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INSTITUTO TOCANTINENSE PRESIDENTE ANTONIO CARLOS PORTO SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS (SOI IV) TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ISABELLA AFONSO DE SOUZA TICS N°08 Litíase urinária Em relação à composição, quais os tipos de cálculos urinários? O que podemos fazer para evitar a formação de cálculos urinários? Aproximadamente 75-80% dos pacientes com urolitíase apresentam cálculos de cálcio, sendo que a maioria é composta primariamente de oxalato de cálcio e, com menor frequência, fosfato de cálcio. Os outros tipos principais incluem: • Acido úrico – ocorrem principalmente devido urina persistentemente ácida (pH urinário < 5,5) bem como em situações de hiperprodução e excreção de ácido úrico; • Estruvita – formam-se apenas em pacientes com infecção urinária crônica devido a microorganismo produtor de urease como Proteus e Klebsiella; no entanto, tem-se observado que mesmo bactérias não produtoras de urease, tal como a Escherichia coli, podem criar condições litogênicas por centralizarem o processo de cristalização. • Cistina – podem se desenvolver em pacientes com cistinúria (doença autossômica recessiva caracterizada por uma inabilidade no manuseio dos aminoácidos dibásicos). Sabe-se que o mesmo paciente pode ter um cálculo misto, a formação dos cálculos urinários é o resultado de um processo complexo e multifatorial. Os principais mecanismos fisiopatogênicos responsáveis pela sua formação são distúrbios metabólicos, infecções urinárias, anormalidades anatômicas e causas idiopáticas. Outros fatores envolvidos na litogênese são o pH urinário, o volume urinário e a dieta. Os cálculos de cálcio estão associados a alterações bioquímicas urinárias: • hipercalciúria, com ou sem hipercalcemia; • hiperoxalúria (associada à doença inflamatória intestinal e/ou malabsorção intestinal ou hiperoxalúria primária); • hipocitratúria, que pode ser importante em pacientes com acidose metabólica. No entanto, hipocitratúria leve ocorre numa proporção significativa de formadores de cálculo na ausência de acidemia aparente. Citrato é um importante inibidor da formação de cálculos de oxalato e fostato de cálcio; • pH urinário persistentemente alcalino, como ocorre na acidose tubular renal distal (tipo I). Urina alcalina está associada com a formação de cálculos de fosfato de cálcio; • baixo volume urinário, que aumenta a concentração dos fatores litogênicos. Certas condições predisponentes estão associadas à formação de cálculos de cálcio: • hiperparatireoidismo primário, que é suspeitado na presença de hipercalcemia (usualmente leve e intermitente); • anormalidades anatômicas do trato urinário (rins em ferradura, obstrução da junção ureteropélvica, divertículos calicinais e rim esponja medular) que aumentam o risco de litíase por determinar obstrução e estase urinária. • acidose tubular renal distal (tipo I), em que o pH urinário é persistentemente alto e leva à acidose metabólica na maioria dos pacientes Os principais fatores de risco conhecidos são: questões dietéticas (baixa ingestão hídrica, dieta pobre em cálcio e rica em proteína animal e sódio); história prévia pessoal ou familiar de nefrolitíase; infecção urinária de repetição; uso de medicamentos (aciclovir, sulfadiazina e indinavir); hipertensão, diabetes e obesidade. Portanto, algumas medidas podem ser adotadas no sentido de evitar a formação de cálculo renal, também conhecido como litíase renal. São medidas de caráter preventivo e educativo, que muitas vezes envolvem mudanças de estilo de vida. A recomendação de ingestão adequada de água total é de 2,5 a 3,7 litros para homens e 2,0 a 2,7 litros para mulheres por dia, para a faixa etária de 19-70 anos. Outrossim, a atividade física regular também parece atuar como fator de prevenção e deve ser estimulada. A orientação dietética é outra estratégia importante para a prevenção da litíase. Recomenda-se redução do consumo de sal (diminuir o consumo de produtos industrializados, em conserva e embutidos que são ricos em sódio); manutenção de ingestão normal de cálcio; redução do consumo de proteínas de origem animal (carnes vermelhas, vísceras e miúdos); aumento do consumo de alimentos ricos em potássio e citrato (substâncias que inibem a formação de cálculos) . Sucos de limão e laranja devem ser consumidos por serem ricos em citratos; hortaliças e frutas são ricas em potássio . Vegetais verdes escuros também devem ser consumidos, pois além do cálcio, são ricos em citratos e potássio. Pessoas que eliminam uma quantidade muito grande de ácido úrico na urina devem evitar o consumo de bebidas alcoólicas (cerveja), além de limitar a ingestão de carnes gordas, vísceras (miolos, fígado, coração, rins), peixes gordos (atum, sardinha, salmão, cavala), conservas, mariscos, queijos . Além disso, recomenda-se incluir na dieta alimentos ricos em fitatos (substâncias que diminuem o risco de formação de cálculos), como cereais integrais, leguminosas e oleaginosas . Em pacientes selecionados que apresentem distúrbios do metabolismo, alguns medicamentos podem prevenir a recorrência da doença. REFERÊNCIAS: BRASIL. Universidade Federal do Rio Grande de Sul. Telessaúde RS: REGULA SUS: Litíase renal. Disponível em: https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/protocolos_resumos/nefrologia_resu mo_litiase_renal_TSRS_20160323.pdf . Acesso em: 22 de mar. de 2023. BVS. Atenção Primária em Saúde. Como prevenir cálculo renal? Núcleo de Telessaúde Sergipe | 27 julho 2015 | ID: sofs-21543. Disponível em: https://aps- repo.bvs.br/aps/como-prevenir-calculo-renal/ Projeto Diretrizes. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Litíase Urinária: Aspectos Metabológicos em Adultos e Crianças Autoria: Sociedade Brasileira de Urologia, 2006 https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/protocolos_resumos/nefrologia_resumo_litiase_renal_TSRS_20160323.pdf https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/protocolos_resumos/nefrologia_resumo_litiase_renal_TSRS_20160323.pdf
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