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FACULDADES INTEGRADAS PADRÃO – GUANAMBI-BA SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS II Yuri Nunes Silva Segundo Período ATIVIDADE ACADÊMICA TIC´s – Tétano – SEMANA 3 GUANAMBI/BA 2021 PERGUNTA 1: Quais as manifestações clínicas do tétano e sua relação com as alterações no Sistema Nervoso? RESPOSTA: As manifestações clínicas do tétano estão diretamente ligadas à forma como a doença se manifesta, sendo as manifestações de hipertonia, espasmos e rigidez muscular comuns em todas as apresentações. Como dito anteriormente, o tétano pode se manifestar de maneiras distintas, sendo a doença classificada de acordo com a extensão e localização dos neurônios envolvidos. Desse modo, pode ser classificado como: tétano generalizado, tétano localizado e tétano cefálico. O tétano generalizado resulta da invasão sistêmica da toxina do tétano na circulação, de modo que diversas partes do corpo são afetadas, sendo a cabeça e o pescoço os primeiros a serem atingidos. Algumas das apresentações dessa forma de tétano incluem: espasmos dos músculos masseteres que causam trismo (bloqueio da mandíbula), extensão dos músculos faciais que causam a expressão denominada de riso sardônico e espasmos e rigidez muscular em outras porções corporais, tais como pescoço, costas, membros superiores e membros inferiores, causando uma posição arqueada da cabeça, pescoço e coluna vertebral denominada opistótono. O tétano localizado, por outro lado, tem como característica a contração dos músculos adjacentes à região anatômica lesada. Já o tétano cefálico é uma variação pouco comum do tétano localizado e ocorre por meio de feridas existentes no nível da cabeça ou pescoço, sendo os nervos cranianos geralmente envolvidos, provocando espasmos musculares a nível facial com presença de trismo. Portanto, apesar das nuances presentes nas apresentações clinicas de acordo à classificação do tétano, uma apresentação em comum está onipresente, os espasmos e rigidez muscular ocasionada pela toxina tetânica. A toxina tetânica se infiltra nos músculos e tecidos em torno da lesão e atinge as fendas sinápticas, os axônios das fibras motoras e posteriormente o corpo celular (no corno anterior da medula). Ali, a toxina é transportada para os neurônios inibitórios locais, onde irá bloquear a liberação de neurotransmissores inibitórios como a glicina e o GABA, provocando a contração muscular crônica. Logo, as alterações provocadas pelo tétano no sistema nervoso estão intimamente ligadas às manifestações clínicas apresentadas por essa enfermidade. PERGUNTA 2: Qual o mecanismo de ação da toxina tetânica no Sistema Nervoso Central e Sistema Nervoso Periférico? RESPOSTA: O GABA e a glicina são os principais neurotransmissores presentes nos interneurônios inibitórios. Ao serem liberados na fenda sináptica, por intermédio de sinais que causam um potencial de ação no neurônio, esses neurotransmissores inibitórios se ligam a receptores neuronais pré-sinápticos, provocando uma resposta inibitória eferente. A liberação do GABA e da glicina na fenda sináptica é influenciada pela ação de um complexo de proteínas denominado SNARE, que participam da fusão das vesículas sinápticas às membranas pré-sinápticas. A toxina tetânica impede a liberação do GABA e da glicina por meio da proteólise de algumas proteínas constituintes do complexo SNARE (inutilizando esse complexo e impedindo, portanto, a liberação dos neurotransmissores inibitórios). Logo, o bloqueio da liberação dos neurotransmissores inibitórios pela toxina tetânica provoca uma hiperexcitabilidade neuronal descontrolada, afetando sobretudo o sistema motor. REFERÊNCIAS: BARRETO, S. M.; et al. Letalidade e complicações osteomusculares e cardiovasculares no tétano. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, São Paulo, v. 23, n. 4, p. 434-441, 2011. VENTURA, N. J. C. As Neurotoxinas de Clostridium sp. – Os mecanismos de ação e a sua importância clínica. 2015. 85 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2015.
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