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Professor Júlio 1 Anna Laura Vilela de Oliveira Assis Diagnóstico de gestação *Mulher na menacme, com vida sexual ativa, sem uso de método contraceptivo, referindo atraso menstrual ou amenorreia secundária. Sintomas de presunção: *Náuseas e vômitos no primeiro trimestre; *Aumento do volume e da sensibilidade nas mamas; *Polaciúria e noctúria; *Percepção de movimentos fetais pela paciente; *Mudanças no apetite, com desejos alimentares; *Fadiga; *Tontura; *Sialorreia; *Distensão abdominal e constipação; *Dispneia; *Congestão nasal; *Cãibras; *Lombalgia. Sinais de presunção: *Atraso menstrual de 10 a 14 dias ou amenorreia secundária; *Congestão mamária e mastalgia; *Pigmentação das aréolas; *Surgimento dos tubérculos de Montgomery; *Aparecimento de colostro; *Rede venosa visível; *Alterações na vulva e na vagina, com coloração violácea vaginal, cervical e vulvar; *Alterações no muco cervical, maior quantidade de muco e ausência de cristalização com padrão arboriforme; *Alterações cutâneas, como estrias, hiperpigmentação da face, cloasma e linha nigra; Sinais de probabilidade: *Alterações em formato e consistência do útero, com sinal de hegar e sinal de nobile-budin; *Consistência cervical amolecida; *Aumento do volume abdominal. Sinais de certeza: *Ausculta de batimentos cardiofetais: - USG transvaginal a partir da 6a semana; - Sonar doppler a partir da 10a semana; - Estetoscópio de pinard a partir da 18a à 20a semana; *Sinal de puzos, que é o rechaço fetal intrauterino ao toque; *Percepção de movimentos e partes fetais pelo examinador, a partir de 18 a 20 semanas. Diagnóstico laboratorial: *Detecção da fração β da gonadotrofina coriônica humana urinária ou sérica; β-hcg, aparece na circulação materna pouco após a implantação trofoblástica, tornando-se detectável no plasma ou na urina em 8 a 9 dias após a ovulação, sendo os níveis maiores do que 25 mui/ml considerados positivos. Diagnóstico ultrassonográfico: *O saco gestacional é visível precocemente, entre 4 a 5 semanas de atraso menstrual. *A partir de 6 semanas, deve ser possível detectar bcfs pela USG. Professor Júlio 2 Anna Laura Vilela de Oliveira Assis Determinação da idade gestacional e data provável do parto *A IG corresponde ao número de semanas desde o primeiro dia da data da última menstruação (dum) de um ciclo regular e ovulatório até a data estimada. *A data provável do parto pode ser calculada pela regra de Näegele. Cálculo de idade gestacional: *Soma-se a quantidade de dias que se passaram da data da USG ou da DUM até o dia em que se quer a idade gestacional, e divide-se por 7. *O valor inteiro do resultado da divisão é o número de semanas da gravidez e o resto da divisão, o número de dias passados da data do ultrassom. *Avaliação por USG obstétrica: é feita no primeiro trimestre por via transvaginal, faz-se a medida do comprimento cabeça-nádega. - entre 7 a 10 semanas o erro é de ± 3 dias; - entre 14 a 20 semanas o erro é de ± 7 dias; - a partir do terceiro trimestre o erro é de ± 3 a 4 semanas. *A ossificação da epífise femoral distal sugere IG de pelo menos 32 semanas. *A ossificação da tíbia proximal e epífises umerais sugerem IG de pelo menos 35 semanas. Cálculo de data provável do parto: *Regra de Naegele: soma-se 7 dias ao primeiro dia da dum e subtrai-se 3 ao mês em que ocorreu a DUM. Consulta *Recomenda-se pelo menos seis consultas: - 1 no primeiro trimestre; - 2 no segundo trimestre; - 3 no terceiro trimestres. *O intervalo entre as consultas não deve ultrapassar 8 semanas. *No fim do terceiro trimestre, as consultas necessitam ser mais frequentes. Trimestre Meses Semanas 1° Primeiro 1 a 4 Segundo 5 a 8 Terceiro 9 a 13 2° Quarto 14 a 17 Quinto 18 a 21 Sexto 22 a 26 3° Sétimo 27 a 30 Oitavo 31 a 35 Nono 36 a 40 *Segundo o MS as seguintes ações também devem fazer parte do pré-natal: - estimulação do parto normal e hábitos saudáveis de vida; - imunização anti-tetânica; - avaliação do estado nutricional da gestante, incluindo prevenção e tratamento de distúrbios nutricionais; - prevenção ou diagnóstico precoce de CA de mama e do colo uterino; - orientações sobre a amamentação; - atenção à mulher e ao recém-nascido na 1ª semana após o parto e nova consulta puerperal até o 42º dia pós-parto *Devem ser feitos anamnese e exame físico completos, triagem para uso de drogas, risco de violência doméstica, nível de segurança no local de moradia, pobreza extrema, fome, aceitação da gestação. Anamnese: *Cabeçalho: - IG; - 1° USG; - DUM; - DPP; Professor Júlio 3 Anna Laura Vilela de Oliveira Assis - Histórico obstétrico; - Se foi planejada e aceita; - Estado civil; - Tipo sanguíneo da mãe; - Tipo sanguíneo do pai; - Alergias. *Queixa principal: pré natal e o número da consulta. *HDA: queixas, se dor, cólica, náusea, vômito, alterações urinárias, hábito intestinal, sangramentos, perda de líquido, sono e apetite, movimentação fetal e uso de suplementos. *Exames. *Antecedentes patológicos: - comorbidades, medicamentos de uso contínuo e alergias; - vacinação, conferir hepatite B e dT se iniciou/completou o esquema, dtpa 1x após 20 semanas, influenza em qualquer IG. *Histórico obstétrico: - gestações anteriores; - intercorrências; - diabetes; - hipotireoidismo; - HAS; - pré eclampsia ou eclampsia; - ITU com internação; - anemia. *Hábitos de vida: - tabagismo; - etilismo; - água filtrada ou fervida; - contato com gatos. Exame físico: *Peso. *PA. *Medida da altura uterina. É feita colocando-se um extremo da fita métrica sobre a borda superior da sínfise púbica e o outro, no fundo uterino. *Ausculta dos batimentos cardiofetais, durante 1 minuto, que deve estar entre 110 e 160 bpm. *Nas gestações de até 16 semanas, o ponto de ausculta deve situar-se próximo ao púbis. *Com o avanço do crescimento uterino, o feto se situará no eixo longitudinal, o que pode ser comprovado por meio das manobras de Leopold- zweifel, então procura-se auscultar os BCFs no quadrante em que devem estar o dorso e a cabeça fetal. Exames complementares: *Hemograma completo: - hb < 11 g/dl indicam anemia em qualquer período gestacional; - ht < 33% indicam anemia em qualquer período gestacional. *Tipagem sanguínea; *Coombs indireto: - se gestante rh - e parceiro rh +; - se for negativo, a partir da 24ª semana, deve-se repeti-lo mensalmente; - se for positivo, considerar gestante previamente aloimunizada e seguir conduta específica. Professor Júlio 4 Anna Laura Vilela de Oliveira Assis *Glicemia em jejum e TOTG: - o rastreamento deve ser repetido entre a 24ª e a 28ª semana de gestação com o teste oral de tolerância à glicose (TOTG). *EAS + urocultura: - o objetivo é de identificar e erradicar a bacteriúria assintomática e prevenir a ocorrência de pielonefrite na gestação. *Sorologia para sífilis, VDRL: - deve ser solicitado na primeira consulta; - deve ser repetido no terceiro trimestre; - é obrigatório repetir a testagem em todas as gestantes no momento doparto. *Sorologia para HIV: - anti-hiv 1 e 2, deve ser realizada na primeira consulta do pré-natal a fim de identificar gestantes soropositivas e iniciar o tratamento para diminuir a carga viral e o risco de transmissão vertical; - se negativo, deve-se repetir o teste no terceiro trimestre e no momento da internação hospitalar. *Sorologia para hepatite B, hbsag: - o objetivo é de reduzir a transmissão materno-infantil da hepatite b; - se a gestante for negativa, e o anti-hbs for não reagente, recomenda-se a imunização antes ou durante a gestação, em qualquer trimestre; - se o anti-hbs for reagente, não há mais necessidade de repetir o teste ao longo da gestação; - gestantes portadoras do antígeno devem ser administrado a vacina da imunoglobulina específica para o vírus da hepatite B ao rn. hbsag reagente. *Sorologia para toxoplasmose: - solicitar rotineiramente sorologia para toxoplasmose apenas em regiões de alta prevalência dessa parasitose. IgG e IgM - na ausência de anticorpos IgG e IgM no primeiro exame, repete-se no segundo e terceiro trimestres da gestação e inicia-se a instrução da adoção de práticas preventivas; Evitar a ingestão de carnes cruas e malcozidas, lavar bem as frutas e as verduras e evitar contato com animais. - na presença de anticorpos IgG positivos e IgM negativos, considera-se a gestante imune; - se no primeiro exame solicitado detectar-se a presença de IgM positivo, deve-se solicitar imediatamente o teste de avidez de IgG. *Sorologia para rubéola; *Sorologia para citomegalovírus; *Anti-hcv *Exame bacterioscópico de secreção vaginal e citopatológico cervical: - é recomendado que toda gestante, na primeira consulta de pré-natal, faça um exame a fresco de secreção vaginal para identificar vulvovaginites e alterações da flora vaginal. *Rastreamento para doenças da tireoide: - o diagnóstico de hipotireoidismo primário na gestação é feito por meio da TSH. Valores > 2,5 mui/ml no 1° trimestre e > 3 mui/ml no 2° e no 3° trimestres. *Rastreamento para estreptococo do grupo b: - a identificação de gestantes portadoras na vagina, reto ou bexiga, de estreptococo do grupo b ou streptococcus agalactiae abre oportunidade para erradicação intraparto do egb e diminuição do risco de sepse neonatal por essa bactéria. *USG obstétrico: - recomenda-se pelo menos uma USG no pré- natal, que deve ser solicitada no 1° trimestre; - se realizada em torno da 12ª semana, além de auxiliar na identificação relativamente precisa da IG, permite o rastreamento de aneuploidias e gestações gemelares. Professor Júlio 5 Anna Laura Vilela de Oliveira Assis Outras recomendações: *Suplementação de ferro elementar: - de 30 a 40 mg/dia, se paciente não anêmica, a partir de 20 semanas de IG, com uso intermitente de 1 a 3x/semana, até a 20ª semana ao término da lactação; - nas gestantes com anemia ferropriva, a suplementação deve ser de 40 a 120 mg diários até a sua resolução. *Suplementação de ácido fólico: - deve ser prescrita, de preferência, 30 dias antes da concepção até a 12ª a 16ª semana de gestação pois previne malformações do tubo neural. Vacinas: *Vacina contra difteria e tétano, dt: - deve ser feitas 3 doses, devendo ser reforçada a cada intervalo de 5 anos; - se a mulher não tomou nenhuma dose dessa vacina antes de engravidar, é necessário tomar duas doses da dupla adulto, com intervalo de no mínimo 30 dias e complementar com a dtpa; - caso a mulher tenha tomado 1 dose da dt antes da gestação, ela deverá reforçar o esquema com mais uma dose da dt após a 20ª semana; - se a dt tiver sido aplicada nos últimos 5 anos, não há necessidade de imunizar. *Vacina contra difteria, tétano e coqueluche, dtpa: - deve ser recomendada, não importa o intervalo de tempo da última dose de dt; - mulheres grávidas devem tomar uma dose da dtpa em cada gestação; - o MS recomenda a dtpa entre a 27ª e a 36ª semana de gestação, período que gera maior proteção ao Rn. *Vacina contra gripe é sazonal e indicado para todas as gestantes. *Vacina contra hepatite B: - o esquema completo é de 3 doses, iniciando a partir do 1° trimestre e podendo estender-se até após o parto.
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