que formam cálculos pela primeira vez; Com técnicas bariátricas mal absortivas, como 
a derivação gástrica em Y de Roux (RYGB), a urolitíase apresenta-se mais alta. 
 
20. Quais são os tipos de cálculos e suas respectivas dietoterapias? 
 
 
 
Cálculos de cálcio: hipercalciúria (excreção de Ca> 300mg); 
 
 Dietoterapia: não há necessidade de restrição severa de Cálcio, pois pode levar a perda óssea, o 
indicado seria restrição de proteína não láctea. Preferir laticínios com menor teor de gordura. O uso 
de suplementos de cálcio pode aumentar essa formação; Se houver aumento de excreção de 
cálculos urinários deve-se aumentar a ingestão de líquidos; 
 
Cálculos de oxalato: hiperoxalúria (excreção de > 40mg de oxalato na urina) 
 
 Dietoterapia: probiótico Oxalobacter formigenes; Nos pacientes DRC a ingestão excessiva de 
suplementos de vit C deve ser evitado; Diminuir o consumo de oxalato da dieta; 
O oxalato (ou ácido oxálico) é o produto final do metabolismo de aminoácidos e do ácido ascórbico, 
que não pode ser metabolizado no organismo humano, sendo excretado pela urina. 
Alimentos a evitar para uma dieta com baixo teor de oxalato  espinafre, morangos, chocolate, 
beterrabas, farelo de trigo, chás e altas doses de cúrcuma. 
 
Cálculos de estruvita: a dieta NÃO desempenha nenhum papel, porém estudos citam o uso do suco 
de Cranberry (oxicoco) ; Cálculos de cistina: (cistinúria excretam > 250mg/dia), 
 Dietoterapia: recomenda-se a ingestão de mais de 4,0l de água/dia, menor ingestão 
de sódio, restrição de proteína animal, estimulo a ingestão de frutas e vegetais ricos 
em citrato e malato (limão, melão, laranja e suco de tomate) ; 
 
Cálculos de ácido úrico: produto final do metabolismo das purinas, ocorre formação dos 
cálculos quando a urina está supersaturada com ácido úrico não dissociado, isso ocorre 
com pH urinário inferior á 5,5. O DM, obesidade e HAS estão associado à nefrolitíase; 
 Dietoterapia: restrição de alimentos rico em purinas (carnes, peixes e aves, visceras, anchova, 
arenque e sardinhas, caldos a base de carne e molhos); Indicado dieta vegetariana 
 
Na maioria dos cálculos ocorre recidivas; 
• Necessário avaliação nutricional para minimizar os fatores de risco; 
• Observar oferta hídrica que deve ser elevada de 2,5 à 3,0l/dia; 
• Chá, café descafeinado, cerveja, suco de laranja e vinho estão associados a uma redução dos 
• cálculos 
 
 
 
Anotações 
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