Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PLANEJAMENTO E CONTROLE DE MANUTENÇÃO W B A 03 28 _v 1. 0 2 Eduardo Costa Estambasse Londrina Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2020 PLANEJAMENTO E CONTROLE DE MANUTENÇÃO 1ª edição 3 2020 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ Presidente Rodrigo Galindo Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada Paulo de Tarso Pires de Moraes Conselho Acadêmico Carlos Roberto Pagani Junior Camila Braga de Oliveira Higa Carolina Yaly Giani Vendramel de Oliveira Henrique Salustiano Silva Juliana Caramigo Gennarini Mariana Gerardi Mello Nirse Ruscheinsky Breternitz Priscila Pereira Silva Tayra Carolina Nascimento Aleixo Coordenador Mariana Gerardi Mello Revisor Fernanda do Carmo Silvério Vanzo Editorial Alessandra Cristina Fahl Beatriz Meloni Montefusco Gilvânia Honório dos Santos Mariana de Campos Barroso Paola Andressa Machado Leal Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)__________________________________________________________________________________________ Estambasse, Eduardo Costa. E79p Planejamento e controle de manutenção/ Eduardo Costa Estambasse. – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2020. 43 p. ISBN 978-65-87806-44-0 1. Manutenção 2. Gestão empresarial 3. Manutenção na gestão empresarial I. Título. CDD 720.28 ____________________________________________________________________________________________ Raquel Torres CRB: 6/2786 © 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. 4 SUMÁRIO Planejamento e Controle da Manutenção ___________________________ 05 Gestão de sistemas _________________________________________________ 21 Manutenção centrada na confiabilidade ____________________________ 36 Compreensão e organização dos tipos de manutenção ____________ 50 PLANEJAMENTO E CONTROLE DE MANUTENÇÃO 5 Planejamento e Controle da Manutenção Autoria: Eduardo Costa Estambasse Leitura crítica: Fernanda do Carmo Silvério Vanzo Objetivos • Conhecer a história, os conceitos e a evolução da manutenção industrial nos principais acontecimentos mundiais como a Revolução Industrial, Pós-Guerras e surgimento de novas tecnologias. • Aprender sobre os principais tipos e aplicações de manutenção industrial. • Identificar elementos da gestão de manutenção como políticas para implantação de documentos, controle de custos, materiais e mão de obra, conhecer a técnica para classificação de máquinas e equipamentos. 6 1. Introdução A manutenção, ou manutenção industrial como é conhecida, é uma técnica infelizmente vista por muitos como desnecessária e, eventualmente negligenciada, seja por não implantar um sistema eficiente, por não desprender recursos necessários ou por deixar de contratar mão de obra especializada. No entanto, ao longo da história, isso começa a mudar e, desde muito tempo, a manutenção começa a ganhar destaque no setor produtivo. A manutenção, ao contrário do que se pensa, é um departamento fundamental para a indústria. Cabe aqui, também, mencionar que quando se diz indústria deve-se entender e abarcar todos os sistemas que utilizam máquinas, equipamentos e processos. Note que uma empresa que produz embalagens descartáveis, por exemplo, necessita entregar a produção, portanto precisa que seus equipamentos estejam em perfeito funcionamento, da mesma forma um hospital que não tem uma encomenda de produtos, necessita manter seus equipamentos em perfeito funcionamento e, assim, ocorre com todos os processos. É fundamental para o entendimento conhecer os principais conceitos aplicados à manutenção industrial, saber quais são os seus significados servirá de base para qualquer profissional que atue no segmento industrial e de processos. Almeida (2014) descreve: Podemos entender Manutenção como o conjunto de cuidados e procedimentos técnicos necessários ao bom funcionamento e ao reparo de máquinas, equipamentos, peças, moldes e ferramentas. A palavra, derivada do latim manus tenere, que significa “manter o que se tem”, também é definida de diferentes maneiras por muitos órgãos certificadores e normalizadores, porém sempre enfatizando a preocupação com o bom funcionamento das máquinas e dos equipamentos, principalmente no sistema produtivo. (ALMEIDA (2014, p. 15) 7 A cada ano, as indústrias gastam um valor muito alto para manter seus ativos em perfeito funcionamento. O investimento em novas tecnologias e formas de manter os equipamentos em funcionamento devem fazer parte da rotina de um gestor de manutenção. Grande parte do investimento ou dos lucros de produção é destinada a manter a organização, pois esta é uma afirmação que ocorre diariamente das organizações, e o fato mais interessante é que muitas vezes isso não é planejado, mas, no momento em que o equipamento cessa a produção, o gestor se vê na necessidade do investimento. Isto nos leva a entender que estamos diante de dois tipos básicos de manutenção. O primeiro é a manutenção planejada, em que se sabe o que fazer no ativo da empresa. Já o outro conceito é o de manutenção não planejada, aquele em que o gestor é pego de surpresa, mesmo sabendo da ocorrência de manutenção não tem uma preparação prévia dos processos para restauração do equipamento e colocá-lo em funcionamento. 1.1 Conceitos de manutenção A manutenção, em um escopo industrial de fabricação, é ilustrada por diversas definições, porém podemos formular para o termo manutenção um conceito como sendo primeiramente a capacidade de manter um item, máquina ou equipamento em funcionamento atendendo com perfeição os requisitos para os quais foram projetados. Pode-se ainda facilmente agregar outros fatores nesta definição, a combinação de todas as atividades técnicas, administrativas e de gestão necessárias para manter, máquinas, equipamentos, instalações ou outro ativo em condições operacionais desejadas ou para restaurá-los para estas condições (ABNT NBR 5462, 2004). Note que formular um conceito para a manutenção não é algo difícil, pois há uma facilidade no entendimento, contudo, outros conceitos irão auxiliar no entendimento do tema, dentre eles podemos destacar: 8 • Engenharia de Manutenção: apesar do termo ser semelhante à manutenção, a atividade de engenharia de manutenção, possui o diferencial de adotar técnicas de engenharia para solucionar problemas provenientes da manutenção propriamente dita. Aborda critérios e requisitos técnicos nas fases conceitual e de aquisição para garantir suporte de manutenção eficaz ao equipamento. • Falha: fim da capacidade de um determinado componente ou processo de desempenhar seu objetivo ao qual foi produzido. • Defeito: qualquer anomalia que impeça um determinado item, componente ou equipamento de desempenhar sua função. • Confiabilidade: capacidade de um equipamento desenvolver sua função sob determinadas características especificadas por um período. • Manutentor: profissional que atua na manutenção de máquinas, seja ela mecânica, elétrica, lubrificação, automação. • Ordem de serviço: documento fundamental para controle da organização e o planejamento de manutenção. Através deste documento, são armazenadas as informações sobre as quebras ou planejamento das preventivas e preditivas. • Mantenabilidade: este termo refere-se à capacidade de um item ser mantido em condições de operação. • Manutenção corretiva: técnica de reparo de um determinado equipamento ou processos produtivos apósa ocorrência da falha. • Manutenção planejada: técnica de reparo de um determinado equipamento baseado no tempo informado pelo fabricante, 9 ou definida em função da literatura, histórico de falhas e experiencia das equipes. • Manutenção preditiva: técnica de monitoramento para identificação da real condição do componente ou sistema. • Reparo: ação realizada por manutentores para colocar um equipamento ou sistema em funcionamento de maneira a realizar as atividades para as quais foram projetados. • Indicadores: dados estratificados plotados em gráficos ou tabelas para visualização das condições, dos custos, dos tempos etc. Podemos ainda listar diversos termos técnicos aplicados no segmento de manutenção, que ao passo que forem mencionados poderão ser explicados. 1.2 Histórico da manutenção A manutenção teve início há muito tempo, não se pode estimar uma data para o início da restauração de um determinado componente, mas entende-se que desde a descoberta da roda surgiu também a manutenção, após o desgaste de lanças e ferramentas de pedras, era necessário substituir o conjunto danificado caso isso não ocorresse não teria a caça, a movimentação de algo, o fogo etc. Contudo, a manutenção ganha destaque com a Revolução Industrial, obviamente, os departamentos de manutenção nem sempre existiram; não havia necessidade deles quando a produção de mercadorias era feita em uma escala muito pequena e extremamente manual. A maioria das primeiras fábricas, depois de mecanizadas, normalmente empregava apenas trabalhadores não qualificados. 10 Figura 1 – Máquina a vapor Fonte: Heiko Küverling/iStock.com. Portanto, a maioria dos problemas de manutenção ficou a cargo dos primeiros engenheiros e proprietários. Eles não apenas trabalharam juntos na reparação de máquinas, mas também cooperaram na compra e instalação de novas máquinas. Nesse ponto, havia poucos problemas relacionados à organização ou motivação da manutenção. No entanto, com o avanço da tecnologia, mais tipos de máquinas foram disponibilizados e a necessidade de pessoal de manutenção aumentou. Durante muito tempo, a manutenção foi realizada pelos próprios trabalhadores, sem parâmetros definidos. A manutenção do equipamento era menos importante e, até então, não havia pressa para que as máquinas ou ferramentas voltassem a funcionar. Dadas as preocupações atuais sobre dinheiro e segurança, isso começou a mudar. O foco passou a ser no equipamento, além de mantê-lo em condições operacionais e ou devolvê-lo à produção o mais rápido possível. A manutenção passou por várias fases; vamos, então, conhecer estes momentos em que houve destaque para a produção e a manutenção passou a ser fundamental: 11 Quadro 1 – Resumo histórico da manutenção desde antes de 1950 até 2020 Geração Ano Ocorrência Soluções 2° 1950 Indústrias mais dependentes de equipamentos. Início da manutenção preventiva. 2° 1950 Equipamentos mais complexos. Abordagem científica. 2° 1960 Necessidade de entender os problemas. Medidas foram introduzidas. 2° 1960 Não se sabe o tempo de máquina parada. Implantação do tempo médio de quebra (TMQ). 2° 1960 Não se sabe o tempo de reparo. Implantação do tempo médio de reparo (TMR). 2° 1960 Confiabilidade. Implantação do tempo médio entre falhas (TMEF). 2° 1960 Controle dos custos de manutenção. Indicadores chaves de performance (KPI). 2° 1970 Japoneses tornaram-se líderes em produção. Implantação do Lean Production. 2° 1970 Alto padrão de desempenho. Índices de eficiência global (OEE). 2° 1970 Melhoria da qualidade. Gerenciamento da qualidade total, implantação do Just in Time. 2° 1970 Manutenção produtiva total. Zero acidente, zero defeitos. 2° 1970 Eliminar falta de peças de reposição. Melhor forma de estoque e compras de peças. 2° 1970 Pequenas paradas. O próprio operador realiza pequenos reparos. 3° 1980 a 2000 Crescimento da tecnologia e informática. Equipamentos tornam-se máquinas inteligentes. Desenvolvimento das técnicas de CAD e CAM. 3° Após ano de 2000 Os produtos tornam- se mais complexos. A demanda pela qualidade e velocidade na produção aumentam. Necessidade de mudanças nos equipamentos. Equipamentos acompanham a evolução da produção. Aumentam as pesquisas no campo da gestão de manutenção. 4° 2020 Equipamentos tecnológicos. Velocidade da internet. Industria 4.0. Fonte: elaborado pelo autor. 12 A Indústria 4.0, também conhecida como manufatura digitalizada, transforma a maneira de produção e, consequentemente, a manutenção industrial. É evidente que o escopo da manutenção está se expandindo – manutenção de classe mundial. Profissionais industriais e acadêmicos estão mudando seus pontos de vista sobre manutenção e a gestão da manutenção, as indústrias estão tentando usar o termo “internet das coisas” (IoT), conceitos como RFID (dispositivos eletrônicos inteligentes), Big Data – análise e tomada de decisão com sistemas de suporte à tomada de decisão e ainda metas gerais alinhadas entre departamentos com perspectiva holística de crescimento com foco em lucratividade. 1.3 O que é planejamento e controle da manutenção? Como o próprio nome diz, é o conjunto de ações que visam organizar a manutenção de uma empresa ou indústria. A partir desta organização, as medidas de execução são realizadas atingindo, assim, os objetivos estabelecidos para a manutenção. Entre os benefícios da implantação do PCM (Planejamento e Controle de Manutenção), destacamos a minimização dos desperdícios, entre estes o principal é o tempo. Ainda podemos listar a qualidade do funcionamento dos equipamentos atendendo as demandas da produção, a segurança dos operadores e pessoal envolvidos na produção, a redução dos custos para manter o equipamento e a organização das informações com apresentação de indicadores claros. Já as funções do PCM são muito importantes para todas as plantas industriais; entre elas, podemos listar: a. Planejamento: por meio do planejamento para realização das manutenções, os manutentores podem decidir com antecedência 13 as ações a serem realizadas, aquisição de ferramentas, mão de obra e peças. b. Programação: é a interação entre produção e manutenção. Por meio desta ação, o gestor identifica melhores períodos para ação de manutenção em máquinas e equipamentos. c. Controle: fundamental para o processo de manutenção, deve fazer a avaliação do planejamento realizado. Por meio do controle, é possível verificar se as etapas anteriores foram efetivas e corrigi- las, caso necessário. O PCM segue uma sistemática para sua implantação que pode variar em função dos tipos de equipamentos, dos produtos. Dessa maneira, a melhor forma é buscar informações sobre o andamento da manutenção na planta industrial. A seguir, são listados passos para implantação do PCM. 1. Coletar os dados e entender a situação atual. 2. Estratificar os dados em gráficos analisando os pontos de maior preocupação ou dificuldade de intervenção. 3. Definir estrategicamente um cronograma alinhado ao departamento de produção que pode ser semanal, mensal, semestral e anual. 4. Construir um planejamento de atuação preventiva e preditiva para os equipamentos dando foco para os itens da classe A da divisão de máquinas. 5. Verificação constante dos dados atrelando planos de ação para as atuações corretivas que impediram significativamente a produção. 2. Tipos de manutenção A manutenção pode ser classificada conforme descrito nas seções seguintes. 14 2.1 Manutenção corretiva Um dos primeiros conceitos que surgiram, como o próprio nome diz, a manutenção corretiva é aquela que tem reação imediata, ou seja, só se preocupa em reparar o equipamento após a parada de produção por falha. Na manutenção corretiva, também chamada de reativa, podemos fazer duas divisões: a corretiva propriamente dita e a corretiva de oportunidade. No primeiro caso, o equipamento em falha não consegue desempenhar seus objetivos que é a produção,é necessária intervenção imediata para restauração. Já na manutenção corretiva de oportunidade, o equipamento está em falha, porém, ainda em produção. Por exemplo, um equipamento rotativo que necessite de três correias para atuar efetivamente conforme Figura 4, pode trabalhar com apenas duas correias em baixa velocidade. Figura 2 – Máquina industrial movida por correia em “V” Fonte: Edi Azevedo/iStock.com. 15 Uma empresa que adota a cultura de manutenção corretiva pode ter muitos prejuízos com as paradas indesejadas de máquinas. Além deste fator, o corpo técnico de manutenção e operação tem a sensação de “apagar incêndios”, pois não se sabe ao certo quando um equipamento vai falhar, e quando ele falhar, a pressão pelo restabelecimento da produção será grande. 2.2 Manutenção preventiva A manutenção preventiva, de acordo com Kardec et al. (2009), é aquela baseada nos dados informados pelo fabricante do equipamento, onde os tempos recomendados para substituição dos componentes são obedecidos. A cultura implantada nesse tipo de manutenção é voltada para a segurança e o reparo é feito antes da falha ocorrer, com o equipamento ainda em perfeitas condições de funcionamento. Nesta cultura de manutenção, deve ser observado o manual do equipamento; nele é informado o plano básico de substituição de componentes de maneira que o equipamento não tenha uma parada indesejada pelo desgaste de um determinado componente. Este tipo de manutenção é questionado sobre alguns benefícios e possíveis deficiências, entre elas, e a principal, a substituição de um componente que ainda está em condições de uso, pois não está em falha. No entanto, este é o ponto fundamental da cultura de prevenção: substituir os componentes baseado no tempo informado pelo fabricante que realizou testes de vida útil para os componentes e elementos de máquinas. Outro fator é com relação ao estoque de peças de reposição. A avaliação pode ser negativa quando se trata de manter um estoque alto para reposição das peças, mas, em contrapartida, pode-se ter a opção de compras programadas para os itens que são programados. A prática de compra antecipada de componentes e elementos de máquinas se traduz 16 em uma lucratividade visto que um planejamento de compras pode ser realizado. A manutenção preventiva abrange mais do que as ações regulares de limpeza, inspeção, aperto, lubrificação e outras ações destinadas a manter os equipamentos duráveis em boas condições operacionais evitando falhas. É um investimento no futuro – um futuro sem grandes falhas de equipamentos críticos. Em algumas situações, trata-se de um investimento sem retorno imediato. A manutenção é uma atividade que possui um custo, porém esse custo pode ser muito maior caso não sejam respeitadas as ações preventivas. Se a manutenção preventiva não for realizada da maneira adequada e em tempo hábil, a afirmação “pague-me mais tarde” ocorrerá no momento mais inoportuno. Essa é a premissa que deve ser estabelecida e promovida pela gestão de manutenção. Embora o departamento de manutenção tenha a responsabilidade diária do planejamento de manutenção preventiva da planta, o gerente da planta é responsável por definir as estratégias relativas à manutenção preventiva da planta. 2.3 Manutenção preditiva Em se tratando do plano ideal para se manter uma planta produtiva, recorre-se à cultura de manutenção preditiva. A prática de predição de falhas, de acordo com Kardec et al. (2009), deve ser adotada por fábricas que já evoluíram da corretiva para preventiva e que têm um controle muito preciso das quebras de seus equipamentos. O principal objetivo da manutenção preditiva é dizer qual é o tempo ideal de trabalho em um determinado elemento de máquina sem que ocorra a intervenção para substituição prematura do componente. A manutenção preditiva é aquela realizada com base no estudo apurado de cada componente. Deve-se conhecer o modo de falha destes 17 componentes e algumas tecnologias e metodologias são utilizadas para se conhecer a real condição do item. Os elementos desse procedimento incluem: 1. Listagem de todos os equipamentos e os intervalos nos quais eles devem receber o monitoramento. 2. Um cronograma anual que divide as tarefas por mês, semana, e possivelmente, por dia. 3. Designação de pessoas responsáveis para realizar o trabalho. 4. Inspeção pelo supervisor responsável para garantir que o trabalho de qualidade seja realizado dentro do prazo. 5. Atualização de registros para mostrar quando o trabalho foi concluído e quando a próxima avaliação será realizada. Dentre as tecnologias disponíveis, as mais utilizadas são: 1. Análise de óleo lubrificante para identificação das partículas em suspensão e determinar qual componente está se desgastando. 2. Análise de vibração para avaliar o desgaste do componente através do espectro de frequências dos sinais medidos e, dessa forma, pode-se avaliar durante um período a evolução do defeito. 3. Ensaios por ultrassom, que é um método não destrutivo que permite avaliar a condição de uma peça ou estrutura, por exemplo, a espessura de paredes em um vaso de pressão. 4. Termografia, muito utilizada em sistemas elétricos, é uma técnica que consiste em identificar partes aquecidas ou superaquecidas nos equipamentos. Podemos tomar como exemplo um painel elétrico, em que, a partir da termografia, pode-se rapidamente avaliar conexões ou componentes com aquecimento acima do tolerado, estes componentes facilmente entrariam em falha caso não fossem reparados. 18 3. Elementos de gestão da manutenção A gestão de manutenção tem um papel fundamental para o bom funcionamento das plantas industriais, entre os elementos atribuídos à gestão, está a formulação da estratégia de manutenção. Em uma planta industrial, o gestor deve alinhar manutenção com o planejamento industrial, assim a manutenção tem condições de passar a ser uma fonte de lucratividade junto aos demais setores produtivos. A equipe de gestão da manutenção deve estudar cuidadosamente todas as variáveis dos processos e identificar os melhores meios para solucionar cada um dos problemas, bem como a definição das metas propostas para o departamento. Entre as atividades da gestão de manutenção está a tomada de decisão que deve ser feita sob olhar crítico dos dados. Mas como obter estes dados? 3.1 Políticas de manutenção Uma das formas de se obter dados para uma gestão efetiva da manutenção é criar meios para que estes possam ser coletados. O departamento de manutenção deve instituir uma política de atendimento que consiste na criação de um documento que possa servir de base para coleta dos dados, popularmente conhecido como Ordem de Serviço (OS), ou ainda como Solicitação de Serviço (SS), entre outros nomes. Deve haver uma sistemática para análise das quebras e um plano de ação para as manutenções corretivas. A ordem de serviço deve ser elaborada seguindo os critérios para apontamento das informações necessárias que amparem o gestor na tomada de decisão. Apontamentos como: equipamento, operador, hora da parada, motivo da parada, manutentor que recebeu a ordem de serviço, horário do recebimento, são informações essenciais para interpretação do gestor. 19 Figura 3 – Modelo de ordem de serviço Fonte: elaborada pelo autor. Ainda a ordem de serviço deve contemplar o serviço executado, hora da liberação da máquina, peças de reposição que foram utilizadas e, se possível, um plano de ação deve ser gerado para cada ordem de serviço que surgir na modalidade de manutenção corretiva. Isto tem como objetivo principal que tal parada indesejada não ocorra novamente. 3.2 Controle de materiais A gestão da manutenção desempenha um papel fundamental na estratégia industrial. O controle dos gastos e, como já vimos, desde a década de 1960, a criação de indicadores chaves de performance conhecidos como KPI, (GREGÓRIO 2018), tem a função de nortear o gestor na tomada de decisão. Certamenteque o controle dos custos deve ser mote de qualquer departamento de manutenção, e ainda verificar o consumo de energia, a quantidade de horas extras, 20 o consumo de peças de reposição retiradas no almoxarifado são responsabilidades dos gestores. Note que os principais indicadores devem ser monitorados; o acompanhamento mensal dos dados é fundamental para a tomada de decisão para os gestores. Manter os índices dentro do planejado é motivo de lucratividade. Referências Bibliográficas ALMEIDA, Paulo S. de. Manutenção mecânica industrial: conceitos básicos e tecnologia aplicada. São Paulo: Érica, 2014. KARDEC, Alan et al. Manutenção Função Estratégica. 3. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009. GREGÓRIO, Gabriela P. Engenharia de manutenção. 1. Ed. Porto Alegre. SAGAH, 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-5462: confiabilidade e mantenabilidade. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. 21 Gestão de sistemas Autoria: Eduardo Costa Estambasse Leitura crítica: Fernanda do Carmo Silvério Vanzo Objetivos • Conhecer e aplicar os principais indicadores de manutenção industrial. • Gerenciar de maneira eficiente os custos de manutenção. • Conhecer as principais ferramentas de qualidade para gestão e operação de manutenção. 22 1. Gestão dos sistemas Uma gestão de manutenção eficaz pode ser verificada a partir dos resultados de uma empresa. Podemos entender se uma empresa possui uma manutenção eficaz olhando para os resultados que ela apresenta: caso os resultados sejam insatisfatórios, podemos entender que algo não vai bem, e se tivermos um olhar mais crítico, poderemos encontrar com facilidade deficiências na operação, entrega e custos. Em alguns casos, isso é reflexo de uma planta que não funciona corretamente. Estar à frente de um departamento de manutenção requer habilidade e experiência, dois fatores muito requisitados entre as empresas. Portanto, a habilidade e a experiência podem ser entendidas como assertividade e interação com os processos de produção. Um bom gestor de manutenção toma decisão baseado nos dados, os quais são obtidos e processados na forma de indicadores ou índices de manutenção. 1.1 Indicadores de manutenção A estratégia de manutenção deve estar voltada para resultados, uma vez que as empresas só se mantêm competitivas mediante o alcance de suas metas. Neste contexto, a manutenção é um departamento estratégico em todas as empresas, visto que tem influência direta no funcionamento adequados dos equipamentos e consequente garantia de produtividade, além de influenciar de forma significativa os custos operacionais da organização. Muitas empresas recorrem a uma técnica para embasamento e identificação da situação atual, o benchmarking, que é definido por Kardec (2012) como sendo o processo de identificação, conhecimento e adaptação de práticas e processos excelentes de organizações que atuam mundialmente. 23 Estamos diante de dois pontos importantes, o primeiro, já mencionado, é a técnica de conhecer como é a gestão, produção ou operação de uma empresa competitiva mundialmente; o segundo ponto é de que você não pode melhorar se não tem dados reais de como é sua situação atual. Podemos, então, entender que o primeiro passo a ser dado em se tratando de gestão de manutenção quando se busca excelência em confiabilidade, é conhecer seus indicadores-chave de desempenho na manutenção. Dessa forma, poderá definir e alcançar seus objetivos, caso já os tenha. A adoção de objetivos claros é outro ponto importante que caminha ao lado de um gestor. Note que são fatores que convergem para um único ponto: conhecer como atuam empresas competitivas mundialmente, definir seus indicadores e saber em que patamar de resultados se encontra e, por fim, estabelecer metas a partir de objetivos claros. Os indicadores são utilizados para rastrear o desempenho em várias áreas ao longo do tempo, e ainda indicam se a organização está operando dentro ou fora dos níveis aceitáveis, de acordo com a estratégia adotada. Atualmente, na maioria das empresas de manufatura, existe uma estratégia de mercado legível que explica as metas e objetivos das atividades em termos de vendas alcançadas, participação de mercado e valor para investidores e acionistas. Para atingir esses objetivos, é de grande importância perceber que toda a empresa está contribuindo. Desta forma, vamos conhecer alguns dos principais indicadores de performance nos quais a manutenção tem uma influência direta. 1.1.1 Tempo médio de parada (MDT) O tempo médio de parada (MDT, do inglês Mean Down Time) é o tempo médio necessário para solucionar problemas e reparar equipamentos com falha e devolvê-lo às condições normais de operação. É uma medida técnica básica da manutenção de equipamentos e peças 24 reparáveis. O tempo de manutenção é definido como o tempo entre o início do incidente e o momento em que o sistema retorna à produção, ou seja, quanto tempo o equipamento fica fora de produção. Neste tempo, estão inclusos o tempo de notificação, tempo de diagnóstico, tempo de espera ou tempo de resfriamento, remontagem, alinhamento, calibração, tempo de teste, volta à produção e assim por diante como pode ser visto na Figura 1. Também é importante lembrar que o MDT geralmente não leva em consideração o prazo de entrega das peças. No geral, o MDT reflete como a organização pode responder a um problema e repará-lo. Assim, como é calculado o MDT? Expresso matematicamente, o MDT é o tempo total de manutenção dividido pelo número total de ações de manutenção durante um período específico. MDT= Total dos tempos de manutenção (1)Número de reparos Figura 1 – Linha do tempo de produção x manutenção de máquinas Fonte: adaptada de masha_tace/iStock.com. O que o conhecimento do MDT significa para o gestor? Para equipamentos de importância crítica, o MDT pode ter um efeito dramático na linha de produção da empresa. Levar muito tempo para consertar o equipamento pode significar, em muitos casos, a perda de toda a produção da linha, pedidos em atrasos ou cancelados e, com 25 isso, relacionamentos comerciais desgastados. Para limitar o impacto do MDT, as empresas utilizam ferramentas e estratégias de gestão com suas próprias equipes de manutenção e, além disso, mantêm um estoque de peças de reposição no local ou executam linhas de produção paralelas. As ferramentas de gestão incluem muitas vezes a mudança de cultura de toda a manutenção, passando de somente atuar de forma corretiva para privilegiar a atuação preventiva. Como o conhecimento do MDT pode auxiliar o gestor de manutenção? Prever o número de horas que um equipamento ou sistema ficará indisponível durante a manutenção é muito importante nos estudos de confiabilidade e disponibilidade. O MDT fornece muitas informações que podem ajudar os gestores e engenheiros de manutenção a tomar decisões como: reparar ou substituir, contratar, otimizar os cronogramas de manutenção, manter peças de reposição no almoxarifado ou mudar sua estratégia de peças. Por exemplo, conforme o sistema envelhece, pode demorar mais tempo para reparar. Com o tempo, pode ser mais econômico substituir do que reparar. Nesta situação, o MTD terá uma tendência crescente, solicitando a decisão de reparo versus substituição. Este é um indicador que deve ser o menor possível, ou seja, quanto menor a média de tempo de reparo, melhor para a empresa, pois os equipamentos estarão em sua maior parte do tempo operando. 1.1.2 Tempo médio de reparo (MTTR) O tempo médio de reparo (MTTR, do inglês Mean Time To Repair) é também um indicador importante a ser monitorado, porém, ele sempre será menor que o MDT, pois despreza os tempos de espera, ou outro tempo que não esteja relacionado ao reparo propriamente dito do equipamento. O tempo médio de reparo é exclusivamente o tempo 26 em que o manutentor está executando a atividade de reparação no equipamento. Conhecer o tempo médio de reparo dará ao gestor de manutençãoa capacidade de entendimento sobre o quão efetiva é a operação de manutenção. Além desta visualização, é possível ainda entender sobre outros pontos como demora no chamado, tempo de espera por peças de reposição como demonstrado na Figura 2, tempo para partida do equipamento após a reparação do equipamento. Figura 2 – Zoom na parada de máquina para manutenção Fonte: adaptada de masha_tace/ rambo182 /iStock.com 1.1.3 Tempo médio entre falhas (MTBF) O tempo médio entre falhas (MTBF, do inglês Mean Time Between Failure) é uma métrica importante que deve ser conhecida pelo gestor para auxiliá-lo na identificação de pontos críticos e poder atuar de maneira a aumentar a confiabilidade dos equipamentos em produção. O MTBF é o tempo médio entre falhas de um sistema ou equipamento em operação e, ao contrário do MDT, quanto maior o valor, melhor é o MTBF, portanto, ferramentas e estratégias devem ser utilizadas para maximizar este indicador. Em outras palavras, MTBF é o tempo médio em que o sistema ou componente funciona normalmente entre falhas. Para equipamentos reparáveis de função importante ou complexos 27 (que envolvam riscos à segurança dos operadores, por exemplo), como geradores, caldeiras ou aviões, por exemplo, o MTBF se torna um importante indicador do desempenho esperado. O MTBF não leva em consideração nenhuma manutenção programada, como inspeções, recalibrações, lubrificações ou substituições preventivas de peças. Enquanto o MDT afeta a disponibilidade, o MTBF afeta a disponibilidade e a confiabilidade dos equipamentos. Como é calculado o MTBF? Existem vários fatores que podem influenciar o MTBF, na figura 3 vemos um exemplo de como ocorre o tempo entre as falhas, entre eles, o fator humano. Por exemplo, são pertinentes questões como: “o produto foi aplicado da maneira correta? ”; “foi projetado e construído corretamente? ”; as ações do técnico durante um reparo anterior contribuíram para a falha? ”, entre outras. Para calcular o MTBF, utilizamos a seguinte e simples equação: MTBF = Somatório dos tempos em funcionamto (1)Número de falhas Figura 3 – Linha do tempo de produção x manutenção de máquinas Fonte: Fonte: masha_tace/iStock.com. ID da ilustração:490054262 O MTBF é geralmente medido em horas. Para precisão, essa medição inclui apenas o tempo operacional entre falhas e não inclui reparos, se o item que foi reparado começa a funcionar novamente. Os valores de funcionamento correto dos equipamentos, podem ser obtidos via supervisório da empresa ou mesmo via departamento de PCP 28 (Planejamento e Controle de Produção), o qual é responsável por realizar a programação de produção mensal. O que o conhecimento do MTBF impacta para o gestor de manutenção? Os indicadores de MTBF são frequentemente usados para antecipar a probabilidade de uma única unidade falhar dentro de um certo período. Portanto, o MTBF é uma ótima maneira de quantificar a confiabilidade de um sistema ou componente. Refere-se ao tempo médio em que o equipamento ou sistema funciona normalmente antes de falhar, o que pode ser usado para prever o desempenho futuro. Os fabricantes podem fornecer o MTBF mínimo para o sistema ou componente para indicar a confiabilidade esperada com base em testes intensivos. No entanto, em muitos casos, a métrica prevista do fabricante para MTBF pode ser imprecisa. O cálculo pode ser baseado em testes de laboratório, modelagem analítica ou dados das novas gerações e tecnologias. Para uma representação precisa do MTBF para sua instalação, é necessário de uma estimativa com base nos dados de campo reais de seu próprio equipamento inseridos no seu processo produtivo 1.1.4 Eficácia geral do equipamento (OEE) A eficácia geral do equipamento é composta por três componentes: a disponibilidade do equipamento, o desempenho conforme especificações e a qualidade da produção. OEE pode ser usado para monitorar a eficiência dos processos de fabricação e ajudar a identificar pontos de melhoria. Na prática, o OEE é calculado como o produto de seus três fatores: OEE = Disponibilidade x Desempenho x Qualidade Onde: 29 • Disponibilidade: o sistema está funcionando quando é necessário. • Desempenho: é a quantidade produzida versus a capacidade instalada. • Qualidade: o número de boas unidades dividido pelo total de unidades produzidas. Este indicador oferece ao gestor do processo a capacidade de entendimento sobre o sistema todo. No Quadro 1, por exemplo, podemos acompanhar o apontamento das horas para cálculo do OEE. A tomada de decisão será muito mais assertiva quando se conhecer o índice de eficiência global e, a partir deste conhecimento, pode-se entender se a planta fabril é competitiva mundialmente. Quadro 1 – Acompanhamento do OEE ANÁLISE DE JANEIRO A DEZEMBRO DE 20xx Atualizado até: 25/04/20xx MÁQUINA LINE-1 (HORAS) PROGRAMADAS (HORAS) QUEBRAS (HORAS) PERDAS C/ SET-UP (%) ÍNDICE DISPONIBILIDADE (HORAS) TEMPO OCIOSO (HORAS) BAIXA E ALTA VELOCIDADE (%) ÍNDICE DE EFICIÊNCIA (HORAS) QUALIDADE INSATISFATÓRIA (%) ÍNDICE DE QUALIDADE (%) OEE JAN 706,52 29,00 40,03 90,2% 29,58 -7,49 94,2% 2,55 99,6% 84,6% FEV 641,83 44,83 16,00 90,5% 23,00 -5,54 95,1% 1,62 99,7% 85,8% MAR 615,05 34,83 14,50 92,0% 19,92 -6,42 95,3% 3,97 99,3% 87,1% ABR 459,93 23,53 4,25 94,0% 14,25 -2,67 96,1% 1,35 99,7% 90,0% MAI Fonte: elaborado pelo autor. Para Gregório (2018), o indicador de OEE é muito simples de ser utilizado quando se tem todos os dados disponíveis, pois, por meio deste indicador, a empresa consegue visualizar suas perdas de produção e, desta maneira, pode atuar na reparação dos desperdícios. 30 1.2 Gestão de custos A manutenção é realizada no intuito de garantir o bom funcionamento dos equipamentos. Já se ouviu dizer que ela é um “mal necessário” diante dos sistemas de manutenção, aquele em que planeja a parada e aquele em que não se planeja a parada. Dessa forma, os custos podem ser diferentes, em que, geralmente, a correção de uma falha tem maiores custos, e isso faz com que a escolha pela prevenção seja mais eficiente e mais barata. A visibilidade e o gerenciamento do custo de manutenção são fundamentais. Houve momentos tão bons que a manutenção não esteve presente no radar dos gestores, pois, transformar uma empresa competitiva mundialmente, exige atenção e principalmente quando falamos em custo. De acordo com Kardec et al. (20XX) na gestão de manutenção podemos descrever três tipos distintos de custos em manutenção: 1. Custos diretos: são os custos destinados a manter o equipamento em funcionamento. Nestes, estão inclusos as manutenções preventivas, ajustes, setup, lubrificação, limpezas e os custos relacionados a manutenção preditiva bem como corretiva. 2. Custos com a parada de produção: simples para entender, porém um tanto quanto difícil ser visualizado. Este custo provém da não funcionalidade do equipamento, peças a serem produzidas, atrasos na entrega para o cliente, perdas de clientes pelos atrasos, matéria-prima estocada entre outros tantos problemas relacionados com a parada de máquinas. 3. Custos indiretos: entre todos, este é o mais simples, pois há uma facilidade no entendimento e monitoramento. Custos indiretos estão relacionados com os custos administrativos, gestão, supervisão etc. O gerenciamento dos custos relacionados à manutenção industrial pode orientar o gestor sobre qual estratégia adotar, um controle aprofundado deve ser o primeiro passo para buscar onde são os maiores gastos em decorrência da manutenção. Para Viana (2007), o gerenciamento 31 de manutenção ou o gerenciamento de operações é utilizado para transformar insumos, incluindo pessoas, capital, energia, materiais e tecnologia em produtos (bens e serviços) e os custos envolvidos em cada processo. Entre os principais custos de que devem ser monitorados, podemos destacar os mais relevantes: • Custo de energia elétrica (ou outra forma de energia). • Custode mão de obra. • Custos com peças de reposição. • Custos com manutenção corretiva. • Custos com manutenção preventiva. • Custos com manutenção preditiva. • Custos com segurança nas operações. • Custos de treinamentos. Após identificação dos custos é necessário criar uma forma de monitorá- los e analisar a possibilidade de melhoria sempre, no sentido de utilizá- los da melhor forma possível. A estratificação dos custos é um recurso muito utilizado e oferece ao gestor a capacidade de entender suas causas e assim eliminá-las. De maneira geral, podemos apresentar diversas formas de minimizar os custos. A manutenção corretiva certamente apresenta o maior gasto, nela estão presentes um valor alto para colocar o equipamento em funcionamento. No gráfico abaixo é apresentado os custos de manutenção mês a mês, note que há um limite no gráfico, que indica o máximo de gastos para manutenção 32 Gráfico 1 – Gráfico comparativo de custos com manutenção Fonte: elaborado pelo autor. Quadro 2 – Política de manutenção com foco em custos Classificação de máquinas Utilização de recursos Máquinas A Manutenção preditiva. Manutenção preventiva. Todas as análises de avarias e suporte à manutenção autônoma pela equipe de melhoria sistêmica. Equipe de redução de avarias (focada). Análise RCM (manutenção centrada na confiabilidade). Máquinas B Manutenção preditiva. Manutenção preventiva. Equipe de redução de avarias (focada). Análise de todas as avarias pela equipe de manutenção da área. Máquinas C Manutenção corretiva. Manutenção preditiva e preventiva em equipamentos utilitários. Monitoramento por parte da equipe de manutenção da área para não se tornar repetitivo. Novos equipamentos na produção Manutenção corretiva. Manutenção preventiva de acordo com as especificações do fabricante Análise de avarias. Classificação ABC após um ano de uso. Fonte: elaborado pelo autor. 33 Um dos principais objetivos de analisar os custos relacionados à manutenção industrial está em apresentar benefícios econômicos para a empresa. É importante destacar que há outras formas de controlar os custos e que a classificação de máquinas é uma das estratégias. A seleção de um ou vários modelos de atuação em manutenção requer conhecimento sobre a estratégia adotada pela empresa, dos dados coletados e principalmente conhecimento do gestor. 1.3 Ferramentas de qualidade Em algumas empresas, infelizmente a manutenção ainda é vista como apenas uma fonte de despesas, e isso pode agravar-se caso ainda seja necessário por parte da manutenção quando uma atividade não foi bem executada. Assim, é fundamental que o gestor de manutenção utilize além das boas práticas de manutenção, ferramentas que auxiliem a avaliação dos trabalhos executados. Kardec et al (2009) dizem que a manutenção exerce papel fundamental nas instituições mantendo os ativos em perfeito funcionamento e que, para uma empresa cumprir a missão, a manutenção deve atuar como o elo das ações dos sistemas operacionais em atendimento ao cliente interno. De acordo com Gregório (2018), o gerenciamento de manutenção deve estar alinhado às atividades do negócio nos níveis estratégico, tático e operacional. Assim, podemos descrever o gerenciamento de manutenção como sendo uma atividade para atingir os objetivos de eficiência, eficácia e relação custo benefício na área de manutenção, onde o objetivo geral é contribuir para a lucratividade e competitividade da empresa, conforme podemos ver na figura 5. 34 Figura 4 – Apresentação de resultado ao cliente Fonte: elaborada pelo autor. As políticas de manutenção focada na qualidade podem ser divididas em três categorias: orientada para a tecnologia (manutenção centrada na confiabilidade), orientada para fatores humanos (manutenção produtiva total) e orientada a monitoramento e inspeção (manutenção preventiva e preditiva). A função gestão de manutenção precisa implementar planos para integrar e evoluir seus métodos para atender às novas demandas impostas pela acirrada concorrência. Uma ferramenta de qualidade abrangente desenvolvida para atividades de manutenção dentro de uma organização inclui as seguintes ferramentas:5S; Análise de eficácia total do equipamento (OEE); Kaizen (ou, trazido do japonês, melhoria contínua); TPM; PDCA; FMEA; 5W2H; 5WHYs; entre outras. As ferramentas de qualidade mencionadas acima são usadas pelas equipes de manutenção de empresas que representam diferentes setores; os resultados da aplicação destas ferramentas são avaliados com métricas e indicadores. 35 Referências Bibliográficas ALMEIDA, Paulo S. de. Manutenção mecânica industrial: conceitos básicos e tecnologia aplicada. São Paulo: Érica, 2014. KARDEC, Alan et al. Manutenção Função Estratégica. 3. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009. GREGÓRIO, Gabriela P. Engenharia de manutenção. 1. ed. Porto Alegre. SAGAH, 2018. VIANA, Hebert R. G. PCM Planejamento e Controle de Manutenção. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2007. 36 Manutenção centrada na confiabilidade Autoria: Eduardo Costa Estambasse Leitura crítica: Fernanda do Carmo Silvério Vanzo Objetivos • Conhecer a filosofia da utilização de manutenção centrada na confiabilidade. • Estudar os conceitos e definições sobre manutenção centrada na confiabilidade. • Desenvolver conhecimentos sobre confiabilidade e ferramentas para o aumento da confiabilidade em máquinas e equipamentos industriais. 37 1. Introdução A manutenção centrada na confiabilidade, também chamada de RCM (termo do inglês Reliability-Centered Maintenance) por alguns autores, é o processo de determinar a abordagem de manutenção mais eficaz. A filosofia da manutenção centrada na confiabilidade utiliza técnicas de manutenção preventiva, manutenção preditiva, monitoramento em tempo real e manutenção proativa de maneira conjunta para aumentar a probabilidade de que uma máquina ou componente funcionará da maneira necessária ao longo de seu ciclo de vida (durante a produção) com um mínimo de manutenção. O objetivo da filosofia é fornecer condições para a função de cada equipamento de uma planta industrial, com a confiabilidade e disponibilidade necessárias, ao menor custo. O RCM exige que as decisões de manutenção sejam baseadas em requisitos de manutenção amparadas por justificativas técnica e econômica. De acordo com Almeida (2014), o primeiro registro de aplicação da MCC refere-se à certificação da linha de aeronaves Boeing 747 (popularmente conhecidas como Jumbo) pela FAA (Federal Aviation Authority) dos Estados Unidos, mas vamos conhecer mais sobre esta importante cultura de manutenção. Um processo de manutenção centrada em confiabilidade identifica sistematicamente todas as funções e falhas funcionais possíveis dos equipamentos. Também identifica todas as causas prováveis para essas falhas, por meio da determinação dos modos de falhas. Em seguida, procede a identificação dos efeitos desses prováveis modos de falha. Após a coleta dessas informações, o processo de manutenção centrada na confiabilidade seleciona a política de gerenciamento dos equipamentos mais apropriada. O RCM considera todas as opções de gerenciamento de ativos: manutenção sob condição, manutenção 38 de restauração agendada, gestão de substituição agendada dos equipamentos, ação de localização de falhas. Essa consideração é diferente de outros processos de desenvolvimento de manutenção. 1.1 Breve histórico da manutenção centrada na confiabilidade A manutenção centrada na confiabilidade originou-se no setor da aviação na década de 1960. No final da década de 1950, o custo das atividades de manutenção nesse setor havia se tornado alto o suficiente para justificar uma investigação especial sobre a eficácia dessas atividades. Assim, em 1960, foi formada uma força-tarefa composta por representantes das companhias aéreas e da FAA para investigar as capacidades de manutenção preventiva. O estabelecimento dessa força-tarefa levou posteriormente ao desenvolvimentode uma série de diretrizes a serem usadas pelas companhias aéreas e pelos fabricantes de aeronaves, ao estabelecer cronogramas de manutenção para suas aeronaves. Em 1974, o Departamento de Defesa dos EUA encomendou à United Airlines um relatório sobre os processos utilizados na indústria da aviação civil para o desenvolvimento de programas de manutenção mais confiáveis em aeronaves. Este relatório, publicado em 1978, foi intitulado manutenção centrada em confiabilidade e tornou-se o relatório no qual todas as abordagens subsequentes de manutenção centrada em confiabilidade foram baseadas. As descobertas foram que muitos tipos de falhas não podiam ser evitados, independentemente da intensidade das atividades de manutenção, o que resultou na integração entre os departamentos conforme pode ser visto na Figura 1. Além disso, foi descoberto que, para muitos itens, a probabilidade de falha não aumentou com a idade. Consequentemente, um programa de manutenção com base na idade teria pouco ou nenhum efeito na taxa de falhas. 39 Figura 1–Interação entre os departamentos Fonte: elaborada pelo autor. 1.2 MCC em comparação com práticas convencionais de manutenção O relacionamento entre o MCC e as práticas tradicionais de manutenção pode ser resumido da seguinte maneira: Instalações e equipamentos são instalados e empregados para realizar a operação proposta. A manutenção é realizada de várias formas, para garantir que a planta e o equipamento continuem fazendo o que os usuários desejam. A manutenção centrada na confiabilidade determina qual estratégia de manutenção precisa ser utilizada e quais testes e inspeções precisam ser executados para dar suporte a essa estratégia. A aplicação da MCC pode resultar em alterações nas atividades de manutenção preventiva e preditiva já existentes, na implementação de 40 ações de monitoramento de condições dos equipamentos, inspeções e testes funcionais, ou ainda, na adição ou eliminação destas tarefas. A MCC não é um processo que resultará em benefícios de curto prazo; portanto, aqueles que o adotarem, devem estar preparados para um retorno de longo prazo. 1.3 MCC como ferramenta para otimização de atividades de operação e manutenção MCC é uma ferramenta de tomada de decisão. As atividades de operação e manutenção beneficiam-se dos processos envolvidos nessa tomada de decisão, pois dela resultarão alterações nos programas de manutenção e operação. A seguir, estão alguns exemplos dessas alterações: • O ato de executar o processo de tomada de decisão da MCC promove uma melhor cooperação entre todos os envolvidos no processo. • O processo exige que todas as tarefas estabelecidas sejam questionadas com o objetivo de justificar o uso continuado ou removê-las/substituí-las por outras tarefas. • A aplicação da MCC aumenta a conscientização sobre as funções dos sistemas envolvidos, as consequências do fracasso dessas funções e a economia de alterá-las e mantê-las. Os objetivos da MCC são melhorar a confiabilidade e otimizar a relação custo-benefício das atividades de manutenção. Quando aplicada de maneira eficaz, resultará na eliminação de tarefas de manutenção desnecessárias e na introdução de medidas para corrigir omissões e deficiências nos programas de manutenção. Portanto, a MCC é uma ação sistematizada utilizada para melhorar as estratégias de manutenção industrial. 41 1.4 Princípios da MCC O processo de análise e implantação da MCC concentra-se nas funções da planta industrial e no equipamento, nas consequências de falhas e medidas para prevenir ou lidar com falhas funcionais. De acordo com Kardec e Nascif (2009), a MCC deve estabelecer respostas às seguintes perguntas: • Quais são as funções e padrões de desempenho da planta? • De que maneira a planta industrial e seus equipamentos falham no cumprimento de suas funções? • O que causa cada falha funcional da planta ou do equipamento? • O que acontece quando cada uma das falhas ocorre? • Qual o nível de importância de cada falha? • O que pode ser feito para prever ou impedir cada falha? • O que deve ser feito se uma tarefa proativa adequada não puder ser encontrada? A manutenção centrada na confiabilidade, busca entender a ocorrência de falhas dos equipamentos. Diante disso, são considerados os padrões de falhas dos equipamentos e máquinas conforme apresenta o Quadro 1. Quadro 1 – Curvas de falhas em equipamentos Tipo Ilustração Característica A Tipo banheira, possui grande números de falhas no início da operação, seguido por uma frequência menor de falhas e aumento significativo no fim da vida útil do equipamento. 42 B Pode falhar ao longo da operação, porém ao final, o equipamento não oferece confiabilidade. C As falhas aumentam gradativamente, característica de equipamentos em regime de trabalho severo. D Baixo número de falhas na implantação, aumento significativo na operação até a estabilização. E Falhas constantes desde o início até o fim da vida útil do equipamento. F Possui alto índice de falhas no início da implantação que se estabiliza durante a operação, característica de equipamentos complexos. Fonte: elaborado pelo autor. 1.5 Etapas básicas para implantação da MCC A MCC não é uma atividade independente, pelo contrário, deve ser parte integrante dos programas de gestão, operação e manutenção. A introdução da MCC envolverá mudanças nos processos de trabalho estabelecidos. Para a introdução bem-sucedida de tais mudanças, será importante que a gerência demonstre seu compromisso com as mudanças, possivelmente mudança de cultura e envolvimento pessoal, e ainda, é necessário que sejam tomadas medidas para estabelecer o engajamento daqueles que serão envolvidos ou afetados pela implantação do sistema de confiabilidade. A MCC funciona melhor quando empregada como um processo crescente e continuado, envolvendo aqueles que trabalham diretamente na operação e manutenção da planta e equipamentos. Veja os passos básicos para implantação: 43 1. Preparação A fase preparatória possui várias etapas que envolvem a seleção dos equipamentos e sistemas a serem analisados, reunindo os dados necessários para a análise. Além disso, as regras ou critérios básicos a serem usados no processo de seleção e análise devem ser estabelecidos. 2. Análise Uma vez que os sistemas foram selecionados para análise e os preparativos concluídos, a análise pode começar. A experiência no processo de análise é importante para uma tomada de decisão eficaz. Essa experiência pode existir no utilitário ou pode ser comprada de prestadores de serviços especializados nessa área. A primeira etapa do processo de análise é, portanto, a montagem de uma equipe com uma gama adequada de qualificações e experiência para a tarefa. A análise envolve os seguintes estágios: • Identificação de funções do sistema. • Análise de falhas funcionais do sistema. • Identificação do equipamento. • Coleta de dados de confiabilidade e desempenho. • Identificação dos modos de falha. • Identificação de efeitos de falha. • Determinação da criticidade de componentes. 3. Seleção de tarefas Quando a análise for concluída, a próxima parte do processo é alocar atividades de manutenção adequadas aos sistemas e equipamentos identificados no processo de análise, sejam eles críticos ou não. Essa 44 parte do processo procurará estabelecer os meios mais econômicos de fornecer a estratégia de manutenção visando atingir os objetivos de segurança, confiabilidade, ambientais e econômicos. 4. Comparação de tarefas Quando a seleção de tarefas for concluída e revisada, as recomendações decorrentes do processo de seleção de atividades serão comparadas com as práticas de manutenção atuais. O objetivo dessa comparação é identificar as mudanças necessárias no programa de manutenção e o impacto nos recursos e outros compromissos. 5. Revisão de comparação de tarefas As saídas da análise resultarão em uma alteração no programa de manutenção empregadoaté aquele momento. É importante que essas mudanças sejam consistentes com a filosofia de manutenção da planta e com obrigações regulatórias e sociais. Por esse motivo, é importante que o processo e seus resultados sejam submetidos a uma revisão final. 6. Registros A MCC deve fazer parte de um programa contínuo. Os resultados do processo de análise e a implementação das análises terão um impacto na eficácia dos programas de operação e manutenção. Portanto, é importante que todas as decisões, a base para elas e os envolvidos na sua tomada sejam efetivamente registradas, para que as informações estejam disponíveis para aqueles que executam análises subsequentes da estratégia de manutenção. 1.6 Aplicações práticas Seleção do sistema A fase de preparação do processo de RCM, envolve a coleta de dados, desenhos e pessoal experiente que serão parte integrante do processo 45 de análise e tomada de decisão. Além disso, devem ser estabelecidos critérios de seleção e revisão para garantir que os esforços do pessoal especializado da planta sejam bem concentrados e utilizados produtivamente no processo. Delimitação do sistema Para focar ainda mais na análise, é necessário definir limites do sistema. Normalmente, os sistemas de codificação da planta podem ser usados, mas estes, geralmente, são incompletos, sendo, neste caso, necessária uma revisão nesta codificação para garantir que todas as instalações e equipamentos necessários tenham sido incluídos no sistema selecionado. Além disso, instalações e equipamentos funcionalmente relacionados, mas que não fazem parte do sistema, conforme descrito na codificação da instalação, devem ser incluídos. A equipe de análise deve usar todos os desenhos e bancos de dados mais recentes e considerar o detalhamento da planta para verificar a integridade e a precisão sempre que possível. Geralmente, os sistemas são delimitados por mecânica, elétrica, automação e instrumentação. O processo de análise, exigirá que todos os analistas tomem decisões sobre quais componentes incluir ou retirar do processo. Não há metodologias, processos ou ferramentas infalíveis, portanto, a experiência dos analistas será importante para o resultado efetivo do processo. Documentações e materiais necessários: • Descrição do sistema ou processo (manuais de operação). • Desenhos de instalações, tubulações e instrumentos. • Desenhos esquemáticos de sistemas elétricos. 46 • Lista de instalações e equipamentos para mecânica, elétrica e instrumentação e controle. • Lista de programas de manutenção preventiva e teste e inspeção de especificações técnicas. • Desenhos e manuais do fornecedor. • Histórico de manutenção da planta (incluindo manutenção corretiva). • Obrigações regulatórias e de seguro, instruções de operação, procedimentos de resposta a alarmes e registros do operador. Entrevistas com o pessoal da planta Na ausência de documentação abrangente e registros de máquinas e equipamentos, pode ser útil realizar entrevistas com pessoal experiente da planta para obter sua perspectiva do histórico da planta. Muitas vezes, o pessoal da fábrica, como engenheiros eletricistas, mecânicos e de instrumentação, bem como engenheiros de operações ou operadores de alto nível, podem fornecer informações valiosas para a análise. Restrições de tempo, horários, disponibilidade de pessoal e condições operacionais da fábrica devem ser consideradas ao decidir sobre o formato da coleta de dados. 1.7 Confiabilidade, disponibilidade e manutenibilidade De acordo com Gregório (2018), para entender melhor a manutenção centrada na confiabilidade, é necessário definir estes três conceitos bem como a forma de cálculo de cada um deles. A confiabilidade, representada por R(t), é a capacidade de um item de desempenhar, de forma satisfatória, uma função requerida sob 47 condições especificadas durante um dado intervalo de tempo, ou seja, é uma probabilidade. Conforme Gregório (2018), o termo confiabilidade também é usado como uma medida de desempenho de confiabilidade. λ= número de falhas = 1numero de horas em operação MTBF R(t)= e-λt Onde: λ - taxa de falha de um equipamento em um determinado período. R - Confiabilidade. t - Período. A disponibilidade é quando um item está em condições de executar uma determinada função em um dado instante ou durante um intervalo de tempo preestabelecido, ou seja, de acordo com Gregório (2018), é a relação entre o tempo produzindo e o tempo programado. Disponibilidade= MTBF x 100%MTTR+MTBF A mantenabilidade, ou manutenibilidade, representada por M(t), é a capacidade que um componente, produto, equipamento ou sistema tem de receber manutenção, dentro de um determinado período e com um custo preestabelecido. Para Gregório (2018), ela pode ser calculada pela equação: M(t)=1-e-ut u= número de reparos efetuados = 1tempo total de reparos MTTR 48 1.8 Análise do modo e efeito da falha (FMEA) e análise e criticidade dos modos e efeito das falhas (FMECA) Muitas vezes, acredita-se erroneamente que FMEA e FMECA são análises que são realizadas independentemente ou substituindo a MCC. Pelo contrário, as quatro primeiras etapas do processo de MCC produzem um FMEA. As etapas para realizar um FMEA estão representadas na Figura 2. Figura 2 – Passos básicos para implantação de FMEA e FMECA Fonte: elaborada pelo autor. As quatro primeiras fases indicadas na Figura 2 são as etapas para implantação do FMEA; quando inserimos a quinta fase, gera-se um FMECA. Quando realizamos a implantação da manutenção centrada na confiabilidade, estamos contemplando as duas ferramentas de confiabilidade: FMEA e FMECA. 49 A manutenção centrada na confiabilidade é um processo instigante e funcional em que os resultados surgem positivos quando o processo é aplicado corretamente com as pessoas certas e empenhadas. Na manutenção centrada na confiabilidade, a aplicação dos seus princípios se estende por várias décadas, e foi (e ainda está sendo) aplicada em muitas indústrias em todo o mundo. A manutenção centrada na confiabilidade pode ser realizada de forma rápida e eficiente quando executado corretamente. Além disso, os princípios da MCC são tão diversos que ela pode ser aplicada a qualquer tipo de empresa ou até mesmo em uma única planta, tal como um avião, uma central nuclear, uma unidade de fabricação ou uma plataforma de petróleo. Um dos principais produtos de uma análise na manutenção centrada na confiabilidade é o desenvolvimento de um programa de manutenção programada. No entanto, a manutenção centrada na confiabilidade pode ser usada para formular dezenas de soluções que vão muito além de manutenção. Referências Bibliográficas ALMEIDA, Paulo S. de. Manutenção Mecânica Industrial: conceitos básicos e tecnologia aplicada. São Paulo: Érica, 2014. GREGÓRIO, Gabriela F. P.; SANTOS, Danielle F.; PRATA, Auricélio B. Engenharia de manutenção. Porto Alegre: SAGAH, 2018. GREGÓRIO, Gabriela F. P.; SILVEIRA, Aline M. da. Manutenção industrial. Porto Alegre: SAGAH, 2018. KARDEC, A.; NASCIF, J. Manutenção: função estratégica. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009. 50 Compreensão e organização dos tipos de manutenção Autoria: Eduardo Costa Estambasse Leitura crítica: Fernanda do Carmo Silvério Vanzo Objetivos • Conceituar a organização e o planejamento da manutenção industrial. • Apresentar técnicas e ferramentas para realização de manutenção corretiva e preventiva em máquinas e equipamentos industriais. • Capacitar o aluno sobre a política de atendimento de máquinas utilizando técnicas de correção e prevenção em máquinas industriais. 51 1. Introdução Organizar algo, pode ser extremamente cansativo, assim como necessitar de recursos e muita mão-de-obra. Porém, a organização pode, também, ser muito importante e eficiente. Imagine algo que esteja desorganizado, você não conseguirá encontrar nada, não saberá onde as coisas estão e muitos outros fatores podem ser ditos sobre a desorganização.Agora, imagine um lugar todo organizado, com as coisas em seus devidos lugares, certamente que é diferente, você encontra com facilidade tudo que procura, sabe onde todas as coisas podem estar e assim por diante. A organização da manutenção deve evoluir constantemente com a finalidade de alcançar melhorias, ser organizada dia a dia. Os recursos, as tecnologias e as ferramentas de gestão devem ser aplicados para desfrutar da manutenção, uma vez que, no ambiente competitivo atual, a sustentabilidade dos negócios exige que as fábricas capitalizem todas as vantagens possíveis em prol de seus lucros. 1.1 Organização para redução das quebras Quando falamos em manutenção, temos em mente um espaço cheio de ferramentas, com profissionais que atuam nas máquinas, geralmente sujos, com uma marreta nas mãos e um alicate no bolso. A manutenção é muito mais do que isso. Na verdade, a manutenção deixou de ser este ambiente que acabamos de descrever. A manutenção industrial, deve atuar para reduzir as quebras, potencializar a produção, aumentar a qualidade e maximizar a vida útil dos equipamentos de forma organizada e estruturada. Para ser organizada, a manutenção deve evoluir, caso ainda ocorram, da manutenção corretiva para manutenções preventivas, preditivas e outras técnicas que permitam evitar que as quebras aconteçam. 52 A organização de manutenção e sua posição na indústria são fortemente impactadas pelos seguintes elementos ou fatores: • Tipo de empresa: por exemplo, se é de alta tecnologia, trabalho intensivo, produção ou serviço. • Objetivos: podem incluir maximização de lucros, aumento da participação de mercado e outros objetivos sociais. • Tamanho e estrutura da organização. • Cultura da organização. • Faixa de responsabilidade atribuída à manutenção. A principal responsabilidade da manutenção é fornecer um serviço para permitir que uma organização alcance seus objetivos. Vejamos na Figura 1 os principais tipos de manutenção adotados pelas empresas. Figura 1 – Tipos básicos de manutenção Fonte: adaptada de Gregório (2018). Na utilização da manutenção corretiva, não há como ter um planejamento para reparação das quebras visto que não se pode determinar o momento exato em que a falha vai ocorrer. Desta maneira, utiliza-se a ordem de serviço e as características das falhas com intuito de colher informações, gerar um plano de ação e minimizar a falha ocorrida, inserindo para o equipamento um planejamento de intervenção que seja proativa. 53 As informações sobre a correção das falhas devem alimentar um sistema, que pode ser manual ou informatizado, gerando para o gestor do processo dados que nortearão as tomadas de decisão. Na Gráfico 1, é apresentado um modelo simples de apontamento de falhas, que pode ser separado por classificação de máquinas, em que em cada dia do mês, aponta-se a quantidade de quebras registradas naquele dia. Sendo assim, o gestor pode acompanhar em tempo real (ou diariamente, dependendo do tipo de acompanhamento) a quantidade de quebras. Gráfico 1 – Acompanhamento do número quebras em máquinas “A” Fonte: elaborada pelo autor. Com o acompanhamento diário de quebras, que pode ser estratificado por máquinas, setores, prioridades, entre outros, é possível a criação de um relatório gerencial de manutenção, em que todas as informações estão disponíveis a todos os envolvidos no processo. Em algumas empresas, para facilitar o acesso à informação, esse relatório gerencial é exposto em quadros ou telas, o que chamamos de painel de gestão a vista de manutenção. Na Gráfico 2, vemos um gráfico com apontamento de quebras mensal de um grupo de máquinas. 54 Gráfico 2 – Acompanhamento mensal do número de quebras por máquinas Fonte: elaborado pelo autor. O gestor deve, ainda, ter uma informação mais importante que o número de quebras que ocorrem no pátio de máquinas: o tempo de máquina parada por falhas corretivas é fundamental e deve ser analisado. No Gráfico 3, demonstra-se um exemplo de acompanhamento dos tempos de máquina parada. Nesse apontamento, os tempos foram classificados em P, M e G, que representam quebras pequenas, médias e grandes, respectivamente. 55 Gráfico 3 – Acompanhamento do tempo de quebras em máquinas de criticidade “A” Fonte: elaborado pelo autor. Estes dados devem ser sempre estratificados de maneira a dar informações mais específicas para que o gestor possa entender e atuar na correção. No Gráfico 4 são apresentados os dados mensais para as quebras em máquinas. 56 Gráfico 4 – Acompanhamento do tempo de quebras estratificado por mês e tamanho de quebras em máquinas de criticidade “A” Fonte: elaborada pelo autor. Após a inserção dos dados, é possível a geração de um gráfico que oferece ao gestor a capacidade de visualizar de maneira rápida e fácil para melhor entendimento. O Gráfico 5 apresenta o exemplo de um gráfico de acompanhamento de tempo de quebras em máquinas. Gráfico 5 – Gráfico de acompanhamento do tempo de quebras estratificado por mês e tamanho de quebras em máquinas criticidade “A” Fonte: elaborado pelo autor. 57 Para a melhor organização da manutenção, o entendimento dos motivos de atrasos nas paradas de máquinas é um fator importante e pode ser visto na Figura 2, em que deve-se analisar cada um deles com a finalidade de minimização dos tempos em uma parada para manutenção corretiva de máquinas. Figura 2 – Planilha para inserção das causas de origem de quebras mensais Fonte: elaborada pelo autor. Geralmente, é muito mais difícil desenvolver e implementar uma estratégia que permita a gestão da manutenção coletar todas as informações imediatamente, porém essa forma de gerenciamento deve ser gradativa e continuada. Surgem questões como: Por onde começamos? Quais dados devem ser coletados? Como fazer uma matriz de habilidades e treinamentos? As respostas estão na estratégia adotada 58 pelos gestores. É importante avaliar qual é o conceito de atuação para manutenções nos equipamentos, e entender como é o estado dos equipamentos é fundamental para o gestor. Imagine que você seja contratado como gestor de manutenção por uma empresa que produz perfis de alumínio. Certamente que você deseja atuar com as melhores práticas de atendimento, mas, ao iniciar seu trabalho, percebe que os equipamentos estão sucateados e que mal realizam a produção, as quebras são constantes, os manutentores da equipe são pouco qualificados, as ferramentas são precárias e, por muitas vezes, não atendem suas necessidades. O estoque de peças de reposição é sempre deficitário e o orçamento para manutenção nem sequer existe. Infelizmente, este ainda é um cenário muito comum nas indústrias. Diante desse cenário, você deverá iniciar toda uma mudança de cultura. Cabe a você, com dados e fatos, convencer os gerentes a implantarem um sistema funcional: obviamente este é um grande desafio! No entanto, a solução está em organizar a manutenção, começando pelas funções básicas e evoluindo constantemente nas técnicas e conceitos aplicados. 1.2 Função da manutenção É de responsabilidade da equipe gerenciar todos os aspectos do departamento de manutenção. Isso inclui gerenciar a manutenção de todos os ativos de fabricação, gerenciar o orçamento e os recursos de manutenção e auxiliar no projeto e instalação de novos sistemas. O gerenciamento de manutenção consiste em: a. Minimizar a perda de tempo produtivo devido a falhas de equipamentos, maximizando a disponibilidade das máquinas, equipamentos e instalações, atuando com manutenções planejadas. 59 b. Estender a vida útil dos maquinários, diminuindo o desgaste e evitando trocas prematuras. c. Impedir paradas indesejadas de máquinas, aumentando o tempo para produção. d. Garantir prontidão de equipe para reparação caso ocorram falhas imprevistas. e. Uso eficiente da equipe de manutenção na atuação de atividades preventivas. f. Melhorar a qualidade dos produtos e a segurança dos colaboradores que atuamno processo de produção. g. Minimizar o custo total de manutenção proveniente das atuações em atividades corretivas, aumentar a atuação em atividades de prevenção com custos acessíveis para a produção. As funções do gerenciamento de manutenção podem ser resumidas da seguinte maneira: a. Desenvolver políticas, procedimentos e padrões para manutenção dos sistemas da planta, empregando equipes capacitadas para a atuação nas máquinas e equipamentos. b. Planejar o trabalho de manutenção após as análises provenientes dos dados coletados, e após a devida consulta aos departamentos de produção industrial. c. Executar reparos e revisar equipamentos para atingir o nível de disponibilidade exigido, contribuindo para a eficiência global ideal. d. Realizar as rotas periódicas de manutenção, normalmente inspeções visuais, preferencialmente por meio de checklists para verificação dos sistemas como nível de óleo, água, temperaturas, pressões, entre outros. e. Preparar a lista de itens a serem inspecionados e manter a documentação e registros de cada atividade realizada. f. Gerenciamento eficiente de peças de reposição e materiais necessários para manutenção, garantindo uma manutenção economicamente viável e planejada. 60 g. Prever despesas de manutenção incluindo treinamento para manutentores e operadores do processo, implantar normas de segurança exigidas para uso de equipamentos específicos. h. Desenvolvimento de gerenciamento para sistemas informatizados com a finalidade de documentação e gestão das atividades de manutenção, a fim de garantir o controle adequado de pessoa, treinamentos, peças de reposição e materiais necessários. Para cumprir essas condições, deve haver cooperação completa e entendimento mútuo entre os departamentos de manutenção e produção. Deve haver, ainda, uma política de manutenção eficaz para planejar, controlar e direcionar todas as atividades de manutenção. O departamento de manutenção da planta deve ser bem organizado, com pessoal adequadamente experiente e em número adequado para realizar manutenção corretiva e oportuna com os esforços para minimizar falhas. 1.2.1 Políticas de atendimento O atendimento da manutenção deve ser sistematizado. Toda e qualquer atividade realizada pela manutenção deve ser documentada. Atualmente, há muitas maneiras de alimentar o banco de dados, podendo ser fisicamente através dos arquivos das ordens de serviço (OS) ou de forma informatizada utilizando softwares específicos. É importante destacar que todas as atividades, preventivas ou corretivas, devem ser documentadas. No caso de manutenções corretivas, a OS deve conter todas as informações relacionadas ao atendimento e que facilitem uma posterior análise de causas de falhas, impactos da quebra e forma de prevenção que pode ser implantada. A Figura 3, apresenta um fluxo do atendimento quando o operador detecta uma falha ou necessita do apoio da manutenção. 61 Figura 3 – Fluxo de processo da ordem de serviço em manutenções corretivas Fonte: elaborada pelo autor. Quando a realização do trabalho for de forma preventiva, também deve- se fazer a OS discriminando que o serviço é preventivo. Além da ordem de serviço, outros documentos podem contribuir para a organização da manutenção, entre eles um plano preventivo e seus respectivos documentos, veja na sequência. 1.3 Manutenção planejada A manutenção planejada é aquela realizada antecipadamente à parada de máquina, sem que ocorram prejuízos para a produção. Já vimos e definimos a manutenção preventiva da seguinte maneira: ações executadas em um cronograma baseado no tempo ou na máquina que detecta, impede ou atenua a degradação de um componente ou sistema com o objetivo de sustentar ou estender sua vida útil, controlando a degradação para um nível aceitável. 62 Mas como é a manutenção preventiva na prática? Para a realização da manutenção preventiva em um equipamento, realizamos os procedimentos de planejamento com apontamento de todos os pontos relacionados aos serviços a serem executados. As figuras a seguir apresentam um documento para esta finalidade. Figura 4 – Informações do relatório de manutenção preventiva em determinado equipamento ou divisão Fonte: elaborada pelo autor. Os dados reais foram omitidos para preservar dados da empresa, mas as informações relatam exatamente os apontamentos para manutenção preventiva. Na Figura 5, temos a página inicial do documento de preventivas. Figura 5 – Descrição dos serviços a serem realizados na manutenção preventiva CÓD. PREV DATA INÍCIO RESPONSÁVEL PRAZO CONCLUÍDO EM ROTEIRO MANUTENÇÃO PREVENTIVA PONTOS A SEREM AVALIADOS Fonte: elaborada pelo autor. Para a realização de manutenção preventiva, deve-se elaborar um roteiro dos serviços que serão executados pela equipe. A criação do roteiro é 63 fundamental para a previsão do pessoal com as suas especificidades de atuação. Além de prever pessoal, pode-se necessitar de peças e componentes. A Figura 6 apresenta um documento utilizado para relacionar todos os itens que serão substituídos, com os respectivos códigos que identificam esses itens no estoque interno da empresa. Figura 6 – Apontamento dos materiais que serão utilizados na preventiva CÓD. PREV CÓDIGO ALMOXARIFAD O DESCRIÇÃO UNID QTD VALOR (R$) APLICAÇÃO USOU? (S/N) QUANTAS? POR QUE NÃO USOU TODAS? MATERIAIS UTILIZADOS MATERIAL PROGRAMADO Fonte: elaborada pelo autor. Relacionar os materiais que serão utilizados na manutenção cabe ao programador, e isso deve ser realizado antes de ocorrer a parada do equipamento para a intervenção preventiva. Um dos benefícios de atuar em prevenção está na possibilidade de aquisição de materiais com antecedência, e, portanto, com melhores custos. As Figuras 7 e 8 são documentos utilizados para esta finalidade, especificamente a 8, que é destinada a informar quais os materiais que não foram planejados, mas que ao realizar a preventiva, houve a necessidade de substituição. Figura 8 – Relação de materiais que foram utilizados, mas que não estavam planejados CÓDIGO ALMOXARIFADO DESCRIÇÃO UNID QTD VALOR (R$) QUANTAS? MATERIAIS UTILIZADOS MATERIAL UTILIZADO - NÃO PROGRAMADO APLICAÇÃO / JUSTIFICATIVA (COLOCAR O CÓDIGO DA PREVENTIVA CASO O PONTO AVALIADO ESTEJA NO ROTEIRO) Fonte: elaborado pelo autor. 64 O levantamento de mão de obra, cujo exemplo de documento para tal finalidade é apresentado na Figura 9, é muito importante para que o gestor tenha conhecimento dos envolvidos na preventiva, bem como da necessidade de horas de manutenção, informações necessárias para o levantamento de custos da manutenção. Figura 9 – Apontamento dos tempos de atuação de cada manutentor na atividade de manutenção preventiva M A N U TE N TO R ES A LE XA N D R E A PA R EC ID O A PA R EC ID O C LA U D IN EI ED M A R ED M A R ED ER SO N DATA TEMPO (min) TEMPO (min) TEMPO (min) TEMPO (min) TEMPO (min) TEMPO (min) TEMPO (min) TEMPO (min) TEMPO (min) TEMPO (min) TEMPO (min) TEMPO (min) TEMPO (min) TEMPO (min) TEMPO (min) TEMPO (min) TEMPO (min) TEMPO (min) TEMPO (min) TEMPO (min) TEMPO (min) LEVANTAMENTO DE MÃO DE OBRA Fonte: elaborada pelo autor. Para finalizar o roteiro e documentação da manutenção preventiva, deve-se apontar todos os serviços executados. A Figura 10 apresenta o modelo de documento com as distinções de serviços que estavam relacionados no planejamento e aqueles, que como peças, não estavam relacionados, mas que foram executados. Figura 10 – Relação dos trabalhos realizados na parada preventiva CÓD. PREV DESCRITIVO DOS SERVIÇOS REALIZADOS (LISTADOS NO ROTEIRO DE MANUTENÇÃO) VISUALIZAÇÃO (FOTO OU DESENHO DA INTERVENÇÃO REALIZADA)SERVIÇOS
Compartilhar