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Prática de ensino em Filoso�a
Aula 7: Teoria e prática – Projeto Político-Pedagógico
Apresentação
Nesta aula você terá a oportunidade de aprender sobre a importância das teorias educacionais na prática pedagógica.
Compreenderá também que a prática docente, sem a teoria, �ca esvaziada em seus sentidos e objetivos.
Objetivos
Analisar as contribuições de teorias educacionais;
Reconhecer a contribuição criativa e criadora do professor bem formado com a educação a partir da superação da
fragmentação entre teoria e prática;
Identi�car o PPP como farol para a realização de projetos, atividades e das prioridades do cotidiano escolar.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Teoria e prática – Projeto Político-Pedagógico
Comentando o signi�cado do termo “teoria”, encontrado nos dicionários �losó�cos, Pereira (1998, p. 18) identi�ca o ato de
teorizar com o ato de abstrair, de contemplar, marcado pelo distanciamento da atividade prática:
“[...] teorizar para a concepção clássica passa a signi�car
quase somente abstrair. É por isso que os dicionários em
sua grande maioria apresentam como signi�cado de teoria
a contemplação. Um exercício abstrato do raciocínio,
distante do concreto e do real. Teorizar torna-se apenas
uma arte de trabalhar a mente com a ideia enquanto
divorciada de uma realidade, mas ampla.”
Pereira (1998, p. 18)
Algumas análises sobre a relação teoria-prática em diferentes esferas da ação humana têm se preocupado com essa
dicotomia, argumentando, principalmente, que a teoria tem um signi�cado fundamental na concretização do fazer do
homem.
A evidente dicotomia teoria-prática, acordada nas de�nições etimológicas do termo “teoria”, quando enfatiza o signi�cado
da prática, frente à atividade teórica, não conhece outra medida que não a teoria como a essência.
Evidente que nas práticas pedagógicas essa separação ente teoria e prática precisa ser superada, pois uma é re�exo da
outra, uma gera a outra. A prática docente, sem a teoria, �ca esvaziada em seu sentido e objetivos. O professor não se
basta em si mesmo, não deve achar que suas opiniões são su�cientes para que sua prática seja coerente e signi�cativa.
Sem buscar nas teorias educacionais as elucidações acerca de como precisa agir na prática, o professor se lança no vazio
da obscuridade. Assim como acontece quando acha que somente as teorias dão conta de responder acerca do cotidiano
de sua ação.
Justi�cam-se, dessa forma, as disciplinas pedagógicas que compõem a grade curricular de quem escolheu fazer uma
licenciatura. A disciplina Didática é a mais contundente, acompanhada das demais disciplinas de fundamentos da
Educação.
O entendimento de relações de cooperação entre teoria e prática, cabe a possibilidade de valorizar a ação sem relativizar o
pensamento, ou valorizar o pensamento sem relativizar a ação. Assim, Dewey (1980, p. 31) esperava que seu
pragmatismo instrumentalizasse o pensamento e não o abolisse. O autor a�rma:
 (Fonte: docstockmedia / Shutterstock).
“A história do desenvolvimento das ciências físicas é a história do
crescente apoderar-se, pela humanidade, de instrumentalidades mais
e�cazes no lidar com as condições da vida e da ação. Quando, contudo, é
negligenciada a conexão entre esses objetos cientí�cos e os
acontecimentos da experiência primária, o resultado é o quadro de um
mundo de coisas indiferentes aos interesses humanos, porque
totalmente separado da experiência.”
Ao falar da conexão entre os objetos cientí�cos e as experiências, ou seja, ao argumentar a favor da interação vida-
conhecimento, Dewey (1980) inspira a criação de uma nova pedagogia. Uma nova compreensão das relações
pedagógicas que possibilite superar a dicotomia entre a aprendizagem e a vida ao atribuir às experiências um signi�cado
e um destaque no processo de aprendizagem.
Foi essa contribuição que fez dele um dos pensadores mais presentes nas propostas educacionais das sociedades
liberais modernas.
A opção pela prática e pela experiência marca de forma indiscutível os princípios do Pragmatismo Educacional, que foram
trazidos por Dewey (1980) para o centro do debate e da prática pedagógicas. Logo, na forma de Filoso�a da Educação
materializada em discursos, propósitos e projetos que negam o modelo tradicional de educação e de escola, mas não
marcam, sob hipótese alguma, o afastamento da teoria. Ao contrário, postulam a produção do conhecimento como pano
de fundo da prática pedagógica.
Por isso mesmo ele criou uma “Filoso�a de Educação” e não um manual de práticas pedagógicas. Valorizar as
experiências e a vida do aluno, bem como saber aproveitar o currículo oculto, não é negar a importância das teorias na
ação docente, mas redimensioná-las como parte inerentemente necessária e indispensável. Dewey (1980, p. 176) elucida:
“Ora, se a vida não é mais que um tecido de experiência de
toda sorte, se não podemos viver sem estar
constantemente sofrendo e fazendo experiências, é que a
vida é toda ela uma longa aprendizagem. Vida,
experiência, aprendizagem — não se pode separar.
Simultaneamente vivemos, experimentamos, aprendemos.
[...] A experiência alarga, deste modo, os conhecimentos,
enriquece o nosso espírito e dá, dia a dia, signi�cação mais
profunda à vida. E é nisso que consiste a educação.
Educar-se é crescer, não no sentido puramente �siológico,
mas no sentido espiritual, no sentido humano, no sentido
de uma vida cada vez mais larga, mais rica e mais bela, em
um mundo cada vez mais adaptado, mais propício, mais
benfazejo para o homem.”
Dewey (1980), na sua re�exão pragmática sobre
educação, vincula a experiência pedagógica, seja a
situação de mestre, seja a situação de aprendiz, à vida,
prática, participação e experiência em todos os sentidos.
Em sua �loso�a da educação, apresentada nos diversos
escritos sobre o assunto, divulga o processo educativo
como sendo um processo dinâmico que interage com a
existência cotidiana do aluno e do professor, carregada
das marcas da condição de humanidade, mas não nega a
importância de buscar no conhecimento o
enriquecimento.
As teorias devem estar em função de interrogar os
limites, especialmente no campo da educação. Qualquer
que seja a mudança, essa deve ser constituída pela
re�exão, pela fundamentação teórica, pela elaboração do
pensamento e não pelo "achismo" ou "badalação" efêmera
do uso indevido das tendências pedagógicas, que
aparecem como salvadoras.
 Pavilhão do Conhecimento, Lisboa, Portugal (Fonte: Wikimedia).
O cotidiano da Educação é o redimensionamento da
construção da relação teoria e prática.
Nessas condições, a pergunta sobre o sujeito da aprendizagem não pode ser eliminada, não está esgotada e, na verdade,
jamais o estará. Deve, ao contrário, ser mantida em aberto, como fonte permanente de re�exão, de questionamento sobre
as �nalidades, meios e possibilidades da educação, sendo permanentemente reconstruída pela e na prática, mas sempre
elucidada pelas teorias.
A �loso�a e o professor de Filoso�a têm aqui uma importância ímpar, pois sua tarefa principal não é a de nos oferecer
respostas de�nitivas sobre quem é o sujeito da Educação, nem fornecer os sentidos absolutos da educação, mas permitir
o exercício de uma re�exão sempre aberta.
A possibilidade de conhecimento e o próprio conhecimento não se esgotam em constatações simples. Por isso, precisam
ser interrogadas e pesquisadas. A epistemologia construída ao longo da história e expressa em diversas teorias não pode
frear as interrogações, mas deve ser também ser um viés que colabora para que se mantenha aberto o caminho das
incertezas que esperam respostas.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Um dos primeiros problemas que se colocam para a
teoria do conhecimento é o que diz respeito à própria
possibilidade de conhecer: pode o homem ter algum
conhecimento verdadeiro?
Vale relembrar o que é epistemologia e o que esse
conceito tem a ver com teorias educacionais e o
processo de ensino-aprendizagem: O conhecimento como um conjunto de crenças verdadeiras e justificadas (Fonte:
Wikimedia).
 A sintonia entre teoria e prática deve cumprir o papel de ação transformadora sobre a realidade. A ação transformadora
acontece a partir das atividades realizadas no cotidiano e elas devem ser pensadas, planejadas e preparadas. Um desses
planejamentos, que inclusive tem grande importância na condução do cotidiano escolar, é o PPP: Projeto Político
Pedagógico. Nas palavras de Gadotti (1994, p. 579):
“Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas
para o futuro. Projetar signi�ca tentar quebrar um estado
confortável para arriscar-se, atravessar um período de
instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função
da promessa que cada projeto contém de estado melhor
do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado
como promessa frente a determinadas rupturas. As
promessas tornam visíveis os campos de ação possível,
comprometendo seus atores e autores.”
 Sobre o processo de produção do PPP, é fundamental a de�nição de um cronograma que considere o tempo em sua
amplitude, relacionado ao desenvolvimento das atividades e do grupo, deixando clara a função de cada um, desde o
diretor aos alunos, professores, técnicos, famílias, lideranças comunitárias etc., permitindo ampla e coletiva visualização
da totalidade do processo.
“O projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação
intencional, com um sentido explícito, com um
compromisso de�nido coletivamente. Por isso, todo projeto
pedagógico da escola é, também, um projeto político por
estar intimamente articulado ao compromisso sócio-
político com os interesses reais e coletivos da população
majoritária.”
(VEIGA, 2004, p. 93)
 Ao pensar em sua prática pedagógica, o professor, de qualquer disciplina e todos os que dela fazem parte, direta ou
indiretamente, devem estar inseridos na construção/reconstrução do PPP. Ele é um instrumento que deve ser renovado de
três a cinco anos no máximo, pois não conta uma história passada, mas se inspira na história contada para repensar a
prática futura, a missão e a visão da escola.
A comunidade externa à escola também deve participar da elaboração do PPP: associações de moradores, representantes
dos conselhos e de outros órgãos que representam a comunidade, representantes de diversas doutrinas, famílias e tantas
outras representações. Como alerta Freire (1983, p. 27):
“O conhecimento, pelo contrário, exige uma presença
curiosa do sujeito face ao mundo. Requer sua ação
transformadora sobre a realidade. Demanda uma busca
constante. Implica em invenção e em reinvenção. Reclama
a re�exão crítica de cada um sobre o ato mesmo de
conhecer, pelo qual se reconhece conhecendo e, ao
reconhecer-se assim, percebe o ‘como’ de seu conhecer e
os condicionamentos a que está submetido seu ato.”
 Na construção de um PPP é indispensável a clareza diante do que ele representa. Trata-se de um guia que indica o rumo a
seguir para todos que são envolvidos pela presença da escola. O PPP deve conter: revisão do que não foi alcançado,
projeção do que se espera alcançar, objetivos, valores e missão, histórico, projetos a longo prazo, projetos a curto prazos,
recursos etc.
Um dos maiores desa�os encontrados no processo de construção do PPC, baseando-se em uma perspectiva participativa
e democrática, é tomar consciência de que cada membro da comunidade escolar precisa ser ativo nesse processo. Nunes
(2009, p. 40) interroga:
“Como ponto de partida, devemos nos perguntar quais são nossas
responsabilidades na condição de pro�ssionais da educação, como
compreendemos o nosso trabalho, a quem desejamos educar e
como deve ser a organização e a manutenção desse espaço para
que uma proposta coletiva possa ser construída.”
O PPP é essencial como prática pedagógica. É um instrumento que apresenta a identidade da escola, pois é o aglutinador
de toda comunidade em torno do Projeto Educativo.
1
Projeto
Por planejar detalhadamente onde e como se quer chegar
aos objetivos.
2
Político
Por envolver a escola como parte do todo social
compreendendo-a como formadora da cidadania.
3
Pedagógico
Por pensar as ações que promoverão o ensino-
aprendizagem.
O MEC, a partir do Programa de Educação conhecido como Salto para o futuro, elaborou o documento: Construindo a
Escola Cidadão: projeto Político Pedagógico (BRASIL, 1998, p. 9), onde de�ne:
“Quando a comunidade escolar — na qual se incluem
professoras e professores, futuras e futuros docentes, a
quem se destina este projeto — tem acesso às
informações e lhe é garantido o direito de participar das
decisões, ela tem condições de compreender melhor o
funcionamento da escola e de se organizar para assegurar
que os interesses da maioria sejam atendidos. E uma das
maneiras de fazer funcionar a escola e de organizá-la com
vistas à melhoria da qualidade do ensino é justamente a
elaboração democrática e coletiva de seu Projeto Político-
Pedagógico.”
O projeto Político-Pedagógico deve externar os sentidos e signi�cados de todas as ações pedagógicas. Estas devem
compreender a escola como o espaço das parcerias, da convivência harmoniosa e da construção da cidadania.
Para que isso ocorra, no entanto, a equipe escolar deve zelar, promover e traçar laços de convivência com todos os
sujeitos envolvidos no cotidiano escolar: alunos, professores, famílias, funcionários e comunidade. Faria e Salles (2012, p.
20):
 “O Projeto Político Pedagógico é a busca de construção da
identidade, da organização e da gestão do trabalho de cada
instituição educativa. O projeto reconhece e legitima a instituição
educativa como história e socialmente situada, constituída por
sujeitos culturais que se propõem a desenvolver uma ação
educativa a partir de uma unidade de propósitos.”
Deve haver atenção para que não se perca a sintonia entre a prática com o que foi pensado, re�etido, deliberado e
sonhado. Dessa forma, o PPP é um farol que ilumina o presente a partir do que dele foi projetado.
Para que haja transparência com a verdade do PPP, as famílias e a comunidade devem ser motivadas a participar do
cotidiano da escola. Uma participação não apenas nas reuniões e festas, mas como integrantes dela. Como sujeitos que
pensam, sentem e vivem a instituição.
As famílias e a comunidade devem ser bem acolhidas, desenvolvendo o sentimento de pertencimento. Todos devem
compreender-se capazes de colaborar com críticas, sugestões, sendo vigilantes e companheiros para que a escola seja
tudo o que foi pensado na coletividade. Vasconcellos (2007, p. 17) a�rma:
“O Projeto Político Pedagógico é o plano global da instituição. Pode ser
entendido como a sistematização, nunca de�nitiva, de um processo de
planejamento participativo, que se aperfeiçoa e se objetiva na
caminhada, que de�ne claramente o tipo de educação educativa que se
quer realizar, a partir de um posicionamento quanto à sua
intencionalidade e de uma leitura da realidade.”
É indispensável envolver os diferentes atores, de maneira
que se sintam essenciais no cotidiano da escola. O
desa�o é grande, pois construir o projeto com
representatividade é garantir sentidos para a
aprendizagem.
 (Fonte: Rawpixel.com / Shutterstock).
Os alunos devem ser envolvidos totalmente nessa empreitada. Eles devem experimentar a construção coletiva para que
sua escola e sua sala de aula venham ao encontro de suas expectativas e possam, assim, dar valor ao conteúdo que deve
ser aprendido.
A construção de um projeto coletivo demanda tempo, mas acima de tudo demanda uma disposição interior de se sentir
parte integrante, essencial e insubstituível dele. Quando há participação de todos os envolvidos no processo, o
compromisso é maior, pois o projeto os representará na essência. Para Kramer (2002, p. 83):
“O trabalho coletivo é, portanto, ponto de partida e de
chegada de um projeto político-pedagógico e não pode
�car congelado — sob pena de se tornar autoritário —
como se estivesse pronto para ser aplicado. Por isso, não
podemos deixar de recuperar as históriasde cada uma das
pessoas envolvidas na concepção e implementação desse
projeto, para que a gente possa começar de novo, como as
crianças gostam, e de novo, e mais uma vez, porque este é
o processo da cultura. A cultura implica ver e rever a
tradição, criticar a tradição, mirar o que foi produzido ontem
com o olhar de hoje; olhar criticamente para o que foi feito
para poder mudar.”
Também a comunidade local deve ser motivada a
participar, pois a escola não pode ser compreendida
como uma realidade à parte. A escola deve ser parte do
contexto social e cultural do bairro.
Nenhum PPP pode ter coerência e sentido sem que a
comunidade esteja ativamente envolvida em sua
construção e vivência. Kramer (2002, p. 81-82) explica:
“Do ponto de vista da dimensão política do projeto político
pedagógico, o trabalho coletivo é requisito básico, é
condição; ao mesmo tempo, é resultado. Precisamos do
trabalho coletivo para construir e consolidar o projeto
político-pedagógico, mas um projeto político-pedagógico
sério, competente, resulta no fortalecimento do trabalho
coletivo.”
 Escola em São Paulo (Fonte: Wikimedia).
O Projeto Político-Pedagógico não deve ser visto somente como o cumprimento de uma determinação legal, mas
principalmente como a de�nição de uma identidade permeada pelos alunos, partindo da articulação de toda a estrutura
organizacional para construí-lo. Não é uma construção fechada e acabada, mas um canal motivador para que novas
discussões aconteçam.
O PPP ressoa as vozes de um momento e de um contexto histórico e essas vozes reportam suas necessidades, anseios,
angústias e sugestões. Vozes futuras surgirão e deverão ressoar no PPP, por isso ele é parcial. Ele é uma proposta da atual
situação e não da situação futura, de novos sujeitos, de novos tempos. As principais vozes devem ser as dos alunos.
 Sala de aula em Palamuse (Fonte: Wikimedia).
O PPP precisa ser continuamente atualizado, pois metas e prioridades se modi�cam. Podem surgir problemas diferentes,
novas demandas, o documento deve acompanhar as mudanças. O PPP altera a rotina escolar, pois redimensiona os
sujeitos como pertencentes de um projeto comum. Os alunos se reencontram com os sentidos da escola e da
aprendizagem signi�cativa.
  “[...] aluno aprende apenas quando se torna sujeito de sua
aprendizagem. E para ele tornar-se sujeito de sua aprendizagem
ele precisa participar das decisões que dizem respeito ao projeto
de escola que faz parte também do seu projeto de vida. Não há
educação e aprendizagem sem sujeito da educação e da
aprendizagem. A participação pertence à própria natureza do ato
pedagógico.” (GADOTTI, 2000, p. 2)
A construção do PPP é um processo contínuo que abre
espaço para escola aprender a trabalhar coletivamente,
para dar consistência ao trabalho educativo. Olhar para a
experiência vivida de forma crítica permite mostrar quais
ajustes precisam ser feitos nesse processo. Esse
confronto entre teoria e prática permite mudanças, que
novos caminhos sejam trilhados.
 Escola rural perto de Livingstone (Fonte: Wikimedia).
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Atividade
1. “Estudo dos postulados, conclusões e métodos dos diferentes ramos do saber cientí�co, ou das teorias e práticas em
geral, avaliadas em sua validade cognitiva, ou descritas em suas trajetórias evolutivas, seus paradigmas estruturais ou suas
relações com a sociedade e a história; teoria da ciência”. (MOREIRA, 2018)
Este conceito se refere à:
a) Ensino.
b) Didática.
c) Pedagogia.
d) Epistemologia.
e) Aprendizagem.
2. Ao falar da conexão entre os objetos cientí�cos e as experiências, ou seja, ao argumentar a favor da interação vida-
conhecimento, criou-se uma nova compreensão das relações pedagógicas que possibilite superar a dicotomia entre
aprendizagem e vida. Esperava que seu pragmatismo instrumentalizasse o pensamento e não o abolisse. A qual pensador se
referem essas características?
a) Karl Marx
b) Paulo Freire
c) John Dewey
d) Darcy Ribeiro
e) Immanuel Kant
3. O professor que se abstém de conhecê-las, faz um grande mal a si, ao cotidiano escolar e à Educação, sendo o aluno o seu
primeiro e mais atingido alvo. A prática docente, sem elas, �ca esvaziada em seu sentido e objetivos. Esse enunciado se
refere às (aos):
a) Conteúdos de ensino.
b) Teorias educacionais.
c) Legislações de ensino.
d) Métodos pedagógicos.
e) Recursos pedagógicos.
4. Esse instrumento deve externar os sentidos e signi�cados de todas as ações pedagógicas e compreende a escola como o
espaço das parcerias, da convivência harmoniosa e da construção da cidadania. É um guia que indica o rumo a seguir para
todos que são envolvidos pela presença da escola.
a) PPP.
b) PNE.
c) ECA.
d) PCNs.
e) BNCC.
5. Sobre Projeto Político-Pedagógico é incorreto a�rmar que ele:
a) Deve ser compreendido somente como o cumprimento de uma determinação legal.
b) Não é uma construção acabada, mas um canal aberto para novas necessidades e discussões.
c) Altera a rotina escolar redimensionando os sujeitos como pertencentes a um projeto comum.
d) É um farol para a realização dos projetos e prioridades que permeiam o cotidiano escolar.
e) N.R.A.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Um salto para o futuro: Projeto Político-Pedagógico. Brasília: MEC, 1998.
DEWEY, J. Dewey. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1980.
FARIA, V. L. B. de; SALLES, F. Currículo na educação infantil: diálogo com os demais elementos da proposta pedagógica. 2. ed.
São Paulo: Ática, 2012.
FREIRE, P. Conscientização. São Paulo: Cortez, 1983.
GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
GADOTTI, M. Pressupostos do projeto pedagógico. In: CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO PARA TODOS. Anais. Brasília:
MEC, 1994.
KRAMER, S. Infância, educação e Direitos Humanos. São Paulo: Cortez, 2002.
KRAMER, S. Propostas pedagógicas ou curriculares: subsídios para uma leitura crítica. Educação & Sociedade, ano XVIII, n. 60,
dez. 1997.
MOREIRA, L. A. S. Sustentabilidade ambiental: avanço ou retrocesso para o desenvolvimento? Seattle: Amazon, 2018. E-book.
NUNES, M. F. R. Educação infantil: cotidiano e políticas. Campinas: Autores Associados, 2009.
PEREIRA, O. O que é teoria. São Paulo: Brasiliense, 1998. (Coleção Primeiros Passos).
VASCONCELLOS, C. dos S. Coordenação do trabalho pedagógico – do Projeto Político-Pedagógico ao cotidiano de sala de
aula. 8. ed. São Paulo: Libertad, 2007.
VEIGA, I. P. A. (org.). Projeto Político-Pedagógico da escola – uma construção possível. Campinas: Papirus, 2004. v. 17.
Próxima aula
Professor e aluno: ensino-aprendizagem;
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Conheça na íntegra o documento do MEC: Construindo a Escola Cidadão – Projeto Político-Pedagógico.
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