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Semântica e Pragmática
Adilson do Nascimento Gomes
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AULA 7
O que é Pragmática?
Em suma, a pragmática é a parte da linguística que trata do 
uso, da prática da linguagem relacionada ao efeito de sua 
produção social.
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Desde seu nascimento, a pragmática centrou-se na ideia de enunciação 
e convenção dos ritos sociais. De certo modo, pode-se dizer que os 
signos são a potência de uma realização, isto é, o efeito de sentido 
produzido por uma palavra provoca no interlocutor determinadas 
ações, previamente imaginadas pelo locutor. A isto dá-se o nome de 
força ilocucionária.
Está frio aqui. 
Originária dos estudos de Peirce (século XIX), a pragmática é concebida 
como um nível de análise linguística cujo objetivo é o funcionamento 
de algo como signo, ou seja, aquilo que representa algo a alguém.
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Vista, portanto, como a relação mediada pelo signo e o contexto, a 
pragmática inclina-se a algumas indagações:
O que se faz quando se usa a linguagem?
As interações seguem à risca a alguma regra sistemática?
Que outros elementos podem ser usados para interagir?
É neste sentido que a pragmática, enquanto ciência / disciplina, se 
interessa pelo significado a partir de situações reais de uso. Assim 
sendo, em pragmática significado significa uso, ou, enquadrando-se na 
teoria dos atos de fala, significa ação.
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Atos de Fala
https://alchetron.com/J-L-Austin
Por meio da comunicação realizamos diversos atos da
língua, era o que afirmava, desde a década de 1960,
John Langshaw Austin. Por meio deles, não apenas se
declarava algo, mas poderia também solicitar, orientar,
ameaçar, declarar, pedir etc.
A pragmática se sustenta de estudos linguísticos, considerando, como 
já fora dito, 
estes três tidos como premissas fundamentais. Para ela, o enunciado 
está relacionado a uma ação, a um representar, em que falante e 
ouvinte se constituem como sujeitos intencionais.
O CONTEXTO OS USUÁRIOS O CONHECIMENTO
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Pensemos:
O planeta terra é redondo.
Eu declaro aberta a cerimônia de 
formatura.
https://elsolnewsmedia.com/clase-2020-graduacion-virtual/http://earthspacecircle.blogspot.com/p/planeta-tierra-desde-el-espacio.html
Os enunciados, objetos de estudo de Austin, 
dividem-se conforme à orientação linguística a que 
se destinam. Classificam-se em constativos e 
performativos.
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O planeta terra é redondo.
O enunciado descreve estados de
mundo, relatando ocorrências e
atribuem valores verdadeiros ou
falsos Exemplo:
“O planeta terra é redondo”
“A previsão é de sol”
esses enunciados podem ser
facilmente verificados e julgados
como verdade ou mentira.
http://earthspacecircle.blogspot.com/p/planeta-tierra-desde-el-espacio.html
Pensemos:
O enunciado cumpre a missão de 
fazer, realizar ações sugeridas pela 
interpretação do código linguístico –
o signo. 
Exemplos: 
“Eu declaro aberta a cerimônia de 
formatura”
“Eu os declaro marido e mulher”
Eu declaro aberta a cerimônia de 
formatura.
https://elsolnewsmedia.com/clase-2020-graduacion-virtual/
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Enunciados constativos são aqueles que descrevem ou relatam um estado
de coisas, e que, por isso, se submetem ao critério de verificabilidade, isto é,
podem ser rotulados de verdadeiros ou falsos. Na prática, são os enunciados
comumente denominados de afirmações, descrições ou relatos, como Eu
jogo futebol ; A Terra gira em torno do sol; A mosca caiu na sopa, etc.;
Enunciados performativos são enunciados que não descrevem, não relatam,
nem constatam absolutamente nada, e, portanto, não se submetem ao
critério de verificabilidade (não são falsos nem verdadeiros). Mais
precisamente, são enunciados que, quando proferidos na primeira pessoa do
singular do presente do indicativo, na forma afirmativa e na voz ativa,
realizam uma ação.
Eu te condeno a dez meses de trabalho comunitário;
realizam a ação denotada pelo verbo; não servem para descrever nada, mas
sim para executar atos (ato condenar). Nesse sentido, dizer algo é fazer algo.
É preciso observar, no entanto, que o simples fato de proferir um
enunciado performativo não garante a sua realização. Para que um
enunciado performativo seja bem-sucedido, ou seja, para que a
ação por ele designada seja de fato realizada, é preciso, ainda, que
as circunstâncias sejam adequadas.
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Um enunciado performativo pronunciado em circunstâncias inadequadas não é falso,
mas sim nulo, sem efeito: ele simplesmente fracassa. Assim, por exemplo, se um
faxineiro (e não o presidente da câmara) diz Declaro aberta a sessão, o performativo
não se realiza (isto é, a sessão não se abre), porque o faxineiro não tem poder ou
autoridade para abrir a sessão. 0 enunciado é, portanto, nulo, sem efeito (ou, nas
palavras de Austin, "infeliz").
• Aos critérios que precisam ser satisfeitos para que um enunciado performativo seja
bem-sucedido, Austin denominou "condições de felicidade”. As principais são:
• falante deve ter autoridade para executar o ato (como no exemplo do parágrafo
anterior);
• as circunstâncias em que as palavras são proferidas devem ser apropriadas (se o
presidente da câmara declara aberta a sessão, sozinho, em sua casa, o performativo
não se realiza, porque não está sendo enunciado nas circunstâncias apropriadas);
• Posteriormente, ao tentar fixar um critério gramatical para os enunciados
performativos (inicialmente, o critério verbo na primeira pessoa do singular do
presente do indicativo etc.).
Eu ordeno que 
você saia da aula!
Eu vos declaro 
marido e mulher!
https://www.thebalancecareers.com/humane-law-enforcement-officer-career-
profile-974829
Eu salvo 
o cãozinho!
Declaro aberta a 
cerimônia de formatura!
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Referências Bibliográficas
AUSTIN, John Langshaw. How to do Things with words. New York: Oxford University Press, 1962.
MARCONDES, Danilo. 2005. Em defesa de uma concepção pragmática de linguagem. Revista Gragoatá,
18:11-30
SEARLE, John R. Expression and meaning. Cambridge: Cambridge University Press, 1979.