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FACULDADES INTEGRADAS PADRÃO – GUANAMBI-BA SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS IV YURI NUNES SILVA QUARTO PERÍODO ATIVIDADE ACADÊMICA TICs – LITÍASE URINÁRIA – SEMANA 8 GUANAMBI/BA 2022 PERGUNTA: Em relação à composição, quais os tipos de cálculos urinários? O que podemos fazer para evitar a formação de cálculos urinários? RESPOSTA: Cálculos urinários formam-se quando a urina se torna saturada de algum componente; quando isso acontece, formam-se cristais que originam o núcleo do cálculo. O crescimento sucessivo desse núcleo origina massas de tamanhos variados que obstruem diferentes partes do trato urinário. Cálculos muito pequenos caminham nas vias urinárias e são eliminados pela urina, sem causar sintomas. Cálculos maiores que 3 mm podem impactar-se nos cálices, pelve ou ureter e causar cólica renal (intensa dor no flanco), que é acompanhada de náuseas, vômitos e febre. Os cálculos originam-se em todos os segmentos do trato urinário, principalmente na pelve renal, depois nos cálices e na bexiga. Algumas vezes, os cálculos são ramificados e adquirem a forma da pelve (cálculos coraliformes). Quanto à composição, há quatro tipos: ✓ sais de cálcio; ✓ fosfato de amônia e magnésio; ✓ ácido úrico; ✓ cistina. Em todos os cálculos, existe também matriz orgânica de mucoproteínas. Os cálculos de sais de cálcio são os mais frequentes (60 a 75%). São radiopacos e formados por oxalato, fosfato ou carbonato de cálcio. Os cálculos de fosfato de amônia e magnésio (15%) são múltiplos e, em geral, associam-se a infecções urinárias por bactérias que clivam a ureia em amônia; com isso, ocorre alcalinização da urina e precipitação de sais de fosfato de amônia e magnésio sobre núcleo de bactérias, células e muco. No início, esses cálculos são radiotransparentes, mas depois tornam-se radiopacos pela adição de fosfato de cálcio. Os cálculos de ácido úrico (5 a 8%) são mais comuns na gota e em condições em que há destruição celular (policitemia, leucemias e linfomas). Tais cálculos podem formar-se também sem hiperuricemia ou hiperuriciúria, possivelmente pela precipitação de cristais de ácido úrico em urina com pH baixo (5,5), o que ocorre em pacientes com diarreia crônica ou após ileostomia permanente com perda de fluidos alcalinos. Os cálculos de cistina (1 a 2%) associam-se a defeitos genéticos nos mecanismos tubulares de transporte de alguns aminoácidos (cistina, lisina, arginina e ornitina). Outros cálculos, ainda mais raros, resultam de distúrbios metabólicos congênitos (glicinúria, xantinúria). Algumas medidas podem ser adotadas no sentido de evitar a formação de cálculo renal, também conhecido como litíase renal. São medidas de caráter preventivo e educativo, que muitas vezes envolvem mudanças de estilo de vida. Uma medida muito importante consiste na hidratação adequada. A hidratação adequada pode diminuir a formação de cálculo em até 60%. A recomendação de ingestão adequada de água total é de 2,5 a 3,7 litros para homens e 2,0 a 2,7 litros para mulheres por dia, para a faixa etária de 19-70 anos (água total é a combinação do consumo de água isolada e da água contida em bebidas e alimentos). Importante salientar que os idosos têm um risco maior de desidratação e que a perda de líquidos é maior no verão e durante atividade física. A atividade física regular também parece atuar como fator de prevenção e deve ser estimulada. A orientação dietética é outra estratégia importante para a prevenção da litíase. Recomenda-se: ✓ Redução do consumo de sal (diminuir o consumo de produtos industrializados, em conserva e embutidos que são ricos em sódio); ✓ Manutenção de ingestão normal de cálcio; ✓ Redução do consumo de proteínas de origem animal (carnes vermelhas, vísceras e miúdos); ✓ Aumento do consumo de alimentos ricos em potássio e citrato (substâncias que inibem a formação de cálculos). ✓ Sucos de limão e laranja devem ser consumidos por serem ricos em citratos; ✓ Hortaliças e frutas são ricas em potássio; ✓ Vegetais verdes escuros também devem ser consumidos, pois além do cálcio, são ricos em citratos e potássio; ✓ Pessoas que eliminam uma quantidade muito grande de ácido úrico na urina devem evitar o consumo de bebidas alcoólicas (cerveja), além de limitar a ingestão de carnes gordas, vísceras (miolos, fígado, coração, rins), peixes gordos (atum, sardinha, salmão, cavala), conservas, mariscos, queijos. REFERÊNCIAS: BRASILEIRO FILHO, G.. Bogliolo patologia. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. Projeto Diretrizes. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Litíase Urinária: Aspectos Metabológicos em Adultos e Crianças Autoria: Sociedade Brasileira de Urologia, 2006.
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