Buscar

Mitchell_ Celestina Cumbane

Prévia do material em texto

FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE ARQUEOLOGIA E ANTROPOLOGIA
LICENCIATURA EM ANTROPOLOGIA 3ᵒ Ano, 1ᵒ semestre, 2022
Cadeira: Antropologia Urbana
Docente: Doutora Margarida Paulo
Discente: Celestina Cumbane
Referência bibliográfica
Mitchell, Clyde. 1969. “The Concept and use of social networks”. In: Social Networks in Urban Situations: Analysis of Personal Relationships in Central African Towns, pp. 1-29. Manchester: Manchester University Press.
O texto de Mitchell (1969) tem por objectivo principal analisar o conceito de redes que estabelecem as relações sociais, relativamente aos comportamentos estabelecidos pelas sociedades, na qual o autor denomina de “redes sociais”. Pretende-se aqui destacar a sua estrutura, o seu estabelecimento e os devidos componentes das seguintes redes. O autor baseou-se no método qualitativo e revisão de literaturas da cópia de um livro do seu colega sobre redes sociais e também sobre alguns estudos que fizeram o uso extensivo dele.
O autor reflete sobre a configuração de redes sociais em situações urbanas a partir de relacionamentos pessoais. Pode-se analisar a rede total da sociedade considerando-se o conjunto geral de relações que se ramificam, perpassando e ultrapassando os limites de qualquer comunidade ou organização em particular. Mas pode-se analisar, igualmente, as redes pessoais (egocentradas) considerando-se as relações mantidas pelos indivíduos em particular. Pode-se ainda analisar essas relações sociais quanto aos vínculos políticos, de parentesco, amizade, de trabalho, etc.
O autor transportou os princípios teóricos dos seus colegas para um nível analítico que prescrevia o tratamento de redes estruturadas em torno de ligações pessoais entre indivíduos. Para ele, as ligações interpessoais eram baseadas em dois princípios distintos. O primeiro era baseado na ideia de troca. Neste caso, as trocas poderiam implicar a permuta de bens, serviços ou informação de natureza diversa. O segundo assumia a imposição de regras e normas sociais conducentes a uma uniformização de comportamentos individuais e regulamentação do funcionamento da rede.
O autor aborda sobre cinco factores que considera mais importantes para a participação de um indivíduo numa rede e para a sustentabilidade dessa mesma rede, nomeadamente a intensidade, a durabilidade e a reciprocidade no que respeita ao relacionamento interpessoal, e a acessibilidade e densidade no que respeita à rede.	. A principal contribuição deste autor foi a utilização da matemática e teoria dos grafos para dar forma aos estudos e pesquisas desenvolvidas até então. 
O autor transpôs a teoria dos gráficos e a sociometria para um quadro sociológico que enfatiza as características das organizações informais e interpessoais. As configurações das relações que surgem do exercício do conflito e do poder, e a sistematização dos conceitos de teia e rede de relações sociais, foram salientadas nesta perspetiva, em detrimento dos conceitos de normas internalizadas e de instituições. Aqui privilegia-se a rede social no estudo de diferentes fenómenos e nas análises com diferentes níveis de abstração, para ultrapassar limitações das abordagens estruturais rígidas. 
O autor conclui que na análise deve ser estabelecida a diferença entre a morfologia da rede social e a interação. Características importantes da forma das redes sociais são a sua densidade, os agrupamentos que se podem distinguir no interior, a ancoragem (ponto de referência da rede social) e o alcance (número de ligações que intervém entre a pessoa que as origina e a pessoa alvo, ou seja, o número de pessoas com quem um membro de uma rede tem ligações). Como critérios de interação das redes sociais, identifica o conteúdo, a direção, a intensidade e a frequência. 
2

Continue navegando