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Ação monitória- trilhante

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AÇÃO MONITÓRIA
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................3
Introdução ...............................................................................................................................................................................3
2. REQUISITOS ........................................................................................................................4
Requisitos ................................................................................................................................................................................4
3. PROVA ESCRITA .................................................................................................................6
Prova Escrita ..........................................................................................................................................................................6
4. OBRIGAÇÕES DE PAGAR, ENTREGAR COISA OU FAZER OU NÃO FAZER ...............8
Obrigações  .............................................................................................................................................................................8
5. PROCEDIMENTO ................................................................................................................9
Procedimento ........................................................................................................................................................................9
6. EMBARGOS À MONITÓRIA ..............................................................................................10
Embargos à Monitória ...................................................................................................................................................... 10
Cumprimento de Sentença ........................................................................................................................................... 10
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1. Introdução
Introdução
CONCEITO
A ação monitória é uma espécie de procedimento especial, descrita nos artigos 700 a 702 do CPC.  
O escopo dessa ação é a cobrança de uma obrigação escrita não fundada em título executivo, 
como ocorre na ação de cobrança convencional. É portanto essencial que, apesar de não ter 
título executivo, que a ação se funde numa prova escrita da obrigação. 
O procedimento da monitória serve para trazer mais celeridade a esse tipo de cobrança. No 
entanto, mesmo que o credor cumpra os requisitos necessários para ajuizar ação sob esse 
rito, o procedimento descrito nos artigos 700 a 702 não é obrigatório, de modo que poderá se 
valer do rito comum para cobrar essa obrigação. 
NATUREZA JURÍDICA
Há uma discussão na doutrina a respeito de sua natureza jurídica.
• 1ª Corrente: A monitória é uma terceiro tipo de processo, não sendo nem conhecimento, nem 
execução. Para essa corrente, os embargos à monitória seriam uma nova ação.
• 2ª Corrente: É a corrente prevalente, que considera a monitória como sendo um novo tipo de pro-
cedimento especial. Dessa forma, os embargos seriam uma defesa comum, e não uma nova ação. 
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2. Requisitos
Requisitos
Os requisitos estão descritos no artigo 700 do CPC. 
Vejamos:
Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia 
de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:
I - o pagamento de quantia em dinheiro;
II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;
III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.
É preciso juntar logo no ajuizamento a prova escrita sem eficácia de título executivo. 
O credor, na monitória, é credor de:
• Quantia em dinheiro
• Entrega de coisa fungível ou infungível, móvel ou imóvel
• Obrigação de fazer ou não fazer
PRAZO
O prazo prescricional para cobrança por meio de monitória é de 5 anos.
O TÍTULO
O documento apto ao ajuizamento da monitória é o documento escrito sem força de título 
executivo, desde que este seja apto a demonstrar a existência da obrigação.
E se o documento em questão consistir em título executivo? Nesse caso, não é vedado o 
ajuizamento da monitória. Apesar de o artigo falar em “documento escrito sem força executiva”, 
o que a lei quis dizer foi que até esse tipo de documento será apto a instruir a monitória. Mas 
não significa que somente estes poderão instruí-la, sendo vedados os títulos executivos. O 
objetivo principal da lei, na verdade, foi criar um tipo de procedimento de cobrança desse 
tipo de obrigação mais célere. Mas não significa que outros documentos não possam ser 
cobrados pela monitória. 
Portanto, obrigações cobráveis pela monitória são fundadas em:
• Documentos escrito sem força de título executivo (pode ser prova oral reduzida a termo!)
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• Quaisquer títulos executivos, podendo o autor optar pela execução ou pela monitória (art. 785, 
CPC)
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3. Prova Escrita
Prova Escrita
O que pode ser considerada prova escrita apta à cobrança via monitória? Vejamos alguns 
entendimentos jurisprudenciais.
TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL PRESCRITO
É pacífico na jurisprudência a possibilidade de ajuizar monitória em face de título executivo 
extrajudicial prescrito, uma vez que não cabe execução (em razão da prescrição). 
CHEQUE PRESCRITO
Súmula 299, STJ. É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito
Essa admissibilidade não é condicionada à menção, na ação, do negócio jurídico subjacente 
ao cheque (S. 531, STJ). 
Súmula 503, STJ:  O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força 
executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula.
NOTA PROMISSÓRIA SEM FORÇA EXECUTIVA
Súmula 504, STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem 
força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título.
CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO ACOMPANHADO DO DEMONSTRATIVO DE DÉBITO
O contrato de abertura de crédito, por si só, não constitui título executivo (S. 233, STJ). No 
entanto, quando esse contrato é acompanhado de um demonstrativo de débito, constituirá 
documento hábil para o ajuizamento da monitória.
Súmula 247, STJ: O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado do demonstrativo de 
débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da ação monitória.
SALDO REMANESCENTE DA VENDA EXTRAJUDICIAL DE BEM ALIENADO 
FIDUCIARIAMENTE
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Também é considerado título passível de monitória o saldo remanescente de bem alienado 
fiduciariamente, ou seja, aqueles casos em que o bem dado em garantia é inferior ao valor 
da obrigação garantida. Nesses casos, poderá ser ajuizada monitória para cobrar esse saldo. 
Súmula 384, STJ: Cabe ação monitória para haver saldo remanescente oriundo de venda extrajudicial de bem 
alienado fiduciariamente em garantia.
DUPLICATA/TRIPLICATA SEM ACEITE
O STJ, na Jurisprudência em Teses nº 18, decidiu que a duplicata e a triplicada sem aceite 
também é documento hábil de ser cobrado via monitória. Isso porque, a duplicata demanda 
sem aceite não pode ser alvo de ação de execução. 
DESPESAS CONDOMINIAIS
O STJ, na Jurisprudência em Teses nº 21, decidiu que as despesas condominiais também 
são documentos hábeis de serem cobrados via ação monitória.
E-MAIL
O Info 593 do STJ prevê a possibilidade de e-mails serem cobrados via monitória, desde que 
demonstrado o crédito a ser cobrado. 
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4. Obrigações de Pagar, Entregar Coisa ou Fazer ou Não 
fazer
Obrigações 
No CPC antigo, só cabia monitória para obrigação de pagar ou de entregar coisa móvel ou 
fungível. No novo CPC, esse rol foi ampliado. 
Caberá Monitória em:
• Obrigação de pagar
• Obrigação de entregar coisa móvel ou imóvel, fungível ou infungível
• Obrigação de Fazer ou não fazer
DEVEDORCAPAZ
O devedor deverá ser capaz. Caso a dívida seja em face de devedor incapaz, deverá ser 
demandada no juízo comum.
AÇÃO MONITÓRIA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA
É cabível monitória contra a Fazenda Pública. No entanto, haverá remessa necessária (art. 
701, §4º). 
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5. Procedimento
Procedimento
PETIÇÃO INICIAL
A Petição Inicial seguirá as formalidades e requisitos dos artigos 319 e 320 do CPC, 
acompanhada necessariamente da prova escrita do título. É preciso que, um dos pedidos 
seja a expedição do Mandado de Pagamento/Entrega/Obrigação de fazer, também, com 
declaração do proveito econômico da obrigação. 
DECISÃO INICIAL
Quando o juiz receber a Petição Inicial, avaliará se a monitória preenche os requisitos minímos 
e, se preencher efetivamente, expedirá um mandado para cumprimento da obrigação. Essa 
decisão deve ser fundamentada, já que resultará em mandado de pagamento. Além disso, 
essa decisão é irrecorrível, já que sua impugnação se dá por meio dos embargos. 
CITAÇÃO DO RÉU
O mandado de pagamento é acompanhando do mandado de citação do réu para pagamento 
em 15 dias.
Essa citação poderá ser:
• Por carta
• Por mandado
• Por via eletrônica
• Por edital (S. 282, STJ) ou hora certa. Nesse caso, será nomeado defensor para o réu, que ajui-
zará embargos à monitória por negativa geral - negação de todos os fatos sem impugnar especifica-
mente os fatos. 
POSSÍVEIS ATITUDES DO RÉU
O réu poderá, em 15 dias, pagar, ajuizar embargos, ou simplesmente não responder. 
• Se o réu pagar dentro do prazo: O processo finaliza com resolução do mérito, já que houve in-
tegral cumprimento da obrigação. Aqui, o réu terá que pagar honorários de 5%. Ele será isento de cus-
tas. É possível que o réu deposite 30% do valor e divida o restante em 6 parcelas com juros e correção 
(art. 916, CPC) - nesse caso os honorários também serão pagos (5%), além das custas. 
• Se o réu ajuizar Embargos à Monitória: O processo seguirá o rito comum, com produção de pro-
vas e ao final haverá prolação de sentença. É possível também reconvenção em sede de Embargos à 
Monitória. 
• Se o réu nada fizer (omissão): Se o prazo de 15 dias transcorrer e o réu não realizar o pagamento 
nem ajuizar os embargos, o mandado será convertido em Título Executivo Judicial. Esse título fará 
coisa julgada material, inclusive com cabimento de rescisória. 
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6. Embargos à Monitória
Embargos à Monitória
REQUISITOS
Os Embargos à Monitória estão previstos no artigo 702 do CPC. Podem ser opostos 
independente de garantia do juízo por penhora ou caução. Qualquer matéria poderá ser 
alegada em defesa do réu, uma vez que o CPC não elencou rol de alegações possíveis de 
serem feitas.
Se o réu alegar Excesso de Quantia, ou seja, que o valor cobrado pela parte na monitória é 
maior do que o devido, é obrigatório que a sua petição dos embargos venha acompanhada 
com a descrição do valor que entende ser o correto. 
NATUREZA JURÍDICA
Como já mencionamos, o entendimento prevalente é de que os Embargos têm natureza de 
resposta, e não como ação autônoma. 
Além disso, haverá prazo em dobro para a Fazenda Pública, para a Defensoria Pública e para 
litisconsortes com advogados diferentes.
INTEMPESTIVIDADE
Se os embargos forem apresentados fora do prazo de 15 dias, eles serão considerados não 
apresentados, convertendo-se o mandado inicial em mandado executivo da mesma forma. 
RESPOSTA DO AUTOR DA MONITÓRIA
Se os Embargos forem opostos dentro do prazo, o autor da monitória será intimado a respondê-
los em 15 dias. Após a resposta haverá produção de provas e posteriormente a sentença. 
RECURSO
À sentença que julga os Embargos caberá recurso de Apelação.
Cumprimento de Sentença
A decisão monitória fará Título Executivo Judicial, seja porque se formou mandado inicial 
não cumprido, seja porque os embargos foram julgados improvidos. E dessa forma, com a 
formação desse título, haverá cumprimento de sentença. 
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